Meus dias de folga acabaram. Finalmente voltaria para o colégio, estava tão ansiosa para enfrentar o julgamento maldoso de 1000 pessoas, mal podia esperar.
Fui para o colégio, mas não deu tempo nem de colocar os pés dentro do pátio. Fui logo sendo puxada para fora, e levada para um canto.
- Para! O que está fazendo? – Gritei.
- Cala a boca idiota! – Cochichou Jongin – Não está vendo que sou eu?
- Babaca! Isso é jeito de abordar alguém? – Falei irritada.
- Preciso falar com você, é sob- - Dizia Jongin quando o cortei.
- Se for sobre os rumores, já estou sabendo de tudo, e isso não me assusta nem um pouco.
-Como ia dizendo... É sobre os rumores, tenho um plano bem clichê para limpar sua reputação – Sorriu.
- Tenho até medo de perguntar que plano é esse – Falei fingindo que estava assustada.
- Não tenha medo minha querida – Disse ele confiante. Ele acariciou meu rosto com a mão direita.
- Fala de uma vez!
-Você já deve ter visto em vários filmes, uma garota má que atormenta a vida da mocinha, as vezes essa garota má até inventa rumores ou tenta humilhar publicamente a mocinha, tudo isso para acabar com a imagem da boazinha. Ai é que está o ponto...
- Tá mas... O que isso tem a ver? – Falei confusa.
- Você deveria fechar a boca e ouvir mais. Não terminei ainda – Disse Jongin. Eu revirei os olhos. –Só estava dando um contexto, tá? Enfim, o que realmente quero dizer é que, vamos usar a Mina contra ela mesma, quer dizer, as palavras dela.
- Então você quer fazer com que ela confesse? Sem chances. – Falei desacreditada.
- Você é pessimista de mais. Por isso tive a ideia de usar a sala de audiovisual, tá entendendo aonde quero chegar? – Disse ele como se fosse o Einstein.
- Ah, sim! Você quer que ela confesse no microfone pra toda escola ouvir, mas a inteligência rara ai não percebeu uma coisa, como vamos fazer ela falar? Ela é uma burra cabeça de vento, mas nem tanto.
- É ai que a gente entra nessa história. Se você chamar ela pra ir lá, a Mina vai sacar na hora o que a gente pretende. Se eu chamar ela, também não vai dar certo, apesar do amor cego que ela nutre por mim, eu acabei jogando umas verdades na cara dela, então é bem provável que ela não acredite em mim, mas, se nós dois fossemos nos encontrar lá na sala, e por um infortúnio da vida, ela acidentalmente acabe sabendo disso, ela provavelmente iria até lá por vontade própria – Sorrio maldoso.
- Claro! A pessoa que ela mais odeia, e a que mais ama juntos, isso é demais pra aquela cabecinha oca suportar – Ri – Esse é um plano que só nós dois podemos executar mesmo.
- Exatamente! Quando estivermos lá é só improvisar – Sorriu – Cola em mim que é sucesso.
- Até parece – Ri – Quando vai ser?
- Tem que ser hoje. Você vai saber a hora certa de agir – Disse Jongin – Então aja normalmente como se não soubesse de nada, tipo, sobre os rumores e afins. Resumindo faça do colégio seu palco de teatro particular. O verdadeiro Show nem começou ainda.
Nós deixamos nossa briguinha de lado e nos unimos por um bem maior. Cada um foi para seu canto. Na entrada do colégio, todo mundo me olhava, uns riam, outros viravam a cara, e um outro tanto me olhava com reprovação, cochichando maldosos. Respirei fundo. Fiz a egípcia, assim como Jongin me falou. Fingi que nada estava acontecendo. Nas escadas, como de costume encontrei a Yoongina. Ela estava diferente, seu cabelo estava preso, fato que nunca ocorreu antes.
- Oi – Falei animada.
- Que animação, a essa hora da manhã? Pode falar.
- Nada! Só estou agindo normalmente.
- Tá.
- Qual é a do rabo de cavalo?
- Quis mudar um pouco, cansei da minha cara.
- Ficou bonita assim, dá pra ver melhor seu rosto.
- Valeu! E você? Tá me escondendo alguma coisa – Disse ela me olhando desconfiada.
- Você saberá logo, logo – Sorri.
- Boa coisa não deve ser. Adoro! – Sorriu de leve.
- Hey! O que você fez ontem? Tipo, Por que saiu tão apressada lá de casa?
- Estava demorando. É complicado, tem algumas coisas que você ainda não sabe sobre mim. Eu vou te contar porque confio em você, mas não agora, tudo a seu tempo – Disse Yoongina séria. O sinal tocou.
- Eu espero.
O restante da manhã foi perturbador. Tive que ser forte e aguentar firme. Entre uma aula e outra, sempre vinha alguma garota fofoqueira me questionar sobre o ocorrido, até os garotos pervertidos e machistas tive que engolir, tudo pelo bem do plano. A manhã estava chegando ao fim, e nada do Jongin, estava quase perdendo as esperanças – Observação, ele não apareceu na aula – Os meninos me consolavam e diziam que tudo ia ficar bem, eu acreditava. O sinal tocou e pela porta eu vi o vulto do Jongin, deveria ser isso, essa é a hora, eu arrumei meu material, mal me despedi dos meninos e sai correndo atrás de Jongin. Ele parecia que estava se escondendo, deveria ser parte do “Faça do colégio o seu palco de teatro”, Não sei dá onde esse idiota tirou isso- Ri – O segui até a sala de audiovisual. Ele entrou e logo em seguida eu.
- Você fica aqui – Disse ele me puxando para perto de uma mesa – Senta bem na frente do transmissor – Fiz o que ele mandou – Agora, preste atenção, eu vou ficar na sua frente, vou fingir que estou beijando você. Sem chilique, eu disse FINGIR, é só pra Mina pensar que está acontecendo alguma coisa, Daí é o improviso, temos que fazer ela se irritar com a gente, isso através do ciúme e ódio, entendeu? no momento certo, quero que você aperte esse botão, ele irá ligar o microfone e transmitir pra toda escola, mas seja discreta se não ela vai perceber, certo?
- Deixar a Mina com ódio é minha especialidade, e você quer ciúmes? Então ciúmes vai ter – Ri – Serei muito discreta prometo. O que você fez nesse tempo? – Falei sussurrando.
- Fiz umas armações aqui e ali.
- Que tipo de armação? – Perguntei curiosa.
- Riu – Eu deveria ganhar o Oscar, só digo isso.
- Escutou? Ela está vindo.
Eu coloquei uma das mãos para trás perto do botão, e a outra coloquei em volta do pescoço de Jongin. E ele pôs as mãos em minha cintura e inclinou a cabeça. Seu rosto estava bem perto do meu. Se não fosse esse plano eu já estaria mortinha. Ele estava olhando em meus olhos, e eu estava com muita vergonha, a atriz de hollywood que me possuía estava indo embora e deixando uma garotinha assustada no lugar. De repente nossos lábios já estavam grudados, e meu corpo estava fervendo, e sem vontade nenhuma de parar, mas tivemos que parar já que a porta da sala foi aberta bruscamente, me fazendo levar um baita susto.
- SABIA! – Gritou Mina. – Sua vaca! Você pensa que é quem pra roubar meu Jongin?
- A namorada dele talvez? – Respondi me controlando pra não rir.
- Você... Você... Não pode estar falando sério – Falou ela de boca aberta.
- O que faz aqui? – Perguntou Jongin.
- Vim ver com meus próprios olhos se era verdade – Disse Mina com os olhos cheios de água.
- Coitada de você, estou com dó agora – Disse. E realmente estava.
- Sua piranha! Oferecida! Eu sou muito mais bonita que você! Você enfeitiçou ele! – Começou a gritar. – Não só ele mas todos os garotos do colégio.
- Não é culpa minha se todos gostam mais de mim. – Disse a provocando. Aproveitei e liguei o transmissor. - Mina, só lamento por você ser essa pessoa horrível.
- Horrível? Eu? Não se olha no espelho?
- Horrível sim, você inventou um monte de mentiras sobre mim, você é a verdadeira cachorra aqui.
- Que mentiras? Só disse a verdade, ou você não seduziu os garotos e o meu querido Jongin? Para de se fingir de santa______. – Falou ela como se estivesse com nojo.
- Você sabe que não é verdade, você só está com inveja de mim, eu nunca fiz nada de mal pra você, eu nunca fiz nada! Porque você me odeia tanto?
- Eu te odeio porque o Jongin gosta de você, eu te odeio porque é você quem tem o amor dele, isso só me faz ter cada vez mais ódio de você.
- Eu nunca te dei esperanças Mina, eu sempre fui honesto, sempre disse que não ia rolar nada entre a gente, você é muito obsessiva, isso assusta. Tem tanto garoto que aposto que morreria só pra ter sua atenção, porque você fica perturbando a ______ e inventando mentiras?
- Eu Invento e vou inventar muito mas mentiras pra acabar com essa vadia! Ela não merece você. O que eu fiz foi pouco perto do que eu poderia fazer agora. Primeiro foi a sua reputação, agora vou destruir você inteira, de uma vez por todas!
- Então você confessa na minha cara que foi você que espalhou todos aqueles falsos rumores? – Disse fingindo espanto.
- Confesso, você merecia que eu espalhasse muito mais coisas podres sobre você. – Comecei a rir. – Por que está rindo?
- Agora todo o colégio sabe quem você é. – Disse desligando o transmissor.
- Você é muito boa – Disse Jongin batendo na minha mão, tipo um Hi Five.
- Nós somos – Sorri vitoriosa.
- NÃO! NÃO! O QUE VOCÊS FIZERAM? – Disse Mina desesperada.
- O que eu deveria ter feito a muito tempo. – Falei.
Mina saiu correndo descontroladamente, mas foi surpreendida por uma onda de alunos a vaiando enquanto ela corria. Ela não vai me incomodar tão cedo – Ri – E nem aparecer tão cedo assim. Eu e Jongin nos olhamos em silêncio por um tempinho, sorrimos.
- Quer dizer que você é minha namorada?
- Quer dizer que o beijo era de verdade?
- Empate – Sorriu Jongin. – Vamos!
Quando saímos, o lado de fora da sala estava cheia de alunos, eles começaram a bater palmas e assoviar – Meu Deus que vergonha – Depois disso dei tchau pro Jongin e fui correndo sozinha para casa – O que foi isso?
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