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História O canalha perfeito - Capítulo VI - Camarim e uísque são uma péssima combinação


Escrita por: Bad-Lady

Notas do Autor


Sim, após tanto tempo retornei e.e
De forma resumida perdi meu pendrive que continha todas as minhas fics, então achei, depois mudei de quarto e perdi de novo. E AI ACHEI KKKKKKKKK

Enfim, boa leitura e peço perdão por qualquer erro. Meu tecado está uma procaria <3

Capítulo 6 - Capítulo VI - Camarim e uísque são uma péssima combinação


 

CAPÍTULO VI – CAMARIM E UISQUE SÃO UMA PESSIMA COMBINAÇÃO

 

Mas ela o viu no dia seguinte. Não exatamente ele, mas sua letra formidável em um envelope branco. Um envelope que acompanhava uma bela garrafa de uísque, amarrada com um lindo laço vermelho.

Sakura não sabia o que pensar. Homens, geralmente lhe mandavam flores, às vezes até alguns chocolates, mas era a primeira vez que recebia bebida. E também era a primeira vez que sorria e realmente gostava de um presente.

Colocou a garrafa em cima da mesa, tomando cuidado com ela. Teria que arrumar um espaço no seu quarto para guardar a mesma. Então voltou sua atenção ao papel.

 

Cara Senhorita Sakura Haruno,

Gostaria de convidá-la para ir ao teatro comigo essa noite. Reservei um camarim, uísque e alguns doces.

Passo para te pegar às sete

Sasuke Uchiha, Duque de Longton

 

Sakura franziu a testa, lendo e relendo o bilhete. Por mais que ele dissesse que a estava convidando, em nenhum momento pareceu oferecer espaço para recusar. Mais uma vez ela avaliou o bilhete em questão, procurando qualquer coisa que indicasse que poderia recusar.

Quando não encontrou, bufou irritada.

Pura arrogância esse duque.

Com os lábios fechados em uma linha reta, qual sua mãe reprovaria, Sakura pegou sua garrafa de uísque e seguiu em passos largos até o quarto, mantendo o bilhete preso entre os dedos, ainda tentando decidir o que pensava sobre o assunto.

Não gostava da ideia do Duque Uchiha simplesmente lhe informar que sairiam. Mas gostava da ideia de ficar mais um pouco em sua companhia.

Após colocar a garrafa ao lado de seus perfumes – teria que achar um local melhor para ela -, Sakura se sentou na cama, relendo novamente o bilhete. Gostava de teatro, e gostava ainda mais da ideia de poder beber uísque sem se esgueirar pelos cantos, mantendo-se escondida de todos.

Depois de refletir um pouco, concluiu que considerando que ainda havia três semanas para encerrar a temporada, o melhor era se manter perto do duque, só para garantir que nenhum outro homem teria a brilhante ideia de iniciar um cortejo. Ou pior, lhe pedir em casamento bem nos últimos dias.

Uma pequena parte de sua mente lhe acusou de estar arrumando uma desculpa, porém, Sakura a ignorou e afastou esses pensamentos. Pela primeira vez na temporada, ela mesma escolheu seu vestido: vinho por dentro, coberto por rendas brancas. Quando observou seu reflexo no grande espelho, sorriu, sentindo-se animada com a perspectiva do que a esperava.

 

 

 

 

 

 

A acompanhante da senhorita Haruno não parecia gostar muito de si, considerando que Sasuke já havia notado uns três olhares de desprezo. Não que isso o incomodasse. Sakura, por outro lado, parecia apreciar sua companhia, considerando que no momento que o viu parado ao lado da carruagem, sorriu e andou um pouco mais rápido.

Sentado de frente um para o outro, Sasuke se pegou observando os detalhes do vestido. Nunca havia prestado muita atenção nos detalhes, mas desta vez eles lhe pareciam interessantes. As rendas brancas faziam uma pequena manga nos ombros quase nus da senhorita Haruno, e subiam delicadamente para o pescoço, combinando com as luvas que ela usava – aquilo seria um tom de bege? Sua boca, entretanto, parecia muito mais interessante que o resto do vestido. Ela estava um pouco mais vermelha que o normal, e por um momento de descuido, Sasuke se perguntou se caso a beijasse aquele tom vermelho sumiria ou desapareceria.

- Está tudo bem?

Seus olhos saíram da boca avermelhada da filha do conde, que parecia ligeiramente interessada em sua resposta. Sasuke se endireitou no banco, notando mais um olhar de desprezo vindo da acompanhante. Se ela continuasse com isso, iria largá-la no teatro.

- Claro. Por que a pergunta?

Sakura deu os ombros, de um modo não muito feminino.

- O senhor está muito quieto está noite.

Em sua defesa, esta noite estava tendo pensamentos um pouco mais impróprios que o comum. No momento, se perguntava que expressão ela fazia quando era beijada, se por acaso iria se arrepiar quando ele soltasse os botões do seu vestido, ou quando colocasse a boca na curva do seu pescoço.

Engolindo o seco, o duque desviou sua atenção para a janela. Desde a noite anterior, quando dançou com a senhorita Haruno, não conseguia controlar seus pensamentos. O único motivo plausível para isso era que fazia alguns dias que não tinha uma companhia feminina.

Essa era a única explicação que fazia algum sentido.

Após a apresentação, iria seguir para a casa de uma de suas amantes. Talvez a viúva de Halley, uma mulher repleta de curvas que conseguia fazer as coisas mais devassas com a boca.

- Duque?

A voz doce atraiu sua atenção.

- Sim?

A Haruno deu uma risada e colocou o xale, infelizmente escondendo os ombros.

- Já chegamos.

Sasuke desceu e deu a mão para a jovem Haruno, demorando um pouco mais do que o necessário para soltá-la. O caminho até o camarim atraiu olhares e com certeza iniciaram algumas fofocas. Não que ele se importasse, já estava acostumado a ser o centro das atenções. E por algum motivo desconhecido, gostou da ideia de um boato acompanhar tanto seu nome quanto o da senhorita Haruno. Assim que chegaram no camarim, a acompanhante saiu de fininho, enquanto Sakura se acomodava em seu lugar, pegando o binóculos para olhar para o palco. Faltava pouco tempo para a apresentação começar, as pessoas já estavam ocupando seus lugares.

Sasuke serviu dois copos de uísque e entregou um a Sakura, que distraída nem se deu o trabalho de agradecer.

- Sua acompanhante sempre desaparece? – questionou, se sentando ao lado dela.

Sakura tirou o binóculos do rosto e o depositou no próprio colo, olhando para ele com um sorriso.

- Caso não saiba, as acompanhantes gostam de se reunir nos eventos. Acredito que seja para fofocar, porém ainda não obtive a confirmação desta minha pequena suposição.

O duque concordou, bebendo um pouco antes de responder.

- Mas seria prudente lhe deixar sozinha? Principalmente com um homem?

A jovem sorriu, pensando no que responder.

- Minha honra não está em perigo, principalmente estando em um local público com visibilidade.

- Mesmo que esteja nesse local acompanhada de mim?

- Ora, o que milorde poderia fazer? – ela se inclinou para perto dele – Me desonrar na frente de uma grande plateia?

Sasuke também se inclinou, ficando a poucos centímetros do seu rosto. De perto, conseguia observar alguns detalhes que haviam lhe passado despercebido, como por exemplo os pequenos tons de azul na íris verde, ou as sardas delicadas que se encontravam no nariz e nas bochechas.

- Se for para lhe desonrar, prefiro fazer com privacidade.

Ela sorriu de um modo que quase parecia malicioso. Seus olhos verdes brilhavam, como se estivesse animada com a ideia. O coração do duque bateu um pouco mais forte, e ele logo constou que gostava do rumo da conversa.

- Podemos concluir então que me encontro segura no momento.

- Segura da desonra? Certamente. Segura de mim? Nem tanto.

Sakura deixou uma risada escapar, e então passou a língua pelos lábios avermelhados, quase como se fosse de propósito. Sasuke controlou o impulso de passar a língua dele nos lábios dela.

- O que o milorde poderia fazer então?

- Me aproveitar de você – quase soou como uma pergunta, mas ficou implícito que se tratava de uma afirmação.

Ela levantou as sobrancelhas e se inclinou um pouco mais. Seus lábios agora estavam a poucos centímetros de distância, já era possível sentir o hálito quente com um suave cheiro de conhaque misturado com algo doce quando ela falava.

Sasuke se perguntou se o gosto seria como o cheiro.

Ele se encontrava tentando a descobrir.

- Meu querido, o senhor não conseguiria se aproveitar de mim mesmo se quisesse.

Ouvir aquela voz suave e feminina se referir a ele como “querido” fez uma ansiedade se espalhar pelo seu corpo. O duque começou a imaginar como seria ouvir seu nome sair por aqueles lábios que pareciam ser tão macios.

- O que te faz pensar isso?

- Se aproveitar implica em tirar proveito de algo. Na pior das hipóteses, o senhor se aproveitaria de mim na mesma intensidade em que eu me aproveitaria de você.

Foi a vez do duque levantar as sobrancelhas.

- Está dizendo que quer se aproveitar de mim? Estou chocado, senhorita Haruno.

Ela sorriu ainda mais.

- Nunca imaginei que veria o infame Duque de Longton surpreso.

- Está admitindo que fica me imaginando? Fico lisonjeado. Me diga, nos seus devaneios eu me encontro totalmente vestido?

Sakura abriu a boca para responder, porém as luzes diminuíram, indicando o início da apresentação. Ela olhou para o lado e então se afastou sorrindo, fazendo Sasuke imaginar qual seria a resposta dela.

O duque terminou seu copo e se serviu mais um, aproveitando para encher o copo da sua acompanhante. Diferente do comum, ele não havia deixado nenhum funcionário ou criado entrarem no camarim. Por algum motivo, havia desejado ficar o mais sozinho com ela quanto fosse possível. Ainda não tinha certeza do porquê disso, porém, no momento não se importava.

Durante quase toda a apresentação, ficaram em silencio. Algumas vezes Sakura se inclinava para perto dele e fazia algum comentário interessante, porém, antes que pudesse tocá-la de alguma forma, ela se afastava, levando seu perfume delicioso consigo.

Sasuke estava considerando a ideia dele mesmo se aproximar quando ela se inclinou para perto dele.

- Acha que esse beijo foi verdadeiro? – sussurrou, mantendo os olhos no palco.

- Pareceu verdadeiro?

Mesmo sem olhar, ele soube que ela deu os ombros.

- Talvez.

- Como talvez? Nunca viu um casal se beijando?

- Meus pais são reservados.

- E quando a você?

Ela soltou uma risada baixa.

- Meus pretendentes já se sentiam incentivados demais sem nenhuma demonstração de afeto da minha parte, então preferi não estimular ainda mais. E mesmo que houvesse beijado, não teria como ver, até porque duvido que seria em frente a um espelho.

Por alguns segundos o duque ficou sem palavras, mas logo em seguida se aproximou um pouco dela.

- Mesmo sem ver, você sentiria.

Ela olhou para ele, deixando o binóculos de lado.

- Sentiria o que?

Como explicar o que um beijo causava?

Sem encontrar as palavras certas, Sasuke se aproximou. Quando estava perto o bastante hesitou por alguns segundos, dando tempo para ela se afastar se assim quisesse.

Ela não queria.

O duque se sentiu aliviado, mas não entendia o motivo. Beijar era prazeroso, mas com certeza havia coisas melhores. E nem mesmo para elas se sentia com tanta expectativa quanto sentia agora.

Sasuke a beijou devagar, sentindo seus lábios macios. Quando pediu passagem com a língua, a sentiu ficar hesitante, mas por fim cedeu. Sua boca tinha gosto de uísque com chocolate, uma combinação estranha, porém incrivelmente deliciosa.

O duque colocou a mão em sua nuca, puxando-a para mais perto. Quando sentiu que ela se apoiou em sua perna, concluiu que era melhor se afastar, se não acabaria lhe desonrando ali mesmo.

Interromper o beijo foi uma as coisas mais difíceis que teve que fazer, e mesmo afastando seus lábios dos dela, demorou para tirar a mão de sua nuca. Sasuke permaneceu imóvel por alguns segundos apenas ouvindo sua respiração acelerada, e então ouviu uma pequena risada.

- Tem razão – ela sussurrou, um pouco mais baixo do que antes – Eu saberia se fosse um beijo de verdade.

Quando se afastaram, Sasuke manteve sua atenção as últimas cenas da apresentação. Ou ao menos fingiu.

O que diabos havia dado nele?

A última coisa que deveria fazer era beijar sua suposta pretendente. Sakura Haruno era apenas um modo para... Para o que, exatamente? Não era como se estivesse recebendo qualquer tipo de vantagem ou ganhando algo fingir que a estava cortejando. Na verdade, tudo o que havia ganhado era dor de cabeça e um pensamento insistente na rosada. Nada que ele almejasse.

Beija-la havia sido um erro. Um terrível erro, qual não poderia se repetir.  

A única solução seria acabar com essa farsa. O filho do marques aparentava ter desistido, provavelmente por conta da conversa que tiveram, a qual não precisaria comentar com a filha do conde.

O importante é que ela estava livre, e com isso a necessidade de se sujeitar a esta situação acabava. Só precisava informar a Haruno sobre seu declínio a continuar ajudá-la, e essa seria provavelmente a última vez que se veriam.

Sasuke se inclinou para perto dela, mas antes que pudesse falar, Sakura se pronunciou.

- Há uma mulher de frente conosco que não para de nos observar, desde o momento em que chegamos.

O duque pegou seu binóculos e a procurou. Quando avistou a mulher vestida de preto, se sentiu levemente desconfortável, o que obviamente não era de seu feitio. Se acomodou em seu lugar novamente e tomou um gole do uísque. Provavelmente precisaria de outro copo.

- Hm... – foi a única resposta que pronunciou.

- Sua amante, não é? – apesar de soar como uma pergunta, ambos sabiam que não era.

Desta vez, Sakura falou um pouco mais alto e não se aproximou dele. Mesmo não querendo admitir, ele sentiu falta dos sussurros e da proximidade.

Sasuke abriu a boca durante alguns segundos, e então fechou, parecendo não saber o que responder. Mulheres não falavam sobre isso, na verdade, pareciam fechar os olhos. E mesmo que falassem, o duque certamente não queria falar sobre o assunto, principalmente com a mulher do seu lado.

- Ela é uma... – antes que pudesse completar, Sakura lhe interrompeu.

- Já mentiu para mim alguma vez?

Ele nem precisou pensar para responder.

- Não.

- Então não comece agora.

Um sorriso malicioso surgiu nos lábios finos e ele se recostou na cadeira, da qual nem percebeu que havia se afastado.

- Sim, minha amante. – quando Sakura ficou em silencio, ele continuou – Como soube?

Ela deu os ombros, mordiscando um bombom de licor. O recheio escorreu pelos seus lábios, e Sasuke controlou o impulso que sentiu que limpar com a própria língua.

- O modo como ela está nos olhando.

Sasuke olhou para a viúva mais uma vez, porém decidiu que seria melhor deixar o assunto de lado.

Certamente, camarim e uísque são uma péssima combinação. 



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