Pov. Aizawa
Após resgatar (S/n), na manhã seguinte fui chamado pelo diretor. Entro na sala e depois de me sentar na cadeira, Nezu fala:
— Eraser, pensei que estivesse sido claro para esperar até que os heróis se reunissem para o resgate da (S/n). — Nezu comenta. — Não lhe dei instruções para agir por conta própria, uma atitude irresponsável dessa e a aluna poderia correr perigo. O que te motivou a fazer este ato?
Observo o diretor e suspiro, se ele soubesse o motivo, teria que me afastar de (S/n) e Nezu é esperto, tenho que cuidar com as palavras.
— Pensei que, se eu fosse sozinho, teria mais chances de resgatar a aluna, você sabe que prefiro não trabalhar em equipe.
— E quanto aos dois alunos do segundo ano que te acompanharam? — Questiona o diretor.
— Aparentemente, a senhorita Yoko combinou com o aluno da Ketsubutsu para resgatar ela, uma atitude impensável, mas eu os encontrei e dei sermões neles. Como descobriram que eu ia patrulhar, me pediram para ir junto e com muita insistência acabei cedendo. — Minto.
— Entendo… — Diz o diretor após tomar um gole da xícara de café. — Você está ficando mole com seus alunos. Porém, acredito que esteja escondendo mais uma coisa.
Minha respiração se prende com o medo de ter sido descoberto, porém, Nezu diz:
— Você se aliou ao Dabi, um vilão. Hoje cedo recebi informações do herói número dois sobre o retorno de seu filho Touya, que todos achavam estar morto, e o mais surpreendente foi essa revelação de identidade. Endeavor me contou que o filho estava arrependido por tudo, mas, com o retorno dele, os oficiais vieram pedir a prisão de Touya.
— O que? — Pergunto perplexo. Se a (S/n) souber disso, ela ficará arrasada. Volto o olhar para o diretor e digo. — Eles não podem! Não tem como colocá-lo numa reabilitação em vez de o prender?
— Dabi, digo, o Touya cometeu muitos crimes. Embora seja filho do Endeavor, não creio que os cidadãos irão aceitar uma "reabilitação". — Nezu diz. — Por que se importa com o destino dele?
Nezu me observa desconfiado. Suspiro e decido falar a verdade:
— Quando fui resgatar a aluna, me deparei com o vilão e ele disse que era amigo de (S/n), Dabi nos ajudou a encontrar a liga dos vilões. De início não acreditei nele, mas depois vi que estava dizendo a verdade. Diretor… — Suspiro e continuo. — Tem de haver outro jeito que não a prisão de Touya.
Ele me observa pensativo como se analisasse as opções e depois de um longo silêncio, diz:
— Muito bem, considerando que o vilão ajudou a salvar (S/n), podemos fazer uma reabilitação aqui na U.A. Touya estará cercado por heróis, tanto alunos como os professores, qualquer atitude suspeita dele e Dabi, digo, o Touya será punido.
Com o assunto encerrado, sou dispensado e sigo para a sala de aula. (S/n) já havia acordado e parecia distraída observando os alunos a sua volta até que nossos olhos se encontram.
Porém, o contato durou poucos segundos, pois um dos alunos jogou uma bolinha de papel na direção de (S/n) e o inimaginável aconteceu: Ela se virou rapidamente chutando a bolinha com a mão e como um gato, tentou pegar a luz de uma lanterna que outro aluno acendeu, movendo o item em várias direções.
(S/n) soltou um "Nyah" da boca, cujo achei fofo e se jogou no chão tentando pegar a luz.
Suspiro, e viro-me para Yoko, perguntando:
— Ela está agindo assim desde que acordou? Recovery disse que (S/n) iria agir mais como um felino por causa do veneno que injetaram nela.
— Sim, mas pode ser temporário. — Afirma Yoko. — Como a nossa representante está indisponível no momento, como vice-representante, me encarrego dos preparativos do festival cultural até ela melhorar.
Assento e volto a dar a aula. No dia seguinte, percebi que o comportamento de (S/n) não havia mudado, porém, ela voltou a ser comunicativa, o que era um bom sinal.
Era hora do intervalo, acompanho (S/n) com o meu olhar e vejo ela entrar na fila do lanche. Na sua vez de pegar a comida, (S/n) ao invés de usar as talheres, ela morde a ponta de um peixe com a boca e segue para onde sua amiga estava sentada.
Uma aluna se levanta, ficando a sua frente e a olha de cima a baixo com o nariz empinado.
— Parece que o segundo ano A ganhou um novo mascote. Os boatos que estão rolando é que você fora sequestrada de novo. Parece que os vilões gostam de você, não? — Mika Couffaine diz. — Não é suspeito? Gente, ela pode estar envolvida com a liga. E se ela for uma traidora?
— Cala a boca, nyah! — Tirando o peixe da boca, (S/n) grita. — Qual o seu problema?
— Você. — Couffaine aponta o dedo para (S/n) e continua. — É o meu problema.
A menina loira ativa sua individualidade de telecinese para atrair as bandejas e atira na direção de (S/n) que dá um mortal para trás ao desviar de uma bandeja e instintivamente arranha os outros objetos com suas garras. Porém, quando os objetos se partem ao meio, (S/n) arregala os olhos e grita notando que suas unhas antes naturais e pontudas agora se encontravam revestidas de ferro.
— Aaaaaah! Virei o Wolverine, nyah!
Notando que ela estava assustada com a mudança, resolvo me aproximar das duas garotas para acabar com a briga.
— Já chega! Senhorita Couffaine, você vem comigo para a diretoria!
— Mas, sensei, não fiz nada, a (S/n) me atacou.
Estreito os olhos e digo:
— Já para a diretoria. Não perguntei quem fez o que. Vi suas atitudes para com ela.
Mika olha irritada para (S/n) e me acompanha até a diretoria. Depois de explicar o ocorrido ao diretor, volto para a sala de aula.
Pov. (S/n)
Mais um dia se inicia, após ter sido resgatada, acabei ficando com efeitos colaterais do veneno de All For One. Mas não achei que fosse grave, minhas unhas tinham se tornado mais resistentes e eram cobertas por ferro, tanto que me assustei no começo, pensando que tinha me tornado um experimento como aquele herói em quadrinhos.
Como se as coisas já não tivessem problemáticas, Couffaine apareceu para me incomodar.
As aulas passaram voando e quando vi, já me encontrava de pijamas em frente ao armário do zelador. Por que vim aqui?
Claro, no final da aula o sensei me pediu para vir ao nosso esconderijo. Ouço passos no corredor e meu instinto faz com que eu me esconda dentro do armário. Não queria ser pega andando fora do horário do toque de recolher.
Para a minha surpresa, o armário se abre e Aizawa me observa com olhos de águia, percorrendo por todo o meu corpo.
— (S/n), o que faz dentro do nosso lugar secreto? Está ansiosa? — Shota pergunta com sobrancelhas arqueadas e um sorriso de quem sabia das coisas.
— Eu…
Sem conseguir formular qualquer frase, Shota se aproxima de mim, passando seus dedos pelos fios dos meus cabelos.
Não era preciso uma palavra para falar o que sentia no momento, tão pouco era preciso falar o que queria. Nossos corpos já falavam por si.
Me aproximei dele e envolvi os meus braços em seu pescoço. Shota tocou nos meus lábios e iniciamos um beijo lento e doce.
Dessa vez não havia aquela nescessidade, aquela sensação de desejo ardente. Era apenas eu e o Shota ali, duas pessoas que se amavam completamente, mas que não podiam ficar juntos por causa da sociedade. Porém, ali nesse pequeno esconderijo, nada mais importava.
Aizawa termina de me beijar e relutante, diz:
— Temos que ir, amanhã teremos que ver com a Recovery o seu estado e teremos outro desafio.
— Desafio? Não me diga que você está planejando uma prova surpresa?
Shota nega e suspiro. Despeço-me dele e volto ao dormitório.
No outro dia, logo que acordei fui chamada para fazer alguns exames. Recovery estava sentada segurando um diagnóstico enquanto Aizawa, o que descobri que estava responsável por mim até que eu melhorasse, se encontrava recostado na parede.
— (S/n), você pode relaxar, pois os testes mostraram nenhuma mudança a mais na sua corrente sanguínea. — Diz a Recovery. — Os efeitos colaterais poderão sumir até o final do dia, mas, quanto a suas garras… Elas não voltarão ao normal.
— O que? — Pergunto surpresa. — Pelo menos não virei um mutante, obrigada Chiyo-sama!
Recovery não compreende a referência, dou um sorriso e sigo com o Aizawa até a sala de aula me perguntando que desafio seria esse cujo o sensei contou?
Abro a porta e para o meu espanto, fico de boca aberta. Alguns alunos tinham feições de espanto, outros de medo e outros com expressão de ódio para a figura que se encontrava sentada numa das carteiras.
— Touya?! — Finalmente consigo falar após o choque inicial.
Continua…
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