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História O Assistente do Senhor Kim - Three


Escrita por: sealott

Notas do Autor


Eu dividi o capítulo em dois, pois o original tinha 4600 palavras, mas ele continuou meio grande...
Espero que gostem <3

Capítulo 3 - Three


Fanfic / Fanfiction O Assistente do Senhor Kim - Three

Jungkook havia, finalmente, se acalmado. Botou em sua cabeça que seu chefe não iria mexer consigo, por mais que ele fosse terrivelmente bom nisso. Não iria fazê-lo perder a cabeça. Ficou ali na varanda, mexendo em seu celular — e na maioria do tempo conversando com seu amigo Yugyeom —, enquanto as coisas continuavam caóticas lá dentro. Caçou seus fones de ouvido brancos — cor idêntica à do seu celular e camisa — e deu play em uma música aleatória que havia baixado no aparelho. Não podia ouvir a canção em um volume muito alto, temendo alguém o chamar e ele não ouvir, mas ainda assim colocou no volume suficiente para não escutar os gritos do escritor que vinham do interior do apartamento.

Passaram-se alguns minutos, e então sentiu alguém tocando seu ombro. Ele estava de olhos fechados, então não viu nem ouviu ninguém, levando assim mais um susto. Tinha certeza de que em algum desses sustos ele iria enfartar.

Retirou os fones, e então a mulher, que agora ele viu ser ruiva, começou a falar:

— Ele está te chamando lá dentro.

O garoto estremeceu, já imaginando que o mesmo brigaria consigo novamente, e talvez até mesmo o demitisse.

— Relaxa, ele já está mais calmo. Não sei o motivo, mas esse evento está deixando ele nervoso há semanas, então tente relevar o que aconteceu mais cedo.

— Eu estraguei tudo... Acho que ele vai me demitir. — Foi sincero.

— E eu acho que ele não vai. Ele não é alguém ruim... Vá logo, menino.

Jungkook assentiu com a cabeça, e se pôs a ir atrás do mais velho. As mulheres pareciam já estar de saída, e o homem não estava a sua vista. Ouviu uma voz vindo do segundo andar, então subiu as escadas, e ele estava lá, naquela mesma sala vazia que o garoto havia visto dias atrás.

— Me desculpe, senhor, eu farei o possível para corrigir o meu er- — Se desculpou e, como sempre, o mais velho o interrompeu.

— Não precisa se desculpar, eu sei que não foi culpa sua — falou calmamente, surpreendendo o mais novo, esse que caminhou até mais perto dele. — Não tinha como ser sua culpa, a atendente que lhe entregou a roupa errada.

"Finalmente ele percebeu isso", pensou Jungkook.

— Eu pensei ter entregado o cartão que tinha a foto do terno correto, e por isso te culpei, mas na verdade entreguei um cartão que continha apenas o endereço. — Ele falava com pesar.

Kim Taehyung estava mesmo arrependido, mas Jungkook não percebeu. Talvez tenha até percebido, mas já havia se enganado tanto sobre o mais velho, que preferiu não acreditar nas aparências — ou em suas palavras.

— Me desculpe, Jeon.

— Tudo bem, senhor. Não precisa se desculpar. — Não estava sendo sincero. É claro que queria ouvir desculpas, mas aquilo era seu emprego, e não uma prova de moralismo ou um teste de consciência.

 Taehyung sorriu, sincero até demais. Jungkook percebeu sua sinceridade, mas novamente preferiu não acreditar naquilo. O Kim voltou sua atenção para a parede de vidro que dava visão para os prédios, e Jungkook copiou sua ação. Haviam tantos arranha-céus, parques, carros, e mesmo assim, os bens mais valiosos aos seus olhos ainda eram os tantos pontinhos miúdos e distantes; as pessoas.

— Venha aqui — disse o Kim, puxando o mais novo pelo pulso.

Jeon seguiu os passos apressados do chefe, esse que o levou até uma porta vermelha. O mais novo não entendeu nada, apenas assentiu quando ele disse para que lhe esperasse por alguns minutos e então entrou no tal quarto. Jungkook não tentou ver nada do seu interior, pois pensou que talvez fosse invasão de privacidade, e então apenas esperou. Minutos depois, o loiro abriu a porta e saiu da mesma, captando toda a atenção do moreno.

Ele estava vestindo o tal blazer e a calça.

— Eu só consegui pegar o terno certo há algumas horas atrás, pois ontem a loja estava fechada. Não havia como ajustar o terno faltando poucas horas para o evento, então eu decidi experimentar essa roupa mesmo, e... ficou muito melhor do que eu esperava. Vou ir com ela para o evento — dizia o loiro com um pequeno sorriso, enquanto o moreno ainda olhava para ele vislumbrado.

Ok, talvez Kim Taehyung fosse bonito.

Jungkook sentia vontade de ficar tão bonito quanto o mesmo. Imagina quantas garotas cairiam aos seus pés?

— O que achou?

— Ficou ótimo no senhor — respondeu, e o loiro ficou contente com a resposta.

— Obrigado. — Jungkook estava doido, ou o escritor havia pedido desculpas e agradecido, tudo isso em um único dia? É, devia estar enlouquecendo. — Eu quero que você vá comigo nesse evento.

"Ele está me convidando?", perguntou-se o mais novo, mas logo o mais velho respondeu sua pergunta, como se tivesse lido seus pensamentos.

— Jimin deve ter avisado que você vai precisar me acompanhar em alguns lugares... — Jungkook assentiu, lembrando-se dos avisos do amigo. — Esse evento é um deles. Eu já havia pedido suas medidas para Jimin, e seu terno foi entregue há alguns dias, embora eu tenha esquecido de te avisar. — Então foi por isso que o amigo ruivo ficou tão animado querendo tirar suas medidas. Jungkook pensou que o amigo havia apenas se tornado um pervertido. — Você pode ir provar ele, embora não tenhamos mais tempo para ajustá-lo.

Jungkook aceitou provar o tal terno e, por sorte, coube perfeitamente. Suas coxas grossas ficaram extremamente marcadas, e a camisa branca quase ficou apertada por conta do peitoral malhado. Taehyung o comeu com os olhos, mas Jungkook era avoado demais para perceber.

 

[...] 

 

— O táxi chegou, senhor Kim. — Avisou o assistente, já checando se não estava esquecendo nada de importante; o celular e as chaves. Era provável que fosse voltar tarde para casa, então deixou sua mochila na casa do Kim. Ele já estava sentindo-se mais confortável lá, até mesmo tomou banho no apartamento. É claro, estava no contrato que deveriam ser proporcionadas tais vantagens — como banho e comida, quando necessário — ao assistente, mas já era um avanço.

 — Vamos.

Os dois foram até o elevador chique, onde Taehyung passou a clicar incessantemente nos botões de subir e descer. Ele aparentava estar nervoso, e Jungkook já esperava isso dele, sabe-se lá o porquê. Talvez porque aquela mulher tenha lhe avisado mais cedo, ou talvez porque fazia tanto tempo que o escritor não ia a um evento quanto não publicava um livro. Ao menos foi isso que Jimin lhe disse quando ele foi na editora naquela tarde.

Olhou o relógio de pulso: 19h47. Não demoraria muito para chegar ao destino desejado, pois igual ao apartamento do escritor e a loja da Gucci, o evento se localizava no bairro de Gangnam. O elevador finalmente parou no andar deles e, por sorte, estava vazio. Entraram, e Jungkook começou a ficar nervoso. Não queria ir ao tal evento. Não conhecia nada sobre o mundo dos famosos — fossem cantores, modelos, atores, ou simples escritores —, era sua primeira vez em um local tão "chique". Não sabia se portar, muito menos o que deveria fazer.

Será que o Kim pediria que ele puxasse sua cadeira, ou segurasse suas coisas? Torcia para que não fizesse tal humilhação. Ele era um empregado, é claro, mas isso já seria audácia demais. O escritor podia ser audacioso o quanto quisesse, desde que isso não fosse na frente das outras pessoas. Jungkook, apesar de ser um homem deveras sedutor, era um pouco tímido, e não queria sentir vergonha durante seu horário de trabalho.

Queria simplesmente fazer seu serviço em paz e pagar o que devia a Jimin.

Não era um grande objetivo, era?

Às vezes, em momentos completamente aleatórios, Jungkook se pegava pensando no que desejava do futuro. Sempre desejou se mudar para Seoul, e agora que havia feito, o que mais iria querer? Um emprego bom? Uma namorada? É, deixaria para pensar nisso depois.

Sempre deixava tudo para depois.

Chegaram até o térreo, e lá estava o táxi esperando por eles na entrada do prédio luxuoso. Jungkook abriu a porta do mesmo para o Kim, e não viu que este sorriu minimamente para o ato. Ouviu um murmúrio baixo dizendo "obrigado", mas ignorou por não ter certeza se havia ouvido direito.

Já dentro do carro, sentiu seu celular vibrar no bolso — apenas vibrar, pois sabia que o escritor não gostava do som das notificações, então passou a deixar o celular no silencioso —, e o tirou do mesmo, vendo ali algumas mensagens novas de seu amigo.

 

Gyeomie: Jungkook-hyung!!

JKook: Não me chame de hyung, temos a mesma idade. ㅋㅋㅋ

Gyeomie: Eu sei que você não gosta, por isso eu chamo. :3

 

Jungkook riu do emote enviado pelo amigo. Yugyeom era malvado, mas de um jeito fofo. Taehyung observava de canto o mais novo digitando rapidamente no celular, e este simplesmente não percebeu os olhos curiosos em si.

 

JKook: O que você quer, peste?

Gyeomie: Você está livre hoje? Quer sair comigo?

 

Taehyung agora conseguia ler atentamente as mensagens, e Jungkook continuava muito entretido no celular para percebê-lo.

 

JKook: Eu estou no trabalho, não sei que horas vou voltar.

Gyeomie: Se voltar cedo e quiser sair, me avise, hyung <3

JKook: Tudo bem <3

 

Desligou a tela do celular, e quase levou um susto ao perceber que o chefe estava quase grudado em si. Ia perguntar o que ele estava fazendo, mas ele se afastou depressa, fingindo que não havia acontecido nada.

"Que cara estranho", pensou Jungkook.

— Por que está tão alegre? Marcou um encontro? — perguntou o escritor, como quem não quer nada.

O assistente estranhou o ato, mas não quis ser rude como ele era consigo.

— Estava apenas conversando com um amigo.

Por um momento, Taehyung se perguntou se Jungkook era gay. Haviam possibilidades, não? Afinal, o garoto disse gostar de romances como os escritos por ele. Não que isso automaticamente o tornasse gay, mas, ele podia ser, não podia?

Depois de alguns minutos andando pelo engarrafamento de Seoul, a dupla chegou ao evento. Assim que saíram do táxi, já puderam ver os flashes das câmeras em sua direção. Taehyung, acostumado com aquilo, apenas sorriu e acenou para os fotógrafos e fãs que estavam na entrada do lugar. Já Jungkook, completamente desorientado, apenas colocou a mão no rosto e tentou seguir o mais velho.

— Você nunca veio a um evento desses, veio? — perguntou o escritor, recebendo em resposta apenas um não com a cabeça. — Apenas sorria, tudo bem? Seja simpático. Se falarem com você, responda; se não falarem, não fale nada. O mesmo serve para cumprimentos ou abraços, o que é mais raro acontecer. — Ele explicava, e Jungkook prestava bastante atenção para não passar vergonha mais tarde.

Não sabia se o Kim estava sendo legal consigo apenas por estarem em um local público e ele querer evitar constrangimentos, ou se ele realmente havia mudado de uma hora para a outra, mas quis aproveitar esse lado que o escritor estava mostrando para si. Após cumprimentarem alguns conhecidos do Kim, e total desconhecidos do Jeon, os dois se sentaram na mesa que era reservada para eles. Na verdade, para eles e mais um casal. E, assim como as outras pessoas da festa, Jungkook também não os conhecia.

— Está sendo uma belíssima noite, não é, Kim? — perguntou o homem, sentando-se na cadeira ao lado da mulher que o acompanhava.

— Está sim, Bogum — respondeu com um tom desprezível. — Irene. — Cumprimentou a mulher com a cabeça, essa que apenas sorriu pequeno.

O clima ficou tenso, e Jungkook percebeu, mas não sabia ao certo o porquê. Entendeu rapidamente que Taehyung não gostava de Bogum, e este também não parecia ir muito com a cara do escritor. A mulher, assim como o assistente, parecia estar alheia ao desentendimento dos dois.

— Li que vai publicar um romance novo esse ano — disse Bogum, enquanto sorria sacana. — É verdade?

— Sim — respondeu o escritor.

Jungkook estava reconhecendo aos poucos o tal Bogum, mas não sabia ao certo de onde. Queria procurar na Internet, mas isso seria falta de educação da sua parte enquanto estivesse na mesa, e não sentia que seria bom deixar Taehyung sozinho para ir ao banheiro. Contentou-se aceitando que ele deveria ser alguém da TV, ou algo do tipo.

— Vai seguir o mesmo rumo dos outros que você já publicou?

— Como assim? — Taehyung estava confuso, e ao perguntar, Bogum abriu um sorriso maior do que já tinha.

Ele parecia querer ver o circo pegar fogo.

— Vai publicar mais algum romance inspirado em um relacionamento seu que falhou? Ou vai me deixar de fora dessa vez?

Taehyung engoliu seco, e Jungkook estava mais perdido que cego em tiroteio. Do que aquele homem estava falando? Relacionamento falho? E o que ele tinha a ver com os relacionamentos de Taehyung?

— Vou ao banheiro, com licença — disse o escritor, abandonando a mesa com pressa.

Ele estava claramente abalado, então o mais novo o seguiu, pedindo várias vezes para que esperasse por ele, mas foi ignorado. Adentrou o banheiro, este que tinha suas paredes claras e cerca de quatro cabines, além de alguns mictórios ao fundo. Apesar de grande, só haviam os dois ali dentro.

— Por que me seguiu? — Taehyung perguntou, apoiando uma mão na parede e usando a outra para massagear as têmporas, claramente procurando se acalmar.

— Eu fiquei preocupad- — O mais novo respondeu, mas foi interrompido.

Kim e aquele seu maldito costume de interromper as pessoas!

— Preocupado com o quê? Com o que aquele merdinha disse?

— Eu não entendi o que ele disse, fiquei preocupado porque você parecia estar... sei lá... — Desviou o olhar do mais velho.

Taehyung caminhou até uma das pias, molhando o rosto com água em abundância, sem ligar se sua maquiagem iria sair ou borrar. Secou seu rosto com uma toalha que havia ali, e passou a olhar para o mais novo.

— Estar como, Jungkook?

— Eu não sei, e-eu...

— Fale. Como eu parecia estar?

Jungkook queria dizer que ele parecia frágil; abalado. Mas, olhando para ele naquele momento em que o mesmo o confrontava, ele apagava toda aquela memória e apenas dava vida a um Taehyung forte, ousado e inabalável. O mais novo não teria coragem de usar aqueles adjetivos fracos para alguém como ele, ao menos não naquela ocasião.

Permaneceu quieto, e então o escritor insistiu. Aproximou-se dele, que deu dois passos para trás, batendo as costas na parede de azulejos brancos.

— Fale.

— Você parecia estar... — Não queria falar, mas tinha medo de que o mais velho o agredisse ali mesmo. Ele parecia estar bravo, sabe-se lá se era consigo ou com o homem que havia o provocado naquela mesa há alguns minutos atrás. — Meio... Receoso?

— Receoso está você em me responder. Tem medo de mim? — Deu mais um passo à frente, e Jungkook não tinha como ir mais para trás, então os dois estavam mais próximos do que jamais estiveram.

— Não, é que... — Formou-se um bolo em sua garganta, mas Jungkook não queria ser daquele jeito. Não queria ser aquela criança boba que não aguenta provocações. Levantou a cabeça, colocou suas mãos no peitoral do loiro e o e empurrou levemente, conseguindo fazê-lo dar um passo cego para trás. Não conquistou sucesso total, mas já havia adquirido um pouco de distância. — Você parecia abalado. — Soltou de uma única vez.

Não era algo tão ruim, o escritor não devia se importar tanto com aquilo.

— Ah, então eu parecia abalado. — Riu nasalado, e sorriu de canto.

Empurrou o assistente de encontro a parede novamente, esse que reclamou baixinho ao chocar suas costas contra a mesma. Jungkook estava assustado, não conseguia compreender os atos do homem a sua frente. O loiro aproximou seu nariz do pescoço do mais novo, esse que permanecia paralisado, e inspirou o perfume do mesmo. Em seguida, expirou o ar quente ali, eriçando os pelos ralos da nuca do moreno.

Eu pareço abalado para você?


Notas Finais


Espero que tenham gostado <3
Me avise se viu algum erro, plsss
Caso queira me enviar uma pergunta ou algum recadinho: https://curiouscat.me/sealott


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