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História O Assistente do Senhor Kim - Fourteen


Escrita por: sealott

Notas do Autor


gostei desse capítulo, e espero que vocês gostem também <3
obrigado por lerem até aqui, pelos favs e pelos comentários <333

Capítulo 14 - Fourteen


Fanfic / Fanfiction O Assistente do Senhor Kim - Fourteen

Durante todo o tempo de voo, o Kim permaneceu dormindo na poltrona ao lado de Jungkook. O mais velho era deslumbrante quando acordado, mas parecia um bebê enquanto dormia — principalmente porque tinha o costume de manter os olhos minimamente abertos durante o sono.

Fofo e bizarro.

 

— Tae... — Empurrou o loiro para que este acordasse, mas não teve nenhum sinal de que ele havia retomado à sua consciência. — Tae, já estamos chegando. — Empurrou o mesmo novamente, e ainda nada. Aproximou-se do ouvido do mais velho, e se preparou para morrer. — KIM TAEHYUNG! — gritou, e o mais velho levantou em um pulo.

Taehyung coçou os olhos, ainda com sono, e pensou em formas de matar Jungkook sem que o machucasse e o deixasse realmente morto, afinal, não conseguia mais se imaginar sem a presença do garoto ao seu lado.

— Estamos chegando em Busan.

— Hm... Você gritou no meu ouvido.

— Gritei.

Taehyung esticou os braços e bocejou alto, enquanto Jungkook riu, um pouco nervoso. Não estava nervoso por ter acordado o mais velho, e sim por estarem chegando ao seu destino. Sequer conseguiu dormir dentro do avião por conta da ansiedade que estava sentindo.

— Está nervoso? — perguntou o loiro, e Jungkook apenas negou com a cabeça. — Você está tremendo... — Riu nasalado. — Relaxa, Kookie. Perguntei ao Jimin em que bairro você morava, e não passaremos nem perto de lá — falou, mas o moreno continuava tão tenso quanto antes. — Eu estou com você independente de qualquer coisa, ok? — Juntou suas mãos às de Jungkook, tentando assim lhe passar confiança.

— Ok.

 

[...]

 

Já se encontravam dentro do carro, a caminho do evento que Taehyung iria participar. Segundo ele, haviam também outros escritores da editora no local, mas o principal ainda seria ele pelo fato de ser sua primeira sessão de autógrafos em Busan nos últimos dois anos.

— Você também está nervoso... — Jungkook segredou baixo, e o Kim se virou para ele, contrariado.

— Não estou — disse, mas vacilou no tom de voz.

É óbvio que estava nervoso, não fazia aquilo já havia algum tempo, e não sabia se estava preparado para responder as perguntas dos fãs sobre seu afastamento.

— Não esquece... Eu também estou com você.

Os dois ainda estavam de mãos dadas — não haviam se separado desde o momento em que enlaçaram os dedos dentro do avião —, e agora também de lábios colados. A verdade é que mesmo dizendo para não fazer aquilo em público, nenhum dos dois realmente ligava para a opinião dos outros. Jungkook tinha um certo receio por conta do preconceito em geral, mas já tinha em sua cabeça que o que fazia não era errado e que não deveria sentir vergonha disso.

E, de fato não sentia a mínima vergonha por estar gostando de um homem.

 

— Chegamos, senhor Kim. — Avisou o motorista, assim que pararam em frente à um edifício largo de paredes espelhadas.

— Obrigado. — Agradeceu ao homem. — Vamos, Kookie.

 

O evento seria realizado por uma grande livraria que se localizava dentro do shopping, então os dois foram rumo à esta. O lugar estava lotado, então não puderam negar a companhia de alguns seguranças. Jungkook não estava acostumado, pois nem naquele evento em que foi com ele haviam tantos assim, mas tentou não pensar muito nisso ou tornar o momento constrangedor.

Foram então para um corredor especial, permitido apenas para funcionários, e lá encontraram a porta dos fundos da livraria. Uma moça de estatura média os recebeu e cumprimentou — até demais, segundo Jungkook — Taehyung, levando-o até a mesa em que este iria ficar durante o evento. Dentro de uma hora se iniciaria a sessão de autógrafos, e a frente da loja já estava repleta de fãs.

Taehyung explicou como funcionavam aqueles eventos em geral, e permitiu que Jungkook ficasse ao lado dele, também sentado em uma cadeira. É claro, ele não ficou tão próximo da mesa quanto o loiro, ou poderia ser confundido como um outro escritor.

 

Uma hora depois, a loja foi aberta, dando liberdade para que os fãs se organizassem em filas, em busca dos autógrafos que tanto queriam. A fila de Taehyung era ligeiramente maior que as demais, mas ninguém ali parecia ligar muito para isso. Era um fato que o Kim se tornou o escritor mais bem-sucedido da editora, e não havia como negar isso. Ele tinha o público dele, afinal, continuava sendo o único dentre todos os outros que escrevia romances gays.

Os fãs tinham cerca de três minutos para conversar com o escritor e entregar itens oficiais para que este assinasse seu nome e talvez uma mensagem, caso o fã desejasse assim.

Quando os fãs se aproximavam da mesa, pareciam ficar surpresos ao ver Jungkook sentado ali. "Isso não deve ser comum", pensou ele. Olhou para todas as outras mesas, e quem estava junto dos escritores eram sempre pessoas com uma camiseta escrito "equipe".

— Aish, eu deveria ter uma daquelas... — resmungou baixo, e então Taehyung riu. Queria dar atenção ao garoto, mas aquela era a hora dos seus fãs.

Mal sabia ele que Jungkook, àquela altura do campeonato, já havia lido a maior parte dos seus livros.

 

De repente, uma garota pareceu ficar realmente chocada, muito mais do que todos os outros fãs haviam ficado. Apontou para Jungkook, este que arregalou os olhos imediatamente, e perguntou em alto e bom som:

— Ele é seu namorado, oppa?

Taehyung se engasgou com a saliva, e então Jungkook se desesperou, procurando pela mesa por uma garrafa de água. Assim que achou, tirou a tampa depressa e entregou ao loiro, que tomou quase metade do líquido em um gole só.

— S-Saúde. — Jungkook desejou ao escritor, gaguejando por estar nervoso.

Responde, oppa! — Insistiu outra garota, e Taehyung não sabia o que responder. Jungkook estava vermelho como um tomate, mas viu que seria melhor se ele tomasse posição diante aquilo. Se o Kim quisesse responder, já teria feito isso.

— É-É... Com licença? — falou Jungkook um pouco mais alto que o usual, apenas para chamar a atenção das pessoas que formavam a fila. — Eu sou apenas... o assistente do senhor Kim.

 

[...]

 

Agora de volta ao carro, Jungkook estava há tempos mexendo em seu celular, enquanto Taehyung apenas observava curioso o mais novo. O tom que Jungkook usou ao se descrever foi um tanto quanto desanimado demais para o gosto do escritor.

— Você está bem? — perguntou ao mais novo, ainda de olhos bem atentos nele.

— Uhum. — Continuou com sua atenção voltada para o aparelho em suas mãos. — Quando voltamos para Seoul?

— Bom, o nosso voo é em apenas quatro horas... — disse, e então o mais novo desligou a tela do celular e olhou para ele, um pouco mais alarmado do que o normal.

— E vamos ficar dentro desse carro por quatro horas?

— Achei que você não se sentiria confortável caso eu o levasse para algum lugar, então não fiz quaisquer planos para hoje...

Jungkook pensou por um momento e então suspirou pesado, estando totalmente certo do que precisava dizer ao loiro.

— Eu me permiti tentar desde que coloquei os pés dentro daquele avião com você, Tae. Eu quero tentar, ao menos por hoje. — Taehyung abriu um sorriso do tamanho do mundo ao ouvir as palavras ditas pelo Jeon.

— Sério? — O mais novo assentiu com a cabeça, e o mais velho lhe deu um selinho. — Então eu sei exatamente onde levar você.

— Onde? — perguntou Jungkook, curioso.

— Surpresa.

 

[...]

 

— Aigo, deixa eu ver para onde estamos indo! — pediu o mais novo, que estava andando em cego pela calçada, devido à venda improvisada que Taehyung havia colocado em seus olhos.

— Eu disse que é surpresa! Para de ser curioso, 'tá bom? Isso vai ser tipo... um exercício para você controlar sua curiosidade. É, é exatamente isso! — O loiro estava andando de costas e segurando as mãos de Jungkook, tentando guiá-lo até o local onde pretendia ir.

— Você poderia me dizer ao menos em que tipo de lugar est- — O mais novo tropeçou em meio ao nada, e teria caído com certeza, se não fosse pelo rápido reflexo que o loiro teve ao segurá-lo. — Eu vou tirar isso, Tae! — O moreno ameaçou tirar o pano que cobria seus olhos, mas o Kim foi mais rápido e o interrompeu, dando-lhe um beijo. Jungkook ficou tão aturdido que esqueceu sobre a venda e voltou a andar.

Caminharam em total silêncio — fora as risadas de Taehyung — por mais dois minutos, e então chegaram.

— É aqui, Kookie. Vou tirar a sua venda. — Puxou o mais novo para a direita, fazendo-o dar alguns passos fora da calçada.

— Eu estou ouvindo o mar... — Comentou Jungkook, enquanto o mais velho retirava sua venda.

— Sim... Eu achei que você pudesse sentir falta da praia, então trouxe você em uma.

Jungkook estava encantando, tanto pelo lugar quanto pela surpresa de Taehyung. Sentia imensuráveis saudades das praias de Busan.

Antes que o Kim pudesse raciocinar, o moreno simplesmente saiu correndo. O loiro, sem saber o que fazer, apenas imitou seus passos na areia. Quando chegou perto da água, Jungkook tirou depressa suas botas Timberland e as jogou em qualquer canto, correndo então em direção ao mar.

— Jungkook! O que pensa que está fazendo, seu maluco?! — gritou o mais velho, e ao perceber que o outro não o ouviu — ou apenas o ignorou —, tirou seus sapatos e os jogou junto das botas amarelas do garoto.

Correu em direção à Jungkook, que agora já tinha suas coxas circuladas pela água. Caminhou em passos largos até o moreno, percebendo que seria inútil tentar não se molhar. Se desejava ir até Jungkook, teria de aceitar ter suas roupas encharcadas como as dele.

— Por que fez isso? — perguntou o loiro, enquanto o moreno apenas sorria e mexia as mãos na água. — Estamos encharcados, Jungkook! Como vamos voltar para Seoul nesse estado?

 Ao invés de responder o mais velho, Jungkook fez melhor: afundou suas mãos na água e puxou o máximo dela que pôde, jogando-a no loiro que estava à sua frente. Jeon ria mostrando seus dentes de coelho, sem se importar se aquilo realmente atrapalharia o futuro voo dos dois.

— Você é uma criança mesmo! — gritou o mais velho, irritado. Jungkook parou por um momento, querendo ter certeza se o Kim estava mesmo bravo com ele, porém este simplesmente repetiu seu ato, jogando água por toda a sua blusa branca. — Bem feito — disse, satisfeito por ter se vingado do mais novo.

Continuaram com a competição de molhar um ao outro, até que cansaram e Jungkook o chamou para ir mais ao fundo do mar. As águas estavam calmas e com pouquíssimas ondas, então não era tão perigoso caso os dois tomassem cuidado. Caminharam mais adentro, até que a água bateu um pouco mais alto do que a altura de suas cinturas.

— Você sabe nadar? — perguntou o mais novo.

— Sei. Mas, você não quer nadar aqui, não é?

— Não. — Jungkook começou a rir.

— Então por que me perguntou isso?

— Queria saber se o que vou fazer é seguro. — Taehyung já imaginava do que o mais novo estava falando. Sua hipótese foi confirmada, assim que Jungkook levou suas mãos à cintura dele e se aproximou, tocando ambos os lábios em mais um beijo gentil.

Embora já tivessem se beijado muito — e em vários lugares, diga-se de passagem —, aquele beijo era especial dentre os demais.

Beijarem-se dentro do mar de uma praia aleatória de Busan era como assinar no papel o que tudo aquilo significava. Era como eternizar a confiança que Jungkook teve em Taehyung, à ponto de passar por cima do seu orgulho e voltar à sua cidade natal; era como mostrar com ações o quanto aquele assistente estava ajudando-o a seguir com a sua vida, sem ter de se sentir culpado por estar verdadeiramente gostando de alguém.

Não era como um beijo no apartamento, escondidos do mundo. Estavam ali, em meio à um espaço em que qualquer pessoa poderia vê-los, e não estavam dando a mínima; isso era ter a plena confiança em estar no lugar certo, no momento certo e com a pessoa certa.

— Vamos voltar para a areia? — Sugeriu Taehyung, assim que se separaram para recuperar o fôlego. Jungkook assentiu, e, de mãos dadas, os dois caminharam de volta à beira da praia.

Não se sentia muito bem quando chamava a si mesmo de "assistente do senhor Kim", mas se sentia completo quando estava na companhia dele.

 

Encontraram seus calçados jogados em meio à areia, e riram da pressa — que apenas o mais novo teve — para entrar na água. Sentaram-se lado a lado, observando as pequenas ondas que se formavam e logo depois se desfaziam na beira da praia. Taehyung se moveu para o lado, ficando colado à Jungkook, e então colocou seu braço em volta da cintura dele. Jungkook apenas deitou sua cabeça no ombro do mais velho, e após alguns segundos de silêncio, falou:

— Eu conheço esse lugar.

— Hm? — Taehyung ficou surpreso com a revelação repentina. — Eu havia perguntado ao Jimin onde você morava, não estamos no mesmo bairro, então achei que você não foss- — Começou a explicar-se, e o mais novo o interrompeu, ainda sem desviar o olhar do mar.

— Não é porque não morei perto daqui que nunca visitei essa praia. — Riu soprado. — Está tudo bem, Tae. Não se preocupe — disse calmo, e o mais velho engoliu seco. — Eu amava vir aqui com meus amigos há um tempo atrás.

— Você ainda fala com eles?

— Não. Afastei-me de todos daqui quando fui embora. A única pessoa que conheci em Busan e que continuo mantendo contato é Jimin.

— E qual é o motivo disso? — perguntou o loiro, curioso, mas teve sua pergunta ignorada. — Você pode desabafar, se quiser — disse, e como esperado, foi respondido com absoluto silêncio por parte do outro.

Pensou que Jungkook não iria respondê-lo como da última vez em que havia perguntado sobre o porquê deste não querer voltar para Busan, mas após uma longa pausa e um suspiro pesado, o mais novo voltou a falar.

— Eles não eram meus amigos de verdade. E... eu não quis mais encarar a minha família, não depois de que não acreditaram em mim — falou com pesar.

— O-O que aconteceu? — Insistiu o loiro, e então o mais novo se desfez do abraço, sentando-se mais confortavelmente na areia. Taehyung continuou com seus olhos fixos nele, e ele manteve os seus fixos no mar.

— Eu tinha um amigo... Jackson era o nome dele, ou ao menos era assim que todos o chamavam. Ele era um chinês boa-pinta, engraçado, fazia amizades facilmente, enfim... Ele era alguém legal; alguém que eu admirava.

Taehyung continuou prestando atenção nos movimentos de Jungkook. Ele não parecia estar nervoso ao contar aquilo, na verdade, parecia estar à vontade. E, realmente, o moreno se sentia à vontade, apenas pelo fato de estar ao lado do escritor.

— Fiquei muito feliz quando Jackson começou a chamar-me para sair com ele e seus outros amigos mais velhos. Embora eu já tivesse vinte anos, nunca havia feito muitas amizades ou saído muito para me divertir, e isso só diminuiu quando Jimin se mudou para Seoul. O caso é que, ao ter mais contato com caras mais velhos, eu quis me tornar como um deles. Passei a sair quase todos os dias com eles, e até comecei a beber apenas para me enturmar. — Jungkook olhou para Taehyung, que mantinha sua atenção toda a ele.

— Jackson não me obrigava a nada, nem me motivava a fazer aquele tipo de coisa, ele apenas dizia que eu estava tornando-me um deles, e isso já bastava como um incentivo para continuar. A diferença entre mim e os outros amigos dele é que eu gostava de ajudá-lo sem pedir nada em troca, e acredito que foi isso que fez ele prestar mais atenção em mim. Quando um amigo dele, o Mark, precisou que alguém o socorresse e o levasse para o hospital, eu deixei tudo o que estava fazendo para poder ajudá-lo.

"Sempre foi um garoto bom, que apenas tentou ajudar os outros", pensou Taehyung, enquanto ouvia o mais novo contar seus motivos.

— O problema é que... ele confundiu as coisas. Teve um dia em que eu estava trabalhando na loja de conveniência dos meus pais, e ele simplesmente entrou na loja correndo, pedindo para que eu guardasse um pacote para ele. Eu não era burro nem nada, e era óbvio que aquilo eram drogas. Jimin havia dito antes de se mudar que ele vendia esse tipo de coisa, mas eu não havia acreditado até então.

— E você guardou?

— Não. Eu neguei, disse que ele deveria parar com aquilo, ou ao menos sair da loja antes que sobrasse para mim, afinal, eu não tinha nada a ver com o que ele estava fazendo.

— Você fez o certo.

— Eu sei, mas ele não achou isso. Dias depois, ignorando-me quando eu aparecia nas festas ou nos lugares onde ele e os caras estavam, eu desisti de procurá-lo. Não iria me desculpar por algo em que agi certo. Voltei à minha rotina normal, e continuei juntando dinheiro para poder viajar para Seoul e visitar Jimin, pois eu estava sentindo muitas saudades dele.

— Então foi por isso que você se afastou dos seus amigos daqui? — perguntou, frisando a palavra amigos.

— Sim, mas não só por isso. Certo dia, eu estava também trabalhando na loja de conveniência da minha família, quando ouvi o som dos sinos da porta, avisando que alguém havia entrado. Olhei para ver quem era, e eram meus pais e um policial. O amigo da minha família, o policial Choi, simplesmente entrou atrás do balcão e começou a revirar as coisas. Eu fiquei assustado, perguntando o que estava acontecendo, mas meus pais não falavam nada, apenas me lançavam olhares de nojo. Eu já imaginei o que era aquilo, mas não quis acreditar que Jackson havia apelado para um clichê daquele nível como vingança.

— O que ele fez? — perguntou, mesmo no fundo já sabendo a resposta.

— Ele "escondeu" um quilo de maconha dentro de uma gaveta do balcão. Na hora eu me expliquei calmamente, disse que havia recusado guardar um pacote para ele e que ele havia se vingado de mim daquela forma. Eu tinha certeza de que meus pais não iriam acreditar naquela mentira, porque porra, quem não conhecia aquele truque tão usado em programas de TV e livros, sabe? — Taehyung assentiu, pois Jungkook havia se virado por um momento, apenas para visualizar sua resposta.

— Mesmo assim, eles não abandonaram aquela expressão de desgosto no rosto, e disseram que não acreditavam em mim. O policial Choi falou que perdoaria aquele meu deslize e que não diria nada a ninguém. Comecei a desesperar-me, pois sempre fui uma pessoa muito verdadeira e tinha certeza de que não merecia que minhas palavras se tornassem algo tão sem valor como meus pais estavam mostrando que elas eram.

— E mesmo assim eles continuaram desacreditando de você? — Taehyung estava chocado. Como alguém poderia achar que Jungkook faria algo como aquilo? Parecia óbvio que ele só andava com aqueles caras porque se sentia um pouco sozinho com a mudança de Jimin.

— Sim... Passaram-se dias e dias, e os dois continuaram ignorando-me dentro de casa. O único que falava comigo era meu irmão menor e Jimin, por via de mensagens. Cansei de ser tratado daquela forma e arranjei um outro emprego temporário, esforçando-me para juntar aquele dinheiro rápido e passar alguns dias longe de Busan. O problema é que, quanto mais dias se passavam, pior a nossa relação dentro de casa ficava, e menos eu suportava ser ignorado, tendo apenas xingamentos direcionados a mim.

— Isso deve ter sido horrível. — Comentou Taehyung, colocando a mão direita de Jungkook entre as suas, e fazendo carinho na mesma. Amava as mãos do Jeon.

— E foi. Eu era muito dependente deles, e quando me senti um desgraçado indesejado dentro de casa, simplesmente mandei uma mensagem para Jimin pedindo se poderia ficar com ele por algum tempo. Como o amigo de verdade que é, ele disse que sim, e até mesmo me emprestou o dinheiro que faltava para comprar a passagem de avião. No dia em que parti, quem me deu carona até o aeroporto foi o policial Choi, que se encarregou de também levar meu irmão para que ele pudesse me dar adeus. Confesso que ao ver meu irmão menor chorar, pensei em desistir de tudo e ficar em Busan.

Taehyung dedilhou seus dedos longos pelo braço de Jungkook, ainda prestando atenção no que ele falava, e o mais novo apenas prosseguiu.

— Quando percebi que não restava mais tempo para que meus pais aparecessem para pedir que eu ficasse, ou para simplesmente se despedirem, prometi a mim mesmo em voz alta que jamais voltaria para Busan. E, até ontem, eu tinha esse pensamento firme em minha mente, mas como pode perceber, você fez eu mudar de ideia. — Riu, e então olhou para o loiro, mantendo para ele um sorriso sem mostrar os dentes.

— Você também está fazendo eu mudar de ideia sobre tantas coisas...

— Que coisas são essas? — Jungkook levantou minimamente o tronco, movendo-se para ficar à frente do loiro.

— Tudo, para falar a verdade... — Taehyung olhava para baixo, agora mexendo seus dedos pela areia. — Isso aqui... Eu não faria isso aqui com ninguém além de você — falou sincero, e o mais novo corou pela sua timidez repentina. Taehyung levantou o rosto, agora mantendo seu olhar fixo no de Jungkook. — Eu não entraria no mar totalmente vestido; eu não deixaria de sentir vergonha por beijar um homem em público; eu não estaria aos poucos perdendo o medo de me apaixonar. — Ao ouvir aquilo, Jungkook passou do estado de timidez para o de emoção. Estava segurando-se para não derramar lágrimas em frente ao mais velho. Não sabia o que estava acontecendo consigo, só sabia que sentia mais vontade do que tudo de abraçar o mais velho e não o soltar nunca mais. — Eu realmente estou mudando por sua causa, Jungkook.

O Jeon estava sem palavras; simples assim. Não sabia o que era certo fazer ou dizer naquele momento, só seguiu seus instintos e levou suas mãos para as laterais do rosto do loiro, passando delicadamente a ponta dos seus dedos pelas bochechas dele, como um carinho gracioso e recheado de afeto.

— Eu sei que é difícil conviver comigo por conta das minhas mudanças de humor, dos meus nervosismos repentinos e porque eu não respondo as suas perguntas, mas eu quero que entenda que isso não é tudo o que eu sou. Eu também sou a pessoa que, como você, está tentando.

Jungkook não respondeu, apenas assentiu com a cabeça e fechou seus olhos, inclinando-se para beijar o mais velho. Mesmo também estando de olhos fechados, Taehyung sabia que o mais novo estava chorando, pois, enquanto sentia a suavidade dos lábios dele nos seus, também podia sentir as lágrimas quentes tocando levemente a sua pele.

 

 

O mais novo nunca havia se relacionado tão rápido com alguém, mas já não restavam dúvidas.

Jungkook estava apaixonado por Kim Taehyung.


Notas Finais


esse capítulo me deu um nervoso pra escrever pois tentei mudar um pouco minha escrita, então se possível, deem sua opinião sobre ele; feedback é sempre muito bem vindo <3
muito obrigada por lerem até aqui gente, de coraçãozinho!
♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ ♥
Caso queira me enviar uma pergunta ou algum recadinho: https://curiouscat.me/sealott


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