1. Spirit Fanfics >
  2. O Clube do Terror >
  3. Sakura Haruno: Pela nossa amizade

História O Clube do Terror - Sakura Haruno: Pela nossa amizade


Escrita por: MarinaHinacha

Notas do Autor


Esse capítulo foi modificado no dia 22/04/2020

Capítulo 22 - Sakura Haruno: Pela nossa amizade


Lamentamos silenciosas, Ino suspira caminhando de volta pra perto das sacolas, não dou mais a mínima pra elas, no penúltimo andar só vejo adultos com suas crianças, eles estão mais atentos aos pequeninos e suas compras do que com as compras alheias.

Penso estar na hora de voltarmos, primeiro olho pra sinalização de pavimento, o aparelho acima das portas que informa o andar e o sentido do movimento do transporte.

O número nove sumiu!

Aperto o botão pra chamá-lo.

— Ino! — corro até ela.

Curvada, separa as sacolas dela, e ao meu chamado endireita a postura, me encarando.

— Veja! — fico de lado na frente dela e a faço olhar na direção que meu dedo aponta:

— O número do andar sumiu, deve ser defeito, se travou está parado no nono andar...vou pro nono andar, e você peça ajuda a algum segurança! — me afasto pra atravessar a área de brinquedos, há um elevador do outro lado do andar.

— E as sacolas? — escuto quando estou há dez passos de distância.

— Ino! — a encaro furiosamente.

Logo ela entende o quão é frívolo se importar com nossas compras naquele instante.

Ignoro os olhares que capturo dos clientes pelos quais passo. Avisto umas seis pessoas dentro do elevador, grito pra alguém segurar as portas pra mim, alguém caridoso assim o fez, agradeço ao entrar e ofegando procuro pelo botão do nono andar.

Assusto-me.

 

O número nove inexiste.

 

Do oitavo pula pro décimo!

 

— Eu não entendo... — Murmuro.

— Menina, tudo bem? — a mão suave de uma mulher pousa no meu ombro esquerdo. Foi ela quem segurou as portas para mim, e está de mãos dadas com um menino de aparentemente seis anos.

As portas do elevador fecham-se. Estamos indo ao térreo.

— Não tem a opção para o nono andar. — Falo.

— Não há mesmo, o número quatro também falta. — Afasta a mão de mim.

Sobre o número quatro, Ino e eu sabíamos que não tinha. Na primeira visita ao shopping fomos no máximo ao quinto andar, e percebemos que o cinco estava acima do número três. Achamos ser um defeito de fábrica.

— E-eu lembro que não tem o número quatro também...por qual motivo? — questiono.

— Ué, não sabe mesmo? Por serem números de azar, é comum em todo o Japão encontrar estabelecimentos que evitam essa numeração.  

Como fui burra, por que não me atentei a isso. Números de azar eram algo que escutei bastante na infância. É lógico que em Konoha eles não seriam considerados simples superstição.

As portas do elevador se abrem, corro, me torno um raio rosa no meio da aglomeração de pessoas, avisto o elevador e há um garoto na frente dele. Chego e cesso na frente das portas automáticas, encaro a sinalização de pavimento, ela indica que o transporte desce.

Alívio.

Ficará tudo bem.

Confio.

— Gostei do cabelo. — Escuto um elogio, sei que é do garoto que espera ao meu lado.

Em nenhum instante desvio meu olhar, estou tão ansiosa que sequer o respondo.

— Você é de fora? — insiste.

Continua sem resposta.

Sorrio ao ver que o elevador chega ao térreo, aguardo as portas abrirem, quando elas se espaçam....meu sorriso cai na hora.

O interior da cabine está, absolutamente, vazio.

— Vamos. — O garoto entra e se vira, reparo em seus olhos e cabelos castanhos, e a faixa azul na testa:

— Rosada, o que há?

Tento manter a calma, e entro, ele aperta o botão de um andar abaixo do meu, seleciono o penúltimo andar e me encosto-me à parede oposta ao do outro passageiro. Só há nós dois.

— Testuda!  — Ino sorriu apertando as mãos, do lado dela há um segurança falando algo no walkie-talkie:

— Que bom que está bem, testa de marquise! — me abraça não me permitindo mover os braços. Me segura pelos ombros pra se afastar e me fitar face a face:

— Encontrou Kurenai?

— O elevador desceu vazio.

Ino se vira pro guarda:

— Tinha muitas pessoas no elevador, temos certeza, tem que saber o que aconteceu!

O segurança tem olhos pequenos, quase redondinhos, sobrancelhas finas, cabelos arrepiados e castanhos claros.

— Peço calma. Acho que foi problema com o alarme sobre o excesso de passageiros, haja vista que não soou ninguém saiu. Quando esse problema acontece, o procedimento que ocorre é o elevador não sair do lugar, ou ele parar automaticamente no próximo andar e abrir as portas.

— O elevador não parou em nenhum andar. — O garoto que dividiu a cabine comigo se aproxima e cessa do meu lado:

— Estive esperando e vi que não tinha número nenhum na telinha acima da entrada, quando voltou a aparecer o elevador não deu nenhuma pausa até chegar ao térreo.  

O segurança analisa o garoto, sua face é esquisita, ele não transmite emoção, sua expressão facial parece uma máscara. Vejo no crachá dele escrito “Yamato Koyama”. Questiona:

— Não desviou o olhar em nenhum segundo?

— Bem... — O garoto olha pra mim e depois coça o rosto, envergonhado:

— ...só um momentinho.

— Quando ele parou de olhar pra sinalização, fiquei de olho no número do andar, o elevador não parou em nenhum. — Reforço.

O segurança me analisa, a face sem vida dele me incomoda. 

— Um monte de pessoas não desapareceria assim do nada, se o número do andar sumiu, é possível que enquanto o número estava sumido eles conseguiram sair.

— Alguém já desapareceu do nada entrando nesse elevador! —Ino acusa:

— E aconteceu esse mês!

— Não estou sabendo de nada a respeito. — Ele a fita:

— Comecei a trabalhar essa semana, teriam me informado.

— O dono desse shopping quer abafar o caso, só pode. — Ino se revolta e exige:

— Queremos as filmagens do oitavo ou décimo andar, o último andar que o elevador indicou foi o nono.

— Não tem numeração nove, e se quiserem acesso às filmagens terão que chamar a polícia primeiro. Se eu encontrá-los atrapalhando o caminho dos clientes, vou expulsá-los.  

— Que cuzão ele né não? Acredito em vocês meninas, querem dar uma volta comigo? Eu gostaria de ajudá-las.

Ino e eu não demos atenção ao garoto, triste fomos às sacolas, com elas nos dirigimos para o outro elevador.

— Meu nome é Idate Morino! Idate! — se apresenta o garoto.

Após sairmos do prédio, nós duas esperamos um tempão do lado de fora. Quando o céu escureceu resolvemos voltar pra hospedaria. No ônibus, Ino segurou minha mão sem dizer nada, ela nem me olhou, apreciei o contato dela até o final da nossa viagem.

 

***

***

19: 30h

 

Ino foi direto pro nosso quarto, eu fui visitar os garotos, paro na frente da porta e fito o número: 45

Quatro: número de azar presente.

E não é só isso que percebo ao observar esse número.

 

4+5=9

 

Bato na porta, e em pouco tempo, Shikamaru a abre.

— Vim trazer o que sobrou dos lanches. — Estendo uma sacola.

— Está pesada, tem certeza que são as sobras? — ele segura subindo e descendo a sacola, devagar.

— Foi Ino quem exagerou no pedido, eu sabia que não íamos dar conta. — Vendo que me mantenho ali, ele abre espaço pra eu passar.

— Boa noite. — Chouji cumprimenta, no chão, sentado na pose de Buda, é incrível como ele volta às solas dos pés pra cima, eu que sou magra não consigo:

— Sinto cheiro de algo bom.

— Ela trouxe gordura pra entupir nossas veias.

Shikamaru disse levando a sacola ao amigo e senta ao lado dele, vejo que estão jogando uno.

— Tudo isso de lanche, é a dieta de vocês ainda? — Chouji pergunta surpreendido.

— Eu me acostumei a comer pouco, já a Ino....ela que exagerou no pedido.

— Quer jogar com a gente? — me convida. Uma mão nas cartas, outra pegando um lanche. 

— Não demorarei, quero perguntar se estão trabalhando em um caso novo.

— É o Naruto quem escolhe os casos, estamos esperando ele vir até nós. — Shikamaru suspira:

— Mas tentarei falar com ele amanhã.

— O caso da floresta dos restos mortais, e o estudo sobre as famílias Uchiha e Hyuuga são suficientes por essa semana. — Chouji disse.

— É, não precisamos nos encher de trabalho, é cansativo, e perigoso. — Shikamaru boceja:

— Se tem um novo trabalho cultural, se despreocupe, faça à vontade, não teremos um novo caso até Naruto sair do luto. 

— Hum...na verdade, não é um trabalho cultural, acho que é um caso sobrenatural.

Os dois param com as cartas, a boca de Chouji trava com porção de lanche na boca, a voz dele sai abafada:

— Precisa da minha filmagem?

— Ainda não, mas qualquer coisa esteja preparado amanhã, pode ser?

Ele assente. Agradeço muito e me retiro do quarto, chego a escutar o Nara reclamando de que sei lá o quê é problemático, mas não ligo.

 

 

***

***

24: 00h

 

36, 45 e 54

Os números dos quartos do pessoal do clube. Todas as somatórias dá em nove.

— Ino, já está dormindo? — desisto de adormecer.

Fiquei a maior parte da noite no computador pesquisando sobre purificação, não foi o bastante pra cansar minha mente.

— Hum...

— Posso deitar com você?

— Vem...

Saio da cama e me introduzo debaixo da coberta dela, levo meu próprio travesseiro, Ino deita de lado virada de costas pra mim.

— Eu menstruei. — Me revela.

— Ino....

— Estou menstruada, é por isso que estou agindo estranha, menstruei longe de minha família, meus pais festejariam se soubessem.

Eu não duvido, eles são tão alegres quanto os meus pais. Inclusive, ambos os casais são amigos.

Agora entendo por que ela demorou no banheiro várias vezes naquela noite. É uma notícia boa, uma prova que o corpo dela amadureceu, e outra de que ela não estava traumatizada pela imagem de Kamiki.

— Parabéns. — Falo.

Normalmente, eu desejaria menstruar não estando em casa, pois meus pais fariam uma festa, contudo, depois do que vi em Konoha, voltar pra eles e participar de um festejo pela menarca seria algo reconfortante.

— Sakura. — Ela se vira pra mim.

— Estou contente por presenciar esse momento. — Afirmo acariciando o ombro dela:

— Parabéns. — Repito.

— Obrigada.

— Apesar da nossa rivalidade, não quero odiá-la no futuro.

— Nem eu. — Ela fecha os olhos:

— Você é um pedaço da minha infância. Quero que seja até a velhice, mesmo que não nos vejamos com freqüência.

Assinto.

Então é isso, a que perder o Sasuke, terá que saber perder. Será difícil, mas significamos algo uma para a outra, não queremos desistir de nossa amizade.

 

CONTINUA



Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...