1. Spirit Fanfics >
  2. O Anjo de Severo Snape >
  3. Saudades

História O Anjo de Severo Snape - Saudades


Escrita por: bellinha18

Capítulo 12 - Saudades


Fanfic / Fanfiction O Anjo de Severo Snape - Saudades

  Severo estava mais emburrado do que de costume. Iris dizia que pela cara parecia que ele havia chupado uma bacia de limões azedos.

-Algum problema Severo?-perguntou Dumbledore. Ele estava sentado em sua cadeira, à felicidade era evidente no sorriso que ele exibia. Minerva estava atrás dele. Anastasia e Severo sentados nas cadeiras à frente da mesa do diretor.

-Talvez ele apenas esteja incoformado com à vitoria da Grifinoria.-disse Minerva. Severo lançou um olhar frio à ela e voltou à expressão emburrada.

-Não fique triste, Tio Severo. Quem sabe ano que vem vocês ganhem.

-Você não quer isso.-Minerva disse sorrindo

-Não.-Anastasia riu

-Foi injusto, injusto. Um completo roubo, não exitou em dar à taça das casas à aqueles desmerecedores.

-Os primeiraninstas da Grifinoria mostraram-se dedicados e empenhados. Fizeram por merecer como todos os outros, mas infelizmente não são todos que ganham a taça.-Dumbledore disse

-Foi roubo.-Severo insistiu

-Não foi.-os três disseram em uníssono. Severo levantou-se abruptamente.

-Cinquenta pontos por jogar xadrez! Jogar xadrez!

-Foi uma ótima partida.-Anastasia argumentou 

-Você nem estava lá.-ela deu de ombros e sorriu

-Deixe de reclamar, Tio Severo. Pelo menos Sonserina ficou em segundo lugar.-ela riu enquanto Severo bufou

   Severo andava apressadamente pelos corredores de Hogwarts, quase correndo. Suas mãos suavam quase deixando o jornal que trazia nelas escorregar. Ele apressou ainda mais seus passos. Precisava de explicações.

-Ah, você já está aqui.-ele disse quando adentrou a sala. Minerva andava de um lado para o outro e Dumbledore parecia tentar acalma-la

-Você leu o jornal do trouxas.-concluiu Dumbledore

-Trouxas e sua maldita ambição de sempre quererem se mostrar os donos da razão.-Minerva disse exasperada 

-Anastasia sabe?-Severo perguntou 

-É claro que não! E nem deve saber, isso a destruiria.-suspirou.-Pode-se ter passado muito tempo mas eu ainda consigo me lembrar como ela parecia sofrer com a morte da família, apesar de que... Eu nunca a vi chorar, essa lembrança não existe nem mesmo antes de ela chegar aqui.-disse mais para si do que para eles

-Acalme-se Minerva.-Dumbledore tentou 

-Como posso, Alvo?

-É como ela pode? O que aconteceria se Anastasia descobrisse que Minerva não é a avó dela?-de repente o ranger da porta e todos imediatamente se calam.

-Bom dia!-a loirinha entra sorridente na sala.-Ah, mais um ano se passou. Sabe, lembro-me como se fosse ontem quando fui acolhida aqui... Por que estão com essas caras?

-Preocupações com o próximo ano, querida. muitas aulas precisam ser preparadas.-Minerva riu sem-graça 

-Os alunos ainda nem foram embora, relaxem um pouco. Vocês precisam, depois de tudo que aconteceu esse ano. Hum, é o profeta diário, Tio Alvo?-Anastasia desvencilhou-se entre Minerva e Severo e foi até a mesa do diretor, com facilidade ela alcançou um jornal e o abriu

-NÃO.-os outros três exclamaram em tom elevado 

  "O ENTERRO DOS ROMANOV"

Em seu último discurso oficial o presidente Boris Yeltsin disse que os ossos da família Romanov que foram encontrados em uma floresta na Sibéria em 1991 seriam enterrados oficialmente em uma cerimônia no inverno de 1996. No entanto, devido que o Comunismo assumiu o controle da legislação, a Igreja Ortodoxa Russa recusou celebrar a cerimônia. Hoje, o Czar Nicolau, a Czarina Alexandra, três de suas filhas, seus servos e seu médico. Estão em uma sala do palácio aguardando um sepulcro definitivo. Ainda não se foi encontrado o corpo do Czarevich Alexei e uma de suas irmãs sendo está possivelmente o corpo da Grã-duquesa Maria. 

   Anastasia apertou o jornal trouxa com força e o colocou novamente lentamente encima da mesa do diretor. 

-Anastasia.-Minerva tentou, mas a menina não respondeu. O ar alegre e vivo que havia irrompido na sala a alguns poucos minutos havia desaparecido. Anastasia passou a passos lentos entre sua avó e Severo e saiu silenciosamente da sala do diretor.-Ahh, santo Deus.-Dumbledore rapidamente conjurou uma cadeira para Minerva se apoiar quando as pernas da mesma fraquejaram.

-Eu vou atrás dela.-Severo deixou o jornal cair no chão e rapidamente correu para fora da sala. 

    Anastasia estava sentada entre a pequena divisão de pilastras de um dos corredores. Estava quieta e pensativa.

-Ah, Anastasia, por favor não fique assim.

-Como não, Iris? Depois de tantos anos de dedicação a Igreja é assim que eles retribuem? Não oferecendo nem um enterro digno as vítimas de Rasputin?

-Não ligue para isso agora, você estava tão feliz pela derrota de Voldemort e agora vai se preocupar com a ignorância dos trouxas?

-Não se trata da negação da Igreja. Se trata da minha família. Papa, mama, Olga, Tatiana, Maria, meu irmãozinho... Tiveram um fim tão sofrido e doloroso e nem ao menos podem ser enterrados com dignidade?

-Anastasia?-ela se virou lentamente para seu lado esquerdo.

-Harry.-disse sem humor 

-Hã, você está bem? Parece triste.

-Bobagem, eu apenas estava pensando nas revira-voltas que a vida da.-ela deu espaço e ele se sentou ao seu lado

-Como assim?-ela suspirou 

-Um dia lá está você com as pessoas que mais ama no mundo inteiro, sua família. Vocês são felizes e unidos, boa parte dos dias são ensolarados e sem problemas e aqueles que não são vocês conseguem conforto uns nos outros. Tudo está bem, tudo parece bem, mas então chega uma pessoa, uma pessoa ruim para estragar tudo que é bom... E quando você vê você já não está mais rodeado daqueles que ama... Você está sozinho.

-Eu entendo.-ela franziu o cenho 

-Entende?.. Ah, sim, desculpe.

-Não, não precisa. Sempre me sinto assim em relação aos meus pais. Apesar de sempre ter morado com meus tios e meu primo eu ainda me sentia extremamente sozinho.

-Como assim?

-Ah, eles não gostam de mim, não gostam de eu ser diferente. Por isso nunca nos demos bem, da pior maneira possível eu diria

-Pior maneira possível? O que quer dizer?

-Hã? Ah, nada, nada. Esqueça o que eu disse.

-Não posso. Seria mais um tormento na minha mente, Conte-me, eles te tratavam mal?

-Não, não mal. Mas eu não podia sair de casa, os vizinhos não podiam saber da minha existência, não posso comer na mesa com eles e eles não podem gastar dinheiro comigo, como com roupas novas.

-Você dorme no quarto do seu primo?

-Não... Eu tenho... Alguns cobertores no armário debaixo das escadas.

-Que... Você.. Você aceita isso?-ele deu de ombros 

-Já estou acostumado, não é tão ruim.

-Harry, eles te tratam como um bicho, como um estorvo.

-Para eles eu sou isso.-murmurou e Anastasia o puxou para um abraço apertado 

-Maldita Petúnia cara de cavalo, como eles podem?-murmurou e Harry se afastou dele 

-O que?-perguntou confuso

-Ér.. Nada. Bem, eu vejo que nós não somos tão diferentes, nós não temos família.

-Mas você tem sua avó, Dumbledore, o Snape.

-Sim... Deus, eu pareço tão egoísta. Eu tenho uma família, eles são a minha família. Eu me equivoquei. E você, Harry Potter, pode me considerar a sua família, não é muito mas...-Harry riu

-É a melhor família que eu já tive.-aquilo conseguiu arrancar um pequeno sorriso de Anastasia.-Te fiz sorrir.

-Anastasia.-ela escutou uma voz vindo da direita, os dois se viraram para ver quem era. 

-Oi, Draco. Senta aqui com a gente.-o loiro mesmo exitante aceitou e Anastasia ficou entre os dois

-Eu posso ver que apesar de eu os ter perdido, eles sempre estarão comigo. Espero que um dia vocês sintam isso quando de alguma forma se sentirem sozinhos.-ela segurou as mãos dos dois e encostou sua cabeça no ombro de Harry

-Eu não entendi.-disse Draco 

-Ah, sabe. Você sempre terá as boas lembranças e se você realmente amou quem perdeu, essa pessoa sempre e de alguma maneira estará viva em seu coração.-Draco e Harry se entre-olharam

-É, talvez...

-HARRY.-o grito de Rony foi ouvido.-Vamos?

-Eu tenho que ir.-Anastasia se afastou dele e ele lhe depositou um beijo na bochecha.-Nos vemos ano que vem. Se cuida, loirinha.-e ele foi embora

-Como você pode manter amizade como um idiota como o Potter?

-Ah, Draco, foi só um aperto de mão negado, você supera.-o loiro emburrou-se

-Você não tem que ir?

-Ainda tenho algum tempo.

-Você me acompanha em uma caminhada?

   Os dois andavam lado a lado em silêncio. Até que Draco avistou alguma coisa e correu na frente, De repente ele parou para analisar o que viu e gritou.

-ANASTASIA, VEJA ISSO!-ela a passos rápidos foi até lá. Havia um pequeno passarinho amarelo, os dois olharam para cima, ele havia caído do ninho. Draco se ajoelhou a frente da pequena ave.

-Vamos leva-lo para o padrinho. Ele pode usar para uma poção.-Anastasia se ajoelhou ao lado de Draco. 

-Não, Draco.-ela pegou cuidadosamente o passarinho em suas mãos.-Ele se perdeu, a mamãe dele foi procurar comida para mante-lo forte, como acha que ela ficaria se voltasse e não encontrasse o seu filhote?

-Não sei... Triste.

-Sim, triste. Sabe é muito ruim quando de repente perdemos aqueles que amamos.-ela segurou o passarinho em uma de suas mãos e com a outra puxou Draco para se levantar junto a ela. Anastasia o guiou até a arvore, ela se apoiou para subir e o puxou junto.-Ficamos com medo, desorientados. Nos sentimos sozinhos e abandonados.-eles chegaram até a altura do ninho, havia outros passarinhos pequenos.-Não podemos separar aqueles que se amam, por que assim estamos fazendo mal a nós e aos outros. E se por um acaso algum dia isso acontecer sem querer.-ela colocou o passarinho no ninho ao lado de seus irmãozinhos que se aglomeraram em volta deles.-Tente reverter essa situação.-de repente um passarinho maior chegou e posou no ninho a frente dos dois.-Você terá feito uma das mais belas ações, o amor ao próximo.-ele a encarou confuso.-Fazer o bem sem olhar a quem.

   Por alguns minutos ele ficaram ali observando a pequena família e como eles pareciam unidos e felizes por estarem todos juntos.

-Eu não gostaria de me separar da minha família.-ele disse

-Eu sei que não vai. Também não faça os outros sentirem a dor que você não gostaria de sentir.

-Owns, isso foi tão lindinho. Não sei como um ser das trevas como eu conseguiu se comover.-disse a cobra

-Talvez você não seja tão ruim assim quanto pensa.-a cobra riu 

-Hehe, sou sim.

-ANASTASIA? POR SALAZAR, DESÇA DAI!-os dois olharam para baixo para ver um Severo que parecia preocupado com o risco de Anastasia cair. A loirinha revirou os olhos divertida e assim como Draco pulou no chão, sem ferimentos. Severo se aproximou colocando a mão em seu ombro.-Ainda bem que está bem. E você Draco o que está esperando? O expresso já vai partir, apresse-se, rápido, vá.-Draco pareceu despertar

-Ah, sim, sim.-ele correu e abraçou Anastasia. Severo emburrou-se. Draco se afastou rapidamente e começou a correr.-Nos vemos no ano que vem. Severo encarava emburrado o garoto ir embora. Ele sentiu um puxão em suas vestes.

-Me acompanha em uma caminhada, Tio Severo?-ela estendeu sua mão e ele aceitou

   Diferente da caminhada com Draco a de Anastasia e Severo era calorosa e nunca silenciosa. 

-Eu nunca te disse mas... As nossas caminhadas me lembram as minhas e de meu pai.-Severo surpreendeu-se. Não pensou que ela quisesse tocar no assunto da família.-Papa nunca se cansava, as caminhadas eram tão longas que quando voltávamos eu tinha que descansar as pernas por muitos minutos. Nós sempre caminhávamos, sozinhos, com as irmãs, com amigos. Mas quando caminhávamos sozinhos eu lhe contava meus sonhos, meus medos, meus segredos...-eles pararam de caminhar, observaram o pôr do sol que estava atrás de Hogwarts.-Sinto tanto a falta do papa, da mama... Sinto a falta de todos eles.-ela suspirou e se sentou na beira do barranco que no final levava para o lago. Severo sentou-se ao seu lado

-Não precisa falar se não quiser...

-Acredita que eu nunca sonhei com eles? Nem um sonho, nem um pesadelo. Bem... Ainda posso ouvir seus gritos naquela madrugada.

-Você está magoada.-disse o obvio 

-Bastante. Bastante magoada. Sofreram tanto nos últimos meses depois da maldição e agora... Nem mesmo um enterro digno, nem disso eles são merecedores?-ela suspirou.-Queria saber se Rasputin ou os comunistas aguentariam todo o mal pelo qual a mama e o papa passaram na vida. É tudo tão injusto.  

-Ainda faltam dois corpos... Talvez quando encontrarem a cerimônia seja feita.

-Não encontraram o corpo do Alexei. O outro eles pensam ser da Maria, estão completamente convencidos disso, mas não, é o meu que eles querem encontrar.-tem-se em silêncio.-Será assim?-ela encarou Severo.-Eles só serão honrados quando eu morrer?-Severo arrepiou-se 

-Não. Não pense nisso, eu não quis dizer...

-Você tem medo que eu me mate por que eu penso que assim a cerimônia seja feita? Não vou fazer isso, eu garanto. Além do mas quando morrer quero ir com eles... Suicídio é um pecado, tão ruim que te manda diretamente para o inferno. Quando morrer não quero ficar separada deles, não por mais tempo.

-Eu sempre estarei do seu lado.-ele a abraçou de lado.-Assim como você sempre esteve ao meu 

-Posso te contar um segredo?-ela sussurrou

-Hum?

-Eu te amo mais do que tudo.

   Anastasia estava em seu quarto, sozinha. Sentada em uma cadeira quase grande demais para o seu tamanho. Entre seus dedos ela brincava com um anel produzido grosseiramente com o que aparentava ser ouro e encravado com uma pedra preta. Havia deixado as lembranças da família de lado e se concentrado em quando havia "encontrado" aquele anel. Lembrava-se daquela figura masculina, um relance de olhos verdes... Batidas na porta a acordam de seus devaneios.

-Anastasia, querida, sou eu, posso entrar?-Anastasia rapidamente saltou da cadeira

-Só um momento, vovó.-ela guardou novamente o anel na caixa, ajoelhou-se no chão colocando novamente a caixa dentro do chão e tampando o buraco com aquela tábua solta. Ela se levantou e ajeitou seus cabelos e vestes de dormir.-Pode entrar.-Minerva entrou e deu um sorriso cansado, aproximou-se da neta.

-Eu pensei que você não estaria bem... Quer vir comigo? Para não se sentir sozinha?-Anastasia assentiu silenciosamente e pegou a mão de sua avó, sendo guiada para fora do quarto.

   Apenas o que iluminava o quarto de Minerva era o crepitar de uma vela. Avó e neta estavam fazendo como a anos atrás, abraçadas juntas como forma de reconforto. Anastasia tinha em suas mãos uma foto dela e de sua família, em 1906. Três anos antes da grande tragedia. Ela observava a foto com um olhar triste e melancólico. 

-Eu não queria que você tivesse que passar por isso.-dizia enquanto acariciava os cabelos loirinhos

-Não se culpe, vovó. Eu iria acabar descobrindo de qualquer maneira.

-Eu sei, eu sei.-suspirou.-Apenas não queria que você tivesse que passar por essa dor.

-Estou bem, acredite. Tristes devem estar papa, mama, Alexei, as garotas...

-Seus corpos podem estar presos aqui na terra, mas pelo menos agora estão dentro das paredes do palácio. E não são os corpos que importam, eles estão com Deus, Anastasia. Estão nos grandes braços acolhedores e benevolentes de Deus. Estão unidos e felizes, esperando por você.-murmurou a última parte tristemente. 

-Esperando por nós, vovó. E daqui a muitos, muitos e muitos anos, estaremos todos juntos.-confortou.-Enquanto isso, nós duas temos uma a outra, e sempre teremos, não é mesmo?-virou-se para a avó que a abraçou ainda mais forte

-Sim, minha querida. Nós sempre teremos uma a outra. 

"A saudade é o imposto que a vida cobra

De quem foi muito feliz por um instante"

Continua...



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...