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História O ceifador de sombras. - A foice Darkin.


Escrita por: GrandeOvelhinha

Notas do Autor


yo g.g

Capítulo 5 - A foice Darkin.


Fanfic / Fanfiction O ceifador de sombras. - A foice Darkin.

Foram longos 5 dias em alto mar, preferíamos ficar a maior parte do tempo na cabine, para assim evitar perguntas e diálogos desnecessários vindos dos marujos e tripulantes, mas isso não tornou as coisas mais fáceis, pelo contrário, Ninguém ficava no extremo canto do quarto, sempre tentando se manter afastada. Não posso negar, era culpa minha, na noite de nosso embarque não pude evitar depois que a beijei pela primeira vez, meu corpo e alma pediam para que eu não parasse, então a beijava de novo e de novo, eu a teria nos braços para sempre se pudesse. Talvez eu não devesse ter a apertado tanto ou descido tanto a mão, mas valeu a pena cada tapa seguido a isso.

Desembarcamos no cais de Zagayah, era desorientador, barulhento e fétido, ao lado de nosso barco, um navio com mortos e feridos  atracava, se ouvia a poucos metros, o lamento das viúvas e mães aflitas, rezando e torcendo para que seus filhos tivessem voltado com vida para casa. Confesso sentir uma fisgada em meu peito, recordava o dia em que sai de Noxus para a guerra, eu parti sozinho e agora voltava sem ninguém a minha espera. Instintivamente procurei pela mão de Ninguém que carregava sua bolsa para fora da embarcação, dessa vez, ela não recuou ao meu toque.

Caminhamos sem rumo por alguns minutos, ouvia o coro de soldados bêbados, se vangloriando por batalhas, que certamente não lutaram. Podia sentir de longe o cheiro pobre do mercado das pulgas, peixes velhos e esterco de cavalos, cavalos esses que relinchavam, presos em carroças, com cocheiros pomposos e cheirando a vinho. Essa era Noxus que eu conhecia, e ela nunca mudaria, mesmo que se passasse mil anos, a cidade de Zagayah sempre seria a mesma.

-Acha que alguém está nos seguindo? - Ninguém perguntou enquanto entravados em uma rua movimentada, o som metálico de lâminas se encontrando ao fundo, certamente vindo de uma das famosas arenas de gladiadores.

-Não, Zed te disse pra onde iriamos? - paramos em frente a uma vitrine, eu fingia prestar atenção nas roupas expostas enquanto olhava mais uma vez ao redor, só para garantir que estamos passando de forma despercebida.

-Santuario de Mortoraa - ela disse sem certeza na pronuncia.

-O Portão de Ferro - assenti e voltamos a caminhar pela multidão de transeuntes.

-Sabe chegar até lá? 

-É claro, conheço essas ruas desde menino - claro que conhecia bem a geografia de Zagayah, pois já havia vagado por aquelas mesmas ruas por dias quando a fome castigava meu estômago. Me mantive calado sobre isso.

Caminhamos como qualquer outro casal pela tarde até a noite, ouvindo o som característico da noite noxiana desaparecer.  O barulho parou, de forma tão repentina que Ninguém parou de caminhar e se segurou de forma firme meu braço enquanto olhava ao redor.

Mortoraa era um dos distritos mais ricos de Noxus, a lua alta no céu refletia na calçada de paralelepípedos irregulares, os prédios a nossa volta iam para além nas nuvens,todos feitos de pedras escuras e brilhantes.  Avistei o santuário no final de uma ruela lateral, era pouco iluminado e pareceria vazio para qualquer um que passasse pela rua, mas é claro, não para um ninja da Ordem das Sombras. Diante da antiga estatua de um lobo feito de obsidiana (Pelo visto ainda adoravam a segunda metade do deus da morte em Noxus, tão religiosos - a ideia de pensar em algum noxiano um dia rezando diante da  abóbada de arestas do santuário quase me fazia rir. quase.) podia sentir o cheiro das sombras, ver os olhos brilhantes em meio a escuridão, como um bando de gatos pretos sobre o véu da noite. Apertamos o passo a medida que nos aproximávamos, logo entramos no santuário, com mais estatuas sem significado e vérios bancos de madeira enfileirados e cinquenta ninjas sentados pobre eles. Já estavam nos esperando.

Cada um dos ninjas recebeu um bocado de meias informações, mestre Zed queria ter certeza que, se algum de nós fossemos pegos, não riamos vazar qualquer informação. No final de uma pequena reunião, juntando todas as informações recebidas, chegamos a conclusão de um local não longe dali, sabíamos que seria arriscado e que teriam muitos soldados mas ninguém estava hesitante.

Eu e Ninguém nos livramos rapidamente daquelas roupas sociais, vestimos nossos trajes ninjas, colocamos nossas máscaras e pegamos nossas armas, dessa vez eu lutaria com adagas e ela, como sempre, sua boa e velha katana de baia e cabo vermelho. Não podias perder tempo, não sabíamos quando ou como a arma que Zed tanto queria seria mudada de lugar, então, seguimos naquela mesma noite.

Adentramos profundamente no distrito de Mortoraa, como sombras, até os prédios darem lugar a casas exorbitantemente grande e caras, passamos por uma praça circulas com um chafariz borbulhante no centro, uma estatua de mármore refletia a lua, era uma homem de cabelos longos cercado por corvos, nos afastamos dali, e seguimos em direção a um portão de troncos encrustados em uma parede de mármore vermelho. Eu nunca estive ali, mas todos os noxianos sabiam de quem era mansão que iriamos entrar, Swain Reginald Ashram.

A mansão era construída em pedra escura, imponente e classica, como muitas das grandes estruturas de Noxus. Suas paredes eram adonadas de pinturas vermelhas e em todos os lugares se encontravam estatuas e itens que eu não conseguia identificar, parecia como um covil de um xamã ou algo do tipo, mas em geral, não parecia o tipo de lugar que teria uma arma lendária, apenas um bocados de itens colecionáveis de um homem com muito dinheiro. 

Um dos ninjas fez sinal quando encontrou algo, passamos por entre as paredes até um porão de pedra branca, tudo parecia muito claro, o que deixava nossas sombras fracas mas nos mantínhamos ocultos. Havia um salão, também inteiramente branco, rodeado por 200 homens de armaduras negras e polidas, todos carregavam espadas de guerra e lanças afiadas. Em seu centro, uma caixa grande se encontrava lacrada, como um caixão gigante incrustado de joias. 

Matar 40 homens rapidamente enquanto ainda ocultos não foi problema para nós, mas matar  160 homens que já esperavam nosso ataque era encrenca. Os ninjas eram mais rápidos  mas muitas vezes força e quantidade sobressai a agilidade. Mas Ninguém era mais que ágil, ela brincava nas sombras e gravava a espada nos pontos entre as sobras das armaduras deles, ela já começava a fazer um monte de corpos a sua volta e eu, lutava com minhas adagas, usando uma para combate corpo a corpo e uma outra, eventualmente arremessava na nuca de um homem ou outro que tentava pegar um ninja por trás. Em meio a luta eles não notaram quando um de nós abriu o grande caixão.

Eu conhecia o ninja que o abriu, não pelo rosto, é claro, ele fazia parte dos aliados mais fortes de Zed (e assim como meu mestre, ele nunca mostrava o rosto), sabia que era ele no momento em que começou a lutar, era um dos poucos que conhecia as técnicas Wuju, uma vez ouvi que ele aprendeu com um grande samurai e depois o matou usando a própria espada - mas talvez sejam só boatos - O ninja quebrou o lacre usando sua lâmina e o abriu fazendo um rangido horrendo, alguns soldados correram para o caixão, na tentativa de impedi-lo mas já era tarde, para eles e para nós.

Foi tão rápido que eu mesmo não posso dizer como aconteceu. O ninja queimava em um aura vermelha, a manga de sua vestimenta havia queimado e eu podia ver sua pele vermelha e negra, como um cadáver cujo corpo o sangue necrosado por inteiro, seu riso animalesco ecoava por toda sala, em suas mãos, ele segurava uma foice, não parecia ter sido forjada por mãos humanas e em seu centro, um grande olho vermelho, nos encarando, como se pudesse roubar nossa almas em um único corte - e talvez pudesse. Primeiro pensamos estar do nosso lado, quando matou os guerreiros com poucos golpes, quebrando as armaduras de ferro como se fossem papel, mas logo ele lutava conosco.

Todos tentavam tirar a foice das mão do ninja Wuju, mas a foice só se deixou ser solta quando absorver todo a vida do ninja e procurava outro, todos pareciam hipnotizados pela arma, lutavam para te-la e começavam a se matar para empunha-la.

"Fracos demais, suas mortes alimentam minha irá mas nem um é digno".

Foi então que a foice, com mais um novo hospedeiro, começou a caminhar em direção a Ninguém, ela parecia em hipnotizada como todos os outros, eu sabia o que a foice iria fazer, o hospedeiro segurava o cabo, o oferecendo a ela, que por sua vez, com os olhos opacos e mão nada hesitantes, jogava sua espada ao chão e ia em direção a foice.

Eu não estava pensando direito quando empurrei Ninguém para longe e segurando a foice no lugar dela, mas essa foi a pior e melhor escolha da minha vida. Ela estava em sã consciência de novo, estava sentada no chão pelo meu empurrão, estava chamando por mim mas eu ouvia sua voz apenas como um eco.

"Haaa interessante"  A voz da foice ecoava na minha mente, eu olhava minhas mãos e não as reconhecia, meu corpo não me obedecia e aos poucos, eu sentia como se minha própria mente não pensasse mais por mim, eu desejava matar meus companheiros e assim eu fazia, eu sentia o gosto do seu sangue na minha boca e estranhamente me sentia mais vivo do que antes.

Eu apenas me entregava a sensação mas me vi despertado quando minhas pernas andaram em direção a ela, Ninguém estava encolhida em um canto, estava desarmada e sangrava (Eu a tinha machucado? Não conseguia lembrar)  ela olhava pra mim com medo, meu coração sentiu uma pontada aguda, ela nunca me olhou assim antes. Minhas mão seguravam a foice no alto de minha cabeça, eu queria soltar todo seu peso no peito dela, ver seu sangue sujar a lâmina e bebe-lo.

"Sim, continue assim e o mundo será seu para destruir."

-Não. - dei dois passou para trás, a foice desceu com tudo no chão, criando rachaduras profundas mas não acertando Ninguém.

"Não tente resistir, esperei mil anos por um corpo a minha altura, aceite Rhaast"

-Cala a boca! - gritei tentando soltar a foice, mas minha mão se recusava "você vai gostar disso" dizia em minha mente - Eu vou matar você.

-É você...Kayn? - Ninguém se levantou tremula e me olhava, hesitante em dar um passo a frente - Kayn?

-Sai daqui, eu vou machucar você - sentia um formigamento no braço que segurava a foice, ele estava se divertindo.

-Você quer me machucar? 

-Claro que não - mas a foice já estava em pose de combate de novo.

-Acho que é hora do desempate - ela tentou sorrir mas estava desesperada, procurava sua espada no chão, que a essa altura já estava completamente vermelho de sangue - consegue  chutar a minha espada pra mim?

-Não vou lutar com você - tentei dar outro passo para trás mas dessa vez meu corpo não era meu de novo.

"Ha ha, tenacidade versus irá criança? A irá sempre vence"  a voz ecoo pelo salão e meu pé, chutou a katana em direção a Ninguém, que a pegou rapidamente "oponentes fracos são um insulto a minha presença, então seja forte."

-Eu estou mandando você sair daqui! - Já era tarde, Ninguém era idiota e impulsiva e mesmo com medo, me atacou com toda a força, eu queria permitir que me matasse mas a foice impediu o ataque e a empurrou, fazendo com que suas costas batessem com força contra a parede -  Sai daqui!

-E-e quando foi mesmo que você começou a mandar em mim? - Ela estava sem folego, a batida havia tirado o ar de seus pulmões mas agora, ela parecia  mais consigo mesma e isso me deu uma pontada de esperança - Ei, foice feia e sinistra... Eu sei que ele é sua gostoso mas ele já é meu, então pode procurando outro pessoa! 

-Eu sou seu? - Dessa vez quando ela me atacou, eu não defendi e a foice gritou dentro da minha cabeça quando meu braço quase foi arrancado, mas era inútil, segundos depois os músculos vermelhos se reencontravam e se mantinham mais resistentes.

"Pobre Kayn, tantos planos pra nada... Você não pode se livrar de mim, você será Rhaast"

-Você é meu, desdo dia em que Zed te trouxe pra mim - mais um golpe no ombro mas dessa vez ela não recuou após me ferir - você é Shieda Kayn, o ninja mais forte que eu conheço - ela colocou a espada na baia presa nas costas e passou as mãos pela minha cintura, me abraçando com força. Rhaast gritava para que eu a matasse mas eu podia controlar meu corpo agora - você é doce quando quer e eu amo pentear seu cabelo - a abracei de volta.

-Não me solta - implorei sentindo minha mente se tornar só minha mais uma  vez.

-Não vou - Ninguém ficou nas pontas dos pés para me beijar, eu queria aquilo de novo a muito tempo (e eu seria dominado por mill foices estupidas se isso significasse que ela faria isso de novo)  ficamos ali, nos beijando em meio aos corpos dilacerados por Rhaast até ela me dar uma empurradinha para que eu parasse - Temos que sair daqui, agora. Podem chegar mais pessoas a qualquer momento.

"O que estão fazendo? Se ajoelhem diante de Rhaast"

- Cala a boca - Ninguém rosnou para a foice a lhe deu um soco no único olho vermelho.

Eu estava completamente acabado e sem energia, e Ninguém também deveria estar mas me puxou pelas sombras até os fundos da mansão e saímos de lá para uma floresta de carvalhos, ela não soltava minha mão de jeito algum, e eu segurava a dela com medo que, se soltasse eu me tornaria o monstro que estava preso na foice.

-Como vamos pra casa? - perguntei enquanto corríamos perdidos por entre as arvores.

-Zed disse que teríamos um barco pela manhã no porto dos mercadores... Você sabe onde é isso, certo? 

-Sei - foi minha vez de puxa-la para o outro lado - é perto de um córrego, então temos que ir em direção ao sul.

"Ela é... interessante" ouvi novamente a foice na minha cabeça.

 

 

 

 

 

 

 

 

 


Notas Finais


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