Pov. (S/n)
Outro dia se iniciava, estava seguindo para a sala de aula e no meio do caminho, deparei-me com Yoko. Após nos cumprimentarmos, seguimos para a sala e nos sentamos nos nossos lugares enquanto conversávamos. Depois que o sinal tocou, Shota saiu de seu saco de dormir e se pronunciou:
— Silêncio classe! — A turma para de conversar e prestamos atenção no sensei. — Hoje tenho um anúncio a fazer, daqui a um mês serão feitos os jogos culturais entre as turmas do segundo ano e fiquei encarregado de cuidar de vocês. Na aula de hoje quero que se decidam o que pretendem fazer e também escolham um líder para ser o responsável da turma, dispensados!
Aizawa volta para dentro do saco de dormir e começamos a discutir o tema do festival e o líder.
— E o representante de classe não pode ser o líder? — Um aluno pergunta.
— Não obrigado, já tenho muito para fazer. — Responde o representante.
Ficamos alguns minutos tentando decidir o líder, até que no final resolvemos sortear. Colocando nossos nomes num papel, o representante tira uma folha e diz.
— (S/n) (S/s).
— Você ativou sua quirk, não vale! — Uma aluna resmunga.
— Eu não fiz nada, só porque uma das minhas habilidades é a sorte, não significa que irei trapacear. Claro, tive que usar isso quando fui sequestrada, mas é por que eles eram vilões!
Dessa vez, realmente não havia ativado a minha individualidade, ainda mais por que estamos em sala de aula.
— Verdade, ela foi sequestrada...
— Sim, e foi recentemente... Depois do que a (S/n) deve ter passado, não acho que ela seria capaz de trapacear por causa de uma simples votação.
— Vocês sabiam que posso ouvir? Tenho orelhas felinas! — Digo para os alunos que estavam sussurrando, os deixando constrangidos ao serem pegos.
Depois que eles se desculpam comigo, seguimos para a decisão do tema do festival. Cada aluno tinha uma ideia mais brilhante do que a outra e com tantas opções, acabamos decidindo em fazer um festival de gastronomia onde prepararíamos bolos, doces e bebidas para todos.
Então separamos as funções em grupos de cinco, um grupo para servir as comidas e bebidas, outro para prepara-las. Um grupo para se encarregar na organização da barraca, dos alimentos e objetos que precisarmos e o último grupo se encarregaria da limpeza, no entanto, teremos muito tempo para preparar tudo.
Eu, a Yoko-chan e mais três alunos, nós ficamos com a parte de preparar as comidas. Após dar o sinal, minha amiga e eu seguimos para o refeitório.
— (S/n)-chan! Nós podíamos fazer algumas receitas que existem lá no Brasil, os doces se chamam: Brigadeiro e paçoca de amendoim. Minha tia uma vez preparou para mim e pedi a receita. Acredito que algo diferente possa chamar a atenção do público.
— Oh, que notícia maravilhosa! Yoko-chan, você pode nos ensinar a receita, tenho certeza que todos irão gostar! — Yoko assente.
— Eu trouxe uma marmita hoje, então vou esperar você no lugar de sempre. — Yoko fala e se despede de mim, enquanto eu seguia para a fila do lanche.
Após colocar a comida na bandeja, sigo pelos corredores entre as mesas a procura de Yoko, quando sinto alguém colocar um pé a minha frente e sinto a bandeja ser puxada por alguma força invisível, fazendo-me tropeçar e cair no chão, ato que chamou a atenção dos alunos e ocasionou uma sessão de risos.
Suspiro e ao me levantar, tiro a parte da comida que havia grudado em minha roupa e procuro quem me derrubou. Surpreendentemente já era de se esperar as atitudes do responsável pelo ato. Mika Couffaine, a aluna do segundo ano B, uma menina loira de cabelos cacheados e olhos azuis, estava sentada ao lado com o dedo indicador para cima.
Claramente, ela utilizou uma de suas habilidades, a telecinese para me derrubar.
Desde o primeiro ano, ela vem me atormentando, porém, não deixo barato as suas atitudes, devolvo-as na mesma moeda.
— O que você quer... Mika...
— Fiquei sabendo que você será a líder de sua turma.
— E o que tem? — Pergunto desinteressada, ela estreita os olhos.
— Acontece que “eu” serei a líder da minha turma! Prepare-se para sofrer uma derrota humilhante!
Enquanto ela falava e eu a ignorava, fiquei me perguntando quando seria a próxima vez em que poderia ter um momento a sós com o Shota. Sinto saudades do sensei...
— E você será rebaixada a pior aluna do segundo ano! — Escuto ela dizer.
Ignoro a Mika e sigo para a mesa onde a Yoko estava.
— Ei! Eu não terminei de... — Antes que ela terminasse a fala, ativo a individualidade de azar em Mika.
Ela estava para vir até mim, porém, por causa de minha quirk, a Couffaine tropeça na minha bandeja que permanecia no chão e cai sentada em cima do molho de tomate.
Logo, os alunos voltam a rir com a cena.
Me aproximando da mesa, Yoko-chan comenta:
— Amiga, arrasou! Quem mandou a Couffaine te provocar? Se quiser te empresto uma blusa reserva que trouxe.
— Ah, obrigada Yoko, pode ser. Ela nunca vai aprender, pensei que no primeiro ano tinha sido clara de que ela não me afeta.
— Sim, mas não podemos mudar as pessoas, Couffaine acredita ser a melhor em tudo, o jeito é ter paciência e saber lidar com ela e isso é uma de suas qualidades (S/n). Se fosse eu, já teria armado o maior barraco na escola e atingido ela com uma frigideira.
— Nossa! Mas por que uma frigideira? E onde você iria encontrar uma?
— Na cozinha do colégio ué? Entraria sorrateiramente e pegava a frigideira e porquê... Nós estamos no refeitório, o local mais próximo da cozinha, então...
— Certo, entendi! — Falo entre risadas. — Só mesmo você, Yoko!
Ela ri e mostra língua para mim. Conversamos sobre o festival que se aproximava até que Yoko comenta:
— Aliás, você sabia que esse ano não só as turmas do segundo ano da Yuuei, mas também os alunos da Ketsubutsu irão participar do festival?
— Sério? Que legal! Você vai poder ver o Shindo-san de novo!
Quando menciono o garoto, Yoko-chan fica na cor de um tomate. Parece que o Shindo está mexendo com o coraçãozinho de minha amiga, embora ela não admita. Mas é só questão de tempo até que um deles tome a iniciativa, caso nenhum dos dois faça o primeiro passo, a cupido aqui dará uma mãozinha.
Após a Yoko me emprestar a blusa de uniforme, visto-a no banheiro e seguimos para o pátio.
Depois que a aula terminou, voltei ao dormitório e pego um livro para ler enquanto ouvia músicas no fone de ouvido. Ao escutar batidas na janela do quarto, tiro os fones do ouvido e sigo até o vidro, não me diga que aquele aluno da 1–B está tentando de novo chamar a minha atenção? Não gosto romanticamente dele, mas o Monoma não desiste!
Abro a janela para dizer poucas e boas, está mais que na hora de ele entender que não o amo!
Pov. Off
Timeskip...
Seguindo para fora do quarto, (S/n) anda pelos corredores olhando o arredor do colégio, quando vê Yoko sentada na escadaria.
— Yoko, te encontrei! Tenho uma dúvida, você sabe se os alunos do segundo ano podem entrar nos dormitórios do primeiro?
Ela observa (S/n) e arqueando as sobrancelhas, pergunta:
— Por que você quer saber sobre isso?
— Preciso conversar com alguém... É particular.
— Ah, sim! Não vejo problemas desde que não entre nos dormitórios masculinos, você sabe dessa regra.
— Claro que sei Yoko-san! — A morena encara (S/n) por alguns segundos e depois se despede dela.
Ao entrar no dormitório, (S/n) vê o corredor que intercalava entre o andar das meninas e dos meninos. Sem pensar duas vezes, ela segue para o andar masculino até se esbarar em alguém.
— (S/n)? O que faz nos dormitórios da 1–A, nesse horário?
— E-Eraser... — Ela sussurra. — Nada do seu interesse! Quero dizer, preciso falar com alguém. Ah, tenho que ir! Até mais sensei!!
Aizawa franze as sobrancelhas vendo (S/n) se afastar e decide fazer o mesmo, seguindo para a ala dos professores enquanto resmungava.
— O que deu nela? Pensei que ela tinha vindo me ver...
(S/n), ao chegar em seu destino, bate na porta esperando ser atendida.
— Izuku!
— Hã... O que faz no dormitório masculino? Espera! Conheço você! É a (S/n) do 2–A, estou certo? Vi você nos jogos esportivos no ano passado! Aliás, como sabe o meu nome?
— V-Você está certo! — Ela murmura algo incompreensível e prossegue. — Também vi você nos jogos desse ano, eu... só queria dizer que sou sua fã.
— Como?
— Puxa, tenho que voltar para o dormitório da minha turma, te vejo outro dia, quem sabe?!
Ela sai em disparada até a saída, deixando um Izuku confuso para trás.
— Então tá... Garota estranha...
Ao voltar para o dormitório e entrar em seu quarto, ela fecha a porta, suspira e ao se virar arregala os olhos.
— O que você está fazendo aqui?
— (S/n), nós precisamos conversar.
— Não tenho nada para falar com você, sensei! Pode me dar licença, por favor?
Ele se aproxima de (S/n) e pegando-a pelo braço, pergunta:
— Por que você me evitou? Nós poderíamos ter ido ao lugar de sempre sem ninguém desconfiar... Você está se sentindo bem? Aconteceu alguma coisa?
— Lugar de sempre? Ah! Claro, m-mas... hoje não estou me sentindo bem. Será que pode sair do meu quarto, sensei?
Eraser suspira e assentindo diz:
— Tudo bem, me desculpe pela preocupação e de qualquer forma, você está certa. Se formos pegos, isso pode dar sérios problemas, até outro dia.
— Até!
Quando Eraser sai de seu quarto, (S/n) se senta em sua cama e observa a janela, vendo uma pequena gota de sangue no vidro. Passando o dedo para tirar a marca do vidro, ela fica encarando o líquido carmesim.
Continua...
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