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História O Casamento do Escorpião - Final


Escrita por: GiullieneChan

Capítulo 7 - Final


Sétimo mês: Visita ao doutor.

 

Algum tempo já se passou depois da incomum cerimônia de casamento e os dias se transcorriam em paz... Ou quase.

—PQP! -gritou um homem que começou a soltar palavrões em italiano.

—Falei para tirar o dedo da frente. –Milo comentou.

—Como pode errar o prego e acertar meu dedo, impiastro? -berrou o outro, apontando o dedo ferido para o cavaleiro de escorpião e este brilhava com seu cosmo.

—Dá um desconto para ele, Máscara da Morte. -um sereno ariano entrou no local da discussão empurrando uma caixa, com Camus ao seu lado. O local da contenda era o futuro quarto do bebê de Dione. -Milo está ansioso e no mundo da lua com a expectativa do bebê nascer.

—Sei que faltam dois meses ainda, mas não controlo a ansiedade. Dione não faz questão de saber se será menino ou menina e eu...

—Louco para saber. -concluiu Camus. -Olha o lado bom, faz exatos três meses que a família da sua esposa voltou para casa.

—E retornam quando o bebê nascer. -suspira Milo e depois olha para a caixa que Mu arrastava. -O que é isso?

—Meu presente. -sorriu o cavaleiro de Áries.

—Um presente? –a futura mamãe apareceu e sorriu ao ver a caixa. -Mu, não devia...

—Devia sim. Abram!

Milo e Dione concordaram e abriram a enorme caixa e com ares de assombro e surpresa se depararam com um grandioso berço entalhado em madeira de lei. O que impressionava eram as figuras que ornavam o móvel, feitos pelas mãos de um hábil escultor, pequenas fadas e criaturas do imaginário infantil dividiam espaço em um cenário de árvores e flores.

—Você... Esculpiu? –Milo não acreditava.

—Com a ajuda de Kiki. Afinal, estamos até desocupados nestes últimos meses que nos sobra tempo para explorar outras habilidades. -comentou Mu.

—Ah, é lindo! -Dione não se cabia de felicidades.

—Tudo isso porque quer ser o padrinho do bebê. -suspirou Máscara da Morte.

—O fato dele nascer, talvez sob a regência do meu signo... -Áries disfarçou.

—Parem com isso. –pediu a loira. -Amor, já está pendurando quadros nas paredes? Mas e o papel de parede?

—Pensei que seriam os escorpiões. –apontou para o papel de parede cheio de escorpiões vermelhos dançarinos.

—Eu não escolhi os escorpiões. -Dione colocou as mãos na cintura. - E sim os pinguins.

—Pinguins, amor? –Milo faz uma careta.

—O que tem contra pinguins? –Camus perguntou.

—Eles andam esquisitos... E me lembram alguém...

—Quem? –Camus franziu o cenho.

—Hyoga. -respondeu rápido.

Camus ficou sério. Dione, Mu e Máscara da Morte riam abertamente. Milo segurou o riso, ficando vermelho.

Foi quando apareceu Adônis, irmão de Milo, entrando no quarto de maneira desajeitada, segurando um enorme urso de pelúcia que lhe impedia a visão.

—Presente da senhorita Kido... outro. Onde eu coloco isso? -perguntou ofegante, esbarrando em todos e tudo. Milo afastou Dione do urso gigante descontrolado, que por onde passava derrubava alguma coisa para por fim, ficar pressionado entre Adônis e um cavaleiro de Câncer, irritado.

—Em qualquer lugar. -exclamou Máscara da Morte. -Menos em cima de mim, caspista!

—Desculpe. -lamentou o rapaz.

Me deixa matar este refugo!

—Não posso deixar, ele é família. -respondeu Milo rindo.

—Sua família, não minha!

—Ah, mas seremos primos quando meu tio se casar com sua mamma e...

—NÃO SOMOS PARENTES! -berrou o cavaleiro de câncer.

—Vamos parar com isso, tá? -Dione pediu, segurando o riso, enquanto Adônis ainda tentava equilibrar o urso gigante, até por fim se auxiliado por Mu. -Amor, hoje você disse que ia me levar ao médico. Não é melhor que eu vá sozinha e...

—Não, Dione. Seu médico vai tirar férias e justamente quando você vai ter um filho. Quero conhecer este médico que vai substituí-lo para ver se é confiável.

—Soube que ele é muito competente.

—Mesmo assim. Vamos juntos.

Horas mais tarde, chegaram ao consultório médico. Era a primeira vez que Dione visitava o médico sem a companhia da mãe e se sentia meio insegura, apesar do marido sempre arranjar um tempo para ir junto, não perdendo nenhum momento da gravidez.

Dione sorriu, nunca imaginou que Milo viesse a ser um marido tão carinhoso e um futuro papai cuidadoso. Talvez o fato de ter ficado órfão muito novo o influenciasse. Queria ter uma família, a sua família. E ela estava surgindo.

—Que hora para seu médico tirar férias! –resmungou Milo.

—Ele precisava amor.

A recepcionista os chamou cerca de meia hora depois que haviam chegado, os guiou por um corredor e apontou uma porta no fim deste. O jovem casal caminhou até o local indicado e pararam na porta ao verem o médico.

Era um rapaz magricela, cabelos castanhos em desalinho, que parecia estar ocupado na montagem do que seria uma maquete do sistema reprodutor feminino. No entanto, ao colocar a última peça, a maquete desmontou e ele ao tentar segurar a mesma, fez com que peças voassem para todos os lados. Um dos "ovários" saltou até a mão do cavaleiro.

—Ah, chegaram! -exclamou ajeitando o estetoscópio no pescoço. Ao se levantar, bateu o joelho na mesa e gemeu colocando a mão sobre o mesmo e em seguida, se erguendo e assumindo uma pose de que nada havia ocorrido. -Bem vindos, senhor e senhora Alessandros.

Milo já ergueu uma sobrancelha e olhou para Dione, que estava calada.

—Queira se sentar aqui, senhora. - apontou para uma cadeira e ao fazer um movimento, derrubou com o braço um biombo, que caiu sobre uma mesinha, que derrubou um aparelho ao chão.

Milo pegou firmemente na mão de Dione e a arrastou para fora do consultório o mais rápido que pode.

 

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Oitavo mês: a ovelha rosa da discórdia

Milo ajudava a arrumar os últimos detalhes do quarto do bebê, pendurando um móbile sobre o berço. Olhou ao redor e sorriu, o quarto estava pronto e quase perfeito.

Quase porque faltava o principal, a criança e... O papel de parede eram pinguins dançarinos.

—Por que diabos ela gosta de pinguins? –se perguntou. –Tudo bem, apesar dos pesares, meu filhão vai vim para arrasar! -sorrindo e depois ficou sério ao ver dentro do berço uma ovelhinha com laços rosa. –Que diabos é isso?

—Algo errado amor? –Dione perguntou ao entrar no quarto.

—Isto! –apontou para a ovelhinha.

—Outro presente do Mu. -ela sorriu.

—Um carneiro cor de rosa com laços rosa berrantes?

—Amor, o que é que tem?

—E se for um menino? –exasperado.

—E?

—Não quero nada rosa e berrante perto do meu menino! Nem o Afrodite é tão... Rosa e berrante! -mostrando a ovelhinha.

—Achei fofo o presente. Talvez o bebê seja de Áries e Mu deu um presentinho com o símbolo do signo.

—Um carneiro rosa? Não tinha azul, preto com correntes?

—Nem sabemos se vai ser um menino. Por que azul?

—Por que rosa? Por que não verde? Amarelo? Verde e amarelo!

—Está falando bobagens. O bebê não vai prestar atenção nestes detalhes. –pega a ovelhinha e recoloca no berço.

—Por que ele não deu um pitt bull de pelúcia?

—Milo... - Dione o olhou. -Para de bobagens. Um bichinho de pelúcia não é um motivo para lhe causar tanto alarde!

—É se ele lançar dúvidas sobre a sexualidade do meu filhão!

—Não seja infantil. Está na cara que precisa abrir mais a sua mente.

—Não estou sendo infantil! –cruzou os braços emburrado.

—Ah, Milo... - Dione parecia meio constrangida em tentar dizer algo a seu marido. -Papai telefonou e...

—E?

—Ele disse que nos faria uma visita rápida. –sorriso.

Milo lembrou que a noção de Demos de uma visita rápida se resumia a dias e dias interruptos na companhia de seu "querido sogro". Um arrepio de terror percorreu por seu corpo com a possibilidade. E se ele visse o presentinho do Mu iria ficar com a pulga atrás da orelha e não sairia nunca do Santuário para cuidar do neto.

Demos era um típico grego, tradicionalista até as raízes dos ralos cabelos brancos que ele ainda tinha sobre a careca.

Olhou para o objeto em questão. Aqueles olhos azuis e doces escondiam um propósito sombrio, aquele sorrisinho tirado de algum programa infantil ao estilo Connie, a vaquinha, pareciam mirá-lo, desafiá-lo. Fez a única coisa que poderia fazer nesta situação... Pegou a ovelhinha rosa da discórdia e a colocou dentro da camisa, saindo rapidamente do quarto.

Correu para longe da sua casa, e freou bruscamente quase colidindo com Máscara da Morte, que tinha em seus braços sua pequena Ângela, de dois anos, certamente levando-a para algum passeio.

—Se topasse em nós era um inseto morto! -disse-lhe com calma assustadora.

—Ah, eu preciso de você! -colocou as mãos nos ombros do canceriano, ofegante. Este o encarou erguendo uma sobrancelha.

—Sei lá o que o povo pensa aqui, mas... Eu gosto de mulher, tá? Shura e Afrodite são meus amigos, ok?

—Que? –o encarou. - Não estou falando de pervices, seu pervo! Quero que cuide de uma coisa pra mim até meu sogro se mandar daqui!

—O velho babão está voltando ao Santuário? Por que não abrem as portas do Tártaro novamente em nós? Fala o que eu tenho que guardar.

Milo mostra a Máscara da Morte a ovelhinha rosa.

—Uma ovelhinha... Rosa? Não sabia que curtia estas coisas... Fofas. -a sobrancelha ergueu-se novamente.

—É do bebê! Por pouco tempo. -a coloca na mão de Máscara da Morte e volta para casa sorridente.

Mas ao chegar em casa, encontra Dione revirando o quarto do bebê, procurando alguma coisa.

—Amor? O que houve? –como se ele não soubesse. Mas fica meio impressionado com o rosto banhando em lágrimas da esposa. -Que houve?

—A Milla sumiu! -lamentou.

—Quem?

—A ovelhinha rosa... a Milla.

—Er... Deu o nome de Milla àquela ovelha?

—Quando eu era menina eu tinha uma igualzinha àquela, eu a chamava de Milla... em sua homenagem. Na época eu era uma menina apaixonada por você, meio bobinha. Mas a Milla foi destruída sem querer pela empregada da minha casa e eu a perdi. -lágrimas vertendo pelo rosto. -Eu fiquei tão feliz quando Mu me deu uma ovelhinha igual à Milla que eu... Eu... Eu a perdi de novo!

Milo saiu correndo novamente da casa, para alcançar Máscara da Morte e pegar a bendita ovelhinha de novo, com sorte a colocaria em seu quarto de casal e Dione nem notaria que tentou sumir com ela. Encontrou-o conversando com Camus a sombra da Casa de Câncer, com Ângela brincando com a ovelhinha de pelúcia rosa e uma boneca da Barbie perto deles.

—Graças a Athena, eu os encontrei. -ofegante e feliz. -Preciso da ovelha de volta.

Abaixou-se para pegar a ovelha das mãos de Ângela, que a pegou rapidamente e a abraçou como se fosse um tesouro valioso.

—Ângela, anjinho. Devolve a ovelhinha do tio Milo e... -estendeu a mão e a puxou rapidamente quando ela tenta morde-la. -Que?

—Mia! -respondeu a menina com determinação, encarando Milo como se fosse um inimigo.

—Não. Ovelhinha rosa horrorosa do tio Milo.

—Mia!- respondeu de novo, desta vez em um tom ameaçador e um brilho diferente no olhar, que faz Milo recuar um instante.

—Que isso fofinha. Tá vendo muito anime! Tem que ver mais Ursinhos carinhosos e... Sua filha tá me olhando estranho, Giovanni!

Ângela pega a Barbie e coloca-a diante de Milo, arrancando a cabeça dela, depois abraça a ovelhinha, como se quisesse dizer que se tentar pegá-la, faria com o cavaleiro o que fez com a boneca.

—Glup...

—Filha, o que falei sobre arrancar cabeças das bonecas?

—Não nega ser sua filha. -comenta Camus, achando curiosa a tentativa de persuasão de Milo.

—Orgulho meu! -falou Máscara com um sorriso.

—Hahaha, que engraçado... Que pestinha linda que você tem, Pierino. -sorri para Máscara da Morte, atento a tudo e depois encara Ângela e murmura para ela, estendendo a mão para pegá-la. -Devolve minha ovelha seu projeto de Hannibal Lecter!

A resposta foi Ângela foi morder a mão de Milo, que dá um grito e se afasta rápido, vendo a menina abraçar a ovelhinha e mostrar a língua para o Cavaleiro de Escorpião. Seguida das sonoras risadas de Camus e Máscara da Morte.

—Eu dou cem euros pela ovelhinha. -suspirou Milo, vencido.

—Opa. Falando minha língua. - Máscara sorriu. - Anjinho, devolve isso pro tio inseto.

—Mia! Não! –bate na mão do Milo e volta a abraçar a ovelhinha.

—Devolve isso, filha.

—Não! Não! Não! Não! Não! Não! Não! Não!

—Devolve, eu já disse. -Máscara falou com mais autoridade.

Ângela faz biquinho.

—Não...

Olhos se enchem de lágrimas, os lábios tremem.

—Não ouse... não...

—UÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁ! UÁÁÁÁÁÁÁÁÁÁ!

—Cento e dez euros pela ovelhinha. –Milo barganhava e Ângela ainda chorava alto, abraçada a ovelhinha. -Duzentos Euros! Pare de chorar! Sua mãe vai me matar! Quinhentos!

—Filha, papai estava brincando!

—Você venceu! Pode ficar com a ovelhinha. O tio não quer mais!

Alguém pigarreou às costas dos cavaleiros e Maeve apareceu com as mãos na cintura, encarando os homens com uma expressão nada satisfeita. Máscara da Morte e Camus disfarçaram e Milo não sabia o que falar.

—Ângela, devolve a ovelhinha cor de rosa do tio Milo e vem tomar banho. Giovanni conserte a cabeça da sua boneca. -falou com suavidade e um sorriso no rosto. A menina enxugou as lágrimas. - Sabe que este seu choro de birra não funciona comigo.

Com um bico e expressão de derrota, a menina devolve a ovelhinha para Milo.

—Como elas conseguem isso? -Milo perguntou espantado. -As mulheres...  Como conseguem?

—Acho que aprendem o Gen Roo Ma O Ken, e o usam nos pivetes. -diz Máscara da Morte. -Não acho outra explicação.

Imediatamente Milo se levantou, olhando a ovelhinha como se fosse a própria armadura de Athena e a beija emocionado. Em seguida corre para sua casa e para Dione.

—Não sabia que Milo curtia coisas fofas e rosas... -Camus espantou-se.

—Pois é...

 

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Nono (e último mês finalmente): O tão esperado dia.

 

Madrugada...

—Amor... Amor...- Dione cutucava Milo ao seu lado na cama.

—Sim, amor... -respondeu um sonolento cavaleiro.

—Amor... Chegou a hora.

—Que hora? –ele abre o olho e vê as horas. - São só três da manhã amor, não chegou a hora de acordar. -voltando a dormir.

Dione suspirou e senta na cama, cutucando-o mais forte.

—Milo. A bolsa estourou!

—Amanhã... eu te compro uma nova... zzzzzzzzZZZZZZZZZZzzzzzzzzzz...

—Milo! O bebê vai nascer nesta cama se você não acordar! Agiliza! -ela falou seriamente. -MILO ALESSANDROS EU TO DANDO A LUZ NA CAMA!

—QUE? –Milo cai da cama com a notícia. -Já? Agora? Calma Dione! Eu estou com tudo sob controle. Eu corro na velocidade da luz, chego ao hospital antes que você diga Athena exclamation. Calma, amor.

Enquanto falava, corria de um lado para outro do quarto, se vestindo e pegando a mala da esposa, pronta há dias para esta ocasião. Depara-se com o sogro e seu tio Ulisses que há quase um mês estava hospedado em sua casa, esperando o bebê nascer.

—Que houve? Por que Dione gritou? -perguntou o furioso pai da moça.

—Finalmente. Eu vou ser pai! -exclamou Milo exultante.

Demos e Ulisses deram gritos de alegria, deram tapas nas costas de Milo, comemorando a notícia. Saíram correndo para o hospital.

—Gente... Não esqueceram algo? –Dione pergunta ainda sentada na cama e suspira. -Homens.

Milo, Demos e Ulisses chegam ao hospital. Vão direto a recepcionista e falam ao mesmo tempo:

—Minha mulher/filha/nora está tendo um bebê!

A moça olha abobada para os três homens em seguida olha ao redor. Então pergunta calmamente.

—E onde ela está?

Um breve momento de silêncio constrangedor e os homens se olham.

— Ahhh...- Milo fica lívido e sai correndo para fora do hospital.

Segundos após sua saída, Camus e Mu chegam ao hospital carregando Dione no colo.

—Depois dessa, eu quero ser o padrinho do bebê. –bufou o francês.

—Eu sou o padrinho! Olha a data! –disse Mu. –Hoje é dia 25 de março! Áries!!!! –comemorando.

—Vocês não esqueceram de nada não? -Dione perguntou, fuzilando os homens presentes com o olhar. -COMO A MULHER QUE VAI PARIR ESTA CRIANÇA?

—Boa noite senhor. -a enfermeira se aproximou. –Qual dos dois é o pai? Já vamos levar sua esposa para o quarto. Oh, Deus... Ela já está em acelerado trabalho de parto!

—QUERO UM MÉDICO! -ela berrou e ambos os cavaleiros assustaram-se com a fúria desta, colocando-a imediatamente na cadeira de rodas oferecida por um residente.

—Alguém chamou um médico? –apareceu o mesmo médico magricela que substituiu seu obstetra de férias. -Senhora Alessandros! Que surpresa... -ele dá dois passos e derruba uma maca em cima do pé de um enfermeiro. -Ops, desculpe.

—Me tirem daqui! –Dione se levantou para correr e parou com a dor de uma contração. -Ele não vai fazer o meu parto!

—O doutor Vassilisk é o único obstetra de plantão. -informou a enfermeira.

—Não tem outro de plantão? –Mu perguntou, incerto.

—Como você a trouxe para cá? -perguntou Ulisses a Camus.

Camus aponta para Mu que acena sorrindo.

—Entendi. –disse o idoso. -Mas como sabia que nós a esquecemos?

—Não sabia. Eu estava acordado, dando uma volta pelo Santuário.

—Às três da manhã? -admirou-se Ulisses.

—Estava praticando meu esporte favorito. Le Parkour. Fico muito aceso depois que eu e minha esposa, sabe... namoramos.

—O que é?

—Sério? –Mu não acreditava no rumo da conversa dos dois.

—Consiste em correr e saltar obstáculos em seu caminho com extrema agilidade. Ia correndo e praticá-lo pelo Santuário que tem muitos obstáculos quando me deparei com vocês dois e Milo saindo às pressas do Santuário. Depois Dione, que não estava nada feliz!

—Sai pulando obstáculo?

—Sim. Como pilares caídos, bancos, muros. -o cavaleiro explicou.

—Não é mais fácil dar a volta? –perguntou Demos com deboche.

—Não, aí que está a graça. Aí pedi ao Mu que nos trouxessem, foi rapidinho e...

—PAREM DE FALAR TANTA IDIOTICE, EU TO TENDO UM BEBÊ! -Dione berrou e os dois se calaram imediatamente, assustados. -CADÊ MEU MARIDO?

A porta da frente abriu-se e por ela irrompeu-se um cavaleiro de escorpião zangado.

—Sabe o trabalho que dá desviar de monumentos históricos correndo daqui até o Santuário e vice versa? Eu fiz isso duas vezes!

—Se tivesse lembrando de trazer a parturiente. -Camus diz friamente.

—ALGUÉM! ESTOU TENDO UM BEBÊ!

Súbito, todos relembraram o motivo que os levou ali. Um futuro avô ansioso, uma futura mamãe em um delicado estado de nervos, um futuro papai que pela primeira vez em anos, não sabia o que fazer.

—Preparem a sala de partos. -ordenou Vassilisk, erguendo a mão e acertando o rosto de Camus. -Desculpe. Prepare a sala, enfermeira. Ops... –ele acerta Mu sem querer ao fazer outro movimento com o braço. –Desculpe.

—Não! –Dione levantou e começou a andar. -Foi alarme falso, volto outro dia e... aaaaaaaiiiiiiiiiiiiiiiiiiii!!!!

—Amor, não precisa ter medo. - Milo a segurou. -Vou ficar com você o tempo todo.

—Jura?

—Sim. -e olhou para o médico. -Tudo bem se eu for junto?

—Sem problemas. -respondeu o jovem obstetra.

Então, minutos depois, Milo e Dione entravam na sala de partos, para o momento há meses esperado.

Do lado de fora, em um dos corredores que levavam a sala de espera, Camus fazia algumas ligações, acordando os amigos. A sala logo se encheu de cavaleiros sonolentos, mas ansiosos em ver o novo membro daquela "família". Saori estava entre eles, não havia marcas de sono ou cansaço em seu rosto, mas um sorriso satisfeito.

Há anos atrás pediu em orações que seus cavaleiros pudessem desfrutar as alegrias de uma vida de paz. Estava feliz por ver que suas preces foram atendidas por alguma força maior, e via nos rostos de seus cavaleiros alegria e novas esperanças, refletidos na nova geração que estava surgindo e logo iriam colocar seus nomes na história do Santuário. Sentia isso... Ansiava por isso.

Então, o médico saiu da sala primeiro e logo foi cercado por todos os presentes, ansiosos por notícias. Enchendo-lhe com perguntas insistentes.

—Calma, calma... -dizia o médico. -O senhor e senhora Alessandros estão no quarto. A jovem mamãe estava muito cansada e adormeceu, ele a acompanhou juntamente com uma enfermeira para ver se estava tudo bem.

—E o bebê? Meu neto? –insistia Demos.

—Podem ver no Berçário! É uma criança linda e saudável!

Antes que o médico entrasse em mais detalhes, Demos e Ulisses correram para o berçário, perguntando pelo bebê que nascera há pouco. A enfermeira lhes mostrou uma criança chorosa, com um tufo de cabelos loiros adornando sua cabecinha, que remexia na manta esverdeada que o protegia do frio.

—Meu pequeno Telêmaco. -disse Ulisses.

—Que nome horroroso é este? -indignou-se Demos.

—Um nome grego e forte!

—Ele irá se chamar Jasão, como meu bisavô! -falou orgulhoso. –Ele foi um cavaleiro de ouro, sabiam? De Áries, como ele!

—TELÊMACO!

—JASÃO!

Milo apareceu, com um sorriso no rosto, acompanhando a discussão e sacudiu a cabeça rindo. Aproximou-se dos velhos ficando entre eles.

—Diz qual destes nomes é o mais digno de um grego legítimo, Milo! -pediu Ulisses.

—O nome de meu bisavô! -insistiu Demos. -De um futuro cavaleiro de ouro!

—São bons nomes... -ponderou Milo. -Mas não combinam com uma menina. E nem sabemos se ela vai ser amazona dourada, acalmem-se!

Os dois ficaram boquiabertos, e Milo sorriu orgulhoso, olhando para a filha que parava de chorar e parecia lhe observar.

—Seja bem vinda... Alice Papallonikos Alessandros. -murmurou, tocando o vidro, como se pudesse tocá-la também.

Houve silêncio. Um silêncio cúmplice compartilhado por aqueles homens. Que calados admiravam a pequena criança... Nenhuma palavra era necessária no momento, só a constatação de que o futuro a porvir, era belo!

 

Fim...



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