História O Casamento das Rosas - 2. Preparando o Casamento

Uma semana já havia se passado e muita coisa havia acontecido nos últimos dias. Houve a batalha de Selene contra Ártemis que no fim acabou dando tudo certo e finalizou-se no casamento da deusa da Lua com Milo de Escorpião, que era a reencarnação de Órion.

Agora que toda a agitação tinha ido embora, só restava o casal de piscianos organizarem o seu casamento. Claro que nem podiam pensar em preparar tudo sozinhos porque no dia seguinte ao casamento de Ártemis, a própria deusa Afrodite acompanhada de Eros, Anteros, Himeneu, Psiquê e Harmonia vieram especialmente ao Santuário para ajudarem nos preparativos.

Apesar das brigas com a nora, a deusa da beleza estava tão animada quanto os noivos para que esse casamento acontecesse. Eros e Harmonia uma vez juraram ter visto duas estrelas brilhantes nos olhos da mãe enquanto ela falava sobre a decoração perfeita para o casório.

Em um dos dias em que estavam conversando sobre os preparativos, a deusa Afrodite logo se lembrou de algo que havia descoberto sobre a família do pisciano:

-Olha, Dite, meu lindo, eu sei que você perdeu os seus pais cedo mas, eu acho que encontrei dois parentes próximos a você que podem ser convidados ao casamento - começou a dizer a deusa.

-Dois parentes? E quem são? - perguntou Afrodite, ansioso.

-Descobri que você tem uma tia-avó e um primo na Suécia, eles são nobres da corte sueca e moram atualmente no palácio Rosendal para exercerem suas funções como arquiduques.

-Puxa vida! - exclamou Belle, impressionada - Então ele já nasceu sob berço de ouro não é?

-Bem, digamos que sim. Atualmente, o Afrodite é dono do Palácio dos Gustafssons em Estocolmo mas, porque nunca o encontraram, o palácio pertence à sua tia-avó Greta Eriksson.

-Nossa, esse nome me parece tão familiar…

-Acho que já vimos uma Greta Eriksson conversar com a minha mãe, né amor?

-É mesmo! Era uma velhinha e ela tinha sorrido pra mim… Santo Deus! Eu pensei que minha própria tia fosse uma velha maluca!

-Então seria de bom tom que você a convidasse junto com o seu primo, Gustav - disse Psiquê trazendo uma bandeja de biscoitos para a mesa de centro.

-Pedimos a sua opinião, Psiquê? - perguntou a deusa Afrodite, com certa grosseria.

-Não mas, você ia falar que eles deviam a convidar do mesmo jeito, sogrinha. Eu só falei com menos enrolação do que quando você faz.

-Podia ter dormido sem essa né? - riu Eros cochichando isso para Anteros.

-Ora, sua…

-Srta. Afrodite, mas não é perigoso convidar duas pessoas comuns para um evento no Santuário? - interrompeu Belle, que não queria novas brigas entre essas duas.

-Eu descobri também que a família de Greta já está acostumada ao mundo do Santuário por causa de uma parente de Afrodite que foi amazona daqui. Então tudo bem se eles forem participar do casamento, acho até que será legal.

-Podem fazer a despedida de solteiro no palácio dos Gustafssons se quiser - comentou o erote do amor, ficando ao lado da esposa Psiquê - É só apresentar uma prova ao Estado sueco que você é dono da propriedade e tudo bem.

-Hum…

O pisciano suspirou e se levantou para começar a circundar o sofá onde Belle estava sentada.

Tudo lhe estava parecendo tão cansativo e tão complicado, nem mesmo conhecia essa Greta direito para convidá-la ao seu casamento. E se fosse uma velha psicopata? Ele nunca iria saber se não a conhecesse e conversasse com ela.

Enquanto o dourado estava em seu momento reflexivo, Anteros pegou um computador e conectou-o no Skype até que o aparelho começa a tocar por causa de uma “ligação” que estava recebendo. O erote do amor não correspondido então desbloqueou a chamada e virou o computador para Afrodite.

-Diretamente de Rosendal, Suécia… Greta Eriksson! - apresentou o erote mostrando o aparelho com pomposidade.

-Até já sei de quem ele pegou essa mania de ser espalhafatoso - cochichou Psiquê para Eros, fazendo-o rir baixinho.

-Olá, sobrinho! Acho que não se lembra de mim, não? - perguntou uma velha senhora na tela do computador.

Com isso, Afrodite sentou-se ao lado de Belle ficando de frente ao computador e encarou a senhora com curiosidade.

A arquiduquesa sueca tinha cabelos brancos presos em um coque com uma presilha de diamantes, e aparentemente usava um vestido e blazer negros com muita elegância. E embaixo do seu olho direito estava uma pequena pintinha preta parecida com a que o pisciano tinha no mesmo lugar.

Não havia dúvida que eram parentes de sangue porque as feições eram, sem dúvida alguma, muito semelhantes. Rapidamente, abriu-se um sorrisinho no rosto do pisciano.

-Então… você é a minha tia-avó? - perguntou Gustav, ainda se acostumando com aquela história reveladora - É tão estranho isso.

-Não se preocupe, vai se acostumar, minha criança - disse Greta, sorrindo amavelmente.

-Eu espero que sim, Sra. Eriksson.

-Pode me chamar de Tia Greta, querido. Ah, você me lembra tanto os seus pais… você tem os olhos de Birgitta e os cabelos azuis de Alexander. Você é mesmo bonito como me disseram!

-Por favor, eu estou ficando meio envergonhado, sabe?

-Cof… mentira… cof… - Belle fingiu tossir e recebeu o olhar do noivo - Desculpe, peguei essa tosse do nada.

-Ah, então essa é que é a sua noiva, queridinho? Ela é tão linda! Aposto que é muito inteligente também.

-Olá, Sra. Eriksson! Meu nome é Belle.

-Que belo nome, minha flor, que belo nome… Wendell, venha já aqui e conheça o meu sobrinho! - exclamou Greta de repente e um homem de cabelos curtos azuis escuros veio e ficou ao seu lado - Este é Wendell, meu mordomo.

-Andrew, Sra. Erikkson - corrigiu o rapaz, sem mudar a sua expressão séria.

-Tanto faz. Ele não é uma graça, Andrew?

-Realmente, ele herdou a beleza dos Gustafssons. Por falar nisso, o Sr. Edward ainda não chegou, minha senhora.

-Aquele garoto! Provavelmente está arranjando problemas… eu tenho que ir, meu sobrinho, tem sorte de ainda não conhecer o Edward. Ele é uma peste!

-Eu diria que ele é muito rebelde, não uma peste, Sra. Eriksson.

-Enfim… qualquer coisa é só me chamarem, está bem? Até logo, querido!

E a ligação deu-se por terminada.

-Senhora simpática não? - comentou Anteros, fechando o aparelho.

-Podemos voltar ao casamento agora? Precisamos escolher os padrinhos e madrinhas - disse Himeneu, seriamente.

-Bem, os meus padrinhos serão o Mask e a Helena - disse Afrodite - E os seus, Belle querida?

-Estava pensando que se não for pedir demais, eu gostaria que você e o Sr. Ares fossem os meus padrinhos, Srta. Afrodite - disse Belle, timidamente.

-Belle, minha rosinha, seria uma honra! - exclamou a deusa abraçando a Rosa - Estou tão feliz!

-V-vo-você es-está me esganando… - depois que o abraço acabou, a pisciana se dirigiu até Psiquê - Eu juro que queria te ter como madrinha mas, eu acho que como Rosa, seria ainda melhor ter as bênçãos da deusa patrona, sinto muito.

-Tudo bem, Belle - tranquilizou a morena - Quem escolhe é você, querida. E eu sei que no futuro eu serei com muito prazer a madrinha da Har… espera, cadê a Harmonia?

-Eu achei que ela estava aqui agora a pouco… - murmurou Eros, olhando pela casa.

Os dois então cruzaram os seus olhares e exclamaram ao mesmo tempo:

-Oh, meus deuses! - e saíram correndo pelas escadas, já sabendo onde a pequena deusa havia se metido.

-Ryuthos de novo? - perguntou Himeneu para Anteros mesmo já sabendo a resposta.

-É, parece que foi ontem que ela arranjou um jeito de trazê-lo para a festa de aniversário do Eros - respondeu Anteros - Sorte a nossa que papai está longe.

-Conhecem o ditado, não? O que Ares não vê, o lado paterno não sente - riu a deusa Afrodite.

-Eu discordo um pouco, mamãe.

E continuaram a trabalhar o resto do dia enquanto o casal de deuses procurava Harmonia na Casa de Câncer, aproveitando para avisar aos donos da casa que eles seriam os padrinhos do casamento. O casamento já havia amanhecido a todo vapor no dia seguinte.