História O cara do Tinder - A vingança é doce

Sakura não sabia quantas vezes o celular já havia vibrado sobre o criado mudo na última hora.

Dez, quinze, vinte vezes. Ela realmente não saberia dizer. E definitivamente não estava curiosa em descobrir também.

Ela sabia muito bem quem era, afinal.

Depois da pequena discussão que ela teve com Sasuke nos corredores da KU não levou mais do que dez minutos para o seu celular vibrar com uma mensagem.

Babaca

Foi mal, eu tava estressado, não quis descontar em você.

Sakura apenas olhou para a mensagem rindo de raiva antes de responder.

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Babaca

É sério, foi mal mesmo

Foda-se

Babaca

Agora você tá sendo imatura

Sakura rolou os olhos ao ler aquilo, mas também não respondeu mais.

Estava sendo imatura, talvez? Mas não estava se importando nenhum pouco com isso, definitivamente. Se ele queria ser um babaca bipolar que o fosse ser bem longe dela.

Finalmente o celular parou de vibrar e ela relaxou sobre a cama, coçando as orelhas de Church que ronronava feliz enquanto os dois assistiam um filme na Netflix, bem sangrento do jeito que ela gostava.

Karin às vezes dizia que ela devia ter feito medicina em vez de literatura, então “em vez de livros chatos que ninguém entende você poderia estar feliz dissecando cadáveres”. Palavras da ruiva.

Church virou-se de barriga para cima pedindo carinho ali e Sakura já estava quase caindo no sono quando se assustou com o barulho da campainha.

O gato rapidamente saiu correndo para baixo da cama e Sakura esperou por alguns minutos antes de levantar, torcendo para que quem quer fosse, desistisse.

Mas claro que ela não teria tanta sorte. Nunca tinha.

― Saco ― murmurou para o vazio do quarto antes de se obrigar a levantar sem pressa alguma, um pé após o outro. Não era como se o mundo estivesse acabando e notícia ruim sempre chega rápido.

Quando chegou à porta ela não fez questão nenhuma de mudar a cara de poucos amigos quando a abriu. E isso apenas se intensificou quando ela viu o ser parado ali de camiseta, bermuda e chinelos. Parecia até alguém normal.

Mas Sakura já tinha duas péssimas experiências para cair naquela carinha de “Sou cheio de tatuagens, mas sou um bom moço”.

Quem sabe em outra vida, não é?

Sasuke era exatamente tão babaca quanto ela havia achado da primeira vez.

Sakura suspirou cruzando os braços e encostando o ombro da soleira da porta enquanto esperava que o homem à sua frente se manifestasse.

― Então… eu vim pedir um pouco de açúcar…? ― ele disse, levantando uma xícara de porcelana.

A Haruno apenas ficou desviando o olhar entre Sasuke e a xícara. “Essa porra é louca, só pode” e bufou tentando dar com a porta na cara dele, mas Sasuke foi mais rápido.

― Hey, calma marrenta ― ele disse, segurando a madeira com as mãos e rindo da expressão exasperada dela ― Eu vim em missão de paz.

Sakura rolou os olhos e jogou as mãos para cima, soltando a porta e indo até o sofá sentar-se. Não era como se ela pudesse impedi-lo na força bruta de qualquer forma. Sasuke era alto e tinha um corpo relativamente esguio, mas de forma alguma parecia ser fraco, tinha braços bem definidos até, claro que Sakura já tinha reparado.

E não só nos braços.

Ele fechou a porta cuidadosamente sob o constante olhar de Sakura e então começou a se aproximar lentamente dela, como se temesse que a qualquer momento a garota fosse pular em cima dele; e definitivamente não da forma que ele iria gostar.

Ainda que de um jeito bem louco a ideia não fosse tão ruim assim.

Fazendo questão de manter uns bons centímetros de distância entre os dois ― para caso precisasse fazer um saída de emergência ― Sasuke sentou ao lado dela, ainda sem tirar os olhos de qualquer movimento suspeito.

A expressão da garota ainda continuava fechada e ele no fundo não podia culpá-la, ele realmente havia sido bem babaca, mas era a primeira vez que uma mulher ― tirando a sua mãe ― realmente se incomodava com isso.

Geralmente elas simplesmente o xingavam ou mesmo nem davam bola para isso. Mas ficar realmente zangada com isso? Tirando dona Mikoto, nunquinha. E Sasuke não sabia o que era mais estranho, essa reação de Sakura ou o fato de ele realmente se importar com isso.

― E então? ― Sakura perguntou, arqueando uma das sobrancelhas e ainda de braços cruzados ― Veio aqui apenas para ficar olhando para a minha cara ou o que?

― Nossa, você é bem esquentadinha, né? ― Sasuke provocou, mas quando não recebeu outra risada em troca suspirou ― Olha, foi mal, ok? Eu tinha recebido uma ligação que me estressou, não era para ter descontado em você.

Sakura olhou bem para o rosto dele, procurando algo que denunciasse algum tipo de mentira, mas Sasuke parecia estar falando a verdade. E não que ela não achasse que ele podia ser um babaca àquele ponto, aliás, tinha certeza de que sim, mas ao menos daquela vez ele parecia estar sendo honesto e ela não seria tão rancorosa assim a ponto de guardar uma mágoa eterna por isso.

Ou ao menos não por tanto tempo.

Ainda que não fosse esquecer nunca, ela conseguia ser bem rancorosa quando queria.

― OK ― ela disse por fim, descruzando os braços e se esticando sobre o sofá.

Sasuke apertou os olhos na direção dela, esperando que Sakura fosse dar um bote nele de repente ou coisa do tipo. Não poderia ter sido tão fácil assim.

Poderia?

― Sério? ― ele perguntou, ainda desacreditado e a garota apenas balançou a cabeça em afirmativa.

Estranho, muito estranho. Mas não era como se ele fosse reclamar, de todo modo. Melhor não cutucar a fera.

Eles ainda ficaram se encarando por algum tempo, Sakura relaxadamente e Sasuke sem abaixar a guarda, mas até que por fim ela se levantou e colocou os braços na cintura, olhando para ele.

― E então, vamos terminar aquele trabalho? ― ela perguntou, mas sequer esperou uma resposta antes de sumir para o quarto.

Sasuke ficou observando a garota se distanciar e por fim também se levantou rolando os olhos.

― Mulheres ― murmurou para si mesmo, balançando a cabeça.

E elas podiam até negar, ele pensou, podiam dizer que era machismo e o caralho a quatro mas que pareciam um bando de bipolares ninguém tirava da cabeça dele.

Em um momento estavam putas e querendo arrancar a sua cabeça e em outro te esperavam apenas de lingerie com um jantar romântico preparado.

Ele bem sabia o que passou enquanto ainda morava com a mãe.

Sem outra escolha e não querendo novamente deixar a garota irritada Sasuke por fim seguiu até o lugar que sabia ser o quarto dela e a encontrou de pernas cruzadas em cima da cama com o notebook no colo.

Ele se aproximou e já estava se sentando quando quase esmagou o que pensou ser um bicho de pelúcia, mas que de repente se mexeu e quase pulou em cima dele.

― Mas que porra é essa?! ― Sasuke quase gritou, olhando para o animal peludo em cima da cama olhando para ele com a cara nada boa.

― É um gato, Uchiha, nunca viu um gato? ― ela questionou, rindo dele e então levou uma das mãos até o bichano, coçando a sua cabeça enquanto ele ronronava com o carinho ― Esse é o Church.

― Sim, estou vendo ― Sasuke respondeu, encarando com os olhos semicerrados o animal que também não parecia muito feliz com ele ali.

Church “amassou” lentamente um dos travesseiros, como se fizesse questão de mostrar as unhas longas e afiadas para Sasuke que ainda estava em pé.

“Isso está mais para um Gremlin” ele pensou, por fim se rendendo e sentando na cama, o mais longe possível do gato-demônio ― que realmente fazia jus à referência do nome ― que continuava a encará-lo com aqueles olhos amarelos.

E ele achou estranho, para dizer o mínimo. Os gatos costumavam adorá-lo, a casa da sua avó materna era cheia deles.

Mas o que de normal vinha daquela garota?

Mesmo sem muita vontade Sasuke pegou um dos livros que estava ao lado das pernas de Sakura e começou a folhear enquanto ela fazia algumas pesquisas na internet.

Mas o grande problema de fazer as coisas sem vontade é que a distração rapidamente toma conta de você e não foi uma grande surpresa quando ele começou a olhar para uma pinta que Sakura tinha na nuca em vez de prestar real atenção no que eles deviam estar fazendo.

E logo ele não estava apenas olhando mas sim passando a ponta do dedo sobre aquela manchinha que mais parecia um coração e quando isso também não foi suficiente ele passou a língua para ver que tipo de reação conseguia arrancar da garota.

E quando Sakura soltou um gemidinho baixo, ainda que claramente a contragosto, ele realmente se sentiu muito vitorioso.

E mais gemidinhos manhosos seguiram aquele, aumentando gradativamente de volume e quando deu por si ele já estava por cima da garota, sugando um ponto no pescoço dela enquanto uma das suas mãos já passava pelo contorno dos seios que tinha apenas a blusa larga como proteção.

― Não está mesmo a fim de fazer isso, não é? ― Sakura perguntou, com a respiração já pesada com os avanços dele.

― Nenhum pouco ― Sasuke respondeu, entendendo que ela se referia ao trabalho e feliz por o gato já ter corrido para bem longe dali.

Seria um tipo de espectador bem estranho.

A mão dele por fim conseguiu se infiltrar sob a blusa dela e já estava quase alcançando um dos seus seios quando Sakura aproveitou da sua distração e rapidamente inverteu as posições, ficando por cima dele.

E claro que Sasuke não reclamou nenhum pouco, apenas sorriu sacana e cruzou os dois braços sob a cabeça, esperando o que Sakura faria a seguir.

E se ele esperava que ela tirasse a blusa ou coisa do tipo se surpreendeu quando ela sorriu de volta e desceu o corpo para baixo sobre o dele, até ficar com a cabeça na altura das suas coxas.

E quando ele percebeu o que a garota tinha em mente, o seu pau semi-ereto ficou totalmente duro apenas de imaginar a cena que já se desenrolava na sua mente.

Sem perder tempo Sakura abaixou a bermuda dele junto com a cueca e observou quando o pau dele saltou para fora, como se pedindo a sua atenção. Ela o segurou com uma das mãos e começou a masturbá-lo lentamente, sem tirar o olhar da expressão quase desesperada que Sasuke já tinha no rosto.

― Você quer que eu te chupe? ― ela perguntou, abaixando-se e lambendo de leve a cabeça do pau dele, apenas para provocá-lo ― Me responde, Uchiha.

― S-sim ― Sasuke respondeu, quando ela começou a colocá-lo na boca mas logo tirou, fazendo com que ele quase soltasse um palavrão.

Sakura riu baixo da expressão dele e então passou a ponta da língua por toda a sua extensão, sentindo-o estremecer na sua mão.

― Então pede.

― Me chupa logo, porra! ― ele quase rosnou, ouvindo o desespero sair na própria voz. Mas não poderia estar estar se importando menos com isso agora. Não enquanto Sakura tirava a própria blusa e se abaixava novamente sobre ele, com aqueles peitos lindos balançando.

E ainda que eles certamente não fossem os maiores que ele já viu, ainda assim a ideia de gozar neles um dia não pareceu nada ruim, se ela topasse fazer uma espanhola.

― Não seja tão apressado, nós nem começamos direito ― Sakura continuou provocando, quase sem conseguir controlar o riso que queria escapar da garganta ao ver a expressão sofrida de Sasuke. E ele sequer imaginava que ela estava apenas começando ― Quero que me avise quando for gozar, sim?

― O que? ― ele perguntou sem realmente entender. Do que ela estava estava falando naquele momento?

― Eu quero que me avise quando for gozar ― ela repetiu, juntando o cabelo e jogando-o todo para um lado ― Eu quero engolir tudo. Consegue fazer isso?

― Sim ― ele respondeu, não sabendo ainda direito do que ela estava falando, mas concordando mesmo assim. O tesão era tão grande que ele provavelmente teria aceitado dar um rim à ela naquele momento.

E para o seu alívio Sakura finalmente parou de provocá-lo e a sua boca finalmente começou a trabalhar, engolindo-o e descendo aos poucos.

Sasuke instintivamente agarrou o cabelo dela e começou a mover o quadril no mesmo compasso que a boca da garota descia e subia sobre o seu pau. E estava sendo realmente muito difícil se controlar, mas ele iria deixá-la fazer do seu jeito.

Sakura apoiou uma das mãos na coxa de Sasuke e então aumentou o ritmo, engolindo-o até onde aguentava e depois rapidamente subindo novamente enquanto sentia Sasuke apertar cada vez mais o seu cabelo, ainda que não ao ponto da dor.

E claro que não demorou muito para ela sentir que estava sendo difícil para ele se controlar.

O que só significava uma coisa.

― Sakura, eu… eu tô… ― Sasuke começou a balbuciar, sem conseguir terminar a frase, mas Sakura já havia entendido de todo modo.

― Está é? Que bom.

E quando Sasuke achou que finalmente conseguiria o seu orgasmo tão esperado, que já estava tão, tão próximo… de repente nada.

Ele apenas a sentiu se afastar totalmente. A boca, tudo.

Sakura havia simplesmente parado e já estava até vestindo a blusa que ela havia tirado. Tranquilamente, como se não tivesse deixado ele literalmente na mão.

― Sakura… o que você está fazendo? ― ele conseguiu perguntar, depois que a sua mente finalmente começou a se recuperar.

E então ele viu que além de ter parado e vestido a roupa, Sakura já estava até novamente com o notebook no colo, ignorando-o totalmente ali de pau duro ao seu lado.

Mas que porra?!

― Você não achou que seria tão fácil, não é? ― ela perguntou, olhando por cima do ombro com um sorriso pequeno no rosto ― Agora sim eu te desculpo.

E então a compreensão finalmente chegou.

Ela tinha feito de propósito! Sakura tinha feito aquilo por pura vingança pelo o que ele tinha dito para ela na universidade. Não passou de um simples joguinho!

E enquanto mais uma vez ela o deixava de calças arriadas ― e dessa vez sem gozar  ― Sasuke tentava entender o que ainda o atraía àquela garota.

Ela era teimosa, era tão orgulhosa quanto ele, era vingativa e a criatura mais irritante que ele já havia conhecido.

― Eu vou raspar a sua cabeça enquanto você dorme ― ele prometeu, enquanto tentava pensar em coisas broxantes que dessem um jeito naquele problema entre as suas pernas. Mas a maldita da sua cabeça só conseguia pensar na boca dela sobre ele.

Merda de mente que não ajudava!

― Claro que vai ― Sakura desdenhou, sem se virar para ele.

E talvez ele não fizesse aquilo de verdade, ela tinha um cabelo bem bonito, ele tinha de admitir.

Mas Sakura definitivamente não sabia com quem estava mexendo.

As coisas não ficariam daquele jeito.