Pisquei devagar enquanto olhava para meu filho que estava sentado ao meu lado, e ele me olhava como se eu fosse seu bem mais precioso, a pessoa mais importante para ele... Mesmo sendo totalmente ao contrário, e então ele repetiu aquelas simples palavras que fizeram meu coração saltar e ficar acelerado, estava a beira de um colapso.
- Papai! - Chenle me diz enquanto puxa minha manga como se quisesse chamar mesmo a minha atenção.
- Renjunie! Ele falou! Ele chamou você de papai! - Jeno diz para mim enquanto sorri fazendo seus olhos virarem dois risquinhos.
Foi então que me permiti chorar, estava tão feliz, tão aliviado de finalmente ter sido chamado de papai que não aguentei a emoção que dominava meu ser e chorei, confesso que chorei de soluçar.
- Meu amor! - Digo enquanto pego Chenle no colo lhe enchendo de beijos, principalmente nas bochechas gordinhas - Quem eu sou? - Pergunto enquanto deixo as lágrimas escorrerem.
- Papai - Lele diz e me dá uma bitoquinha'.
- Ah! - Jeno solta enquanto limpa as lágrimas, ele é um bobão emocionado... Talvez seja por isso que gosto tanto dele.
- Eu te amo muito muito - Digo enquanto olho para o rosto pequeno a centímetros do meu - Vou tatuar o dia de hoje na minha testa - Digo enquanto sorrio.
Chenle deita a cabeça em meu ombro e instantaneamente sua mãozinha direita vai direto a meus cabelos enquanto mexe neles.
- Poxa isso foi tão lindo - Jeno resmunga e vejo limpar as lágrimas que ainda sim escorriam de seu rosto.
Dou risada e me arrumo na cadeira com meu pequeno príncipe ainda em meus braços.
- Acho que vou perder meu cargo de papai agora - Jeno diz e sua voz soa engraçada.
- Acho que não - Digo sincero - Mas foi assim que me senti quando ele chamou você de papai.
O vejo corar rapidamente e se engasgar, sinto que falei algo errado. Mas não vou me culpar por isso, assim como não posso culpar mais ninguém além de mim mesmo por Chenle o ter chamado de papai antes de mim.
- Não precisa pedir desculpas - Digo e sorrio para ele tentando lhe fazer entender que estava tudo bem - Águas passadas.
- Certeza? - Ele pergunta de maneira incerta e eu aceno com a cabeça, mesmo que toda a noite eu fique remoendo aquele dia - A propósito, eu só vou ajudar você com a louça e já vou indo. Tenho algumas coisas da faculdade para terminar.
Ele diz e se levanta da mesa começando a recolher os pratos e xícaras que usamos.
- Pode deixar essas coisas aí - Falo enquanto desço Chenle de meu colo e o coloco no chão - Já fiz você ficar muito tempo a mais.
- Tá tudo bem, eu gosto daqui - Jeno fala como se aquilo não fosse nada, mas, para mim foi.
- Ah - Digo sentindo minhas bochechas esquentarem - Mas mesmo assim Neno, eu insisto - Argumento e o mesmo trava ficando tão vermelho quanto eu a segundos atrás, estamos parecendo dois adolescentes.
Antes que ele possa falar qualquer alternativa que considere válida, a campainha toca nos interrompendo, franzo as sombrancelhas, não estou esperando ninguém a essa hora, Donghyuck só entra direto, assim como meus pais e irmão.
Chenle que estava sentado no chão brincando com sua pelúcia de girafa que provavelmente estava jogada em algum canto, meu bebê parou o que estava fazendo e em passos pequenos e até que de forma bem ágil caminhou até a sala, curioso da maneira que é.
- Você não vai ir atender? - Jeno me perguntou após eu ficar parado por mais uns dois minutos e a campainha ter soado novamente.
- Eu tava' pensando em quem podia ser, não tô' esperando ninguém - Respondi e dei de ombros caminhando em direção a sala.
Caminho até a sala e vejo Chenle de pé de frente para porta tentando de todas as maneiras possíveis alcançar a maçaneta.
- Acho que você ainda não alcança aí bebê - Falo e sorrio lhe pegando no colo - Vamos ver quem é?.
Lele concorda com a cabeça e encara atentamente a porta a nossa frente como se quisesse me dizer para abrir logo o que nos impedia de ver quem estava do outro lado.
- Olá! - Senhor Kim diz assim que me vê e então eu sorrio.
- Meu Deus, eu havia esquecido que vocês vinham esse final de semana - Respondo olhando para meus ex sogros e então saio da frente deles para que pudessem entrar em minha casa - Jeno! Esses são senhora e senhor Kim, os pais da Eunbi, pessoal, esse é Jeno o meu amigo e baba do Lele - Apresento eles rapidamente e então senhora Kim sorri para o convidado.
- Kim Jongin - Senhor Kim sorri para Jeno e aperta a mão do mesmo - E não precisa me chamar de senhor Kim, Renjun que é formal demais.
- Vou ter que concordar - Jeno ri e então aperta a mão da senhora Kim.
- Kim Jennie - Minha ex sogra sorri, meiga como sempre foi - Agora, me de aqui meu neto por favor, eu estava com tantas saudades - A coreana diz enquanto abre os braços para Chenle.
Meu filho rapidamente estica os bracinhos para a avó e começa a gargalhar assim que ela começa a "sessão de beijinhos da vovó" isso com toda certeza vai durar longos três minutos.
- Ah, Renjunie como estão as coisas? - Senhor Kim me pergunta após ficar em frente a porta me impossibilitando de fechar a mesma.
- Está tudo bem, o Lele começou a falar! - Exclamei emocionado - Jeno está cursando pedagogia e está ensinando ele - Comento e vejo Jeno ficar tão vermelho quanto um tomate. Fofo.
- Então nós temos um futuro professor aqui? - Senhor Kim pergunta após ter tirado um tempinho para Chenle respirar, coitado do meu menininho, já estava com o rosto todo marcado de batom rosa.
- Se depender de mim, sim - Jeno responde educado e encanta a minha sogra.
- Queria ter cursado pedagogia quando mais nova - A mesma diz.
Acabo ignorando os dois e olho para meu senhor Kim que já estava me encarando, as vezes ele me assustava.
- Senhor Kim, eu preciso fechar a porta - Digo e cruzo as sombrancelhas, que homem doido.
- É que... Bem, você sabe como são as coisas né? - Ele me pergunta e eu nego com a cabeça, não estou gostando do rumo dessa enrolação.
Ele suspira e sai da frente da porta, e então eu vejo o porquê daquela atitude, sinto meu coração pesar e o ar parece que começou a faltar, lá estava ela, Kim Eunbi, na minha frente.
- Eu disse que viria quando estivesse pronta não é? - Ela pergunta tímida, e me olha, olho no olho - Eu posso ver ele?.
- E-eu - Porra! Por que eu tô gaguejando - Claro - Sorrio forçadamente, Deus me perdoe mas eu não queria que ela estivesse aqui, não agora, nem hoje.
- Oi Chenle - A jovem mulher se agacha em frente a sua mãe que estava sentada no sofá com meu filho nos braços - Sou Eunbi, sua mamãe - Ela sorri, e pela primeira vez desde que a conheço, eu odiei esse sorriso dela.
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