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História O complexo que é gostar de você - A complexibilidade de alguns pensamentos


Escrita por: Beakhyun

Notas do Autor


olá meus amorzinhos, como vocês estão? Espero que estejam bem! alguém ainda se lembra de cgv? haha

depois de tanto tempo, eu voltei! Espero que consiga manter novamente o meu ritmo de postagens, mas infelizmente não posso garantir nada, ainda mais mediante a algumas coisas que estão acontecendo aqui em casa... De qualquer forma, eu irei me esforçar bastante para continuar postando!

eu queria agradecer a todos que comentaram no capítulo passado, e as pessoas que estão lendo cgv! Conseguimos alcançar os 300 favoritos!!! eu sou tão grata por tudo, vocês fazem tudo valer a pena. Muito obrigada!! ❤️❤️❤️❤️

miazinha, obrigada por betar esse capítulo, por sempre surtar e motivar a não desistir dessa história :(((( ❤️

mas bem, sem mais delongas, tenham uma boa leitura, nos vemos nas notas finais!! ❤️❤️

Capítulo 10 - A complexibilidade de alguns pensamentos


Quando  começamos a gostar de uma pessoa, há pequenos momentos pelos quais nós passamos sem ao menos perceber, diria que essas são chamadas de fases. A primeira delas é agir de uma maneira abestalhada perto dessa pessoa supostamente amada, mas sequer percebe os seus sentimentos. Típica paixãozinha boba que nem você mesmo consegue perceber de fato. Demora um tantinho até você  entender o significado dos seus sentimentos... E quando descobre, nós entramos na segunda fase. Essa baseia-se unicamente em descrença unânime. Em outras palavras, é a famigerada negação, você tenta negar até morrer que está gostando da pessoa, sendo que basta vê-la para o seu coração virar uma bagunça. 

A segunda fase é a mais recorrente quando descobrimos que gostamos de alguém, mas acalme-se, as fases não acabam por aí não! No dado momento em que passamos a nos conformar com que sentimos, a terceira fase é a simples tentativa de agir normalmente ao lado do seu crush. É meus caros, era justamente essa fase em que nosso amado Chanyeol estava. 

O universitário ficou bons dias pensando nos seus sentimentos depois do banho de água fria que levou, quer dizer, cada dia que se passava tornava-se mais óbvio que ele estava claramente caidinho pelo estudante de astrofísica. Céus, ele estava ferrado. Pelo menos, o único lado bom de tudo aquilo, era justamente o pequeno fato da sua mente estar ocupada pensando no baixinho, e não nas diversas preocupações relacionada a: pais, mudança e emprego. Porém, não era como se esses tópicos tivessem desaparecido da sua mente, eles apenas estavam sendo deixados de lado.

Querendo ou não, pensar no Baekhyun lhe trazia um conforto e uma alegria incomum. Várias e várias vezes este se viu observando o menor estudando, jogando algum game no seu Nintendo 64, ou até mesmo, nos momentos em que ele discutia com Kyungsoo, sentindo-se a pessoa mais apaixonada e besta ao ouvir e amar a maneira da qual ele falava e movia as suas mãos. Por que ele tinha que ser tão adorável?

Ele realmente estava apaixonado e seus sorrisos molengas não ajudavam a esconder isso. A única sorte dele era que o Baekhyun podia ser entendedor de muitas coisas, menos de sentimentos. 

Tornava-se cada vez mais difícil agir normalmente na presença do ruivo, até porque, ele nem percebia que estava agindo como uma garota apaixonada digna de filmes americanos. Tão clichê. Por mais que ele tentasse evitar encarar o outro por muito tempo, os seus sorrisos apaixonados surgiam apenas pelo simples timbre da voz alheia. Baekhyun tornou-se a sua kriptonita e ele não se importava nem um pouco com isso. Que bonitinho, nem parece que tinha surtado há alguns dias.

De certa forma, quando o maior passou a aceitar os seus sentimentos, este passou a ficar um pouco cego, ao ponto de não enxergar que ele não era o único agindo estranho. Bem, estatisticamente falando, é totalmente normal de nós, humanos apaixonados, não reparar as pequenas ações que podem indicar algo muito interessante. Afinal, a única coisa que passa na nossa mente é a frase: “ele não gosta de mim da mesma forma”. Ai, ai, jovens. 

Enquanto um era um total zero à esquerda quando se tratava de sentimentos, o outro estava cego de amores para perceber algumas coisas estranhas. O que restava para eles? Aceitar a singela ajuda de Kyungsoo, que por sinal, estava amando assistir a tudo de camarote.

Claro que era meloso demais a maneira como Chanyeol agia quando olhava o seu melhor amigo. Ele vivia o defendendo e ficando do lado do ruivo mediante a opiniões referentes a Teorias da Conspiração, era um verdadeiro porre, mas tudo ficava muito interessante quando Baekhyun sorria de um jeito diferente diante dessas ações. O moreno tinha total ciência de que o maior estava no mundo da lua para perceber esse tipo de coisa, mas ele não. Nada passava despercebido por Do Kyungsoo.

Por mais que quisesse ajudar os dois, ele não queria se meter muito no que estivesse rolando ou no que viria a acontecer entre eles. Digamos que ele estaria melhor ajudando de longe, observando as anomalias de um ser que nunca tinha mostrado um coração tão molenga e bobo por nenhum humano. Interessante, muito interessante.

As coisas estavam mudando no clube, digamos que o ar estava mais florido do que o normal e isso deixava o pobre físico um pouco enojado, quer dizer, chegava a ser besta a maneira como os dois homens estavam agindo. Mas quem era ele para julgar? Exato, ninguém. Por mais que quisesse bancar o amigo rabugento, o moreno estava verdadeiramente feliz com o caminho que as coisas estavam tomando, mesmo que os dois amigos fossem muito lerdos. 

De algum modo, ele sabia que as coisas iriam estourar em algum momento, e bem, quando isso acontecer... Vai ser o motivo de soltar fogos de artifício! Brincadeira, as coisas não seriam tão simples assim. Como um bom amante de teorias que ele era, o baixinho de fios escuros já tinha elaborado vários tipos de reações que poderiam a acontecer num futuro. Ele tinha que estar preparado para tudo, oras. 

Kyungsoo era precavido demais e isso nunca iria mudar. 

Ter tudo traçado, com soluções para os problemas e dificuldades que poderiam acontecer lhe ajudava muito a manter as coisas no seu controle. E sabem o que é mais engraçado nisso tudo? É que ele adora chamar o Baekhyun de “o homem das manias”, sendo que, ele também tem suas próprias. E choquem-se, algumas delas ele aprendeu com o ruivinho. Inclusive, essa de pensar e elaborar hipóteses de futuro.

Bem, de qualquer modo, enquanto nenhum tipo de acontecimento gigantesco ocorria, Do agia normalmente, afinal, não havia nada que ele pudesse fazer. Ele nunca se meteria diretamente em assuntos que não lhe dizia respeito. Por isso, seus olhares e observações serviam apenas para ele colocar em seu amado relatório de acontecimentos. 

Em suas pesquisas relacionados aos comportamentos humanos de Chanyeol e Baekhyun, Kyungsoo chegou em uma conclusão unânime sobre o estudante de medicina: que ele já era um caso perdido. Quer dizer, no sentido sentimental, ele havia perdido para o famoso sentimento chamado paixão. Agora só restava esperar que ele percebesse isso, e por seus cálculos, talvez demorasse mais algumas semanas.

Já Byun, as coisas estavam um pouco estranhas. O moreno verdadeiramente nunca tinha visto nenhuma das várias reações que o seu amigo andava apresentando nos últimos tempo. Era um pouco estranho imaginar que ele pudesse sentir algo por Park, afinal, ele sempre foi muito excluído de tudo, nunca tentou se aproximar e nem apegar-se a ninguém. Mas quando se tratava do novo – que já está se tornando velho – integrante do clube, seus conceitos pareciam cair por terra. Isso era incrivelmente interessante.

Entretanto, ele não queria tirar conclusões tão precipitadas, até porque, estamos falando de Byun Baekhyun.  Muitos estudos e observações devem ser feitas antes de dar uma constatação.

Soltando um suspiro cansado mediante tantos pensamentos, ele pode ouvir o resmungo do seu amigo. Diferente do normal, não era o silêncio que abraçava os dois no momento, mesmo que estivessem calados por um bom tempo. 

 

— Apenas aceite que você perdeu. Se caso houver desistência no meio da partida, eu prometo para você, conforme as normas dos nossos protocolos de vivência, que não irei te zoar por ser um covarde. Mas de caso venha a perder, coisa que vai ocorrer, ah meu caro amigo, eu irei fazer você execrar sua vida. Não, não, melhor, se eu ganhar nem irei te zoar, só vou te forçar a desligar essa música. — comentando da sua maneira doce de sempre, o ruivo arrumou o seu óculos redondinho que escorregava por seu nariz, enquanto ele olhava para o tabuleiro em sua frente e depois para o amigo.

 

Ouvindo as palavras do amigo, Kyungsoo sorriu de lado, completamente debochado. Ah, o estudante de física sabia muito bem como o Byun detestava quando ele escutava música sem fone. Mas a questão era que o menor fazia isso de propósito, pois, ele além de querer irritar o astrofísico, também existia a intenção de aumentar as suas chances de ganhar no xadrez.

Sim, eles estavam jogando xadrez neste exato momento. Baekhyun era o verdadeiro significado do termo “o crânio”, quando se tratava de jogos de lógica não havia ninguém que pudesse combatê-lo, ninguém mesmo. Por incrível que pareça, o amante de astronomia parecia estar sempre um passo à frente, entregando alguns dos seus peões, dando o gostinho de vitória para o seu oponente, para depois atacar com tudo, virando o jogo por completo. Sempre era assim.

Por isso, para casos extremos, medidas extremas devem ser tomadas. Era completamente baixo colocar música em momentos como esse? Sim, com toda certeza. Mas Kyungsoo não ligava. Assim como na natureza, essa era a sua maneira de sobreviver.

 

— Pare de falar mal das minhas músicas. E não, eu não vou desistir. — constatou por fim, ouvindo a melodia alegre e agitada da melodia que estava sendo reproduzida. Se ele não estava enganado, tratava-se de um grupo feminino chamado Twice. O que foi? Estudantes de física não podiam gostar desse estilo pop não? 

— Primeiro de tudo, pela lógica, as músicas não são suas, mas sim da empresa, do grupo, do produtor que construiu o arranjo dessa composição de sons. Segundo, você acha que eu sou um inculto? Tenho total ciência de que você utiliza desse joguinho completamente podre para ganhar vantagem sobre minhas jogadas e falta de atenção, graças a essas músicas agitadas que podem tirar a concentração de qualquer um. Mas saiba que nada disso vai funcionar, nunca funcionou e não será hoje que surtirá efeito sobre minha pessoa. — novamente falando de uma maneira um pouco estabanada, ele pode ver o seu amigo rolar os olhos.

— Você só pode estar perdendo a cabeça mesmo. Tem certeza de que não invadiram o clube durante a noite e fizeram algum tipo de experimento nessa sua cabeça? Você está mais louco e estranho que o normal. — comentou, dando um sorrisinho ao ver o ruivinho por as mãos na cabeça. — Eu recomendaria uma pesquisa profunda na sua massa cefálica, e quem sabe, adicionar uns parafusos a mais. 

 

Nesse segundo, a expressão preocupada do ruivo que estava evidenciada com a primeira parte do questionamento do amigo mais baixo, acabou por morrer ao perceber que Kyungsoo estava tirando uma com a sua cara. 

 

— Kyungsoo, por um obséquio, faça logo a sua jogada antes que eu mesmo tome medidas necessárias para que essa partida séria continue, traçando assim o seu caminho para a derrota. — dessa maneira carinhosa, ele crispou suas pálpebras, tentando intimidar o físico. Mas cá entre nós, o moreno estava pouco ligando para as falas do outro.

 

Dando de ombros, o físico olhou o tabuleiro, avaliando a sua atuação. Bem, não estava tão ruim assim, tinha perdido alguns pões, um do seu cavalo... Um do seu bispo... Certo, ele estava com uma pequena porcentagem de desvantagem, mas a vitória é um prato que se ganha depois de muita luta e demora. Analisando um pouco as suas possibilidades de jogadas, este mantinha os seus olhos atentos enquanto de fundo começava a tocar Lady Gaga. Assistindo o seu inimigo suspirar, o universitário mais baixo sorriu de uma maneira confiante, acabando por movimentar a sua rainha em diagonal.

Por mais que ele tivesse a impressão de que fizera uma ótima jogada, longe de qualquer perigo, ele não percebeu em qual quadrado sua rainha acabou parando. O moreno havia deixado lindamente sua peça preciosa na zona do bispo de Baekhyun. Pobre rainha que caiu na boca do lobo.

 

— Você demorou tanto para fazer uma jogada dessas? Se fosse para fazer isso, não seria mais fácil decretar que perdeu essa rodada? Como já havia dito antes, posso ser muito piedoso, mas isso só é válido para você, porque é meu companheiro de longa vida. — tentou soar como um ser muito piedoso, ocasionando na risada grossinha de Kyungsoo. Tadinho, ele não tinha compreendido que estava enforcado.

— Para de arranjar pretextos, Byun. Apenas siga com suas jogadas que no final veremos quem é digno de ganhar a coroa de papelão. — cruzou os braços, demonstrando aquele sorriso que irritava e muito o pobre ruivinho. 

 

“Eu farei você engolir as suas palavras. Claro, no sentido figurado, até porque, quando nós falamos não saem balões da nossa boca igualmente nas revistas em quadrinhos, o máximo que sai da nossa boca é saliva e várias outras bactérias que o nosso corpo já está acostumado. Que coisa nojenta.”

Nem era necessário comentar muito sobre isso. Baekhyun com suas falas mentais, moveu o seu amado bispo com uma grande destreza, derrubando a rainha branca de uma única vez. Para fins de efeitos especiais e mais emoção, o astrofísico no exato momento que bateu contra a rainha, fez um “booom” com a boca enquanto observava a peça cair para fora do tabuleiro. 

O homem de fios escuros piscou várias vezes desacreditado. Como isso poderia ter acontecido se ele estava completamente atento? Isso só podia ser aquilo que os seres humanos chamam de “olho gordo”, não era possível uma coisas dessas, não mesmo. Soltando um suspiro cansado, ele passou a mão por seus fios muito bem penteados para trás.

 

— O que foi Kyungzinho? Não era você que estava falando para continuarmos jogando sem nenhuma interrupção emitente? Você fazendo essas expressões um pouco estranhas podem soar com uma interrupção desnecessária, sabia? — sorrindo de uma maneira convencida, este arrumou seu óculos redondinhos, escorando as costas na cadeira enquanto cruzava os braços. —  Não aja como se eu não tivesse lhe avisado das consequências. Você nunca será páreo contra minha pessoa em jogos de tabuleiro. Apenas aceite isso.

 

Era extremamente engraçada a maneira como os dois adquiriram um senso de competitividade durante os jogos, fazendo qualquer um que não os conhecesse achar que eram inimigos imortais. Sendo que era completamente o contrário. Por eles serem muito próximos, ambos sentiam-se completamente à vontade para provocar e zoar o outro da maneira que bem entendessem, pois lá no fundo, os dois sabiam que se tratava de uma brincadeira. Digamos que era algo único da relação daquela dupla um pouco estranha.

E por mais que nesse momento o moreno estivesse possesso com as provocações, ele sorriu para tentar abalar o seu oponente. Até porque as provocações o atingiam num patamar gigantesco! E mesmo que não parecesse, Kyungsoo ainda tinha o seu orgulho gritando em sua mente, então se fazia necessário essa expressão de: “você não me afeta, astrofísico de meia tigela”, sendo que na verdade, ele estava quase caindo no soco com o ruivinho.

Tentando manter uma postura tranquila, eles continuaram o jogo. E mesmo que a atenção do moreno estivesse redobrada, ele ainda tinha uma tremenda desvantagem em relação ao Byun, que ainda continuava sorrindo vitorioso. Pelo jeito a tática da música não surtia efeito algum. Bem, pelo menos até que uma em específica começar a tocar. 

O homem de fios avermelhados tentava sempre ignorar as melodias que tocavam, até porque, ele não era um amante de músicas, porém, foi praticamente impossível não prestar atenção na música que passava a tocar. O início desta parecia uma gravação de algum astronauta falando: “I wish you could see what I can see”. Desviando um pouco os seus olhos do tabuleiro, ele encarou o celular, prestando a atenção na letra suave:

 

Of the many stars in the vast universe (Shining star) 

Like how you can’t get the right answer (What?) 

Really, the more 

I get to know the person that is you ah 

I don’t know what to say 

I know it, but don’t

 

I might be a telescope that observes you ARI 

Like the song name 

My heart is an endless 

Space that’s filled only with you 

You

 

Moon and Star Solar 

A light that brightens the entire world beautifully 

Oh Whee in 

Jupiter and Mars 

The space between us seems close but far

 

Estranho. Era dessa forma que Baekhyun estava sentindo-se enquanto ouvia a letra daquela música de um grupo feminino. Quer dizer, a letra, embora fosse melosa além da conta, ele não pode evitar de sentir-se um pouco nostálgico, os versos pareciam lembrá-lo de algo, e isso era muito estranho. 

Fazendo uma careta enquanto ouvia o refrão completamente clichê e meloso, este resolveu por fim fazer a sua jogada, sem nem perceber que Kyungsoo o olhava de uma maneira um pouco curiosa. Depois desse momento, ele pode jurar para si mesmo que não prestaria mais atenção na melodia e muito menos na letra, entretanto, ao entrar na próxima estrofe, sua atenção retornou para a música.

 

I’m overflowing with things 

I’m curious about 

There are still a lot of things 

I haven’t figured out 

Is that your charm, infinite imagining 

I can see that in your eyes

 

I’m tired of life 

It’s a difficult problem Who Am I? 

I want to run away, escape 

At that moment, a star twinkling far away 

I fall into it like a black hole 

You’re completely different 

Where do I need to go to see you? NASA? 

I want to be the 1st to land on your planet

 

“Engraçado, esse tipo de coisa seria algo que aquele cabeça de vento falaria, quer dizer, nós somos tão diferente em tantos quesitos. É quase como se fossemos Júpiter e Marte, somos tão dessemelhantes, com densidades e tamanhos diferentes. Estamos próximos com alguns critérios, mas distantes por conta das nossas peculiaridades.”

Seus olhos piscaram várias vezes, tentando compreender o que acabou de pensar e ouvir. A música retornou a tocar o refrão e o astrofísico sentiu-se completamente perdido. Por que ele acabou de pensar em Chanyeol? Por que essa maldita música estava lembrando-o tanto dele? Na verdade, eles dois. Era quase como se ambos estivessem sendo explicados em cada estrofe, em cada trecho, mesmo que as partes melosas e clichês pudessem ser excluídas facilmente. De resto, trazia-lhe uma quentura estranha em seu peito.

 

Jumping over time and space

I get to know you

No matter how long it will take

If you can believe

So no one else will be able to see

A place that only I can go

This place is you

I want to be with you forever

Forever and ever

 

Naquela altura do campeonato, o Byun nem estava mais com a cabeça no jogo, mas sim nos questionamentos que passaram a surgir na sua mente, ocasionando em algumas jogadas desatentas vindas de sua pessoa. Kyungsoo podia muito bem estar tirando proveito desse pequeno momento de desatenção, mas não, ele ficou um pouco instruído em observar e tentar compreender o que se passava na cabecinha do seu fiel companheiro.

Em vários momentos da vida o moreno poderia simplesmente ficar calado e deixar as suas dúvidas passarem, mas no momento em que a música chegou ao seu fim, o baixinho não conseguiu aguentar. Ele precisava de mais informações para sua pesquisa pessoal.

 

— Hey, aconteceu alguma coisa? — questionou de uma maneira bem suave, temendo que o ruivo talvez evitasse responder, pois, haviam momentos em que ele não desejava responder nada do que era perguntado.

 

De fato, o ruivo não iria desejar responder o que fora perguntado, mas, a sua mente estava tão ocupada pensando que foi praticamente impossível não agir de um modo impulsivo.

 

— Por que essa música faz com que eu pense naquele humano? — devolveu com outro questionamento, ainda estando completamente aéreo. Por mais que a sua fala tivesse sido um pouco vaga, não precisava de muito para saber de quem ele estava falando.

 

Kyungsoo no mesmo segundo sorriu, visto que o mais alto dentre os dois estava ocupado demais olhando para o tabuleiro enquanto pensava em sabe-se-lá-o-que. Interessante, muito interessante. O moreno sabia que em algum momento esse tipo de coisa aconteceria, mas não que seria tão rápido, quer dizer, há quanto tempo eles se conheciam? Quase três meses? É por aí. Mas a sociedade costumava dizer que tempo não significava muita coisa, então quem era ele para julgar, não é mesmo?

Soltando um suspiro satisfeito, este escorou-se para trás na cadeira, cruzando os braços enquanto encarava o ruivo que nem prestava atenção em si.

 

— Porquê será... — soltou num tom irônico. Esse que não seria notado pelo amante de estrelas, afinal, ele já estava completamente envolvido na própria incógnita. 

 

Vamos lá, existiam várias hipóteses que poderiam trazer a resposta plena e verdadeira para o astrofísico, porém, a que mais predominava em sua mente era que: ele recebeu uma terrível lavagem cerebral enquanto dormia – mesmo que tivesse um ótimo senso de proteção –, esse feito acabou alterando todas as emoções e sua maneira de pensar, possivelmente mexeram na sua área emocional. Malditos cientistas da NASA.

Eu sei, eu sei, pensar algo do tipo parece coisa de biruta. Entretanto, vamos dar um pequeno desconto para esse pobre amante de estrelas, o pobre homem está com a cabeça cheia ultimamente, tudo bem?

Por mais que Kyungsoo fosse muito daquele tipo que defendia a tese: “jamais desejará adentrar os pensamentos de um ser humano, principalmente se ele for Byun Baekhyun”, nesse momento, apenas agorinha, ele queria ver o que se passava na cabeça do amigo. O ruivinho parecia estar no mundo da lua, com o rosto brevemente rosado. Talvez pelo calor, talvez por alguma espécie de vergonha, nunca saberemos. O ponto chave da questão era que: ele estava completamente longe de estar no seu estado normal. Carambolas, ele tinha deixado até uma tremenda abertura para que pegassem o seu rei, o astrofísico certamente não estava no planeta Terra. 

Certamente, como um bom amigo que ele se definia, o estudante de física quântica iria sim fazer alguns questionamentos minuciosos. Porém a vida não parecia querer lhe dar respostas no momento. No exato segundo em que este entreabriu os lábios para soltar suas dúvidas, a porta do clube fora aberta, revelando uma figura que estava muito presente na mente de um certo homem de fios avermelhados. Tudo pareceu acontecer em câmera lenta – apenas para o casal que não era bem um casal, entendem? Baekhyun, ao perceber a presença do aspirante a médico, parecia brigar entre ficar nervoso ou envergonhado. Pobre soldado, estava em pânico sem ao menos saber o motivo.

Chanyeol, por sua vez, já sabia que estava fodidamente apaixonado e que por hora, não existia algum tipo de volta; acabou por dar um sorriso tímido para o Byun, logo desviando o olhar para o Kyungsoo, que encarava tudo aquilo com a sua típica expressão de: “Sério que estou vendo duas mocinhas do colegial e ninguém vai reagir de uma maneira madura?”. O moreno era extremamente óbvio, mas o óbvio nunca era totalmente claro para aqueles dois.

 

— Eu estou atrapalhando alguma coisa? — questionou ao sair de sua órbita envergonhada enquanto fechava a porta atrás de si. Era completamente nítido que estava acontecendo uma partida de xadrez, mas o que ele não compreendia muito bem era o pequeno fato de que havia uma música de fundo, parecia algo bem pop.

 

De qualquer forma ele não estava ali para observar os dois jogarem – mesmo que quisesse muito presenciar a expressão concentrada de um certo baixinho aí. Por certo, ele tinha marcado uma coisa com Kyungsoo, e pela hora, era para eles estarem saindo da faculdade naquele mísero segundo.

 

— Não está, para falar a verdade, você acabou de salvar o Baekhyun de receber um belo xeque-mate, sabia? — comentou com um sorriso vitorioso, acordando o ruivo dos seus devaneios. O menor no mesmo segundo olhou o tabuleiro, comprovando que era verdade o que fora dito.

 

“Maldita lavagem cerebral”, era isso que ele pensava várias e várias vezes.

 

— Kyungsoo, vá pentear esse seu cabelo ao invés de ficar abrindo essa sua boca cheio de dentes para falar balbúrdias sobre minha pessoa. Não é óbvio que eu estava lhe dando a oportunidade única de ganhar uma única partida contra mim? Todos nós sabemos o quanto você se torna um mau perdedor, então queria te dar esse pontinho de alegria. Entretanto, como você não sabe aproveitar as oportunidades da vida, irei acabar logo com essa partida que deveria ser repleta de misericórdia. — como se fosse a coisa mais normal do mundo, o menor deu aquele tipo de resposta recebendo o simples rolar de olhos de Kyungsoo. Um desprezo por completo.

 

Aqueles dois sabiam muito bem que não se tratava de uma pequena chance de dar uma vitória ao físico, mas sim que aconteceu uma desatenção muito misteriosa. Possivelmente, o homem de fios avermelhados teria que fazer algumas pesquisas profundas sobre tais emoções e pensamentos deveras estranhos. Vai que ele estava se tornando um robô?! Tudo nessa vida é possível, meus caros. 

 

— Nós sabemos que não é bem assim que aconteceu, Baekhyun. — arqueou uma de suas sobrancelhas, como se estivesse desafiando o amigo. O ruivo por sua vez, sorriu de lado ajeitando o seu óculos de armação redondinha. 

 

Nesse mísero segundo era óbvio o que aconteceria dali em diante: uma guerra de palavras seria desencadeada. Mas como um viajante do tempo, Chanyeol agiu antes que tudo virasse uma bola de neve e sobrasse para ele. 

 

— Muito legal isso tudo, divertido além da conta. Mas assim, Kyungsoo, lembra que temos um compromisso para agora? — questionou, sem rodeio algum. Uma bomba imaginária acertou a cabeça de Byun, que pareceu ficar um pouco tonto. Quer dizer, ele ia sair com o seu melhor amigo?

 

Fazia alguns dias que o grandão combinara com o físico que eles iriam na agência imobiliária. Primeiro, porque o Kyungsoo era conhecido da mulher que o atenderia, e segundo, digamos que o estudante de medicina queria uma companhia para escolher a sua futura moradia, já que ele não conseguia se decidir facilmente. Por isso, como um bom amigo que o moreno era, ele iria junto do mais alto, tranquilamente.

Porém, algumas coisa mudaram.

 

— Oh, é verdade! Eu tinha esquecido por completo. — mentira, ele não tinha esquecido de nada. — Chanyeol, me desculpe, mas eu vou estar ocupado, surgiu alguns imprevistos, me desculpe mesmo. — como se fosse um bom ator de alguma emissora de televisão, este fez uma expressão um pouco triste vendo o desespero estampado nos olhos arregalados do seu mais novo amigo. — Mas olha, se você quiser o Baek pode ir com você.

 

Neste mesmo segundo o homem de fios castanhos arregalou seus olhos que já eram grandes, acabando por virar o rosto para o mencionado na conversa. Quer dizer, ficar sozinho com o Baekhyun, indo de apartamentos em apartamentos? Não, não, isso não poderia acontecer, em hipótese alguma poderia acontecer.

Enquanto tínhamos um futuro médico entrando em uma crise mental, também havia a presença de um ruivo um pouco desconfiado. O amante de estrelas estava claramente confuso sobre o que Kyungsoo tinha para fazer com o Chanyeol, até porque, desde quando ele eram tão próximos assim? Em seu banco de dados – vulgo memórias –, ele não se recordava de presenciar sinais claros de intimidade pós amizade muito bem estabilizada. Desviando o olhar para seu fiel companheiro, este arqueou uma de suas sobrancelhas, tentando compreender os pensamentos do físico.

De alguma forma o quase formado em astrofísica estava cogitando aceitar aquela proposta, mesmo que não tenha sido dita diretamente para ele. E de certo modo isso era muito estranho, afinal, Baekhyun nunca gostou muito de sair. O seu maior conforto era manter-se em seu pequeno casulo, tranquilo e repleto de memórias doces. Sair, na grande maioria das vezes, trazia-lhe uma inquietação tremenda. Então por que raios ele queria acompanhar Park?

 

— Não! — saindo do seu transe de puro desespero o maior fala arrancando a surpresa dos dois homens. — Quer dizer... Eu tinha marcado com você, é muito injusto até mesmo com o Baekhyun, ele deve estar ocupado com as coisas dele. Até porque, como ele conseguiria ocupar o seu lugar num momento como esse? 

 

“O quê? Ele acabou de deixar estampado em palavras e gestos que está abolindo a minha presença e companhia em seja lá qual for o plano anterior dele com Kyungsoo? O que esse cabeça de gelatina está pensando que eu sou?! O que esse nefando vai fazer com minha dupla? Não, melhor, o que Kyungsoo pode fazer que eu não conseguiria?! Quer dizer, eu sou um ser completamente capaz de exercer qualquer pedido e papel que me colocarem para efetuar, sou ótimo em tudo que faço. Como esse humano inculto tem a capacidade de falar essa atrocidade de minha amada existência?” 

Embora a mente de um certo ruivinho estivesse fumigando, o seu rosto demonstrava muito desprezo ao virar o rosto para o lado contrário em que Park estava. 

Oh céus. Se existia uma expressão que realmente representava o nosso amado físico quântico, era o: “ depois dessa, caiu-lhe todos os butiás do bolso”. Tudo bem, ele não era nenhum ser altamente especializado nessas coisas de romances, mas caramba, ele achou por uma fração de segundo que estava mandando bem. Mas ainda por seus cálculos, o culpado pelo vacilo feito era o próprio Chanyeol. O que custava dizer um “tudo bem”? Custava nadica de nada.

 

— Eu já disse que não posso. Se está tão descontente assim, vá sozinho, até onde estou ciente, você já é de maior e um humano capaz perante a lei. — de uma maneira mais rouca que o normal, este deixou o assento que estava ocupando e caminhou pelo cômodo até juntar a sua bolsa, vestindo-a em seu ombro. — Boa sorte, meu caro.

 

Caminhando até o homem de fios marrons, o menor ainda teve a ousadia de dar dois tapinhas em seu ombro antes de deixar o clubinho. Se ele não conseguia agir com a sua ajuda, agora teria que tomar algum tipo de atitude sem o apoio dos universitários – literalmente. 

Estando completamente embasbacado, o maior olhou para os lados tentando assimilar o que aconteceu, até que por fim o seu olhar encontrou a figura de fios avermelhados, encarando a parede enquanto tinha os braços cruzados. Ele estava irritado? Mas por quê?

Certo, por mais que o motivo fosse quase que óbvio para nós – acreditem, não é tão óbvio assim –, temos que levar em conta que o Chanyeol era um tantinho desatento, principalmente quando havia coisas relacionadas ao nosso amado ruivinho. Por isso, olhando o menor, este se aproximou lentamente, demonstrando temer o que viria daqui para frente.

Fala sério, ele teria mesmo que ir na escolha de um apartamento como Baekhyun? Sério? Logo com ele? A vida deve lhe odiar muito.

 

— Baekhyun?... — na simples tentativa de descobrir o que afligia sua paixãozinha, o grandão o chamou num tom miúdo. Entretanto, mesmo com esse pequeno ato, ele sequer recebeu o olhar do astrofísico. — Aconteceu alguma coisa? Você parece estranho.

 

“Você também é uma completa anomalia no meio de tantos humanos e nem por isso fico jogando esses pequenos ponto sobre vossa mesa imaginária a todo o momento. Mas como você é um cabeça de vento, quer sempre dar a definição de tudo sem ninguém lhe questionar. Irritante, isso, ele é um boboca irritante.”

É meus caros, ainda bem que o Chanyeol não possuía nenhum poder telepático, mas por algum motivo do além sua orelha estava pegando fogo. Como já diziam os antigos: alguém devia estar falando sobre ele. Falar não é a mesma coisa do que pensar, porém, fingiremos que sim nesse momento.

Tendo em vista que o aspirante a médico não recebeu nenhuma resposta, ele pôde sentir o seu estômago afundar. Aconteceu alguma coisa de ruim com o Byun? Sendo um digno trouxa, bobinho apaixonado, ele se aproximou mais. Nesse mísero segundo ele podia ouvir alguns resmungos similares a uma birra, flagrando também algumas caretas. Certo, isso não era tão normal de se ver de alguém como o Baekhyun. Será que ele necessitava de algum médico? Pera... Ele era quase um médico, já não contava?

 

— Você está se sentindo mal? — questionou-o novamente, não obtendo resposta alguma. Que saco viu, estava lidando com uma criança rabugenta. — Se tem algo de errado com você, eu posso te levar na enfermaria e... 

— Eu estou perfeitamente bem, nunca estive na minha melhor fase de saúde. Sinto muito em lhe informar, mas você, sua cabeça de vento, está tirando muitas conclusões sem nenhum fundo confiável, porque, caso não estiver ciente, “fontes da sua cabeça”, não é o local de procura mais confiável. Capiche?  — de uma maneira rápida, o menor virou o rosto em direção ao outro, assustando-se brevemente ao ver que ele estava consideravelmente próximo. — Agora se não tem mais nada para falar, por favor, se retire nesse cômodo sagrado.

 

Tudo bem. Isso estava muito longe de ser completamente normal. Baekhyun nunca tinha agido dessa forma consigo, nem quando ele tentou meter os seus dedinhos incheridos no planetário existente ali. Alguma coisa estava claramente muito errada, mas o que exatamente? Quer dizer, Chanyeol tinha falado alguma coisa errada – shh, não digam nada para ele, tudo bem? – ao ponto de magoar o menor? Claro que não... 

Espera. Talvez tenha dito algo sim. Com aquela pequena hipótese invadindo a sua mente, o aspirante a médico sentiu o seu estômago revirar em puro nervosismo. Céus, então era isso? Como ele pode ser tão tolo?!

 

— Você sabe que não vou roubar o seu melhor amigo, não é? Quer dizer, o Kyungsoo anda sendo o meu amigo, da mesma forma que eu sou o seu amigo... Isso se você me considerar desse modo... — à medida que este falava, o seu tom de voz fora diminuindo, arrancando um suspiro cansado do homem que usava um óculos de armação redondinha. — Bem, de qualquer forma, não quero que fique dessa forma por conta da minha aproximação, entende?

 

“Era só o que estava me faltando mesmo, esse cabeça de vento deve ter tido o seu cérebro derretido enquanto assistia alguma série de má produção. Só pode.”

Embora as palavras do maior fossem um tanto irritantes, o astrofísico não conseguia evitar sentir-se ainda mais incomodado com o que fora dito. O que mais o intrigava era o pequeno fato de não conseguir compreender o motivo da queimação em seu estômago, o nervosismo repentino, e claro, a vontade tremenda de explodir em palavras. Mas o “x” da equação era justamente esse, que tipos de coisas ele queria dizer? Carambolas, o Byun tinha que cogitar na pequena hipótese de ir a um médico. Vai que tudo isso se tratava de sintomas de uma pré-morte ou uma loucura aguda, vai saber.

 

— Eu não sou dono do Kyungsoo. E para sua informação, minha relação com ele é totalmente formal e de benefício para ambas partes. Da mesma forma que ele não irá me abandonar, eu também tenho meus termos para cumprir. Então não ligo para nada que ocorreu ou que virá a acontecer. — respondeu, dando de ombros, sem olhar de fato para o homem presente na sala. Droga, ele estava se sentindo tão estranho.

 

No fundo, o Baekhyun sabia que o problema não estava diretamente relacionado ao moreno, mas com com aquele paspalho que estudava medicina. Será que colocá-lo dentro de um programa eletrônico, talvez através de um novo meio telemático de grande porte e alta tecnologia, o menor conseguiria arrastá-lo com um mouse – bem estilo VR da vida –, colocando-o em uma lixeira. Pronto, acabado como vírus pela raiz.

Ah, se as coisas funcionassem da mesma forma que a mente do nosso amado Byun imaginava, seriam muito interessantes.

Soltando um pequeno suspiro, Chanyeol não soube exatamente o que falar depois de receber tal resposta. Tudo bem, ele não fizera nada de errado aparentemente – será? –, mas por que aquele tom irritado ainda parecia ecoar em sua mente? Alguma coisa não parecia ocorrer nos conformes, mas não seria muito bom insistir nesse ponto, vai que ele acaba ganhando uma arranhada grátis.

Com o silêncio se instalando entre os dois, o Park tentava evitar o olhar da figura mais baixa, enquanto o próprio ruivo o olhava de uma maneira muito estranha. Pelas teorias do castanho, o baixinho estava planejando sua morte ou estava simplesmente jogando alguma praga das boas. Por mais que não estivesse muito perto do que realmente se passava na cabeça de Baekhyun, a verdade era que o amante de estrelas estava pensando no que sentia e num motivo muito plausível para estar necessitando efetuar algumas perguntas específicas. Como tudo isso era irritante além da conta. 

Complicado, meus caros, complicado demais. Por que o único ser pensante não estava mais entre os meros mortais? Ah é mesmo, nosso amado Kyungsoo tinha fugido da bomba atômica que eles eram.

 

— Você não tinha mais atividades para exercer nesse período da tarde? Não deveria estar aqui na minha frente tomando atitudes que um personagem de longa metragem americana estaria fazendo diante um cenário constrangedor. — utilizou de um tom desenterrado, fazendo algumas caretas enquanto dava de ombros. Era praticamente óbvio que o ruivinho estava fazendo uma tremenda tentativa de provocação para cima do Park. 

 

Mas a pergunta que não quer calar era: ele estava conseguindo? Talvez sim, talvez não...

 

— Eu tinha... Quer dizer, eu tenho. Mas é meio estranho ir para o meu compromisso sem o Kyungsoo, sabe? — comentou sem de fato ter existido um questionamento direto sobre esse detalhe. Calmamente, ignorando as caretas do baixinho, este sentou-se na cadeira que anteriormente o moreno estava ocupando. — Eu não posso fazer isso sozinho. — reforçou novamente, esperando que o menor lhe perguntasse o motivo, porém, este se mantinha calado enquanto o encarava.

 

A questão era que, de fato, o Baekhyun não faria alguma pergunta direta e nem era pelo motivo de “não ter curiosidade” – já que estranhamente ele tinha muitos questionamentos quando se tratava do maior –, mas sim por não querer ultrapassar uma linha de segurança. Sim, o nosso amante de estrelas poderia ser muito dotado, entretanto, quando se tratava de ler pessoas e conseguir compreendê-las, este se tornava um ser completamente inculto. Por mais que não gostasse de admitir isso, Byun tinha total ciência da sua fraqueza.

Por conta disso, em sua mente, era mais viável que esperasse uma atitude mais arriscada do próprio locutor – vulgo Chanyeol –, assim, este não cometeria nenhum erro que acabaria magoando as emoções alheias. Quem diria, Byun Baekhyun pensando no próximo...

Com o aspirante a médico notando o silêncio incomum e os olhinhos brilhantes do ruivos direcionado à sua pessoa, este compreendeu que talvez, só talvez, o menor estava na expectativa de Chanyeol continuar contando seus planos. Ele podia estar errado? Podia, mas fazer o que, não é mesmo?

 

— Hoje eu vou escolher um apartamento para me mudar. — confessou rapidamente, vendo os olhinhos do outro crescerem. — Isso... parece soar estranho, quer dizer... Eu vivi 20 anos da minha vida naquela mansão, e agora, tomar esse tipo de passo que vai me trazer uma libertação... Ao mesmo tempo que parece ser bom, se torna assustador pra mim. — deu um sorriso pequeno, desviando o olhar para o suas pernas, demonstrando que estava um tantinho envergonhado com o que dizia. — O Kyungsoo ia me acompanhar para não me deixar sozinho. E de alguma forma, não tenho nenhum conhecimento maior sobre apartamentos. Nunca pensei que compraria ou alugaria um, tenho medo de fazer uma escolha errada e me arrepender no futuro.

 

Para muitas pessoas, sair das asas de seus pais já era uma tarefa difícil, não só por questões financeiras, mas também por estar apegado emocionalmente. No caso de Park, quando se tem pais como o dele, as coisas passam a ser mais complicadas. Mesmo que tenha meios financeiros para se virar por um tempo, ainda existe o medo tremendo que seus progenitores sempre colocaram nele, desde de muito novo. 

Mesmo que o futuro médico sustente uma imagem onde ele aparenta ser cheio de si, tendo uma confiança plena das suas próprias atitudes, na realidade, este escondia muito bem que a sua verdadeira essência era tão insegura e repleta de temores.

Baekhyun o entendia; entendia até demais e isso o incomodava.

 

— Desculpe, eu devo estar parecendo um pirralho mimado, né? — deu um sorriso amarelo ao menor, vendo-o suspirar profundamente antes de se pôr de pé. 

 

Nesse segundo o castanho pôde até imaginar que torrou a paciência do astrofísico, que, talvez, estivesse mesmo sendo um pouco patético contando tudo aquilo ao Byun, sem este ao menos  questioná-lo sobre o assunto. E mesmo que estivesse sentindo-se um completo idiota, lá no fundinho, o grandão conseguiu detectar uma sensação de tristeza. É isso, ele queria que a sua paixãozinha falasse qualquer coisa para ele, qualquer coisa mesmo. Mas não se pode esperar muita coisa do ruivo, né?

Soltando um suspiro tristonho, este abaixou a cabeça sem ao menos perceber que Baekhyun tinha virado e o encarava de uma maneira estranha. Se caso um desconhecido visse seus olhos, conseguiriam detectar facilmente o carinho e preocupação na expressão alheia.

 

— O que está fazendo, cabeça de vento? Nós dois sabemos que muito provavelmente você está atrasado para seu compromisso. Vamos logo. — com o seu tom de sempre, alto e com um sorrisinho de lado, o menor abriu a porta ainda observando a figura mais alta levantar lentamente o rosto.

 

Baekhyun não sabia e nem queria explicar exatamente o que sentiu quando viu o rosto de Chanyeol se iluminar ao terminar a sua fala. Ele era horrível em entender as pessoas ou os sentimentos destas. Entretanto, nesse segundo, o universitário compreendeu que independente da circunstância, ele sempre desejaria ver esse sorriso esquisito do Park.

Naquele silêncio que estava muito distante de ser desconfortável ou ruim, o estudante de medicina foi ao encontro do menor de um modo um pouco afobado. Ele parecia tão radiante nesse segundo. Às vezes, por frações de pequenas milhas, o menor achava que Park se assemelhava tanto ao sol, aquecendo a sua superfície. 

Sussurrando um simples “vamos”, de uma maneira um pouco bobinha – do tipo apaixonado que era –, o castanho sequer viu o sorriso que arrancou do outro homem. 

Quando eles saíram do clube juntinhos, eles sequer sabiam sobre o que o futuro guardava para eles. Chanyeol poderia muito bem se arrepender de levar o menor numa ocasião como essa. Enquanto o Byun, passaria a se afundar numa incógnita mais complexa.

Agora eu lhes pergunto, quais eram as chances disso tudo dar certo?

A princípio como humanos de classe média, os dois homens iam de ônibus até o local marcado com a corretora de imóveis. Entretanto, o que Chanyeol não estava esperando era o pequeno surto do astrofísico mencionando várias coisas que levavam ele a entender que não podiam andar naquele automóvel público. E francamente? Por mais que estivesse apaixonado e aceitado esse sentimento, às vezes, só às vezes, ele não tinha a paciência para compreender alguns pontos de vista do ruivo. 

Até porque, ele não era tão bobo apaixonado assim. Apaixonado sim, maluco não.

Então, com uma tentativa de agradar o homem que tinha uma ligação com as estrelas, Park acabou optando por irem de algum carro de aplicativo. Apesar dos pesares, para a felicidade e o alívio do grandão, o astrofísico aceitou sua mais nova opção. A partir daí, como um ser muito positivo que o futuro médico era, ele teve a ousadia de supor que tudo correria bem depois disso.

Pobre soldado que se iludia muito fácil.

Não foi uma grande tarefa manter o menor quieto e calado dentro do carro – já que ele parecia estar um pouco elétrico, coisa que não era muito do seu habitual –, diria que foi mamão com açúcar. O destino deles seria o local que receberia a primeira avaliação deles, e naquela redondeza era repleto de apartamentos, facilitando a localização deles durante as avaliações. Estava tudo dentro dos conformes, porém, o problema voltou a aparecer quando o automóvel foi estacionado em frente ao apartamento que eles iriam visitar primeiro. Tinha sido nesse endereço o local de encontro com a Son Seungwan, amiga de Kyungsoo. 

O edifício tinha por volta dos cinco andares e aparentava ter um terraço para os moradores. Pelo lado de fora percebia-se que não era nenhuma moradia de luxo, muito pelo contrário, era simplista e um pouco diferente do que Chanyeol estava acostumado. Pagando o motorista que os levou até ali, para só então ver que o Byun estava conversando com uma mulher que vestia-se formalmente, ela tinha seus fios tonalizados num marrom escuro, soltos que chegavam até metade de suas costas. Pelo perfil, parecia ser a mulher que o físico lhe mencionou.

Estando um pouco nervoso sobre o que exatamente o Byun falava para ela, este caminhou rapidamente até os dois.

 

— O que eu quero dizer é exatamente isso que você ouviu. Eu compreendo totalmente os métodos de uma corretora, que deve demonstrar primeiro os piores do catálogo, mas não acha que exagerou um pouco na escolha? Estou longe de ser um engenheiro, mas dá para ver os desgastes destas muretas, quem me garante que o meu caro companheiro de clube não vai morrer soterrado se essa parede se romper depois de uma tempestade com um km/h mais elevado de vento? — o menor dizia de uma maneira rápida, completamente típica dele. Entretanto, para quem não o conhecia, acabava embaralhando totalmente o seu novo ouvinte.

 

A mulher piscava várias vezes tentando digerir as coisas ditas, quer dizer, um homem estranho, de aparência um pouco peculiar e colorida demais, estava querendo tirar satisfações sobre o que ela fazia ou deixava de fazer em seu trabalho. Isso era pedir para ganhar uma bofetada no meio da cara. Todavia, Son tinha seu lado profissional e podia muito bem acabar com qualquer homem apenas com palavras, mas antes que pudesse travar uma batalha com aquele ruivo, outro homem apareceu.

 

— Pelos céus, me desculpe. — começou, pedindo perdão por quaisquer palavra anterior que veio a ser dita pelo menor. — O Baekhyun está um pouco ansioso por isso tudo, então não leve tudo que ele disse a sério. 

 

Seungwan olhou para o castanho que segurou os ombros do homem mais baixo, ouvindo os resmungos deste. Hum.

 

— Creio que o senhor seja o Park que me foi dito. — resolveu dar um fim para o assunto dessa forma, vendo o outro sorrir brevemente. — Pensei que o Kyungsoo viria com você. 

— Ele de início ia vir, mas aconteceu alguns imprevistos... — continuou com o seu sorriso meio nervoso, vendo o ruivinho rolar os olhos enquanto murmurava o quanto ele era patético. — De qualquer forma, sim, eu sou Park Chanyeol e esse aqui é Byun Baekhyun. 

 

Pobre médico que desejava tomar o controle da situação, mas tudo que ganhou foi uma cara feia do mais baixo, seguida de alguns xingamentos, e claro, a frase mais óbvia de todas: “Meu corpo é completo, e até onde estou lembrado, não perdi o meu dom da fala. Então pela lógica, eu poderia ter muito bem me apresentado como qualquer ser humano”. Chanyeol gostava muito daquele baixinho, mas caramba, a vontade de encher ele de porrada nesse segundo era grande. 

E, de fato, aos poucos eles acabaram entrando em uma discussão onde o Park mencionava que a imensa probabilidade dele cometer mais problemas era tremenda. Se ele foi um pouco infantil caindo nas provocações do astrofísico? Talvez. Mas quem ligava? 

De qualquer forma, o que eles não perceberam era que tinham uma telespectadora, observando toda aquela cena. Era totalmente entendível que eles estavam ocupados demais rebatendo algumas respostas importantíssimas – okay, não era para tanto –, mas eles tinham um cronograma por seguir.

 

— Que fofos. — constatou, dando um sorriso pequeno, recebendo a atenção dos dois, que pareciam perceber a situação nesse mísero segundo. — Mas se não se importam, temos que ver alguns apartamentos. Por favor, me sigam por aqui, iremos em outro edifício, já que o senhor Byun não gostou deste.

 

É meus caros, quando mencionei que as coisas não seriam fáceis para Chanyeol, eu não estava brincando. E de qualquer forma, o Baekhyun também parecia estar estranho.

De qualquer forma, com dois bobocas sentindo vergonha do papel que eles prestaram, o caminho que eles iriam percorrer já se mostrava silencioso. Mas quem disse que isso duraria para sempre? Baekhyun tinha muito o que falar e opinar para não permitir que Chanyeol caísse em alguma enrascada.

 

.

.

.

 

Havia se passado por volta de umas três horas. Algumas pessoas poderiam pensar que essa demora toda veio justamente da transição de um edifício para o outro, mas na verdade, não foi bem assim que as coisas aconteceram. O que os prendiam por mais tempo, eram as longas análises e explicações de Byun. Até o dado momento, eles tinham visitado sete apartamentos e em todos, houve críticas terríveis vindas de um certo astrofísico.

Chanyeol passou a temer as possíveis críticas que poderia ouvir, por mais que estivesse no fim da sua vasta escolha. A questão era que ele já havia escutado de tudo. Por mais que parecesse idiota, todos os pontos levantados por Baekhyun eram completamente plausíveis. Nos primeiros, o grandão recordava-se de uma maneira clara as palavras do menor: “Alugar um apartamento que tem o quê? Três movéis? Não haverá nenhuma compensação, tendo em vista que você terá mais gastos em repor os móveis necessários para ter uma convivência básica para qualquer ser humano. Você está querendo poupar dinheiro e não gastar mais”.

Partindo desse pequeno puxão de orelha, o futuro médico passou a cuidar mais desse quesito enquanto pedia o auxílio de Seungwan, porém, surgiram mais algumas críticas do nosso amado Byun: “Ótimo, esses cômodos são mais completos, mas é minúsculo, mal existem divisórias entre eles, não compensa nem um pouco o dinheiro que você irá pagar. Além do mais, olha a distância existente entre essa região e a faculdade, acha mesmo que vai valer a pena gastar quatro passagens por dia?”.

Certo, certo, o menor que não estava ali para comprar nadica de nada estava sendo mais crítico do que o próprio comprador. Mas de todo modo, o ruivo estava fazendo o que provavelmente Kyungsoo faria. Sim, ele não era nenhum administrador da área financeira, muito menos um engenheiro renomado, porém, como já fora dito muitas vezes: o baixinho tinha conhecimentos básicos que poderiam muito bem tirá-lo de uma furada das grandes. E lá no fundo, este não desejava que Park se metesse numa.

De qualquer forma, pelas contas do castanho, ele já tinha eliminado vários apartamentos, tudo pelas observações consideráveis de Byun. Infelizmente, o dia já estava acabando e ele não poderia mais ocupar o tempo de Son, por isso, aquele seria o último apartamento que visitariam naquele dia. Era completamente cansativo, o maior estava praticamente acabado, enquanto o homem de fios avermelhados parecia estar com a corda toda.

 

— Bem, levando em conta tudo que ouvi nessas visitas, creio que essa escolha pode agradá-los. — disse a mulher com um sorriso pequeno, abrindo assim a porta envernizada, mostrando o ambiente existente atrás dela.

 

Sendo um pouco apressado, Baekhyun foi o primeiro a adentrar o local, dando um curto sorriso ao ver um cômodo acoplado com a cozinha, dando o ar de ambiente aberto. A cozinha era finalizada com uma ilha composta por três balcões de mármore com bancos, dando início para a sala após uma meia parede branca, onde o sofá estava encostado. Toda a decoração era neutra em tons amadeirados, onde a palheta de cores eram compostas por: branco, cinza e marrom.

Na sala o sofá tinha formato de “L” e existia uma outra poltrona mais para o lado da televisão acoplada na parede. Entre a distância do móvel para o eletrônico, no chão, havia um tapete felpudo na cor marrom claro; bem no centro, havia uma pequena mesinha de madeira envernizada.

O cômodo em si era pequeno, muito esperado de um apartamento, porém, o espaço era aproveitado de uma maneira razoável, dando um ar muito agradável. Existia uma estante vazia encostada numa parede, entre duas portas, ficando praticamente no meio dos dois ambientes, enquanto existia uma porta solitária mais para o lado da televisão. 

 

— Neste apartamento temos o total de quatro cômodos. O primeiro, como vocês podem ver, é a sala integrada com a cozinha. Naquela porta se encontra o quarto principal, com uma cama de casal, um armário e duas cômodas. Na porta ao lado é um cômodo vazio, pode ser mobilizado sem problema algum. — Son explicava enquanto caminhava pela área, recebendo a atenção dos dois homens, sentindo algumas vezes partindo do momento que ela apontava para os lugares indicados. — Neste apartamento tempos apenas um banheiro, e ele fica logo ali, ou seja, os quartos não tem suíte. 

 

Baekhyun estava um tantinho calado dessa vez. Chanyeol estava até estranhando esse pequeno ponto, mas não se atreveu em questionar sobre nada. Até porque, estava gostando daquele apartamento. Ele ficava localizado no quarto andar, numa área segura da cidade, e ainda de quebra estava próximo da faculdade. E como um destino da vida, estava dentro do seu orçamento para viver sem preocupações por cinco meses. Era uma expectativa de tempo muito curta, mas era o que tinha.

Vendo o mais baixinho caminhar até os quartos, este soltou um suspiro cansado.

 

— Pelo jeito ele gostou desse, não houve nenhum surto vindo dele. — disse a mulher, arrancando uma pequena risadinha do universitário.

— Não se engane tanto, provavelmente a cabeça dele deve estar pegando fogo para pensar em alguma crítica para ser feita e acabar com os seus planos de me alugar um apartamento. Espere só para ver. — respondeu de uma maneira um pouco rápida, quase como o ruivinho fazia, acabando por ver a mulher sorrir.

— Você o conhece muito bem. Diria que vocês têm uma boa convivência. — com aquele comentário, o castanho piscou várias e várias vezes tentando absorver o que fora dito. Quer dizer, ele conhecia bem o menor?

 

Não, ele não achava isso. Para falar a verdade, Baekhyun sempre se mostrava ser completamente imprevisível, não dava para saber o que passava ou o que passaria em sua cabeça. Entretanto, aos poucos, o estudante de medicina aprendeu a lidar com ele, e isso era totalmente diferente de o compreender, correto?

De qualquer forma, Park iria dar alguma resposta para Seungwan, mas o chamado suave de uma voz que ele conhecia muito veio do quarto que ele tinha entrado há um tempinho. Desviando o seu olhar da corretora de imóveis, ele caminhou até o quarto principal, abrindo a porta por fim. A linha de decoração seguia da mesma forma naquele cômodo que não era tão grande assim. Cada móvel era distribuído de uma forma harmônica. Havia prateleiras aéreas, completamente vazias, na parede em que a cama de casal estava encostada. De um lado havia um roupeiro até que espaçoso, com duas portas de rolagem e algumas gavetas na área mais próxima ao chão.

Olhando ao redor, sem encontrar nem um sinal de Baekhyun, este viu que mais ao fundo tinha uma porta de vidro coberta por uma cortina marrom claro. Caminhando até aquela abertura, arrastando um pouco o tecido, a imagem que este viu fez o seu coração vacilar por alguns segundos.

Dando um sorriso pequeno, ele abriu a porta de rolagem, sentindo a brisa fresca bater contra o seu rosto. Aquela região era a varanda, que não era tão grande, porém, havia duas cadeiras confortáveis, uma área para estender roupas. Mais para o lado, era possível ver que o cômodo vazio também tinha acesso a essa área com uma porta similar a do quarto.

Focando o seu olhar na figura de costas, totalmente atenta ao céu em sua cor alaranjada, Chanyeol não sabia descrever o que sentia. Talvez ele tivesse se apaixonado mais um pouquinho. Claro, se isso fosse verdadeiramente possível. Poderia ser um papo de uma pessoa que está perdidamente apaixonada por outra, mas aos olhos do maior, Baekhyun parecia estar dentro de uma pintura, onde os seus fios bagunçados misturavam-se com os tons alaranjados do céu.

Céus, como se respirava mesmo?

 

— Interessante. Em quesitos internos: esse tem uma ótima distribuição de móveis e itens que são essenciais para você. O banheiro não é tão grande assim, mas dá para o gasto. O quarto está numa proporção muito boa, a cama também é confortável. — disse o menor a partir do momento que percebeu a presença das duas pessoas, porém, seu olhar não estava direcionado para elas, mas sim para o horizonte. — Agora, relacionado aos externos: não é um bairro tão perigoso, é próximo da universidade, é muito bem localizado, há alguns comércios necessários para você. Um ponto negativo, não há uma câmera no elevador e também não existe uma grade de proteção. Diria que o morador daqui deve ter cuidado com essa pequena área de proteção e coloque uma grade que cubra toda a varanda até o teto. Com isso eu finalizo meu parecer.

 

Chanyeol piscou várias e várias vezes, tentando absorver as coisas que o menor disse, acabando por sorrir no fim. Ele havia aprovado. Tudo bem, o aspirante a médico sabia muito bem que não precisava da aprovação do baixinho, porém... De alguma forma, este sentia que, pela maneira com que o outro agia, parecia que existia um sentimento de preocupação e proteção envolvido. Era óbvio que havia grandes chances de ser uma coisa de sua cabeça, mas era nisso que o castanho queria acreditar.

Mantendo a sua visão na figura que parecia ocupada demais com a vista bonita da cidade, seguido do anoitecer, este sequer percebeu quando Son parou ao seu lado.

 

— Parece que o seu namorado aprovou esse apartamento. Ele parecia estar muito preocupado onde você acabaria vivendo. Esse cara é um pouco estranho, mas eu sinto que a ligação de vocês é grande, isso é algo bonito de se ver. A maneira dele se preocupar com cada detalhe me cativou. — acabando com a sua fala simplista, esta sorriu, vendo o exato segundo em que o rosto do homem mais alto passou a ficar vermelho.

 

Esse tempo todo Seungwan achou que os dois eram namorados? Isso era impossível. Quer dizer, se dependesse pelo Chanyeol eles já seriam, mas as coisas não eram tão fáceis assim. De qualquer forma, era um pouco estranho ela achar isso deles, afinal, eles só discutiram algumas vezes, Baekhyun ficou falando coisas sobre a sua segurança enquanto ele apenas concordava. Também tinha as vezes que ele segurava os ombros do menor na hora de atravessar a rua...

Tudo bem, eles eram um pouco suspeitos, mas... Droga, eles não eram namorados, mal eram amigos. Até porque, o maior não sabia como o estudante de astrofísica o via. O que ele representava para o Byun?

Soltando um suspiro pequeno, ele desviou o olhar rapidamente. 

 

— E-eu vou querer ficar com esse. — murmurou para mulher, que sorriu, mesmo que o castanho não fosse ver de verdade. Era bom saber que depois de todo trabalho, ela conseguiu alugar uma moradia.

 

Vendo a corretora de imoveis deixar a varanda, este voltou a observar o menor que estava totalmente entretido na vista do quarto andar. Existem diversos fatores para o Park ter escolhido alugar aquele apartamento, e dentre eles, a esperança de ver o Byun observando as estrelas em sua varanda um dia era um desses fatores.


Notas Finais


ai ai esse chanbaek, eu fico bobinha demais por eles! a musica que o baek estava escutando é universe de mamamoo, a letra me deixa bobinha demais~

aqui temos mais um momento muito especial na vida do yeol!!! ele acabou escolhendo a seu apartamento, agora o próximo passo é o que? se mudar rs
sei lá, o jeito que o baekhyun anda se tornando muito presente nas decisões do yeol é tão diferente~~~

bem, eu ando meio enferrujada, então espero que o capítulo não esteja tããããão ruim. Nós vemos nos comentários? estarei esperando por vocês :c ❤️

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bem, até semana que vem, meus amorzinhos ❤️❤️❤️❤️


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