1. Spirit Fanfics >
  2. O Cavaleiro Corrompido >
  3. Os Vingadores da Floresta (Parte 1)

História O Cavaleiro Corrompido - Os Vingadores da Floresta (Parte 1)


Escrita por: Silver98

Capítulo 47 - Os Vingadores da Floresta (Parte 1)


Fanfic / Fanfiction O Cavaleiro Corrompido - Os Vingadores da Floresta (Parte 1)

O quarteto de caçadores fazia uma longa viagem desde que saiu de Tierrê para Sarínt, um vilarejo situado mais ao centro do estado de Telbrant, após nove dias de viagem, eles finalmente estavam chegando. Segundo as informações que a guilda lhes deram, muitas pessoas estavam desaparecendo na floresta ao redor do vilarejo, a guilda desconfiava que aqueles desaparecimentos tivessem alguma razão sobrenatural.

Nesses nove dias de viagem, Akin, o membro temporário do grupo, se esforçou bastante pra se enturmar com o trio, mas não estava sendo uma tarefa tão fácil, pois Axhá e Tosaki não eram tão amigáveis com novos conhecidos. Axhá, como todo homem mais experiente, fica sempre bastante desconfiado das pessoas, principalmente quando se trata de caçadores, certa noite ele confessou para Sayo que acha que Akin se esforça demais pra se aproximar deles, e isso o deixa extremamente desconfiado. Já Tosaki não deu um motivo concreto para desgostar de Akin, apenas disse que não vai com a cara dele, mas era o Tosaki, então não precisava fazer muito sentido para convencê-la. Acabou sobrando para Sayo tratar bem o pobre novato. Se bem que não era exatamente uma tortura, Akin era um homem legal, tinha um senso de humor bem razoável (para os padrões de um caçador) e tinha muitas histórias legais para contar. Já fazia bastante tempo que Sayo estava o tempo todo com Tosaki e Axhá, então não acontece nada de novo com eles que ela não saiba, tornando a relação deles bastante monótona. Portanto, alguém novo no grupo já era o suficiente para entretê-la.

 Além de um bom contador de histórias, Akin tinha outra vantagem: sua lábia. Outro dia, durante a viagem, um grupo de soldados os parou na floresta questionando sobre todas as armas que eles carregavam, e até ameaçaram levá-los presos. Tosaki já estava pronto pra pular nos guardas, mas Akin conseguiu convencer eles a esquecerem aquilo desembolsando poucas moedas de prata. Akin também era um ótimo caçador, e isso era bom pra Sayo, pois como Axhá não gostava de caçar, sobrava sempre pra Sayo e Tosaki, mas era sempre Sayo que fazia a maior parte do trabalho, já que o Tosaki é extremamente impaciente e barulhento pra caçar, e sempre acabava atrapalhando ela. Caçando com Akin, Sayo teve muito mais facilidade pra trabalhar.

Akolah tinha dito que, depois de achar o irmão de Akin, pediria para ele encontrá-los, Sayo não iria se opor se ele e seu irmão permanecessem no grupo, pelo menos ela teria mais parceiros pra enfrentar os monstros. E como eles têm tido muito trabalho ultimamente, seria menos chance de ser morta.

 

            Quando estavam chegando perto de Sarínt, eles encontraram uma caravana de comerciantes que vinha do vilarejo, os comerciantes os aconselharam a não ir para lá, pois os “homens da cruz azul” estavam revirando tudo procurando por um fugitivo. Obviamente o grupo não poderia deixar de ir completar as ordens da guilda por causa disso, e tiveram que ir mesmo assim.

“Nós sempre temos que ir em direção à confusão... A vida toda assim.” Pensou insatisfeita.

            Os “homens da cruz azul” era como algumas pessoas chamavam os cavaleiros da Ordem que o Heleno participa, os sujeitos eram tão impopulares que todo mundo corre de onde eles estão.

            Para não correrem risco de serem vistos cheios de armas pelos cavaleiros sagrados, o grupo enterrou suas armas um pouco mais longe dessa vez. E depois continuaram em direção a Sarínt.

 

            Enquanto se aproximavam mais de Sarínt, puderam ver bastante movimentação ao redor do vilarejo. Mesmo ainda um pouco de longe dava para perceber que alguns eram da guarda local e outros eram cavaleiros sagrados. Em um momento, eles foram parados por um grupo de cavaleiros sagrados, todos montados, portando armas, escudos e armaduras completas. Todos pareciam bem mal-humorados.

‒ Quem são vocês? ‒ Perguntou-lhes um dos cavaleiros, um homem alto, forte e bastante carrancudo.

‒ Viajantes, senhor. Estamos procurando por trabalho. ‒ Respondeu-lhe Akin.

‒ Tão querendo trabalho é? Então faz o seguinte... ‒ O outro cavaleiro puxou do seu bolsão preso à cela do cavalo um panfleto. ‒ Esse sujeito tá sendo procurado pela Ordem dos Cavaleiros Sagrados, ele é um desertor que cometeu vários crimes, entre eles o assassinato de dois homens nobres, um deles era um próprio companheiro da Ordem. Nós acreditamos que ele ainda tá por essa região. ‒ O cavaleiro estendeu o panfleto e Akin pegou.

‒ São vinte e cinco moedas de prata por alguma informação dele, cinqüenta por trazer a cabeça dele e cem por trazer ele vivo. ‒ Acrescentou o outro cavaleiro.

‒ Porra... Dinheiro pra caralho. ‒ Disse Akin impressionado, enquanto dava uma olhada no cartaz.

            Em Telfraín havia três tipos de moedas, a de cobre, a de prata e a de ouro. A moeda de cobre era a mais baixa e popular. A moeda de prata valia por cinco moedas de cobre, enquanto a moeda de ouro valia por dez moedas de prata. Ou seja, a recompensa de cem moedas de prata por aquele fugitivo equivalia a quinhentas moedas de cobre, um plebeu provavelmente nunca conseguiria juntar essa quantia em toda sua vida.

‒ Prendendo, matando ou tendo alguma informação sobre esse homem, vão pra cidade mais próxima e reportem a uma autoridade. ‒ Explicou o outro.

            Após isso, os cavaleiros se retiraram.

‒ Essa recompensa é boa, hein. Eu acho que a gente devia dar uma procurada nesse cara depois. ‒ Sugeriu Akin.

‒ Nós viemos aqui pra fazer outro trabalho. E é só isso que vamos fazer. ‒ Determinou Axhá.

‒ Um pouco de moedas a mais nunca faz mal, Axhá. Com tudo isso de moedas eu podia comer puta pra caralho! ‒ Disse Tosaki.

‒ Vai acabar pegando uma doença na rola qualquer hora dessas. ‒ Avisou Sayo.

            Tosaki se aproximou de Akin pra dar uma olhada no cartaz, olhando para ele, ficou chocado e o tomou imediatamente da mão de Akin para olhar mais de perto.

‒ Puta merda... Zenko, você vai querer dá uma olhada nisso aqui. ‒ Disse a Sayo, rindo.

            Sayo foi até ele, pegou o cartaz de sua mão e deu uma olhada. Quando olhou o desenho no cartaz, imediatamente reconheceu, e seu coração parecia ter parado por um momento.

‒ É o... Heleno?! ‒ Estava embasbacada.

‒ O Heleno virou procurado?! ‒ Axhá tomou o papel da sua mão pra ver.

‒ Quem diria hein! ‒ Tosaki começou a gargalhar. ‒ Quem diria que o grande Heleno, o santo monge, virou um criminoso pecador!

‒ Vocês conhecem esse cara? ‒ Perguntou Akin, sem entender.

‒ É um cavaleiro que nos prendeu, me torturou e depois a gente ainda ajudou ele. ‒ Disse-lhe Tosaki, resumindo drasticamente a história.

‒ Heleno... Cavaleiro Sagrado... ‒ Akin afagava sua barba e olhava para o chão, tentando lembrar de algo. Aquele nome claramente lhe era familiar.

‒ Você conhece esse nome? ‒ Perguntou Sayo a Akin.

‒ Esse cara... Esse cara foi um chefe cavaleiro que lutou na mesma guerra que eu em Azulaft... ‒ Lembrou. ‒ O grupo desse cara matou dois irmãos meus! ‒ Sua fisionomia sempre simpática estava mudando para algo mais rancoroso.

‒ Agora azedou... ‒ Comentou Axhá, quase que em um sussurro.

‒ Pelo visto eu não sou o único que detesta esse monge viado. ‒ Comemorou Tosaki.

‒ Eu vou encontrar esse cara... ‒ Afirmou Akin apertando os punhos. ‒ E quando eu encontrar... Eu vou destripar ele!

            Ouvir Akin falar daquela forma fez Sayo ter calafrios.

‒ E eu te ajudo! ‒ Ofereceu-se Tosaki, milagrosamente tornando-se amigo de Akin.

‒ Isso não é assunto pra agora. ‒ Disse-lhes Axhá. ‒ Agora nós temos que nos concentrar no trabalho que nos mandaram pra fazer. Depois do trabalho vocês podem ir fazer o que vocês quiserem que não é problema meu.

‒ Se a gente não resolver esse trabalho até amanhã, não conta mais comigo. ‒ Avisou-lhe Akin. ‒ Não posso perder muito tempo aqui.

‒ Mas se você for embora assim, a guilda vai te matar depois. Ou você vai morrer pela doença. ‒ Retrucou Sayo.

‒ Eu quero que se foda! Minha vida já é essa escravidão toda... Pelo menos eu morreria feliz tendo vingado os meus irmãos. ‒ Argumentou.

‒ Você tem mais um irmão vivo, não tem? E como ele fica? ‒ Questionou-lhe.

‒ É verdade... Meu irmão também adoraria matar esse cara. Acho que vou esperar esse caso acabar pra reencontrar meu irmão e ir atrás do Heleno junto com ele. ‒ Decidiu.

“Pelo menos atrasei um pouco.” Pensou aliviada.

            Por alguma razão, Sayo desenvolveu um apreço muito grande por Heleno, mesmo tendo passado pouco tempo com ele e já tendo um tempo desde que ele partiu. Mesmo sabendo que provavelmente nunca mais veria ele, não queria imaginar que estava morto.

 

            Quando chegaram em Sarínt, encontraram bastante movimentação no vilarejo. O grupo viu vários cartazes espalhados, e todas as pessoas paravam pra ver o rosto de Heleno. Os guardas locais iam de um lado para o outro, os cidadãos estavam inquietos, e ela reparou em homens formando grupos armados com facas, facões, machados, espadas e outras armas.

‒ Vamos achar esse cara aí! ‒ Ouviu alguém falar em um desses grupos.

‒ Se a gente pegar esse cara divide a recompensa e todo mundo fica bem. ‒ Disse outro.

‒ Se ele tiver por aqui, a gente acha!

“Esses cavaleiros de merda atiçaram o povo.” Notou preocupada.

‒ Com essa movimentação toda, vai ser difícil trabalhar. ‒ Reclamou Axhá.

‒ Quem é o nosso contato? ‒ Perguntou Sayo a Axhá.

‒ É o ferreiro local, o nome dele é Estevão.

            O grupo foi perguntando pras pessoas sobre o ferreiro, e não demorou muito para que lhes dissessem quem é. Uma vez que deram a informação, o quarteto se dirigiu para a ferraria.

 

            Depois de alguns minutos, o grupo finalmente chegou na ferraria de Estevão. A ferraria ficava no centro da vila, era um local pequeno e bastante quente. Logo na entrada da ferraria ficava o balcão, onde um rapaz negro magricelo estava sentado, e logo atrás dele estavam as placas de armas, que estavam todas vazias. Aos fundos da ferraria estava a forja, onde um homem negro e meio gordo trabalhava aquecendo uma barra de aço. Não precisaram observar muito para ver quem era o Estevão.

‒ Posso ajudar? ‒ Perguntou-lhes o rapaz no balcão.

‒ Estevão. ‒ Chamou Axhá, olhando diretamente para homem que trabalha ao fundo e ignorando o rapaz.

            O homem parou o que estava fazendo e olhou pra eles.

‒ As armas acabaram, compraram tudo pra ir pegar esse fugitivo aí. ‒ Avisou. ‒ Voltem outro dia.

‒ Não viemos pelas armas, camarada, viemos caçar. ‒ Disse-lhe Akin.

            Estevão rapidamente entendeu a mensagem e parou tudo que estava fazendo. Tirou o avental e foi até eles.

‒ Malick, fica de olho. ‒ Disse ao rapaz no balcão, e depois se dirigiu ao grupo. ‒ Vocês, me acompanhem.

            Estevão levou o grupo para outro cômodo do estabelecimento, era como se fosse o depósito do local, lá tinha várias ferramentas, blocos de aço, ferro e outras coisas.

‒ Vocês demoraram pra vir. ‒ Reclamou Estevão.

‒ Explica logo o que tá acontecendo. ‒ Disse-lhe Axhá, carrancudo.

‒ Ao sul da vila tem uma região da floresta que tem uma caça muito boa, então muitos caçadores vão lá caçar, seja daqui da vila ou de outros lugares. ‒ Começou a explicar. ‒ Mas a uns dois meses atrás, alguns homens daqui da vila que saíram pra caçar encontraram um grupo de homens mortos na floresta, e tudo indicava que eram caçadores. Os corpos tinham várias perfurações e algumas partes dilaceradas, dando a entender que foram mortos por armas e animais. Na época o pessoal falou com os guardas, os guardas falaram que eles provavelmente foram mortos por bandidos que também tinham animais com eles... ‒ Limpou a garganta para continuar. ‒ Passou algum tempo, e outros caçadores foram encontrados mortos iguais aos outros. Os guardas disseram a mesma coisa, mas o pessoal daqui já começou a ficar cabreiro. Nas últimas semanas ficou ainda pior, e gente aqui de Sarínt já morreu na floresta. Os guardas já mandaram vários grupos vasculhar a área e tentar achar quem fez isso, mas eles nunca conseguem encontrar.

‒ Mas isso não quer dizer que seja um tipo de caso pra nós. Pode ser só bandidos mesmo, ou algum assassino maluco que tem um animal. ‒ Disse Akin, ainda não convencido.

‒ Verdade... Mas eu ouvi algumas coisas estranhas de um ancião daqui da vila. ‒ Disse Estevão. ‒ Esse ancião vive aqui desde antes de Sarínt ser um vilarejo, ele era membro de uma tribo que vivia aqui antes dos estrangeiros religiosos dominarem essa terra. E ele falou que isso que tá acontecendo não é uma coisa nova, e que ele já viu acontecer quando era jovem.

‒ Agora tá ficando interessante... ‒ Disse Tosaki, esfregando as mãos de ansiedade.

‒ A gente precisa falar com esse velho. ‒ Pediu Axhá.

‒ É melhor eu levar vocês lá, ele é um velho muito cismado.

 

            O velho homem chamado Porã morava nas margens da vila em um casebre que, vendo de fora, parecia que iria cair a qualquer momento.

Assim que se aproximaram da casa, encontraram um homem velho sentado em uma cadeira na varanda. Era um homem pardo e bastante calvo, seu cabelo branco e emaranhado só crescia do centro da cabeça para trás e chegava aos ombros, sua barba branca ia quase até os peitos, e seu corpo era magro e de aparência frágil. Sayo deduziu que aquele velho com certeza já tinha passado dos sessenta anos, isso era um feito notável para um plebeu.

‒ É ele. ‒ Disse-lhes Estevão, confirmando o óbvio.

            Assim que viu o grupo se aproximando, Porã puxou debaixo da cadeira uma machadinha, tal que ele mal conseguia segurar.

‒ O que vocês querem?! ‒ Perguntou carrancudo ao grupo, tentando falhamente levantar-se da cadeira.

‒ Calma, senhor Porã. Eles são meus amigos. Sou eu, o Estevão. ‒ Acalmou ao velho.

            Porã abriu bem seus olhos cansados e os olhou de novo, como se não tivesse enxergado antes.

‒ Ah, Estevão! Não vi você. ‒ Justificou. ‒ Por que veio me ver? Já achou que eu morri e que meu corpo tava fedendo em casa? ‒ Brincou.

‒ Não, senhor Porã. Vim trazer meus amigos pra perguntar uma coisa ao senhor. ‒ Respondeu em tom sério.

‒ Me perguntar sobre o quê?

‒ Sobre o que tá acontecendo com os caçadores na floresta.

            Assim que ouviu Estevão dizer aquilo, a feição de Porã ficou mais séria e temerosa.

‒ Venham aqui e sentem, crianças. ‒ Chamou-os.

            O grupo entrou na pequena varanda da casa de Porã e todos se sentaram ao redor do velho homem, que começou a falar.

‒ Tudo começou quando eu ainda era uma criança. Na época, tudo isso daqui era terra da minha tribo, e a gente vivia muito bem aqui. A gente vivia das frutas e principalmente da carne da caça. Mas teve uma época que alguns homens da tribo decidiram caçar pra se divertir, caçavam por gosto de matar. Foi nessa época que os deuses protetores apareceram...

‒ “Deuses protetores”? ‒ Sayo achou aquela nomenclatura bem forte.

‒ É... Os deuses protetores pegaram os homens que caçavam pra se divertir, e mataram eles no meio da mata, ninguém viu. No começo a gente pensou que era gente ruim de outro lugar, que nem o pessoal tá pensando agora, mas as coisas foram se repetindo muitas vezes, até que o pessoal finalmente entendeu a mensagem da natureza e parou com esse tipo de coisa. Quando os homens pararam de caçar por diversão, os deuses pararam de punir.

‒ Mas você viu ou não esses “deuses”? ‒ Perguntou-lhe Axhá.

‒ Teve uma vez que eu tava caçando com o meu pai e um grupo de gente da tribo, eu era garoto e ainda tava aprendendo. Meu pai sempre teve respeito pela natureza, e me ensinou a ter também, porque é da natureza que vem nosso sustento. Mas o pessoal que tava com a gente não pensava assim, e judiava muito dos animais sem precisar. Foi aí que eles apareceram... ‒ Porã hesitou um pouco ao continuar falando. ‒ Tinha muito mato e árvore, e eu não vi muita coisa, mas só sei que o pessoal começou a gritar de repente, eu ouvi sons de animais e barulho de briga. Depois, eu e meu pai vimos que todo mundo tinha morrido, e só nós sobrevivemos. Quando voltamos pro resto da tribo, todo mundo saiu pra caçar a pessoa ou o animal que tinha feito aquilo, mas era muito difícil de encontrar, porque eles viam os rastros de pegadas, mas nunca conseguiam chegar em quem fez.

‒ Tinha rastro, mas ninguém conseguia chegar... Que estranho. ‒ Disse Akin, pensando alto.

‒ O tempo foi passando, e de tempos em tempos isso foi se repetindo nessa região. Toda vez que pessoas ficavam desrespeitando a natureza aqui e matando os animais por diversão, essas pessoas sumiam ou apareciam mortas. Uma vez, um irmão meu conseguiu ver os deuses, ele falou que eram duas criaturas pequenas, não viu bem porque tava escuro e ele tava na floresta, mas conseguiu ver que um deles tinha a pele verde, e o outro tinha a pele vermelha. Ele falou que um desses deuses tava montado em um animal, aí confirmamos que eram mesmo deuses, porque a natureza serve a eles. Com o tempo o pessoal foi dando nome a esses deuses, eles chamaram de Curupira o deus verde, e Caipora o deus vermelho. ‒ Contou.

‒ Curupira e Caipora... Dois protetores que matam caçadores que caçam desnecessariamente. ‒ Sayo dizia em voz alta tentando raciocinar.

‒ Sim. ‒ Confirmou Porã.

            Cientes da história, o grupo agradeceu a Porã, despediu-se do velho homem e deixou sua casa. Estevão foi junto.

‒ Curupira e Caipora... Tô achando que vão ser criaturas bem problemáticas pra gente. ‒ Disse Axhá.

‒ Eles são tipo caçadores de caçadores... Vai ser foda matar eles! ‒ Disse Tosaki, ansioso.

‒ Seja lá como vocês forem fazer, eu acho melhor vocês terem pressa. ‒ Avisou Estevão. ‒ Pelo o que eu fiquei sabendo, daqui a três dias o rei vai vir com a comitiva dele pra caçar por essas bandas.

            Aquilo deixou todos bem nervosos.

‒ Imagina o que vai acontecer com a gente se o traseiro real for espetado por um desses monstros enquanto ele tá caçando. ‒ Disse Akin, preocupado.

‒ Nós estamos mortos! ‒ Complementou Sayo, assustada.


Notas Finais


Observações e informações adicionais: O (a) Caipora é uma figura do folclore brasileiro que, segundo as lendas, serve como um protetor dos animais e das florestas. A aparência e as habilidades do (a) Caipora variam, mas no geral costuma ser de baixa estatura, pode ser macho ou fêmea, e geralmente tem uma boa relação com os animais.
O Curupira é um ser muito semelhante ao Caipora, sendo a maior diferença entre os dois os pés invertidos do Curupira. Muitas das vezes os dois são descritos como sendo o mesmo ser, pois muitos acreditam que uma lenda derivou de outra.
Mais Informações: https://www.todamateria.com.br/caipora/
https://youtu.be/thwTRbBnTO4
https://www.todamateria.com.br/curupira/
https://youtu.be/M19f0CbkwSA
Lembrete: Essa estória adapta livremente essas lendas conforme seja conveniente.


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...