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História O Boy que (não) é um Príncipe - Jimin - Lobo mau disfarçado de príncipe


Escrita por: armytazzi

Notas do Autor


➩ Créditos da capa e banner para: @IzThyung

Capítulo 1 - Lobo mau disfarçado de príncipe


Fanfic / Fanfiction O Boy que (não) é um Príncipe - Jimin - Lobo mau disfarçado de príncipe

Eu odeio quando o meu despertador faz aquele barulho irritantemente repetitivo. E odeio ainda mais quando esse som me faz acordar e lembrar que tenho que ir para escola. Ah... o final de semana passou tão rápido. A única coisa que fiz esses dois — curtos — dias foi: me deitar toda esparramada no sofá, pegar o controle da tevê e ficar maratonando filmes e séries. E me empanturrando de comida, claro.

Para algumas pessoas que curtem festas é uma boa sugestão para curtir o fim de semana. Mas eu detesto festas. Não curto lugares barulhentos e cheios de pessoas aglomeradas. Prefiro sair para um cinema, sorveteria, restaurante, esses tipos de lugares mais calmos, vamos se dizer assim. Ou então ficar na minha moradia lendo um bom livro ou mexendo no celular até os dedos pedirem socorro.

Me levantei da cama na força do ódio e desliguei o alarme que tocava sem parar. Fiquei alguns segundos sentada olhando para parede, até que finalmente resolvi me levantar, indo em direção ao toalete. Faço minhas higienes e tomei uma ducha para despertar. Já de banho tomado, me enrolo na toalha e saio do banheiro. Pego a minha farda escolar e um conjunto de peça íntima bege, e visto. Calço minhas meias brancas e em seguida um par de tênis All Star preto de cano alto.

Olhei brevemente o meu reflexo no espelho e vi que estava tudo certo, menos o meu cabelo que parece um ninho de passarinho. Peguei uma escova e começo a desembaraçar os fios, optando por deixar meus cabelos soltos. E por último passo um pouco de perfume. Pego minha mochila que deixei jogada no chão e confiro se todos os meus materiais estão ali. Tiro o meu carregador da tomada onde meu celular estava carregando, desconectando o carregador do aparelho e o guardando no bolso da mochila. Coloco-a em minhas costas, abri a porta do quarto e desço as escadas indo para a cozinha.

O café da manhã como sempre está uma delícia! Minha mãe, a Sr. Williams, é uma das melhores cozinheiras que já vi. Ela trabalha no Sweet Coffee, uma cafeteria bastante conhecida aqui no bairro e no resto da cidade, como cozinheira. Minha mãe me criou sozinha, nunca teve a ajuda do meu pai, pois o mesmo depois que eu nasci simplesmente sumiu do mapa e abandonou minha mãe e eu. Para ela não foi um problema me criar sozinha, apesar de algumas dificuldades no começo, ela conseguiu dar a volta por cima. Nunca deixou me faltar nada, e sempre foi uma ótima mãe para mim. Ela é mãe e pai ao mesmo tempo; minha melhor amiga, companheira de todas as horas.

Depois de comer, peço licença para me retirar da mesa e deposito um selar no topo da cabeça de minha mãe. Ela me desejou uma boa aula e acenou sorrindo abertamente para mim. Abri a porta da entrada, passei por ela e em seguida a fechei. E comecei a caminhar em direção ao ponto de ônibus.

O clima hoje está muito agradável. Um vento fresco assopra o meu rosto, e faz com que meus cabelos se movam. Os passarinhos cantando é uma das melodias que eu nunca me cansarei de apreciar. Praticamente todos os dias eu faço este mesmo trajeto para pegar o ônibus. Em alguns dias — quando acordo de mal humor — eu nem queria fazer esse percurso e nem ir para escola. Às vezes eu só queria ficar na cama dormindo até mais tarde. Não só eu, como outras pessoas também.

O terceiro colegial está sendo bastante exaustivo. São tantas preocupações e responsabilidades que só de lembrar faz minha cabeça doer. Se a vida de estudante já não é fácil, com toda certeza a vida adulta é muito mais complicada. E daqui a poucos meses, irei me formar e ingressar na vida adulta em breve.

Após pegar o ônibus, em poucos minutos o transporte parou em frente à escola, e eu desci. No portão, minha melhor amiga, Jeniffer, está me esperando. Nós somos amigas desde o oitavo ano do fundamental, e seguimos firme e forte com a nossa amizade até hoje. 

Jeniffer é uma garota muito bonita: olhos azuis e amendoados, cabelos loiros e cacheados, nariz um pouco arrebitado, lábios pequenos e finos, e uma pele bronzeada. Eu sei, minha amiga é linda!

Assim que o seu par de olhos azuis encontraram os meus, um sorriso brota em seus lábios. Ela corre animadamente em minha direção com os braços abertos e me abraça forte. Nos separamos do abraço, e ela me olha com aquela cara de ficou sabendo de alguma fofoca e está louca pra me contar. 

— Qual é a fofoca dessa vez? — digo, revirando os olhos, rindo.

— Tá rolando um boato entre todos os alunos, dizendo que o Jimin vai voltar a morar aqui em Coast City e estudar no nosso colégio.

— O QUÊ?! — arregalei meus olhos, surpresa.

Tenho total consciência que a minha reação foi muito exagerada. Mas eu ainda não estou acreditando que aquele idiota vai voltar a morar aqui em Coast City, e ainda por cima! Estudar na mesma escola que eu.

Eu moro aqui em Coast City desde pequena. Na verdade, eu nasci aqui, e continuo morando até hoje. É uma cidade pequena — deve ter por volta de uns noventa e três mil habitantes ou um pouco mais —, aconchegante, acolhedora e tranquila de se viver. Algumas pessoas que visitam elogiam bastante e recomendam para outras visitarem também, pois dizem que é um lugar tranquilo e que os habitantes recebem muito bem os visitantes. Para quem busca tranquilidade e segurança, aqui é uma boa opção para viver com sua família.

Park Jimin. Jimin e eu éramos vizinhos, a casa onde ele morava ficava ao lado da minha. Um dia eu fui andar de bicicleta na frente de casa e a minha mãe ficava no portão me observando. A Sra. Park, a mãe de Jimin, tinha acabado de chegar do supermercado, porque segurava duas sacolas em cada mão. E à sua esquerda estava Jimin, um menino fofo de cabelos castanhos escuros, olhos puxados e pequenos, e bochechas gordinhas, abraçado a um ursinho de pelúcia marrom. O garotinho me chamou tanta atenção que eu nem olhei para onde estava indo e, acabei me desequilibrando e caí da bicicleta.

O machucado que eu fiz no meu joelho doeu bastante e eu chorei alto, atraindo os olhos arregalados de preocupação da minha mãe, que veio correndo até onde eu estava para me ajudar. A Sra. Park ficou preocupada também, tanto que deixou as sacolas que antes carregava dentro de sua residência e ajudou a minha mãe a me levar para dentro da nossa casa. Enquanto minha mãe limpava o meu ferimento no joelho, a mulher ficou conversando comigo para tentar acabar com a minha choradeira.

Enquanto isso, Jimin direcionava o seu olhar para o meu machucado e logo depois para mim. Ele parecia triste por me ver chorando. 

— Não chola, amiguinha... eu sei que o seu machucado tá doendo muito, mas o Jimin não gosta de ver você cholando. Pega o Sr. Chocolate, ele vai te acalmar.   Park disse, e estendeu o ursinho de pelúcia marrom dele e eu meio receosa, peguei. Envolvi o Sr. Chocolate em um abraço, e na mesma hora me senti melhor e parei de chorar.

Depois desse dia, Jimin e eu nos aproximamos muito. Todos os dias nós brincávamos juntos, e aos poucos construímos uma amizade; éramos melhores amigos inseparáveis.

Na minha festa de aniversário de doze anos, ele não estava lá para comemorar comigo. Eu lembro-me que chorei muito no meu quarto depois da comemoração ter acabado. Era um dia importante para mim, e queria que Jimin estivesse ao meu lado para comemorar. Todavia... Ele não foi.

Dois dias após o meu aniversário, esbarrei com ele no corredor da escola e o questionei sobre não ter ido para a minha festa. Ele me disse que não pôde ir porque a garota que ele gostava, Yerin, o convidou para ir à um piquenique que ela faria com os amigos dela. E eu não o respondi de volta, apenas saí dali correndo e lacrimejando.

Ele tinha me prometido que iria para minha festa de aniversário. Mas não cumpriu com a sua palavra. Foi em piquenique que nem convidado pela própria Yerin havia sido, e sim pelo irmão mais velho dela.

Logo após isso, nos afastamos. Quando tínhamos quatorze anos, ele tentou uma aproximação novamente de mim, no entanto, acabou não dando muito certo, pois acabamos discutindo. E essa briga fez com que nossa distância se tornasse ainda maior.

No ano seguinte, fiquei sabendo através de minha mãe que Jimin e sua família retornaram para Busan, cidade na qual ele nasceu. Mamãe me disse que ele havia entregado o Sr. Chocolate para ela, pedindo para me entregar. Na mesma noite, eu chorei abraçada com o ursinho de pelúcia, e questionei-me o porquê da nossa amizade ter acabado daquela maneira...

— Isso deve ser mais uma das fofocas que a galera sem nada para fazer da vida inventou. — dei de ombros. — É melhor nós irmos para sala de aula antes que o sinal toque.

Ela assentiu, e fomos para sala.

Nós entramos na classe, e cada uma sentou em seu devido lugar. O professor de matemática chegou na sala, já pedindo para pegarmos nossos materiais que a aula iria começar.

Quando o sinal tocou indicando que a aula havia terminado, escutei alguns alunos sussurrando "até que fim!" e se levantando de seus lugares para beber água ou ir ao banheiro. E a grande maioria vai aproveitar para matar aula no pátio até o horário do intervalo.

Jeniffer e eu fomos até o bebedouro beber água. Perto dali tinha uma rodinha de garotas — que algumas são da minha turma —, e no centro parecia ter um garoto conversando com elas. As meninas pareciam muito empolgadas com a presença do cara ali, pois de vez enquanto gritavam eufóricas.

— Essas garotas são muito oferecidas. — Jeniffer comentou, fazendo uma cara de nojo. — Não podem ver um garoto bonito que já ficam dando em cima, eu hein!

Senti alguém de repente cutucar o meu ombro, fazendo-me dar um pulinho por conta do susto. Jeniffer olhava para trás de mim boquiaberta e estática. Virei meu corpo para ver o rosto da pessoa atrás de mim, e me arrependi. 

Ele está na minha frente.

Park Jimin.

Olá, Caroline. — sua voz calma e doce soou, me fazendo piscar várias vezes ainda não acreditando que ele está mesmo de volta. — Há quanto tempo!

Eu não consegui prestar atenção no que ele disse, só reparei em como ele está diferente. O seu cabelo que antes era um castanho escuro, agora está tingido de loiro. Ele está mais alto e com seu porte físico mais másculo. Jimin está trajado com a farda escolar, a blusa padrão branca e calça preta um pouco apertada em suas coxas. Seus braços estão musculosos e suas pernas torneadas. Ele deve ter treinado bastante para estar malhado desse jeito ou a puberdade o ajudou bastante.

As únicas coisas que não mudaram foram o seu olhar sereno e o sorriso angelical. Amava quando ele sorria de algo que eu dizia, aquilo me deixava tão extasiada que acabava me embolando com as palavras, arrancando ainda mais risadas dele. Outra coisa que me tirava o fôlego, era o seu olhar atento a cada palavra proferida da minha boca, ele ficava tão vidrado que nem piscava em certos momentos.

O tempo fez muito bem para Jimin. Ele continua lindo...

— Caroline? — ele colocou suas mãos nos meus ombros, me olhando preocupado. — Você está bem, princesa?

"Princesa", ele costumava me chamar assim quando ficava preocupado com a minha pessoa.

Por que ele está fazendo isso comigo? Depois de tantos anos afastados um do outro, ele aparece de repente e vêm falar comigo como se nada tivesse acontecido. Ele não me pediu desculpas por não ter ido na minha festa de aniversário de doze anos, e ao menos antes de ir embora para Busan sem se despedir de mim. Só fiquei sabendo que ele havia ido embora porque a minha mãe me contou.

Se ele acha que está tudo bem entre a gente, não está.

Tire a suas mãos de mim.

Pela primeira vez eu proferi algo para ele depois de vários minutos perdida em meus pensamentos. Direcionei um olhar ameaçador e furioso para ele, que me olhou assustado e ao mesmo tempo confuso, tirando suas mãos dos meus ombros rapidamente atendendo ao meu pedido.

— Eu não entendo... — disse, com a expressão confusa. — Por que está me tratando assim? Eu fiz algo?

"Eu fiz algo?", não estou acreditando que ele realmente falou isso... Eu não acredito!

— Se você fez algo?  — ri em puro sarcasmo. — Você está me perguntando isso mesmo, Jimin?

— Se estou perguntando, é porque eu realmente não sei. — disse, rude.

Eu detesto quando ele se faz de besta.

— Vou refrescar essa sua perda de memória repentina... — cruzei meus braços, olhando diretamente nos seus olhos. — Quando eu tinha doze anos, minha mãe falou que faria uma festa de aniversário para mim e que poderia convidar quem eu quisesse. E como na época nós éramos melhores amigos, eu te convidei. E você disse que não perderia esse dia tão importante por nada.

Faltava pouco para eu desabar em lágrimas ali mesmo, entretanto, não darei esse gostinho dele me ver chorando na sua frente. Jeniffer ainda está parada e sem dizer nada, com um de seus braços envolta do meu corpo — um quase abraço , prestando atenção em tudo o que eu dizia para Jimin. Pouco me importando se os outros alunos que passavam por ali via uma "discussão" entre mim e ele.

— E sabe o que o senhor fez? — ele abriu sua boca para responder, mas eu o cortei. — No dia da minha festa de aniversário, você não estava lá. Eu fiquei a festa inteira esperando por você que igual uma idiota, e nenhum sinal seu. Dois dias depois eu encontrei você nos corredores da escola e perguntei o motivo da sua ausência. E sabe o que você me respondeu?

Lágrimas, lágrimas e lágrimas. Eu tentei segurá-las, e falhei... 

Por que isso ainda me machuca tanto?

— ME DISSE QUE NÃO FOI PARA PORRA DO MEU ANIVERSÁRIO PORQUE A IDIOTA DA YERIN, QUE NEM SUA AMIGA ERA, TE CONVIDOU PARA UMA MERDA DE PIQUENIQUE QUE ELA FARIA COM OS BABACAS DOS AMIGOS DELA!

Toda raiva e angústia que me corroeu esses anos, eu finalmente coloquei tudo para fora. Talvez tenha me exaltado demais? Sim.

— Eu sabia que você gostava dela ou ainda gosta, sei lá! E se animou quando foi "convidado" por ela para aquele encontrinho entre amigos. Mas, Jimin, quem te convidou mesmo foi o irmão dela e não Yerin! — gritei. — Prometemos um para o outro que passaríamos por momentos importantes de nossas vidas juntos. Fizemos uma promessa!

Ele ouve tudo, quieto.

— E para piorar a situação, você foi embora e nem se despediu de mim! Eu pensei que nós fôssemos melhores amigos! Éramos mesmo, Jimin? — fechei meus olhos com força, balançando minha cabeça negativamente. 

"Eu pensei que tínhamos uma amizade verdadeira, contávamos tudo um para o outro. Não haveria segredos escondidos, sempre diríamos a verdade. Entretanto, somente eu fiz a minha parte; nunca escondi nada de você. Jimin, te considerava o irmão mais velho que eu nunca tive... E você dizia que eu era sua irmã mais nova, e que sempre cuidaria de mim. Eu acreditei em suas palavras: "eu prometo que nunca vou te magoar, princesa". Palavras prometidas, que não foram cumpridas."

Nós nunca fomos amigos de verdade.

Abri meus olhos lotados de lágrimas e olhei para ele. Jimin parecia uma estátua, me olhava com os olhos arregalados. Por um momento eu vi uma lágrima solitária escorregar por sua bochecha farta; ele sentiu o peso das minhas palavras.

— Muitos acham que Park Jimin é um príncipe de conto de fadas. Mas você não é.  sussurrei a última frase próximo ao ouvido dele: Você é um lobo mau disfarçado de príncipe, Jimin.

Eu corri para distante dali, esbarrando em algumas pessoas que olhavam-me com caras confusas ou furiosas. Escutei Jeniffer me chamar, porém eu não parei de correr para longe dele. Minhas lágrimas caem sem parar dos meus olhos, sinto o gosto salgado delas na minha boca. Não sei se esse gosto amargo que sinto são das lágrimas ou das palavras que saíram de meus lábios.

Ele não deveria ter voltado. Park Jimin não deveria me fazer reviver esses sentimentos que tinha abandonado nas profundezas do passado.


Notas Finais


O que vocês acharam desse capítulo? Podem dizer suas opiniões e fazer críticas construtivas à vontade. O seu comentário que me motiva a continuar escrevendo!

Obrigado por ler! ♡


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