O tamborilar de seus dedos na mesa de mogno era o único barulho na sala além de seus pesados suspiros em um pequeno intervalo de tempo. Bufou frustado com toda aquela tediosa espera e abaixou sua cabeça na mesa.
- Mal começou o ano e você já está esgotado dessa maneira. - ele resmungou algo indecifrável. - Tome esse chá e não resmunge pra mim!
- Não preciso de chá. - disse levantando a cabeça. - Preciso de um calmante de elefante para suportar esses energumenos indisciplinados.
Ela maneou negativamente com a cabeça enquanto passava para ele a xícara.
- E o açúcar? - ele perguntou
- Sem açúcar.
- Mas eu quero açúcar!
- Não tem açúcar. - ela insistiu.
- Mas...
- Eu não alcanço a prateleira com o açúcar! - um riso engasgado escapuliu entre os lábios dele que imediatamente levou a xícara aos lábios. Severo adorava implicar com o tamanho de Anastasia ato que a deixava irritada.
Ele tomou o primeiro gole e no segundo sentiu algo estranho e fez uma careta digna de quem chupou um limão azedo.
- Isso. Não. É. Chá. - disse lentamente, estreitando seus olhos perigosamente em direção a ela.
- Não. É vodka.
- Onde você conseguiu vodka?
- A pergunta certa é: aonde eu não conseguiria vodka. - Severo abriu a boca para contradizer, mas refletiu, é, não valia à pena gastar saliva atoa. - Pensei que era para eu relaxar.
- E desde quando chá relaxa, Tio Severo? Você precisa mesmo é de um bom porre seguido de uma terrível enxaqueca.
- Você está tentando me envenenar.
- Não, só embebedar mesmo. Deus, como você é melodramático. - disse revirando os olhos.
Após alguns minutos de espera silenciosos o Sr. Filch escoltou Harry e Rony para a sala de Severo. Eles eram seus amigos, mas Anastasia não podia deixar de rir ao ver as expressões assustadas deles ao ficarem ee frente para o "terrível" mestre de poções.
- Então parece que o trem não é bom o bastante para o garoto de ouro. - Severo disse perigosamente calmo.
- Foi a barreira na estação e...
- Calados! O que foi que fizeram com o carro?
- Oh, vocês vinheram em um automóvel! - ela exclamou interrompendo o professor que emburrou-se como uma criança que é proibida de comer todos os biscoitos que quer.
- Sim, um carro..
- Isso não parece maravilhoso, Tio Severo?
- Ah, Anastasia, é apenas um carro. - disse revirando os olhos
- Na minha época eles não eram tão famosos, mas andei algumas vezes, o saculejar era irritante mas voar em um? Eu nem consigo imaginar. Nós podemos dar uma volta? Nós quatro é claro.
- Não. - os outros três exclamaram em uníssono em nada os agradava a compainha excessiva.
- É uma pena. - murmurou. - Mas eu vou voar naquele carro de um jeito ou de outro. - garantiu.
- Eu agradeceria se você não me interrompesse. - Severo a cortou e ela ergueu as mãos em sinal de paz.
Severo voltou-se para os dois garotos. Uma expressão sombria caiu sobre seu rosto. Ele desdobrou o profeta diário que se encontrava encima da mesa.
- Vocês foram vistos. - sibilou mostrando a manchete. - " Dois trouxas em Londres, convencidos de terem visto um velho carro sobrevoar a torre dos Correios... Ao meio dia em Norfolk.. " Um total de sete trouxas viram a estupidez que vocês fizeram.
- Não é por nada não, mas vocês também causaram dano ao salgueiro lutador quando colidiram contra ele. - Anastasia completou.
- Aquela árvore quase nos matou! - Rony exclamou.
- Antes vocês do que ela. - Severo murmurou.
- Tio Severo! - Anastasia repreendeu.
- Infelizmente a decisão de expulsa-los não está em minhas mãos. Pois lhes garanto, que se fossem de Sonserina, vocês dois estariam indo para casa nesse instante mas como...
- Eles não são? - os quatro se viraram para o diretor e a vice.
- Chegou a voz da razão. - Anastasia murmurou.
Minerva dirigiu-se aos dois meninos que começaram a contar a história desde a bareira bloqueada naquela manhã, até o momento em que se encontravam agora.
- Vocês poderiam ter mandando uma carta. - Anastasia disse.
Harry sentiu-se idiota naquele momento. Agora que ela dissera, parecia a coisa mais óbvia.
- Vamos buscar as nossas coisas. - disse Rony.
- Creio que não será necessário. Vocês não serão expulsos... Não hoje pelo menos. Mas vou escrever as suas famílias e os dois sofrerão detenções.
- E terão pontos retirados de Grifinoria. - Severo ressaltou maldosamente.
- Tecnicamente... Quando eles apanharam o carro o ano letivo ainda não havia começado, portanto, seria mais do que injusto tirar pontos da Grifinoria.
- Você adora acabar com a minha felicidade. - murmurou para ela que sorriu para ele.
- Eu te amo, por isso tenho que colocar juízo na sua cabeça.
Anastasia acompanhou Rony e Harry até o corredor.
- Aconteceu uma coisa muito estranha... Antes de eu ir para a toca.
- O que? - ela perguntou.
Harry contou a ela sobre a visita do elfo Dobby.
- Sério, você tinha que ver. Era magricela, com orelhas grandes, tinha olhos esbugalhados e verdes do tamanho de bolas de tênis.
- Você o está descrevendo ou se descrevendo? - Anastasia e Iris disseram juntas. Apesar de muito provavelmente Anastasia ter seguido a provocação da cobra.
Harry arregalou os olhos.
- Desculpe, sabe, férias com o Tio Severo, sempre fico com o humor ácido.
- Ainda acho que você é filha dele. - Rony murmurou.
- Elfos domésticos não costumam desobedecer seus donos, pois são castigados por isso, se esse elfo foi até sua casa lhe avisar que você corre perigo é porque é algo sério.
- Eu queria descobrir a qual família ele pertence.
- Temos elfos domésticos em Hogwarts. Eles são responsáveis pelas cozinhas.
- Será que há alguma possibilidade de algum deles saber algo sobre Dobby?
- Se você perguntar pra eles.
- Ei, sabem, eu ainda estou aqui. - Rony disse incomodado por estar sendo excluído da conversa.
- Oh, meu Deus, não se preocupe pequeno cenoura, nós não nos esquecemos de vocês. - disse apertando a bochecha do ruivo sardento. Ele se afastou dela com uma careta.
- É Rony. - o ruivo enfatizou o nome lentamente.
- Eu prefiro cenoura. - se aproximou dele e novamente apertou sua bochecha. - É fofo. - as bochechas de Rony ficaram tão vermelhas quanto seus cabelos.
- Tá bem... - ele revirou os olhos e encarou o chão como se estivesse pensando. - Vou te chamar de Alice.
- Alice? - franzindo o cenho ela disse em voz baixa.
- É... Você disse que veio de um lugar longe caindo através de um buraco. É como a história da Alice no País das Maravilhas.
- Nascendo bruxo, como você sabe dessa história? - Harry perguntou.
- Era a história preferida da Gina quando pequena. Mamãe sempre contava.
- O nome da minha mãe era Alice. - ela disse com um singelo sorriso. Rony abriu a boca rapidamente como quem quer se desculpar por ter dito algo errado, mas antes que pudesse, ela rapidamente continou. - Não. Alice. Eu gosto muito de Alice. - sorriu amplamente expondo suas adoráveis covinhas.
- Nós temos que ir agora. - Harry disse.
- Tudo bem. Até amanhã cenoura, Harry. - despediu-se.
Anastasia andava distraidamente no corredor na direção de seu quarto, quando tropeçou em alguma coisa e quase caiu no chão. Ela voltou-se para trás para ver uma menininha loirinha com vestes de primeiranista. Estava sentada no chão e a encarava com seus grandes e brilhantes olhos.
- O que faz aí? - perguntou.
- Eu me perdi dos outros alunos. - sua voz era suave e calma. - Corvina, primeiro ano.
- Sou Anastasia. - disse estendendo sua mão ajudando-a se levantar.
- Sou Luna Lovegood.
Tinha cabelos loiros, sujos e mal cortados até a cintura, sobrancelhas muito claras e olhos saltados, que lhe davam um ar de permanente surpresa.
- Como você se perdeu de uma fila gigante de alunos?
- Estava me escondendo dos zonzóbulos. Eles são invisíveis e entram pelos ouvidos para embaralhar o cérebro.
- Ah... Quer que eu te leve até o seu salão comunal? - Luna assentiu.
Anastasia guiou Luna pelo caminho e a orientou de não se deixar perder. A primeiranista parecia um bom alvo de problemas pelo seu jeito.
- Espero que possamos nos ver depois. Obrigada Anastasia. - Luna se abaixou a altura de Anastasia - que não era muita a diferença entre as duas - e lhe deu um beijo na bochecha. - Boa noite. - e entrou no salão comunal.
- Boa noite. - murmurou.
- Jesus, que menina estranha. - Iris riu
- Bem... Achei ela fofa. - riu também.
- E agora você vai me trocar denovo por uma outra amiga. - acusou.
- Ora, não seja boba, você mora no meu coração e sabe disso.
- Sim, sim eu com certeza sei. Bom, vamos dormir, Alice?
- Ah, não comece. - riu com gosto.
Continua...
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