1. Spirit Fanfics >
  2. O Cão de Guarda >
  3. As três regras

História O Cão de Guarda - As três regras


Escrita por: shikimine

Notas do Autor


Olá olá amores, só passando para alguns avisos importantes.
Essa fanfic é baseada no dorama The K2 e no filme Ninja Assassino (super recomendo os dois a propósito :3) claro que a história é original, apenas peguei algumas inspirações como as cenas e luta e ação, por exemplo. A personalidade do Eren é inspirada na vilã do dorama (uma deusa injustiçada), mas também terá traços de sua personalidade original. Bem como o Levi que vai ter algumas características do protagonista do dorama. Farei um reconto de algumas cenas do dorama também, então já sabe gostou da fanfic vai assistir o dorama kkkkk
E por ultimo mais não menos importante, eu sei que algumas pessoas gostam de ler ouvindo música então se eu encontrar alguma música que combine com os capítulos estarei deixando nas NOTAS FINAIS. Até porque a letra da música pode dar um pequeno spoiler do capitulo. É isso, beijos.

BOA LEITURA

Capítulo 2 - As três regras


    Fora do prédio Levi precisou forçar a vista durante algum tempo, o sol do meio dia brilhava incandescente no céu. Seguiu acompanhando o Jaeger que parecia aliviado ao deixar o local em que seus vários homens mataram tantos outros do grupo de Nicolas, um traficante de drogas conhecido no país. O prédio servia como base de operações da gangue, assim como ao mesmo tempo para aprisionar os inimigos que eles não poderiam executar. Pois assim como Levi, que havia sido deserdado de seu clã e tinha um prêmio por sua cabeça, outras figuras importantes no submundo também tinham. Ou seja, a gangue de Nicolas não só traficava drogas como também caçava recompensas.

    E a recompensa pela captura do Ackerman não era pouca, sendo conhecido como o melhor dentro de uma família de assassinos, o valor era nas alturas. O moreno tinha certeza que Nicolas o capturara para pegar o dinheiro. E os únicos que colocam as cabeças de pessoas como ele a prêmio é... A Tropa de Exploração. Soldados do país vizinho que, a mando de seu governo, tentam a todo custo provar ao mundo que Eldya é governado por famílias com negócios no submundo, como: tráfico de drogas, de armas, clãs de assassinos, entre outros. Tudo para derrubar a credibilidade da nação e acabar com seus negócios em todo o globo, se tornando assim a maior potência do continente, atual posição de Eldya. Mas Levi ainda precisava confirmar o que pensava, além claro de acertar as contas com quem ousou trancá-lo daquele jeito.

   O lugar em que estavam era afastado da cidade, tendo acesso somente pela estrada principal que Levi deduzira estar a pelo menos trinta minutos dali. O prédio era discreto e facilmente escondido pelas copas das árvores, a vegetação rasteira pinicava seus pés descalços e ao lado de um galpão extenso do lado direito estavam estacionados dois caminhões provavelmente cheios de cocaína. E parados bem de frente para a construção haviam duas vans e quatro carros, em formato de meia lua, todos pretos e com motoristas ao volante. Uma garota de óculos escuros desceu do automóvel que estava no centro ao ver o Jaeger se aproximar.

   - O corpo de Nicolas não está entre os mortos. – Comentou Levi indo andar ao lado de Eren. Sentiu os olhos de vinte homens as suas costas o vigiando e prontos para atirar caso o Ackerman decidisse quebrar o pescoço de seu chefe. – Ele está vivo?

   - Sim. – Respondeu simples.- Vou levá-lo para um interrogatório. Se ele foi capaz de tentar capturar alguém como você, então algo está acontecendo no submundo e eu não sei.

   - Eu desconfio que tenham me capturado pela recompensa.

   - Concordo. – Acenou com a cabeça. – Mas se Nicolas e sua gangue tiveram contato com a Tropa de Exploração quero saber do que falaram, e do quanto àqueles desgraçados sabem sobre mim e se estão tramando alguma coisa.

   - Sua cabeça não está a prêmio.

   - Eles não seriam loucos de fazerem isso, certo? – Olhou para o Ackerman que ainda seguia ao seu lado. – Eles vão começar por baixo, com aqueles como Nicolas, para então chegar a mim.

  - E se os outros países souberem disso...

  - Será ruim para os negócios.

  Ambos acenaram com a cabeça como se tivessem entendido onde cada um queria chegar. Eren queria informações de Nicolas e Levi iria amar arrancar esses conhecimentos na base da dor. E depois quem sabe, calar o líder de gangue para sempre.

  - Eren. – Chamou a garota parada ao lado do carro. A pele pálida e os cabelos negros fizeram Levi estreitar os olhos. Ela vestia uma jaqueta de couro e calça jeans. – Como foi?

  - Ele vem conosco. – Disse o castanho parando em frente à garota. – Qual a situação, Mikasa?

  - Nicolas está preso e devidamente apagado no porta malas da ultima van. – Apontou para o carro no fim da fila. – Mandei alguns homens tocarem fogo no prédio.

  - Algum sobrevivente?

  Eren baixou os olhos para o chão e Levi notou que de alguma forma toda aquela situação incomodava o Jaeger. Não sabia o que, mas o jovem era um tanto estranho para o Ackerman. Tomou o poder da família, afugentou o irmão conhecido por sua crueldade, é o cabeça de um negócio ilegal. E ainda assim estar ali parecia um sacrifício para ele. Levi não conseguia o compreender.

  - Os que estavam de guarda nas redondezas fugiram. – Disse Mikasa, como um soldado prestando serviços a um general. – Creio que eram sete no total. Devo mandar alguns dos nossos para procurá-los e executá-los?

  - Não será necessário. – Acenou com a mão em sinal de descaso. – Já cumprimos nosso objetivo, libertamos o Ackerman. – Coçou os olhos como se estivesse exausto. – Vamos pra casa.

  - Certo. – E com um aceno firme de cabeça todos os homens foram para os automóveis.

  Enquanto o prédio queimava ao fundo Mikasa voltou para seu lugar no banco do passageiro e Levi e Eren seguiram para o assento traseiro, sentado-se em lados opostos deixando o centro vago. E sem mais demora o carro deu partida e rumou para a faixa de terra que se ligava a estrada principal, todos os outros seguindo atrás.

  - Tome. – Eren estendeu uma garrafa de água mineral para o Ackerman que a aceitou de bom grado.

  O moreno bebeu o conteúdo em segundos, sentindo sua garganta relaxar pela recente hidratação. A água estava quente, mas isso não o incomodou nem um pouco. Percebeu Mikasa espionando-o vez ou outra pelo retrovisor, atenta para a possibilidade de Levi por um acaso atacar Eren com a garrafa de plástico. O Ackerman a encarou de volta, desde a primeira vez que pôs os olhos nela tinha a estranha sensação de que a conhecia. Mas não conseguia ver bem suas feições por causa dos óculos.

  - Quando chegarmos à mansão você terá tempo para comer e tomar banho. – Disse Eren com a expressão serena, olhando para a paisagem que passava rápido pelo vidro da janela. - Mandei prepararem um quarto e roupas novas para você. Assim que estiver pronto iniciaremos o interrogatório de Nicolas e depois passaremos os termos de seu contrato de trabalho.

   Levi se manteve em silêncio, o Jaeger não precisava de uma resposta já que pelo olhar sério do outro o Ackerman entendera muito bem. O restante do trajeto foi feito no mais absoluto silêncio e levou aproximadamente duas horas ate chegarem ao centro da capital, e de lá mais quarenta minutos para a mansão Jaeger.

   Mesmo morando a maior parte de sua vida na mansão Ackerman, Levi tinha que admitir que a mansão da família Jaeger era de tirar o fôlego. Imensos portões dourados formando o rosto centralizado de um leão e uma bela salinha do lado direito onde três porteiros faziam turno, marcavam o fim da estrada cercada de bosques que também faziam parte do território da família. A mansão era gigantesca, praticamente um palácio, coisa que seria de se imaginar já que os Jaeger, juntamente com os Reiss, eram as famílias mais ricas do país. Em tons pastéis a construção de quatro andares erguia-se imponente, com uma arquitetura que mesclava a elegância da antiguidade e a inovação moderna o lugar parecia resplandecer. As janelas altas davam vista para a fonte de pedra do jardim central onde a estátua de uma mulher nua segurando uma trombeta residia, e por toda a volta o bosque cercava a casa.

  - Mikasa. – Falou Eren atraindo a atenção da garota que virou-se para si no banco do passageiro. – Mande os homens guardarem os carros e vans na garagem subterrânea, não precisaremos deles por um tempo. E leve Nicolas para a sala de interrogatório no subsolo.

  - Certo, pode deixar.

   Eren desceu do carro e Levi fez o mesmo, o seguindo em direção a luxuosa porta de entrada da mansão. O hall de entrada era amplo assim como tudo naquela casa, uma decoração sofisticada e cheia de obras de arte era um ótimo atrativo para os olhos. Duas escadas no centro da sala principal levavam ao segundo andar e pairando no meio acima delas cintilava um lustre de cristal belíssimo. Levi teria admirado mais se uma mulher com roupas de secretária e passos apressados não tivesse surgido em um dos corredores e ido na direção deles.

   - Perdão pelo atraso, senhor Jaeger. – Disse ela nervosa, arrumando os óculos de grau de aros vermelhos no nariz e os cabelos pretos arrepiados que soltaram de seu coque chique. – Eu não pude comer em meu horário de almoço, porque precisei resolver um problema com o jardineiro e você sabe como ele é senhor começou a resmungar e me sujou de terra, eu tive que correr para me trocar e nisso o tempo foi passando muito rápido e eu ainda tive um problema na cozinha...

   - Está bem, Nix. – Eren interrompeu a tagalerice incessante da outra. – Não tem problema.

  - Que bom senhor Eren. – Disse aliviada.

  - O quarto do Ackerman está pronto? – A moça meneou a cabeça expressando que sim. Ela não deveria ter mais de quarenta anos, pensara Levi. – Ótimo, e as roupas e comida?

  - Tudo está preparado exatamente como o senhor ordenou. – Respondeu ela com os olhos azuis agitados, como se tivesse tomado um forte energético.

  - Perfeito. – Expressou o castanho. – Nix mostre ao senhor Ackerman o quarto dele, por favor.

  - Certo. – Virou-se para Levi. – Por aqui senhor Ackerman.

   Eren fitou as costas de Levi quando ele passou a seguir Nix, a tatuagem de um carvalho negro seco era o emblema dos Ackerman e cobria quase todo o centro de suas costas. Os membros do clã ganhavam a tatuagem quando completavam quinze anos, idade em que já eram considerados assassinos profissionais graças aos intensos anos de treinamento. O Jaeger também tinha uma marca de família, contudo a sua não era uma tatuagem.

   A mulher subiu a escada do lado esquerdo e o moreno foi em seu encalço, a principio pensou que Nix estava ansiosa daquele jeito por falar com Eren seu chefe mafioso. Mas não demorou muito para perceber que aquele jeito nervoso era a própria personalidade dela, como se vivesse sempre a mil. E como ela era o mordomo da família Jaeger, devia sempre estar preparada e atenta para qualquer coisa: como invasões, assassinatos, ou para o caso de uma bomba cair no jardim e destruir as flores.

   - Aqui está senhor Ackerman. – Indicou a porta no final do corredor, estavam no primeiro andar e a janela perto da porta dava vista para dentro do bosque. – Roupas limpas e comida aguardam o senhor. – Analisou os pulsos feridos de Levi. – Se quiser posso conduzi-lo a clínica de enfermagem da mansão

   - Não será necessário.

   - Certo. Se me permite vou me retirar, agora preciso resolver um problema na academia do segundo andar.

   E saiu apressada com os saltinhos de seus sapatos fazendo barulho com seus passos. Levi esperou ela sumir de vista e entrou em seu quarto. As paredes em cinza e branco lhe passaram uma sensação confortável, ao lado da cama de solteiro estava um armário e um criado mudo, e aos pés da cama uma muda de roupa. Um terno, percebeu ao se aproximar. Um carrinho com uma bandeja de comida estava parado próximo a porta do banheiro, seu estômago gritou de fome, mas o Ackerman precisava de um banho primeiro. Sendo assim, seguiu para o chuveiro.

 

  - Ele já está aqui? – Perguntou Armin.

  - Sim, deve estar pronto em alguns minutos. – Respondeu Eren. – Vamos interrogar Nicolas daqui a pouco.

  - Acha que ele sabe algo sobre a Tropa de Exploração?

  - Não acredito que Nicolas tenha derrubado Levi sozinho, ele precisaria de armas específicas. – Meneou a cabeça. – Você sabe, os Ackerman são especiais, para desacordá-los sem feri-los é preciso uma arma capaz de lançar um tranquilizante que possa derrubar um rinoceronte. E os próprios Ackerman baniram esse tipo de comércio do país, ou seja...

  - A arma e o tranquilizante vieram de Marley. – Completou o Arlet.

   A sala de reuniões era incrivelmente espaçosa. Com uma mesa de quinze lugares ao centro, um lustre opulento no teto e peças de arte espalhadas pelas paredes, junto de arabescos em tom azul cobalto a sala parecia saída de um filme. Eren sentava na cadeira da ponta de frente para a porta de entrada, de modo à nunca ser surpreendido pela chegada de pessoas indesejadas naquela sala, e de cada lado da cadeira imensas janelas de vidro davam vista para a piscina e o jardim dos fundos. Enquanto quatorze cadeiras tinham simples forros vermelhos a de Eren era muito trabalhada, tinha rostos de leões em cada braço e acima da cabeça do jovem uma coroa dourada parecia flutuar entre as duas hastes altas do assento. Passadas de geração em geração, apenas os líderes da família podiam sentar-se nela. Seu nome era “A Cadeira do Poder” e seu significado era tão pomposo quanto toda fortuna dos Jaeger.

   - A Tropa de Exploração forneceu o equipamento. – Eren endireitou-se na cadeira. – E desconfio que possa ter fornecido a outros caçadores de recompensa também. – Bufou. – Os Ackerman vão enlouquecer.

  - Vão caçar todos que estiverem com as armas. – Falou o loiro sentado na cadeira do lado esquerdo do Jaeger.

   - Preciso saber o que Nicolas sabe sobre a Tropa, para tentar bolar um plano em que nós não sejamos afetados.

  - Faz sentido, mas tem algo que me preocupa.

  - E o que é?

  - Levi. – Disse simples, a testa franzida em desconforto. – Podemos confiar nele?

   - Não sei ao certo. – Admitiu. – Mas ele sempre faz o trabalho para o qual é contratado, e parece ter muito orgulho disso.

  - Talvez deve-se testá-lo.

  - Isso é uma boa ideia.

  Ouviu-se uma batida na porta.

  - Entre. – Permitiu Eren.

  - Nicolas já está na sala de interrogatório, Eren. – Disse Mikasa passando pela porta e aproximando-se da mesa.

  - Ótimo. – Levantou da cadeira. – Peça para Nix ir chamar Levi e diga para me encontrarem na entrada da sala de interrogatório.

  - Certo. – Saiu da sala.

 

   Os gritos desesperados e lamúrias sofridas de Nicolas não eram capazes de transpassar as paredes a prova de som da sala de interrogatório da mansão Jaeger. O ruivo de pele sardenta e olhos negros estava sentado em uma cadeira fria de metal, acorrentado e assistindo em agonia sua ultima unha ser arrancada por Levi que segurava um alicate deveras ameaçador. Todos os seus dedos dos pés sangravam bem como os das mãos, o Ackerman estava se vingando por seu tempo cativo, os olhos cinza brilhando com satisfação ao depositar a unha arrancada num potinho de vidro em cima da mesa ao lado. A mesma cheia de outros utensílios assustadores.

   - Acho que vou guardar de lembrança. – Disse o moreno segurando o potinho contendo as unhas nas mãos enluvadas com marcas de sangue. As mangas do terno negro e da camisa branca por baixo, levantadas, para não correr o risco de sujar sua roupa nova. – O que acha?

  - Vá se foder, Ackerman! – Berrou enfurecido. A face inchada por conta de agressões anteriores.

  - Você já revelou que quem lhe forneceu as armas e os sedativos, foi a Tropa de Exploração. – Continuou Levi, completamente calmo frente à ofensa do outro. – Mas o que eu quero saber é quem foi, especificamente, que mandou você ir atrás de mim.

  Nicolas deu uma gargalhada estrangulada.

  - Não sou só eu Ackerman! – Disse o ruivo ensandecido de ódio e dor. – Tem muitos caçadores de recompensas atrás de você! Eu só tive sorte de te achar primeiro e acertar o tiro no momento em que você estava distraído. – Cuspiu um punhado de sangue no chão. – Seu clã não te quer mais, nenhum Ackerman iria atrás de você. Você estava sozinho! Mas houve um problema na entrega, a Tropa de Exploração não acreditou quando eu disse que tínhamos capturado você e quando finalmente consegui convencê-los, no dia seguinte esse maldito... – Com um gesto de cabeça indicou Eren no canto da sala. – Invadiu meu prédio e libertou você!

  - Quem mandou você? – Insistiu na pergunta. – Quem está financiando insetos como você a virem atrás de mim?

  - Adivinhe, Ackerman. – Deu-lhe um sorriso com três dentes faltando. - Erwin Smith.

  - O comandante da Tropa de Exploração. – Encostou as costas na cadeira de metal que estava sentado. – Eu deveria saber.

  Erwin Smith adoraria expor os crimes de Levi para o mundo, bem como os do clã Ackerman, e assim derrubar a moral de Eldya frente às outras nações.

  - Mas agora te pegar não vai ser possível, não é? – Ralhou Nicolas com um sorriso de deboche e escárnio. – Não depois que começou a lamber as bolas desse ai.

   Eren, que estivera calado durante todo o interrogatório e fitando os próprios sapatos para não ter de encarar a tortura, deu alguns passos à frente parando ao lado de Levi. Seus olhos verdes fixos e frios, como se Nicolas não passasse de um pedaço de carne insignificante. O ruivo sentiu um arrepio perpassar-lhe o corpo, percebendo somente agora que acabara de ofender o líder dos Jaeger. Levi ergueu uma sobrancelha na direção do castanho, notando que embora o jovem não gostasse de presenciar torturas estava longe de sentir empatia por Nicolas. Esse comportamento de Eren deixou o Ackerman intrigado.

  - A Tropa de Exploração tem alguma base aqui na capital? – Indagou Eren, a voz calma e direta.

  - Não. – Nicolas balbuciou desviando o olhar.

  - Não minta pra mim, onde mais você receberia essas armas e tranquilizantes se aqueles desgraçados já não tivessem um braço aqui?

  Nicolas permaneceu calado e com o rosto virado na direção contrária de Eren e Levi. O Ackerman não teve paciência de esperar o ruivo mudar de ideia sobre falar a verdade. Pegou um alicate mais fino que o anterior sob a mesa, se levantou da cadeira e agarrou os cabelos de Nicolas erguendo com violência sua cabeça para cima. O ruivo jamais vira olhos tão cruéis quanto os do Ackerman naquele momento.

  - Talvez perder um olho te ajude a falar a verdade. – Mostrou o alicate para Nicolas e o sentiu tremer sob suas mãos, a feição completamente aterrorizada. – Vou te dar a opção de escolher qual vai ser. Então, direito ou esquerdo?

  - Não! – Implorou. – Não, por favor!

  - Direito ou esquerdo? – Ignorou o pedido do outro. Pelo canto dos olhos viu Eren dar um passo para trás como se estivesse incomodado, mas continuou ameaçando o ruivo com o alicate.

  - Está bem, eu falo! – Prometeu, no entanto Levi não acreditou de primeira e continuou a apontar-lhe o objeto ameaçadoramente. – Eu Juro! Ackerman, eu juro!

  Levi recuou e largou seus cabelos.

  - Eles tem uma base na capital. – Nicolas admitiu a contragosto, lágrimas escorriam de seus olhos ainda nas órbitas. – Perto de Maria e a vinte minutos de Rose. É um antigo galpão abandonado das usinas Reiss, é fortemente vigiado e protegido. Impossível entrar sem a permissão expressa do comandante Smith.

  - Smith está em Eldya? – Perguntou Eren, as sobrancelhas cruzadas em confusão.

  - Não, ele não viria pra cá assim. – O ruivo suspirou. – Ele está em Marley, supervisionando tudo de longe. – Ergueu olhos raivosos para Levi. – Se ele estivesse aqui teria acreditado quando eu disse que havia capturado Levi Ackerman, seus subordinados idiotas não me levaram a sério e agora estou sem o dinheiro da recompensa e com meus homens mortos!

  - Isso é o suficiente. – Disse o Jaeger dando a cessão por encerrada. – Vamos Levi, precisamos conversar a sós.

  - Vai deixá-lo vivo? – Perguntou o Ackerman olhando com desprezo para Nicolas.

  - Não se preocupe, mandarei alguém vir matá-lo e se livrar do corpo mais tarde.

  No fundo o Ackerman acreditou que Eren apenas não queria ver a execução do homem, mas ignorou esse fato e o seguiu para fora da cela.

 

  O escritório de Eren espaçoso e aconchegante, um sofá no tom vinho tinto estava ao canto, uma mesa de mogno escuro acompanhada de uma cadeira igualmente luxuosa estava à frente de uma imensa estante abarrotada de livros. Por um instante Levi se perguntou se o Jaeger já lera todos eles. Uma janela de vidro dava para o bosque nos fundos da propriedade e havia um único quadro nas paredes, a imagem de uma mulher de cabelos castanhos e roupas casuais sujas de tinta. Ela parecia feliz e mesmo seus olhos sendo da mesma cor do mel o formato deles lembrava muito os de Eren.

  - São apenas três regras. – Disse Eren sentando-se na cadeira atrás de sua mesa. Postou os cotovelos sob a madeira e cruzou as mãos. – Se for trabalhar para mim deve segui-las a risca, não tolerarei que as desrespeite.

  - E quais são essas regras? – Indagou cruzando os braços sob o peito. Nunca trabalhara para alguém, muito menos como guarda-costas. Mas aceitara o trabalho assim que foi libertado, honraria com sua palavra, não voltaria atrás.

  - Primeira regra: Obedecer e acatar todas as minhas ordens. – Esperou para ver a reação de Levi, mas este nada disse ou expressou. – Um subordinado incapaz de cumprir ordens de nada serve para mim. – Explicou. – Segunda regra: Nunca mentir ou omitir fatos. Ou seja, quando eu falar com você ou lhe fizer perguntas apenas aceito a mais pura verdade, é estritamente proibido mentir pra mim. – Descruzou as mãos e levantou três dedos para cima, sinalizando a ultima regra. – Terceira regra: Nunca me traia. Preciso ser capaz de confiar plenamente em você, afinal você será meu guarda-costas pessoal. Qualquer tipo de traição contra mim não será perdoada. Você compreende? Se não transgredir nenhuma dessas regras teremos um relacionamento tranquilo.

  O Ackerman o observou pensativo, havia muito de Eren que não sabia. Mas Levi percebia que por mais que o mini Jaeger parecesse um anjo, dois chifrinhos invisíveis despontavam de sua cabeça. Tinha a impressão que os próximos dias que passasse ao lado do garoto não seriam nada calmos.

  - Compreendo. – Disse por fim.

  Eren o encarou como se esperasse que Levi dissesse que estava brincando. Já que o Ackerman parecia falar sério o castanho desviou sua atenção para uma das gavetas de sua mesa. De lá retirou uma caixa média de madeira e veludo preto, se levantou da cadeira e foi em direção ao moreno.

  - Pegue. – Estendeu-lhe a caixa.

  Levi a pegou nas mãos e a abriu. Duas pistolas 9mm residiam dentro da caixa. Elas tinham um cano mais longo do que as convencionais e eram num tom cinza escuro com inscrições estilizadas nas laterais. Em uma das armas lia-se em inglês: Angel of Death (anjo da morte); e na outra: divine punishment (punição divina).

  - Elas são suas agora. – Falou Eren indo guardar novamente a caixa na gaveta enquanto Levi permanecia com as armas em mãos, estas que deveriam pesar quase um quilo cada. – Pedirei a Nix que consiga um transporte para você. Volte pra casa, faça as malas e se mude permanentemente para a mansão.

  - Todos os seus subordinados moram aqui? – Perguntou enquanto admirava a beleza das armas, e com surpresa percebeu como elas eram boas de manusear bem como pareciam ter a mira perfeita pelo designe dos canos mais longos.

  - Alguns, só os mais importantes. Como Nix e Mikasa, por exemplo. Mas você será meu guarda pessoal. Ou seja, sua vida social já era, lamento. – Sorriu em resposta a própria brincadeira. – Mas deduzo que não faça objeção.

  - Nenhuma.

   No inicio da noite daquele mesmo dia Levi voltou ao seu pequeno e velho apartamento para fazer as malas, uma nova vida o esperava assim que coloca-se seus pés novamente na mansão Jaeger.


Notas Finais


É isso por hoje pessoinhas, me digam o que acharam nos comentários ;)


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...