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Era muito difícil ver Deidara daquele jeito, na verdade doía em seu peito saber que o loiro sentiria sua falta. Mas Tobi tinha um objetivo e não poderia ceder, era uma questão de orgulho, nunca falharia numa missão que lhe foi confiada. E passar a gostar do loiro não afetou nem um pouco sua dignidade como ninja.
Então, como esses seriam seus últimos momentos juntos, decidiu dizer algumas verdades sobre si, pra que o loiro não se esquecesse dele.
— Dei... meu nome é Obito. — pronunciou olhando nos olhos do menor.
— Obito? — Deidara entendia agora que realmente não conhece nem 10% sobre o outro.
— É, Obito... Uchiha Obito.
— Tobi eu... — o loiro hesitou um pouco. — Eu já sabia que você era um Uchiha.
— Já? Mas como? — o moreno arregalou um olhos desacreditado, até porque sempre se certificou pra que ninguém soubesse desse segredo. Apenas Pain e Zetsu sabiam da sua verdadeira identidade.
— Ontem à noite, você bebeu muito na festa e acho que não ficou só na bebida então tava muito, digamos assim, chapado.
Tobi, ou melhor, Obito continuou calado observando o loiro, enquanto o mesmo contava o acontecido.
— Aí a Konan vomitou em você lembra? E tive que te ajudar à tomar banho e você tirou a máscara, e pra minha surpresa, seu Sharingan tava ativado.
— Poxa, essa festa realmente não foi uma boa ideia. — o moreno passou a mão na nuca, olhando pro chão. — Eu não me lembrava disso.
— Então quer dizer que não se lembra do que fizemos depois do banho?! — o loiro já mostrava sua impaciência.
— Ah disso eu lembro! — Obito falou, puxando novamente Deidara pra perto de si, dando selinhos no mesmo enquanto ria da expressão fechada do outro, que cruzou os braços e virou o rosto, desviando dos beijos.
— O que mais você mentiu pra mim? Digo, pra todos? O Pain e a Konan sabem? Você é parente do Itachi? Tipo primos? Como se livrou do massacre do seu clã? Você va- — Deidara foi impedido de falar quando o moreno colocou um dedo em frente de seus lábios.
— Eu posso responder tudo isso, quando voltar, loirinho. — Obito sorriu, dessa vez sem vontade e sem mostrar os dentes. — Acho que já tá quase na hora de você ir, não?
— NÃO! Eu não vou, hum! — continuava com os braços cruzados em frente ao peito.
— Mas por que não? É a sua missão, e não pode deixar seu parceiro ir sozinho.
— Eu vou falar com a Konan e ela vai convencer o Pain a me deixar ir com você. Se é pra cumprir uma missão, que seja com você!
— Deidara, por favor... — o moreno respirou fundo, pensando em que poderia ter ido embora sem se despedir. Quer dizer, deixar uma mensagem no celular do loiro ou sei lá.
— Não é que eu goste de você, nem nada! Só quero sair em uma missão diferente, só isso. — à quem o loiro queria enganar com essa conversa?
— Então você não gosta mais de mim?
— Nunca gostei. Não se pode se apaixonar por alguém que você conhece há seis meses, hum!
— Claro que pode! Nunca ouviu falar de amor à primeira vista?
— Isso é coisa de adolescente Tobi! E eu sou um adulto, que sabe escolher muito bem por quem me apaixono, hum.
— Entendi. Que pena que você não gosta mais de mim, porque eu gostava de você. E nem perca seu tempo indo falar com a Konan, muito menos com o Pain. — o moreno falou, andando em direção a porta do quarto. — Até daqui à um ano senpai, ou talvez mais, ou talvez nunca.
O loiro apenas olhou pro outro de forma furiosa, talvez uma veia em sua testa tenha saltado e seu olho direito piscava como se ele tivesse um tique, mas decidiu não correr atrás de Obito agora, só daqui à pouco. Ele sabia que o moreno falaria com Pain, bom, ele acreditava nisso.
Mas talvez, quando descesse as escadas, não encontrasse seu desafeto favorito lá. Seria uma verdadeira explosão, de raiva principalmente.
Minutos depois...
— Para Deidara, para! Deixa de ser imbecil! Hum! — o loiro xingava a si mesmo enquanto dava uns últimos retoques no cabelo. — Ele é um Uchiha idiota e não merece seu respeito, muito menos seu carinho! INFERNOOO! CARALHO! PORRA! DESGRAÇADO FILHO DA P- — respirou fundo, olhando pro teto e contou até 100. — Espero que ele tenha ido embora já.
Enquanto descia as benditas escadas com sua pequena mochila, ouvia todos os membros falando ao mesmo tempo, pareciam papagaios.
— Olha ela aí! Tá atrasada, Elsa! — claro que era Hidan falando.
— Fica na sua, Roberto Justus! — o loiro não perdeu a oportunidade. — Ué, cadê o danna? — olhava ao seu redor, procurando o ruivo.
— Ele já foi, Deidara. — dessa vez foi Pain quem falou. — Tobi me contou tudo.
— Foi mesmo? — o loiro só não pulava de alegria porque não queria transparecer essa euforia pra ninguém.
— Sim, seu nome foi anunciado no livro Bingo e é claro que a Tsuchikage irá pagar centenas de cidadãos renegados pra virem à sua procura, por isso precisamos que você seja uma isca fácil numa emboscada, assim provaremos às outras nações que Iwakagure continua a pedir ajuda de ninjas por baixo dos panos, e você poderá matá-la como sempre quis, não é? — Konan fala mexendo em alguns papéis.
— Você devia agradecer o Tobi, isso foi ideia dele. — Zetsu fala sentado no sofá. — Vamos?
— Zetsu vai te acompanhar até à fronteira, vai ser uma longa viagem, então se preparem pra serem atacados à qualquer momento na estrada. — Pain falou se retirando do cômodo. — Aguardo vocês em até três dias, se não voltarem, serão dados como mortos.
— Você acha mesmo que esses dois pamonhas são páreos pra um exército de ninjas? — Kakuzu debochou escorado numa parede.
— Kakuzu tem razão! Eles morrerão antes de chegar nessa vila! — Hidan concordou acariciando seu colar de prata.
— Claro que voltaremos! Eu que não vou morrer pros ninjas da Pedra. — Zetsu falou revoltado.
Em meio à toda aquela conversa, Deidara tava mais perdido que cego em tiroteio. Não acreditava que Sasori e Obito lhe deixaram pra ir numa missão sozinho.
— Até que a sua foto que eles colocaram aqui ficou boa! Digo, sua franja fica cobrindo seu rosto todo praticamente, então acaba dificultando um pouco alguém te reconhecer. — Konan falou vendo a foto do loiro no site de procurados, que também tinha um livro físico, mas que nos tempos modernos de hoje não era muito usado.
— Essa foto foi tirada naquela loja de dangos do antigo centro! — Zetsu falou rindo. — Não sei como você e o Tobi não viram a pessoa tirando ela.
— Para de tagarelar no meu ouvido, já não bastava eu aguentar aquele idiota o dia inteiro! Só quero chegar logo e terminar essa missão, hum! — Deidara exclamou já do lado de fora da casa, acompanhado de Zetsu.
Até que era verdade o fato de Deidara querer matar Kurotsuchi, ela já havia o irritado muito na infância entre outras coisas, mas nunca pensou que voltaria pra Iwakagure tão cedo.
O que mais lhe irritava era o fato de Obito ter o deixado de verdade, mas ele irá superar, até porque foi um caso de poucos dias, sem importância, apenas sexo, e alguns beijos... e carícias... e olhares apaixonados... e... ele vai superar... ele precisa superar.
— Obito! Eu não quero te ver nunca mais! — o loiro gritava pisando fundo na grama.
Dentro de seu escritório, Pain tava em frente à sua janela, como sempre.
— Ele já foi? — perguntou pra mulher que dividia o cômodo com ele.
— Já foi sim. Eu sei que não vai concordar, mas achei essa decisão muito precipitada. Eu duvido que o Dei trairia a Akatsuki, quem o Tobi acha que é pra falar isso dele? — a azulada deixou escapar uma lágrima de seu olho.
— Acho que já tá na hora de você saber. Tobi não é apenas um idiota que atravessa as coisas, Konan. Ele é um ninja de elite. Pra mim foi uma honra recebê-lo, nossa organização precisava de pessoas com poderes extraordinários, e ele tem isso de sobra. Assim como nós, ele pretende destruir Konoha, sua terra natal, por isso sua missão é lá.
— Então por que Itachi e Kisame também foram pra lá?
— Itachi insistiu em ver seu irmão mais novo e é mais que óbvio que Kisame não o deixaria ir sozinho. Eles também não sabem da missão de Tobi em Konoha.
— Eu ainda não acredito que entregaremos o Dei pra Iwakagure, não sabemos o que eles vão fazer. Podem até matar ele!
— Isso já não é da nossa conta, Konan. A verdade é que não recrutamos traidores, e por mais que você goste dele, ele não merece nossa preocupação. Além do mais, seus poderes não farão falta.
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