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História O Clube dos Cinco - Banda de garagem


Escrita por: baozisung

Notas do Autor


ANTES DE TUDO, para que eu não me esqueça, gostaria de agradecer à @Geh_Wan9 pela capa linda! Muito obrigada, anjo.
Beleza, agora posso relaxar e fazer o típico textão extremamente chato e emocional das notas iniciais. Eu gostaria de dedicar essa história à minha amiguinha mais irritante do mundo todo, Nalu. Eu te amo, sua chata. Espero que goste de reler tudo certinho e revisado, e que surte tanto quanto na primeira vez.
Esse é um dos meus plots favoritos, e estou um pouquinho receosa de compartilhá-lo a qualquer pessoa que quiser ler, mas cá estamos. Não posso fazer nada. Tenho certeza que ele parado lá na minha pasta seria pior ainda para mim. Só posso pedir que leiam com carinho, e esperar que gostem pelo menos 1% do tanto que eu (e a Nalu) gosto.
Enfim, um aviso: são 4 capítulos, e serão postados todos os sábados de fevereiro. A fanfic já está pronta e revisada, apenas aguardando ser postada.

FINALMENTE, uma boa leitura a você, e espero te ver nas notas finais.

Capítulo 1 - Banda de garagem


A paisagem que, aos poucos, enchia-se de casas e carros passava rapidamente pela sua janela. Com a cabeça encostada no vidro cujo Insulfilm roxo já formava bolhas, Donghyuck cantarolava baixinho She’s out of my life do Michael Jackson. O CD fora colocado por ele mesmo, antes de todos entrarem no carrinho cor de musgo.

— Já chegamos? — perguntou sua irmã mais nova pela enésima vez. Sua mãe, que se virou no banco do carona, sorriu a ela, surpreendendo com sua resposta:

— Sim.

— Sério? — o garotinho próximo à outra janela do carro indagou, parecendo despertar de um prévio sono leve.

— Estou só procurando a rua! — anunciou o pai, que, de fato, semicerrava os olhos, procurando pela placa com o nome da rua. — E torcendo para não me perder... — murmurou a última parte, levando Donghyuck e a esposa a darem risada. Os dois mais novos estavam ocupados demais tentando compartilhar a janela para verem a nova vizinhança para escutarem o pai.

— Olha, tem um MC Donald’s ali — Donghyuck comentou, girando a manivela para apontar propriamente aos dois irmãos, que sorriram. Olharam os três para a mãe, todos com um sorriso cúmplice. Seus rostos eram claros sobre o desejo de ir à lanchonete.

— Podemos ir com uma condição — ela falava, fazendo o número 1 com a mão pequena. — Vocês todos vão ter que ajudar com as caixas!

— Tudo bem! — responderam em uníssono.

Donghyuck voltou a olhar pela janela, agora sentindo o vento batendo em seu rosto. Gostava da ideia de mudar, seria bom para ele. Com seus 16 anos, tudo o que mais queria era encontrar um rumo e, num lugar novo, com pessoas novas, talvez fosse a hora ideal para fazê-lo. Sorriu ao ver um fliperama passar por seus olhos. Vou ter que convencer a mamãe a levar a gente lá também..., pensou.

 

Foi cansativo, e ainda não tinham terminado. A sala de estar estava com caixas de papelão para todo lado. Tinham de tomar cuidado para não caírem. Hayoung e Jeongin corriam por aí, procurando seus brinquedos favoritos entre as dezenas, enquanto Donghyuck caçava pela caixa marcada como sua.

Entre elas, encontrou-a, finalmente. Tralhas do Donghyuck (sua mãe escrevera) escrito à tinta preta no papel marrom. Ele a pegou e subiu as escadas, tomando cuidado para não tropeçar nos degraus ainda desconhecidos.

Conseguiu ter uma boa noção de como ficaria seu quarto. Antigamente, dividia o quarto com os dois mais novos, que compartilhavam um beliche, mas seus pais reconheceram que estava um pouco ruim a situação para eles, deixando Donghyuck ficar com o porão. Foi legal, a princípio, até ele começar a ouvir barulhos estranhos e resolver voltar a dormir com os irmãos — a desculpa era que não queria deixá-los sozinhos, com a chance de morrerem de saudades suas. E, enfim, se mudaram. Com o dinheiro extra que a senhora Lee conseguiu com a venda de algumas obras suas para um museu um tanto popular, compraram uma casa, dando um quarto para cada um. Hayoung queria um quarto amarelo, Jeongin, um azul e Donghyuck, num tom de cinza claro, misturado com preto e branco. Donghyuck gostava de cores neutras.

Olhou em volta, conseguindo imaginar os pôsteres que colocaria do Michael Jackson e do Homem-Aranha, além das estantes, onde deixaria seus livros e HQs, assim como alguns bonecos de ação. Sorriu consigo mesmo e deixou a caixa sobre a escrivaninha previamente colocada. Abriu-a, vendo algumas de suas coisas favoritas — já listadas anteriormente — e novamente olhou para o quarto. Já tinham pintado há algumas semanas — faziam visitas periódicas para manter a casa em ordem e adiantar alguns trabalhos mais demorados, como esse, apenas à espera do final de semana ideal para a mudança definitiva — e a cor o agradara bastante. Sua mãe, então, bateu na porta e entrou no quarto vazio.

— O que achou? — perguntou, sorrindo. Ele a olhou.

— Impossível eu gostar mais — falou, sinceramente. — Sério, olha isso! É um quarto só para mim, e do jeitinho que eu sempre quis. — Ela alargou o sorriso.

— E o que diz sobre um MC Donald’s de almoço? — indagou, arqueando a sobrancelha esquerda. Donghyuck sorriu de lado.

— Preciso responder?

— Vem logo, bobão — ela chamou, abrindo o braço, este que enlaçou a cintura do filho ao que este se aproximou.

 

Enquanto esperavam pelo lanche, Hayoung e Jeongin discutiam se, de fato, o Tiranossauro era o rei dos dinossauros — era um assunto em comum. Ambos acreditavam que não, aliás. Donghyuck conversava com seu pai sobre a mudança — na verdade, ele apenas reclamava para o mais velho sobre ter de ir a uma escola nova em alguns dias —, e a senhora Lee dava uma olhada em volta.

Ela registrou mentalmente onde ficavam os banheiros e fuçou também os brinquedinhos do mês: Pokémon lendários. Quando foi olhar para a janela, algo na parede chamou a sua atenção. Era um panfleto. Tinha cores não tão chamativas, mas que, em contraste com a quantidade de preto que havia ali, conseguiam ser bem atraentes. Era um misto de roxo com amarelo e, sei lá, era bonito. Kanghee aproximou-se do papel e deu uma lida.

— Donghyuck, querido, venha cá — chamou pelo filho, ainda olhando para a parede.

— O que foi? — perguntou, logo olhando para onde a cabeça da outra estava apontada.

— “Procura-se vocalista. Apareça no endereço abaixo no final de semana (ambos os dias) por volta das 17 horas para uma breve audição” — o pai de Donghyuck leu em voz alta. Kanghee olhou para o filho, que parecia um pouco confuso.

— É uma banda isso? — perguntou. — Não parece nada profissional.

— Você gosta de cantar, Donghyuck! — Ao que falou aquilo, o mais novo piscou lentamente e negou com a cabeça na velocidade da luz.

— Eu não vou nisso aí, mãe, nem ferrando! — disse.

— Imagina o Hyuck-hyung cantando num show de rock! — Jeongin comentou com Hayoung, que deu risada com gosto. Donghyuck bufou e apertou a orelha do garoto.

— O Hyuck-hyung não vai cantar nada! — falou

— Ora, por que não, querido? — sua mãe perguntou e ele a encarou como se questionasse se aquela pergunta era realmente séria.

— Porque não! Não gosto de cantar em público!

— Vocês são meio ingênuos, né? — Sangwoo, relendo o panfleto, intercalou o olhar entre a esposa e o filho. — Isso aí deve ser uma banda de garagem. Toca nos bailes escolares no máximo.

— Não quero nem saber. — Donghyuck cruzou os braços.

— Eu ainda acho que você deveria participar — Kanghee disse.

— Eu também! — Jeongin acrescentou, levando Donghyuck a encará-lo descrente. — O quê? É engraçado quando você canta Billie Jean no chuveiro, hyung! — Sorriu ao irmão, mostrando o aparelho.

— É verdade, oppa! — Hayoung concordou, também sorrindo.

— Pense com carinho, Hyuck. — Kanghee colocou a mão sobre o ombro do filho e voltou à fila. A atendente já berrava seu nome pela terceira ou quarta vez.

Todos foram atrás da mais velha, ajudando com as três bandejas com lanches, batatas e refrigerantes. Donghyuck viu quando eles subiram as escadas, procurando por um ambiente mais calmo do que o primeiro andar. Seguiu-os, mas não sem antes dar outra olhada no panfleto preto, roxo e amarelo, bufando.

O assunto voltou à tona durante a refeição. Jeongin insistia na tecla de que seu hyung era um bom cantor, apesar de engraçado, sempre tendo o apoio de Hayoung, Kanghee incentivava o filho a ir no tal endereço e Sangwoo apenas dizia o quanto ter uma banda desse tipo era legal. Donghyuck, praticamente exausto da conversa, apenas concordou.

— Eu posso pensar — falou. Sua família comemorou em alto volume, deixando-o quase envergonhado por eles. Estaria envergonhado se não fosse escandaloso igual.

 

Praticamente expulso do carro da própria família após a mesma caçar o endereço citado no panfleto com cautela e parar em frente à casa, Donghyuck deixou o veículo. A pedido de Kanghee, Jeongin soltou o cinto do mais velho, abriu a porta e o empurrou para fora. Donghyuck sentiu uma vontade imensa de mostrar o dedo do meio para o Gol 1980 que estacionara um pouco mais em frente, na esquina da mesma rua. Ajeitou o cabelo e, um tanto irritado, olhou para a casa à sua frente. Era grande, um pouco maior que a sua nova, e a garagem estava aberta.

Lá tinha um carro, um pouco mais bonito que o de seus pais, mas não sabia reconhecer qual era — era horrível com esse tipo de coisa —, onde, no capô, estava sentado um garoto de cabelos pretos meio ondulados, com um violão no colo. Ele parecia afiná-lo. Do outro lado da “sala”, tinham três rapazes, dois com uma guitarra em mãos e um com o que Donghyuck julgou ser um baixo.

Donghyuck engoliu em seco e, após dar uma outra olhada no carro na esquina daquela rua, fechou as mãos em punhos, aproximando-se da garagem aberta. Coçou a ponta do nariz e tentou falar em meio ao som estrondoso das guitarras elétricas.

— O–Oi! — Ninguém ouvira. — Olá! — repetiu, e apenas o garoto com o violão no colo o ouviu. Ele levantou a cabeça, fazendo Donghyuck engolir em seco outra vez. O menino piscou algumas vezes e, sem alguma outra reação, berrou para os outros três.

— Ora, e não é que alguém veio mesmo? — aquele que tinha um guitarra vermelha em volta do pescoço comentou, rindo e mostrando suas covinhas. Donghyuck coçou a nuca.

— Nem temos certeza do porquê para ele estar aqui, Jaehyun — um de cabelo rosa disse, dando um tapinha no braço do colega. Tinha uma guitarra preta consigo.

— Quem é você, garoto? — o tal baixista perguntou, indo até Donghyuck, que já estava na porta da garagem.

— Lee Donghyuck — falou com certa timidez. — Eu vi... o panfleto no MC Donald’s — disse. O baixista riu fraco.

— É verdade, tem ketchup na sua camiseta — comentou, fazendo Donghyuck revirar os olhos, relembrando de quando Jeongin “acidentalmente” derrubou um pouco do molho em si. — E você canta, é? — Deu de ombros.

— Eu tento. — Foi sincero, fazendo os dois guitarristas, que estavam mais atrás, rirem.

— Mark — virou-se para o menino no capô, que observava a situação toda —, você toca? — Ele assentiu brevemente, pegando a guitarra do tal Jaehyun após deixar o violão onde estava e puxando um banquinho. Após dedilhar alguns acordes, virou-se para Donghyuck.

— Que música? — Ele fala como se soubesse todas as músicas do mundo, pensou Donghyuck, julgando o moreno como um convencido.

— Conhece alguma do Michael Jackson? — indagou e o outro riu, quase de deboche.

— Qualquer uma que quiser.

Beat It, então — falou.

Foi questão de segundos para que ele se recordasse da música. Começou a tocar, logo pegando embalo e fechando os olhos conforme usava a palheta com maestria. Donghyuck, apesar de nervoso, optou por também fechar os olhos, relembrando-se da letra um tanto complicada de uma de suas músicas favoritas.

Os outros três, que assistiam ao “show”, ficaram surpresos com a voz do Lee. Não esperavam por isso. Cantou a música inteira, sem nenhum erro, e, apesar de ter de se esforçar um pouco para superar o volume da guitarra elétrica, conseguiu se sair bem.

No final dela, aplaudiram. O baixista sorria. Ele ergueu a mão e Donghyuck entendeu que era para um aperto. O Lee sorriu, satisfeito consigo mesmo.

— ‘Tá dentro, garoto — falou. — Você tem talento.

— Obrigado. — Curvou-se brevemente.

— Que educado... — Jaehyun (Donghyuck achava) debochou, também se aproximando. — Mas parabéns, cara. Sério. — Sorriu, novamente mostrando as covinhas. — Meu nome é Jaehyun. — E agora Donghyuck tinha certeza.

— Taeyong — o de fios rosas juntou-se ao trio, apresentando-se.

— E eu sou o Johnny. — O baixista sorriu. Donghyuck olhou novamente para eles, pareciam mais velhos. — Aquele é o Mark. — Apontou para o garoto, que dedilhava uma música aleatória no mesmo banquinho de madeira. — Ele não fala muito, já deve ter percebido.

— Oi — Mark falou brevemente, olhando para Donghyuck, que acenou fracamente, sem nem erguer o braço.

— Oi.

 

Quando entrou no carro novamente, Donghyuck colocou o cinto de segurança e respirou fundo. Todos olhavam-no com certa expectativa.

— Não acredito que vocês me largaram na rua — disse. Kanghee e Sangwoo sorriram.

— Mas deu certo, oppa? — Hayoung perguntou e Donghyuck olhou para a pequena. Sorriu de lado e, por mais que quisesse fazer um teatrinho, não conseguiu.

— Eu passei! — falou, não sabendo de onde toda a animação veio. — Tinham quatro lá, eles foram legais comigo, são mais velhos, acho que uns 3 ou 4 anos, sei lá. Tocam de tudo, senti até vergonha de só saber o básico do piano. — Riu anasalado. — Eu cantei Beat It, né? E eles aceitaram na hora!

— É porque você é talentoso, burro — Jeongin disse, levando um apertão de orelha de Donghyuck.

— Respeita seu irmão, moleque.

— Eu literalmente te chamei de talentoso!

— E de burro!

— E vai negar? — o garoto de 12 anos perguntou, fazendo Sangwoo dar risada.

— Sem briga, meninos — disse Kanghee, procurando apaziguar a situação. — Fico feliz, Hyuck! De verdade. Espero que eles sejam legais mesmo.

— Filho, nada de fumar. E nem beber. Nem pense que só porque faz parte de uma banda pode fazer essas coisas. — Sangwoo falou, olhando para o mais velho pelo retrovisor. Donghyuck assentiu.

— Entendido.

— Vão se encontrar de novo? — Kanghee perguntou. — Como vai ser?

— Todos os sábados, terças e quintas, lá na garagem — disse. — Depois da aula. Tudo bem, né?

— Claro, querido. — Kanghee sorriu, voltando a virar-se para frente.

— E querem reencontrar amanhã também — murmurou.

— Então espero que tenha prestado atenção no caminho — Sangwoo disse num tom de brincadeira, apesar de Donghyuck notar a seriedade —, pois vai a pé.

— Está de brincadeira, né? — Donghyuck perguntou. O pai não respondeu até que ele estacionasse. Ao desligar o carro e tirar a chave do contato, virou-se para o filho mais velho.

— Vou te levar só amanhã. Depois, você que se vire. — Arrancou um sorriso de Donghyuck, que logo desceu do carro, sendo seguido por Hayoung, que se sentava no meio.

Apesar de não ter sido ideia sua, Donghyuck sentia-se feliz. Era algo diferente, participar de uma banda. Nunca sequer imaginara isso — é claro que já sonhou em dar um show como o seu ídolo para milhares de pessoas, mas nunca passou disso —, e era quase surreal. Sabia que não era algo grande; como seu pai dissera, era apenas uma banda de garagem, mas não deixava de se sentir feliz.


Notas Finais


Foi a mais pura introdução do mundo. Talvez tenha sido até chato, mas eu insisto para que não desista! Logo no próximo capítulo já começa o desenvolvimento da amizade dos meninos e baboseiras que eu sei que muita gente gosta de ler.
Obrigada por ter lido até aqui, do fundo do meu coração, e espero que tenha gostado! Até o próximo capítulo (talvez)!~ ♡


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