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História O canto do pássaro de pedra - A Missão


Escrita por: birdieston

Notas do Autor


Bom Estar de volta. ;)

Capítulo 8 - A Missão


‘Capítulo 08 — Missão

 

Nada é mais perigoso do que um homem com um propósito – Carter Redop.

Alastor mostrou-se ser um homem leve e bem-humorado. Ele perdera o tom grave e um tanto cerimonioso rapidamente, o que agradou a Cassius. Ainda assim Alastor demonstrava uma profunda admiração e deferência para com o Prímolo.

O cavalo que Alastor trazia acompanhou-os sem que ninguém o montasse. Príapo morava do outro lado da praça da Cúria Pater, então, eles preferiram, por sugestão de Cassius, caminhar até lá.

Estavam na metade do caminho quando Alastor parou e tocou Cassius no ombro e disse:

- Senhor Prímolo, é um honra para mim estar em vossa presença. Descendo de uma linha distante de Cônsules e tenho um respeito incomensurável por sua posição. Seria uma honra para mim que aceitasse o meu juramento como Magister em honra de Themis.

Não era a primeira vez que Magisteres juravam devoção ao Prímolo. Era mais comum do que aos próprios cônsules, mas daquela vez Cassius sentiu-se elogiado de fato. Então permitiu que o homem ajoelhasse e dissesse as palavras do juramento. Ao final Alastor acrescentou:

- Acredito na Paz de Themis e prometo defender com a minha vida a sua vida, as suas ideias e a Themis que você acreditar.

Cassius corou. Horas antes ele não sabia em que Themis acreditava, portanto, era um privilégio ter um homem corajoso que a defendesse, isto dava um senso de responsabilidade enorme a Cassius.

Apontando para uma casa imponente, minutos depois, Alastor disse que ali era a residência oficial do Pretor, mas que Príapo possuía outros imóveis particulares na cidade e fora dela. Príapo, pelo que Cassius entendeu, já era um homem rico e poderoso antes mesmo de se tornar Pretor: a posição só proporcionara expansão da habilidade intrínseca de sucesso dada pela posição social de seus pais e de seus avós antes deles; uma fortuna de família multiplicada N vezes.

- Você é leal ao Pretor? - Perguntou Cassius.

- Eu sou leal à Diarquia. E o Pretor representa a Diarquia nesta cidadela. Então lhe sou também leal.

- Dessa forma somos todos leais. Mas você jurou lealdade à pessoa dele como jurou a mim?

- Não, meu Prímolo.

Cassius refletiu em silêncio. Ele sentia algum conhecimento ou conclusão se formando em sua cabeça. Era como se ele tivesse pistas suficientes para desvendar um mistério, mas, ao mesmo tempo, ele não sabia qual era o mistério. Cassius tinha uma impressão muito vivaz de que algo estava acontecendo e, seja lá o que fosse, acendia nele um senso de urgência e preocupação. Era o mesmo sentimento que se tem quando vê um cachorro abandonado e oferece-lhe comida e, de algum modo, ele se torna seu. Algo acontecia e Cassius sentia que lhe pertencia, que ele era responsável pela questão. Era um senso de propósito que nunca antes experimentara.

A residência do Pretor era majestosa. A cor escarlate predominava. Muitas paredes e cômodos eram pintadas de vermelho muito intenso, o mobiliário era de madeira amarronzada, quase negra, e os adornos em metais dourados e prateados. Não havia muitos quadros nas paredes, mas havia grandes espelhos emoldurados refletindo a chama de lamparinas e o vermelho e o dourado por todos os lados.

Cassius aguardou na antessala , junto com Alastor. A voz do Pretor podia ser ouvida de seus aposentos.

- Isso não significa nada, Aleto. Não haveria nunca um bom momento para um tabu.

- Mas com certeza havia um momento ruim, e aquele era o momento ruim. De uma imbecilidade gigantesca. Quer colocar as cartas na mesa e ver quem consegue vencer em campo aberto?

- Isso não se fará necessário – Disse Príapo enfurecido - Já falamos o suficiente. Peço que se retire, vá para sua residência. Haverá outras oportunidades.

Segundos depois os passos cadenciados, muito violentos, de Aleto percorreram o corredor e alcançaram Cassius.

- Sobrinho! - Exclamou Aleto – Que fazes aqui?

- Fui solicitado pelo Pretor. Eu sou seu pupilo.

-Ah, muito bem posto, acredito - Disse Aleto. Depois, virando-se para o soldado que acompanhava a cena, disse – Alastor, avise ao Pretor da chegada do Prímolo.

Tão logo Alastor saiu do recinto, Aleto curvou-se, chegando bem próximo do rosto de Cassius, e sussurrou.

-Sua estadia nesse lugar não é em vão. O Pretor não é seu amigo. Não confie nele. Seu pai e eu trabalhamos para você chegar até aqui. Haveria mais tempo para discussão, para aprendizado, mas sua missão se inicia hoje ainda que não haja tempo para explicações mais profundas. O Pretor...

- O Pretor está tentando igualar o poder de Nesoi ao das nações continentais e isso é uma ameaça – emendou Cassius.

Aleto sorriu aliviado, como se acabasse de ter uma clareza de pensamento, ou uma ideia simples para um problema significativo.

-Exatamente - disse ele - Ele tem dominado exércitos e preparado terreno para um combate. Você precisa ficar atento a todos os documentos que ele ler, escrever a respeito e tudo que você puder reunir de informação. É claro que você deve ser o mais sigiloso possível para não ser acusado de traição. Descubra, então, onde ele guarda seus documentos, seus segredos, suas anotações, pergaminhos, mantenha-os à vista. Quando eu solicitar você deverá passar todos os documentos para mim, sem questionamentos. Você pode fazer isso? Fique atento a tudo que possa ser relacionado à guerra, trama política ou traição. Podemos confiar no seu olho? Estão as lamparinas da sua mente bem acesas? Fará isso? - Era mais uma imposição que um pedido.

- Sim, posso.  - Cassius se surpreendeu com a própria resposta. Agora ele assumia a questão. A missão era dele. Agora ele agia. E isso era bom.

 

Aleto deixou a casa o mais rápido que pôde, fazendo sua túnica tremular na brisa da noite. Cassius aproveitou e borrifou em si algumas gotas do perfume suave de algas que Nathos lhe dera. Cassius aguardou até que Alastor o viesse anunciar. Ele acompanhou o jovem Prímolo até o quarto privativo do Pretor. A sala era tão bem decorada quanto a sala dele na Cúria, onde Cassius já estivera. A clara obsessão pelos tons vermelhos não era diferente ali. Cassius se perguntou se era uma exigência para os pretores usarem a cor vermelha em tudo ou se era uma obsessão pessoal de Príapo.

O Pretor estava de costas, sentado à sua mesa, escrevendo em um pergaminho com uma pena muito comprida de base branca que ia escurecendo até tornar-se negra na ponta.

-Boa Noite, Impérito. Sente-se – disse ele – Alastor, obrigado, você está dispensado.

Antes de sair, Alastor indicou um par de poltronas logo atrás dele encostadas na parede. Cassius sentou-se e procurou repuxar a túnica para cobrir-lhe as vergonhas, mas imediatamente sentiu-se tolo. Não havia nada nele que Príapo não tivesse visto ou provado, e provavelmente veria de novo. O homem a sua frente vestia um robe branco, muito solto. Escreveu durante mais um tempo e voltou a falar.

- Você deve estar se perguntando por que eu solicitei a sua presença aqui.

- Na realidade, não – disse Cassius surpreendentemente calmo.

- Não? E o que você acha que eu quero de você aqui?

- Eu acho que é exatamente isso; você quer a mim. Você me quer aqui - disse Cassius direto.

Príapo ficou em silêncio. Não eram frequentes as situações que se via sem resposta. Cassius não estava errado, ambos sabiam disso. Mas poderia haver qualquer entremeio, qualquer desculpa para que justificasse a sua ida até a residência do Pretor. Mas estavam aparando as arestas, cortando os excessos.

Príapo parecia gostar da provocação. Ele levantou-se e o laço frouxo de seu robe desamarrou-se, abrindo-se involuntariamente. De forma automática, Príapo estendeu a mão para fechá-lo mas interrompeu o gesto, parando a mão de forma brusca no meio do ar. Em vez de fechar, abriu mais o hobby, expondo o seu corpo musculoso, corberto de pelos e seu sexo semi ereto a vista de Cassius.

Era a primeira vez que ele podia ver, de maneira inteira, o homem que lhe possuíra. Cassius achou-o belo e era difícil admitir isso para si mesmo. Achou que seria ainda mais difícil dizer isso a Príapo, mas tinha necessidade que ele soubesse disso.

- Você é bonito – Disse Cassius reunindo toda sua força, mas sua voz ainda assim saiu baixa, entrecortada.

Pela primeira vez Príapo sorriu. E seu sorriso era magnífico. Cassius sabia que ele era o motivo daquele sorriso e teve um acréscimo de estima por si mesmo, com se aquele sorriso fosse-lhe alguma congratulação que devesse constar em sua biografia. Cassius sentiu uma necessidade enorme de agradar-lhe. Com certeza não gostava da ideia do que tinha de fazer, mas gostava da ideia de vê-lo realizado, satisfeito e saber que aquele êxtase que o homem sentia era mérito seu. Perguntou-se se era assim que se sentiam todas as mulheres, mas não conseguiu chegar a nenhuma conclusão.

- Você também é muito bonito.

Cassius corou. Abaixou o rosto, encarando os pés; Príapo tomou-lhe o queixo e levantou-lhe a face. Era ainda mais bonito de mais perto. O cheiro do Pretor lhe invadia as narinas, uma fragrância amadeirada, havia sândalo e almíscar, e um pouco do seu suor. Cassius inspirou fundo, sorvendo o cheiro do homem e sentiu que ele fazia o mesmo, ele procurava instintivamente os locais onde Cassius deixara escorrer o perfume.

- Você tem o cheiro de casa. Sinto-me nostálgico quando estou com você.

Cassius fechou os olhos e ofereceu ainda mais o pescoço, Príapo deixou de cheirar e passou a mordiscar e lamber o pescoço e orelhas do rapaz, fazendo com que ele se arrepiasse por inteiro e ficasse na ponta dos pés. Cassius agarrou-lhe pelo pescoço para não cair, o Pretor retribuiu o gesto e pela primeira vez se abraçaram, e aquilo era mais íntimo do que Cassius podia prever. As costas de Príapo eram largas, muito quentes. Cassius escorregou as mãos pelos ombros do Pretor por baixo do robe e o empurrou para trás, deixando-o com ombros nus. Sua pela era dourada de sol, ainda mais quente, úmida e perfumada que antes. Cassius ergueu um pouco o corpo e isso foi suficiente para que saísse do chão, as mãos do Pretor lhe envolveram pela cintura e lhe tiraram do chão, comprimindo um corpo noutro corpo, como se de algum modo fossem capaz de se tornar um.

Quando Príapo o beijou, Cassius quase acreditou que aquilo não fosse capaz de acontecer. A barba densa espetava o rosto liso e macio de Cassius, a procura de sua boca, e o encontro tinha o sabor de uma fruta de um pomar no verão: macia, doce e quente. A pele sensibilizada pelo atrito com a barba podia usufruir melhor dos lábios ágeis, a língua perversa e o néctar de fluidos que se derramava entre eles. Cassius perdeu o fôlego algumas vezes, mas tinha ânsia de agradar, de continuar, como se aquele momento, se perdido, jamais pudesse ser recuperado. Cassius sentia o corpo inteiro eletrificado, era mais do que claro que ele estava excitado, e isso nem o surpreendia nem o incomodava. Cassius o desejava, desejava Príapo dentro de si com cada parte de seu corpo. Agora ele não tinha a bebida estimulante dada por Nathos para se apoiar como muleta e justificar seu prazer. Agora ele estava completamente consciente de sua mente e cada um desses cem pedaços clamava por Príapo. Cassius pensou que era demais para resistir e que deveria se entregar, só para perceber que já estava entregue.

Cassius desvencilhou-se do beijo e ajoelhou-se. Segurou curioso o membro ereto na mão. Ele pulsava, era grosso demais para ser envolvido num laço entre o indicador e o polegar. Havia prazer no toque, para ambos. Cassius ofereceu a boca a Príapo primeiro beijando a ponta do que segurava, espalhando nos lábios uma gota de orvalho brilhante que lhe era dado. Então o jovem recebeu o sexo intumescido, coberto desse brilho, pulsando, em sua boca. O jovem consumiu todo o brilho que havia, sugava como se fosse extrair dali algum antídoto raro ou poção mágica. Trabalhava com as mãos para que tudo fosse tocado, estimulado, e na inexperiência e empenho de acertar, cobriu todos os nervos que havia, fazendo o Pretor urrar em êxtase quando o primeiro jato de seu prazer foi dado como oferenda de gratidão e Cassius aceitou a oferta, tomando o que lhe era dado, acre e doce, como uma vitória sobre um amigo.

Foi então que Príapo tomou-lhe mais uma vez nos braços. Cassius conseguiu ver por cima do ombro do Pretor um pergaminho aberto. A ponta enrolada não permitia ler tudo e, do exposto, o que se podia ler era uma única palavra. Cassius não a conhecia, mas fez questão de decorá-la: triunvirato. Ele repetiu mentalmente tentando não a perder no turbilhão de emoções. Ainda sem tocar no chão com os pés, Cassius recebeu todos os beijos que desejava, de todos os jeitos, cobertos de pudor, como se Príapo respeitasse sua infância e sua inocência. Depois, beijos de instinto, intensos, como se Cassius fosse dele e ele quisesse deixar isso claro e, por fim, os beijos eróticos, invasivos, que eram como promessas e ameaças ao mesmo tempo.

Príapo levou o jovem até sua cama. Deitou-o de barriga pra cima, cabeça nos travesseiros. Tirou sua túnica e em seguida despiu o jovem e continuou olhando o corpo do garoto, decorando-lhe os traços. Cassius corou sob aquele olhar, mas não desejou que ele parasse. Era por demais gratificante saber que Príapo, o magnânimo, o admirava.

Príapo deitou seu corpo sobre o de Cassius e voltou a beijar-lhe, um pouco mais inocente, com certeza mais carinhoso, mas de modo algum menos excitante. O peito cheio de pelos de Príapo comprimia o peito liso de Cassius e deixava o garoto com dificuldade para respirar, mas sentir o peso inteiro daquele homem sobre si era como ser escolhido pra uma tarefa importante. Ele misturara o fardo ao seu prazer e passava pelo seu destino como um sósia dele mesmo, como um ator que interpreta o papel de si próprio.

Cassis envolveu Príapo com as pernas, entrelaçando os tornozelos nas costas do Pretor, oferecendo-lhe o corpo. A anatomia humana e os movimentos foram suficientes para que o  membro dele fosse guiado para o destino. Cassius viu-se agarrado inteiramente a Priapo, seus braços envolviam o pescoço do homem que era puxado pelo garoto. Quando penetrado, Cassius deixou escapar um suspiro de susto e prazer e ele sentiu os músculos do rosto de Príapo, colado ao seu, se moverem num sorriso. Cassius não conseguia estar mais entregue, mas não se sentia entregue o suficiente. Na sua mente, ele desejava ofertar mais, receber mais e, por isso, ele pedia mais ao Pretor, que lhe atendia, usando todo o peso de seu corpo e seus músculos vigorosos enquanto golpeava um corpo dentro do outro.

A fricção que existia entre o sexo rígido de Cassius e a barriga de Príapo fora suficiente para que o garoto explodisse em êxtase, derramando entre os dois os fluídos de um prazer tão intenso e tão clandestino. Sem parar seus movimentos, Príapo alcançou o líquido com um dedo e provou-o em sua boca, e repetiu o gesto até que nada restasse e só então entregou a Cassius o seu prazer, dentro dele, como uma coroa de mérito, uma dádiva.

Príapo largou o corpo em cima de Cassius, exausto. O garoto o abraçou e conteve por um instante o ímpeto pungente de acariciar-lhe os cabelos, para depois permitir-se a liberdade e enfiar os dedos nos longos e sedosos fios frescos daquele cabelo enquanto observava que os pelos do corpo de Príapo se eriçavam com as carícias.

Depois de algum tempo, quando as respirações voltaram a seu ritmo normal e cessaram os espasmos do corpo, Príapo levantou-se e plantou, de olhos fechados, um beijo casto nos lábios de Cassius e disse:

-Alastor lhe acompanhará até em casa.

Cassius sentou-se ereto, como se uma descarga elétrica houvesse circulado em seu corpo.

-Embora? - Disse pasmo – Mas eu não posso ficar?

- Não - limitou-se a dizer o Pretor. E não voltou a olhar o rapaz.

Príapo saiu e voltou para sua sala de trabalho; Cassius ficou esperando, incrédulo, até que Alastor entrou no quarto.

- Achei que você passaria a noite aqui. Havia inclusive preparado uma nota de esclarecimento para governanta de sua casa.

- Eu também achei. Mas fui mandado embora.

Cassis usou uma toalha úmida para limpar-se e depois vestiu a túnica num movimento rápido. A nudez não era um problema para ele na frente de Alastor. Pouco seria problema depois daquela noite.

Eles saíram à luz do luar e havia uma brisa fresca que corria cá e lá, agitando os cabelos de Cassius. Eles caminharam até os jardins da casa dos Impéritos quando Cassius disse:

-Obrigado pela companhia Alastor. Acho que estou bem aqui. Pode voltar para os seus afazeres. Quero me demorar um pouco no jardim, depois entrarei. Tudo bem?

- Tem certeza, senhor?

-Absoluta, meu bom homem – Disse Cassius com tom jocosamente formal e sorriu.

Cassius sentou-se na grama tentando entender o que se passara. Odiava a si pelo que tinha acontecido? Odiava a Príapo? Não conseguia sentir ódio algum. E nem conseguia odiar o que ocorrera, embora odiasse a forma como essa relação se estabelecera. Não importava para os sentimentos pessoais de Cassius nem o prazer que sentia, nem a realidade da tradição cultural que ditara daquela relação. Ainda que não soubesse como se sentir, ele sabia que se sentia dividido. Cassius não odiava o pecado e nem o pecador. Mas talvez odiasse que aquilo tivesse acontecido. Será?

Pensou no pai e no tio, e na primeira noite que vivera tudo aquilo, e era com certeza a pior maneira possível. Será que ele conseguia sentir gratidão pelo que ocorrera consigo? Ele definitivamente havia sofrido menos que todos e possivelmente era o único que sentia prazer com aquilo. Seria diferente se não tivesse sido obrigado a compactuar de atos tão carnais com o pai e com o tio? Cassius não saberia definir, mas contentou-se em pensar que se pudesse escolher, jamais escolheria ter passado pelo que ocorreu com os homens de sua família. Contudo, já que acontecera, ele usufruiria da resiliência dada pelo trauma. Era complicado definir a posição que ele se encontrava, era um sentimento que não tinha nome; talvez resignação, mas Cassius interpretara como maturidade. Ele não era então o que haviam feito dele, embora isso fizesse parte dele. Ele era o que ele escolhera ser a despeito do que havia lhe ocorrido. Toda essa reflexão não ajudava em nada a justificar no seu coração todo o prazer que Príapo lhe dera. Justificava a existência ou a possibilidade do prazer, mas o tanto e quanto gostara, isso ainda o pesava, como se houvesse utilizado uma droga perigosa ou uma substanciaria proibida. A única coisa que Cassius sabia é que ele queria mais.

 



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