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História O beijo da meia-noite (camren G!P) - Capítulo XXIX


Escrita por: themoniajaguars

Notas do Autor


Oi gente to de volta, para a alegria de vocês 👀
Amadas(o) quase que esse cap não sai hoje porque esqueci minha senha e apaguei sem querer cap ja todo revisado jkkkk
Detalhe, esqueci de avisar mas a estória já está nos últimos capítulos.
Boa leitura!

Capítulo 31 - Capítulo XXIX


Lauren acreditava que sabia o que era a Sede. Acreditava que conhecia a fúria e o desespero – assim como o desejo; mas todas as míseras emoções que já tinha sentido em toda sua eterna vida se desfizeram como pó quando viu os desafiadores olhos castanhos de Camila.

Tinha os sentidos embriagados, afogados no doce aroma de jasmim do sangue dela, cuja fonte tão perigosamente se encontrava perto de sua boca. Vermelho brilhante, denso como o mel, o filete escarlate emanava do pequeno corte que ela tinha se infligido.

– Eu te amo, Lauren. – Sua voz suave atravessou-lhe os batimentos do coração e o desejo imperioso que a consumia nesse instante. – Com ou sem um vínculo de sangue para nos unir, eu te amo.

Lauren não conseguia falar, nem sequer sabia o que poderia ter dito se sua garganta ressecada fosse capaz de formar palavras. Com um grunhido selvagem, empurrou-a para longe, fraca demais para continuar perto de Camila quando toda a escuridão dentro dela a impelia a tomá-la para si de um jeito irrevogável e final.

Camila caiu de costas na cama, e o roupão mal-amarrado quase não cobria sua nudez. Gotas brilhantes maculavam o tecido branco da manga e da lapela. Tinha outra mancha vermelha sobre a coxa nua; o vívido escarlate contrastava com o tom da sua pele.

Deus, como desejava levar os lábios até aquela macia ferida na carne e por todo seu corpo. E somente por ele.

– Não.

A ordem lhe saiu da boca tão seca como cinzas. Sentia o estômago se contrair de dor, retorcido e cheio de nós. Arrastava-a para o chão. Seus joelhos fraquejaram quando tentou se virar para afastar a tentadora visão de Camila, esparramada na cama e sangrando como um sacrifício ofertado a ela.

Deixou-se cair ao chão atapetada em um baque de ossos e músculos, lutando contra uma necessidade que jamais havia visto igual. Ela a estava matando. Esse desejo por ela… A inquietação em seu peito ao pensar em Camila com outra pessoa.

E, além disso, a Sede.

Nunca tinha sido tão intensa como quando Camila estava por perto; e, agora que seus pulmões se enchiam com o perfume de seu sangue, sua Sede era destruidora.

– Lauren…

Ela percebeu que Camila se levantava da cama. Seus pés se moviam suavemente no tapete e aos poucos apareciam em seu campo de visão, com as unhas esmaltadas de rosa como pequenas conchinhas lisas. Ela se ajoelhou ao seu lado. As mãos macias mergulharam em seu cabelo e logo lhe afagaram o maxilar, levantando-lhe a cabeça lentamente para encará-la.

– Beba de mim.

Lauren apertou os olhos com força, numa débil tentativa de negar o que ela pedia. Não teve forças para lutar contra os braços ternos e inexoráveis que a trouxeram para perto dela.

Podia sentir o cheiro do sangue em seu pulso; a esta proximidade, disparou-lhe por todo o corpo uma furiosa corrente de adrenalina. Sua boca salivava, as presas se esticaram ainda mais, rasgando as gengivas. Camila a provocou mais além: ergueu seu torso do chão e, com uma mão, afastou as longas mechas de cabelo, deixando à mostra seu pescoço para ela.

Lauren recuou, porém ela a segurava com firmeza. E a trouxe para mais perto.

– Beba, Lauren. Tome tudo que precisar.

Inclinou-se para frente, até que havia apenas o espaço de um sopro entre os lábios frouxos de Lauren e o delicado pulso que palpitava sob sua pele debaixo da orelha.

– Beba – sussurrou, trazendo-a para si.

Pressionou-lhe os lábios com força contra seu pescoço.

Segurou-a assim por uma angustiante eternidade. E continuou segurando, pois provavelmente faltava apenas uma fração de segundo para que mordesse a isca. Lauren não podia ter certeza. Tudo o que sentia era o toque quente da pele dela contra a língua, os batimentos de seu coração e a rapidez com que respirava. Só podia sentir o desejo que nutria por ela.

E não mais a renúncia.

Ela a desejava – por completo –, e a besta já estava longe para ter qualquer piedade agora.

Abriu a boca… E cravou as presas na dócil carne de sua garganta.

Camila soltou uma exclamação ao sentir a súbita penetração de seus dentes, mas não soltou Lauren, nem mesmo quando notou que ela tragava avidamente, pela primeira vez, o sangue de sua veia aberta.

O sangue jorrava na boca de Lauren, quente e doce, delicioso. Além de qualquer coisa que pudesse imaginar.

Depois de novecentos anos de vida, estava finalmente provando do paraíso.

Bebia com insistência, profundamente, e o desejo tomava conta dela enquanto o sangue de Camila lhe descia pela garganta, aplacando a Sede de cada músculo, ossos e células. Seu batimento pulsava acelerado, renovado, e bombeava o sangue pelos membros exaustos, curando suas feridas recentes.

Seu sexo tinha despertado com o primeiro gole; agora latejava com força entre as pernas. Exigindo ainda mais posse.

Camila lhe acariciava o cabelo, sujeitando-a próximo de si enquanto ela bebia dela. Gemia com cada brutal investida da boca de Lauren; sentia o corpo derreter, e seu aroma se escureceu, úmido de desejo.

– Lauren – ofegou, estremecendo-se. – Ah, Deus…

Com um grunhido sem palavras, ela a empurrou debaixo dela contra o chão. Bebeu ainda mais profundamente, perdendo-se no erótico calor do momento com um furioso desespero que a aterrorizava.

Minha, pensou, sentindo-se egoísta e completamente selvagem com a ideia.

Agora era tarde demais para parar.

Esse beijo tinha amaldiçoado as duas.

 

Embora a primeira dentada tivesse lhe causado certo choque, a pontada aguda de dor logo se dissipou em algo luxuriante e embriagador. O prazer lhe inundava o corpo de dentro para fora, como se cada longa chupada dos lábios de Lauren em seu pescoço enviasse uma corrente de calor de volta para ela, que alcançava seu âmago e lhe acariciava a alma.

Lauren a cobriu com seu próprio peso desnudo pelo roupão que se abriu quando a levou ao chão. Suas mãos rudes penetraram no cabelo de Camila, segurando sua cabeça inclinada enquanto bebia dela. Sem se importar com a dor que seus machucados poderiam causar nela, apertou seus seios nu contra os seios dela. Não tirou os lábios de seu pescoço nem por um segundo. Ela podia sentir a intensidade de seu desejo em cada forte chupada.

Mas também sentia a força de Lauren. Estava voltando, pouco a pouco, renovando-se graças a ela.

– Não pare – murmurou, com a fala lenta por causa do êxtase cada vez maior que crescia dentro dela a cada movimento dos lábios de Lauren. – Não vai me machucar, Lauren. Confio em você.

Os sons úmidos e suculentos de sua Sede eram a coisa mais erótica que já tinha escutado. Adorava sentir o calor de seus lábios contra a pele. Os arranhões nada gentis de suas presas enquanto ela chupava seu sangue com a boca eram uma sensação tanto perigosa como excitante.

Já estava próxima a um orgasmo destruidor quando sentiu o pênis de Lauren pressionando-lhe o sexo. Estava úmida e latejava de tesão. Ela a penetrou de uma vez, preenchendo-a completamente com um calor vulcânico e sólido. Detonando-a em um instante. Camila gritou enquanto ela lhe penetrava, ainda mais depressa, envolvendo-a com os braços como uma cela de prisão, apertando-a com vigor. Não se preocupava com o ritmo, investindo com uma força de puro e magnífico desejo.

E permaneceu grudada em seu pescoço, empurrando-a para uma deliciosa e suave escuridão.

Camila cerrou os olhos e se deixou flutuar em direção a uma formosa névoa negra.

De algum lugar ao longe, sentia Lauren se movimentando rapidamente em cima de seu corpo, com pressa; e logo seu corpo vibrou por inteiro com a força da ejaculação. Ela exclamou com um grito rouco e ficou completamente imóvel.

A deliciosa pressão no pescoço de Camila se aliviou de repente e então desapareceu, deixando um rastro gelado.

Camila levantou as pálpebras pesadas, ainda inundada com a embriagante sensação do membro de Lauren dentro dela. Lauren se equilibrava acima dela apoiada nos joelhos e olhava para baixo como se estivesse paralisada. Seus lábios estavam vermelhos e brilhantes, e o cabelo se revolvia selvagem. Os olhos ferozes lançavam faíscas de cor âmbar, reluzentes. A cor de sua pele parecia mais saudável, e o emaranhado de desenhos nos ombros e no torso refulgiam um profundo tom negro-escarlate.

– O que foi? – perguntou Camila, preocupada. – Está tudo bem?

Ela não falou por um longo instante.

– Meu Deus. – Rosnou com a voz trêmula, em um tom que Camila jamais tinha escutado. Seu peito pulsava agitado. – Pensei que estava… Achei que tivesse…

– Não – interrompeu ela, negando lentamente com a cabeça, com uma expressão de saciedade. – Não, Lauren. Estou bem.

Não conseguiu decifrar a expressão intensa no rosto de Lauren, mas ela também não lhe deu oportunidade. Recuou e saiu de cima dela. Seus olhos transformados mostravam um ar abatido.

Camila sentiu o corpo frio e vazio sem o calor dela. Sentou-se, esfregando-se para passar um repentino calafrio.

– Está bem – tranquilizou-a. – Está tudo bem.

– Não. – Lauren balançou a cabeça e se ergueu de pé. – Não. Isso foi um engano.

– Lauren…

– Jamais deveria ter deixado que isso acontecesse! – gritou.

Com um furioso rugido, foi até o pé da cama para pegar suas roupas. Vestiu as calças camufladas pretas e a camisa de náilon, apanhou as armas e as botas, e deixou o quarto em uma tempestade ardente de raiva.

 

Lauren mal podia respirar por causa da força com que o coração lhe pulsava no peito.

No instante em que sentiu Camila ficar imóvel debaixo de si enquanto bebia dela, um medo absoluto a atravessou por completo, destruindo-a de dentro para fora.

Enquanto ela lhe chupava o pescoço fervorosamente, Camila havia dito que confiava nela. Lauren tinha sentido a Sede de Sangue se acercando dela ao mesmo tempo em que o sangue de Camila fluía dentro dela. A voz dela havia acalmado um pouco sua dor. Camila agia com ternura e afeto, e seu toque, suas emoções descobertas e sua própria presença a mantiveram presa ao chão quando a parte animalesca dentro de si esteve a ponto de tomar as rédeas.

Ela confiava que Lauren não a faria nenhum mal, e essa confiança tinha lhe fortalecido.

Mas então sentiu que ela se afastava e teve medo… Deus, como teve medo naquele instante!

Esse medo ainda a apertava, um terror sombrio e gélido de que poderia tê-la machucado – poderia tê-la matado – se tivesse permitido que as coisas fossem mais além.

Porque, apesar de todas as vezes em que a afastara, apesar de sua recusa, pertencia a ela. Pertencia a Camila de corpo e alma, e não apenas pelo fato de que seu sangue o nutria naquele momento, curando suas feridas e fortalecendo seu corpo. Havia se unido a ela muito antes disso. Porém, a prova irrefutável tinha aparecido nesse lúgubre momento, alguns instantes atrás, em que tivera medo de que a tivesse perdido.

Lauren a amava.

Em seu âmago mais sombrio e solitário, amava Camila.

E a desejava em sua vida. De um modo egoísta e perigoso, não havia nada que desejasse mais do que tê-la ao seu lado pelo resto de seus dias.

Tal compreensão a fez cambalear no corredor ao lado do laboratório. Na verdade, quase a fez cair de joelhos.

– Opa, calma aí. – Willy se aproximou de Lauren quase sem avisar e a segurou sob os braços. – Caracas! Está com uma cara infernal.

Lauren não conseguia falar. As palavras estavam além dela.

Mas Willy não precisou de nenhuma explicação. Vislumbrou o rosto de Lauren e as presas alongadas, e suas narinas se encheram do aroma evidente de sexo e sangue. Soltou um suspiro baixo, e os olhos do guerreiro reluziram um brilho irônico e divertido.

– Só pode estar brincando… Uma Companheira de Raça, Lauren? – Ele riu, balançando a cabeça enquanto dava uns tapinhas no ombro de Lauren. – Droga. Antes você do que eu, irmã. Antes você do que eu.



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