1. Spirit Fanfics >
  2. O Cheiro da Lua >
  3. Sozinho (Extra)

História O Cheiro da Lua - Sozinho (Extra)


Escrita por: Moyashii

Notas do Autor


Esse é um capítulo narrado pelo Triton, assim como alguns leitores pediram.

Boa leitura

Capítulo 42 - Sozinho (Extra)


Fanfic / Fanfiction O Cheiro da Lua - Sozinho (Extra)


Não havia recado no celular, não havia um bilhete... Não havia nada. Apenas o cheiro dela por toda a casa, o que só aumentava a minha angústia. Estava um silêncio infernal!

Já passava do meio dia, desde que acordara eu havia vasculhado a casa inteira e a alcateia inteira, até mesmo a procurei na cidade... E nada! Perdi a conta de quantas vezes peguei meu celular para lhe ligar.

O que faria se ela atendesse e falasse que não queria mais nada comigo? Ou pior, ela podia dizer que achou outra pessoa! Amaterasu do céu... O que estava acontecendo comigo?

Era como no dia em que meus pais morreram... Não! Era diferente, mas tão forte e opressor quanto. Estava sentado no sofá da sala quanto a porta da frente se abriu, teria dado um pulo se o cheiro fosse de violetas, mas era só ambrósia.

- Que cara é essa? - Lorena pulou ao meu lado. - Cadê a Kristine?

Suspirei irritado e ao mesmo tempo aliviado por não estar completamente sozinho. 


Iria começar a chover logo, mas não me importava. O cheiro do sangue dos meus pais me imobilizava, havia horas que eu estava ali... Parado. Esperando um milagre, que eles acordassem e me abraçassem.

Um vento gelado me fez olhar em volta e crer na realidade. Meus pais estavam mortos, e eu estava sozinho... Não tinha ninguém. A chuva começou a cair, disfarçando meu choro. 

Eu não quero ficar sozinho!

Era tudo que pensava, era tudo que temia... A mistura de sangue e prata estava me enjoando, levantei sentindo minhas pernas fraquejarem, só havia morte a minha volta.



- Triton! - Lorena gritou na minha orelha. - A Kristine está compartilhando o mundo da lua dela com você? - riu.

Não tinha coragem de fitá-la, pois sabia que com apenas um olhar, ela saberia de tudo. E o que menos queria, era ouvir da boca de alguém que a Kristine havia partido... Essa ideia, apenas na minha cabeça, parecia impossível.

- Triton? - chamou-me mais uma vez. - O que aconteceu?

Tarde demais...

- Por que está aqui sozinho? - essa palavra estava me matando. - Onde a Krist...

Virei meu rosto para ver a cara dela, seu olhar me avaliava e com um crispar dos seus lábios... Eu soube que ela já havia entendido.

*

Fiz Lorena prometer que não contaria nada a ninguém, pelo menos por enquanto. 

Deve haver um bom motivo para ela ter saído assim... Sem avisar... Kristine nunca te abandonaria... Tenho certeza disso!

Toda vez que eu perdia a fé, forçava-me a acreditar nas palavras de Lorena. Já era a segunda vez que eu olhava pela floresta, não sentia seu cheiro em lugar nenhum.

Como odeio ficar sozinho!

Soquei uma árvore, deixando a raiva, que mais parecia mágoa, sair. Queria fugir, esquecer... Mas também não queria, Kristine é a única que já amei e ainda amo.


Estava indo na casa da namorada da vítima, mas antes de passar pelo pequeno portão da entrada, senti um cheiro interessante. Foi quando ouvi o barulho da porta se abrindo.

- Escuta aqui, senhorzinho, pare de mandar essas suas parceiras virem tirar informação de mim! - a garoto gritou comigo e depois fechou a porta com tudo na cara de uma mulher.

De costas, seu cabelo era preto e comprido, não era muito alta, mas tinha um corpo atraente. Então ela se virou e me observou, seus olhos diziam que eu estava sendo avaliado.

Aprovetei e olhei em seu rosto, tinha olhos azuis, um nariz pequeno e lábios sedutores, que estavam curvados delicadamente. Decidi que já era hora de falar algo.

- Eu tenho cara de tão velho assim pra ser chamado de senhorzinho? - comentei de um jeito brincalhão.

- Não.. Mas também não tem cara de confiável. - sua voz era doce, mas firme. - Me diga, qual foi a mentira que você contou a ela?

Fazia anos que não encontrava uma mulher que me despertasse interesse.

- Que tal darmos uma volta e eu te pago um almoço? - sorri.

Ela corou de leve, senti-me satisfeito... Ela não parecia tão dura como antes.

- Tá. - respondeu um pouco relutante.

- Ótimo... Ah, meu nome é Triton Cerutti. - começamos a caminhar um do lado do outro. - E o seu?

Pude sentir o aroma que ela exalava, minha parte lobo dizia que estava entrando num território perigoso.

- Kristine. Kristine Moore. - falou com um leve sorriso.



Sempre charmosa e sedutora. Suspirei e me sentei em um tronco, não sabia mais o que fazer... Não conseguia imaginar a minha vida sem ela... Não mais.

Eu só soube que ela estava ali por causa do seu cheiro.

- Não te ouvi chegar... - levantei a cabeça e Giulia se sentou ao meu lado.

- Lorena me contou... - comentou.

Fiquei quieto esperando ela falar, só esperava que ela não ousasse falar mal da Kristine.

- Eu vim aqui ver como você estava. - afirmou. - Sabe, você me ajudou quando eu comecei a namorar o Fernando... Devo muito a você.

- Achei que você estaria feliz. - dei de ombros. - Você não gostou muito dela.

- Se eu gosto ou não, isso não vai interferir na sua união, vai? - encarou-me.

- Não. - respondi. - Mas se não notou, não sei se ainda haverá uma união...

Essa era a verdade... Já não acreditava mais que ela voltaria pra mim.

- E você acha mesmo que ela te largaria? - revirou os olhos. - Pare de ser molenga!

Olhei-a assustado, nunca a havia visto falar assim.

- Ela vai voltar! - levantou-se. - Eu vi nos olhos dela... O fogo que ela possui... Ela é uma loba firme e tenho certeza que ela nunca fugiria!

- Por que tem tanta certeza disso? - era tão difícil de aceitar.

- Porque ela me lembra uma amiga minha. - deu um sorriso. - Só não conte isso a ninguém, está bem?

- Tá. - dei de ombros. - Você ainda acha que ela é uma ameaça, não é?

Giulia não respondeu, virou-se de costas e saiu. 

*

Charlie também havia sumido! E o pior era que o cheiro dos dois estava na estação.

- Ele nunca faria isso com você! - Lorena repetia pela vigésima vez.

- Já cansei de ouvir todo mundo falando que nem a Kristine nem o Charlie me trairiam!!! - gritei.

Ela se encolheu, respirei fundo para me acalmar e pedi desculpa. Virei-me em direção a floresta e sai, cansado de tudo aquilo. Já era tarde, o sol já havia se posto e, provavelmente, a alcateia inteira já sabia do ocorrido.

Lorena não me seguiu, sabia que queria ficar sozinho. Assim que cheguei em um pequeno lago, tirei minhas roupas e me transformei, olhei meu reflexo e grunhi ao sentir a falta dela ao meu lado.

Uma pequena e linda loba preta, e aquele cheiro de violeta tão viciante, e os olhos azuis gentis. Uivei angustiado, queria que ela me ouvisse onde quer que estivesse.

Eu só precisava dela... Será que eu era tão cheios de defeitos assim?! Nem mesmo a Kristine conseguiu aguentar.

Foram cinco anos tão bons... Lembro perfeitamente da nossa comemoração de um ano juntos.


Chovia lá fora, Kristine ficou maravilhada com o meu strogonoff, até comentou que não havia nada melhor que eu pudesse fazer. Discordei, havia algo que podíamos fazer.

Então, uma hora depois do jantar, nós fomos para cama, ou melhor dizendo, eu a carreguei até a cama. Sua pele era macia, seu cheiro me eriçava. 

Kristine continuava a me provocar, cada toque, cada mordida, logo estávamos nus, sua coxa roçava no meu membro, já pronto para fazê-la minha.

Seus gemidos eram leves, mas parei-os ao beijá-la, arranhava-me com força enquanto minhas mãos apalpavam aqueles seios macios, mas eu queria levá-la a loucura.

Comecei a morder seu pescoço, uma de minhas mãos desceu até aquela estremidade que já estava úmida, Kristine sempre tão pronta e deliciosa. Introduzi dois dedos, fazendo-a arquear um pouco as costas.

De repente, ela puxou meu cabelo e me beijou, faminta, desejando mais. Obedecendo ao seu pedido, retirei os dedos para colocar algo maior e mais grosso. Era uma entrada apertada, como sempre, o que só aumentava a sensação de posse.

- Ahhh... Triton! - gemia mais alto.

Meu nome proferida por aquela boca pequena e delicada... Ela sabia como nos dar prazer. Tão logo aumentei a velocidade, Kristine pedia por mais, rebolando junto com as estocadas. 

Segundos depois, chegamos ao ápice, ainda em cima dela, senti seus braços me envolverem, beijei seu pescoço e escutei um riso rouco e cansado. 

Como eu havia me apaixonado tanto por esse loba?



*

Foram anos morando sozinho, e a casa sempre fora a mesma, porém hoje, parecia que a vida não tinha mais sentido. A casa parecia assombrada, o silêncio me sufocava, a noite nunca parecera tão fria e escura.

Levantei do sofá e fui até a cozinha, não tinha fome, só queria beber alguma coisa... De preferência, algo com álcool. Sem sorte, não havia nada.

Suspirei e decidi sair de casa, podia beber em um bar... Assim não teria que ficar naquela casa. Sozinho.


Anos se passaram, agora estava com vinte e sete anos, continuava sozinho... A vida era melhor assim. Se você não cria laços, não há como sofrer por algo que não existe.

Fácil. Simples. Uma vida de prazeres! E finalmente havia chegado na idade de maturidade, só tinha um problema... Uma lupina chamada Lorena. 

Maldita hora em que ela me conheceu, soube que éramos da mesma espécie assim que trombou comigo. E agora quer me levar para uma alcateia, ideia absurda!

Vivi sozinho até agora e pretendo continuar assim, não quero ter que passar por aquilo de novo. Não quero perder alguém, nunca mais... Assim é só não me apegar a mais ninguém.

Não que eu achei que isso vai convencer uma baixinha invocada.



Já estava quase saindo da alcateia quando ouvi um alvoroço, aproximei-me e a vi, tão pequena, tão delicada, tão cheirosa. Num primeiro instante, meus olhos pareciam estar me enganando, como se estivesse vendo uma ilusão, porém logo vi Charlie ao lado dela.

Segundos depois, ela desmaiou, alguém a segurou, e eu só tinha olhos pra ela. Kristine estava ali, machucada e inconsciente, mas estava presente. Um peso sumiu dos meus ombros dando lugar a uma vontade de protegê-la, de matar o desgraçado que a machucou.

Só mesmo Charlie para conseguir me acalmar e me explicar toda a situação, não que tenha melhorado alguma coisa. Pois quando descobri que a haviam torturado, foi como se tivessem colocado fogo no meu ódio pelos caçadores.

*

Era uma questão de tempo até que eles chegassem na floresta, vários de nós já estavam em seus postos, logo eu também teria que ir. Só queria que ela acordasse, queria dizer o quanto senti a sua falta.

Toquei sua bochecha, relembrando como era sentir a sua suave pele, depois passei um dedo pelos seus lábios. Estavam ressecados, provavelmente, por causa dos choques que levará. 

Queria matar cada um deles... Bem devagar, fazendo-os sofrer!

Respirei fundo e olhei sua face tranquila, depositei um beijo em sua testa e sussurrei em seu ouvido obrigado, por não me deixar sozinho. Depois, eu a cobri melhor e sai do quarto, queria que toda essa guerra acabasse logo.

Desejava ter a Kristine em meus braços... apenas isso. Só precisava da minha pequena loba preta.


Notas Finais


Ficou pequeno, mas foi o que achei que o Triton sentiria. Ess capítulo foi um dos momentos mais difíceis da vida dele, ele teve um grande conflito consigo mesmo.

Obrigada pela atenção.

Ah, ainda curiosos sobre o jogo de perguntas do capítulo passado? MUHAHAHA


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...