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História O Conjurador de Marés - As marés se elevam


Escrita por: Shoreline

Notas do Autor


foi um mês muito complicado, muitas coisas aconteceram e no meio disso tudo eu atrasei um pouquinho, mas finalmente cheguei pra poder dar um capítulo novo de conjurador pra vocês (que, inclusive, é o capítulo que Certas Pessoas estão esperando há muito tempo asçlkç)

não vou me estender muito por aqui, mas queria dizer que eu finalmente postei uma vmin nova lá no projeto maknaecity do qual faço parte! é uma oneshot bem soft e fluffy com patinação no gelo, então vou deixar o link lá embaixo nas notas finais pra vocês, certo? <3 não esqueçam de dar uma passadinha nas outras vmin que sempre deixo por lá ;;;;

esse capítulo é bem soft, cheio de momentos pra sorrir e ficar de coração quentinho porque se não for assim eu nem quero dçalskdjç espero que gostem!

boa leitura! <3

Capítulo 10 - As marés se elevam


Nós estávamos longe do oceano. Jungkook morava num bairro um tanto mais privilegiado, com casas grandes, condomínios de prédios altíssimos e lojas de luxo, e do ponto onde estávamos, na frente da portaria do seu condomínio, conseguíamos ver o horizonte azul e algumas das ondas que eu via de pertinho todos os dias da minha janela do quarto. Nosso maknae era um jovem adulto com um apartamento só pra ele, não por ele ter esse tanto dinheiro ou por ganhar uma boa mesada da sua família, e sim porque seus pais viajavam tanto que acabava sendo ele quem fazia as compras do mês no mercado e pagava todos os boletos; era por essa ausência constante e certo abandono que eu e meus amigos acabamos nos tornando sua família, sabe? Não poderíamos suprir toda a ausência da sua mãe e pai, claro que não, mas sempre tentávamos ser para ele o que uma família poderia ser, e acabava que conseguíamos.

Como o porteiro já me conhecia pelo tanto de visitas, ele nem precisou ligar para o Jeon pra me liberar logo na portaria junto de Taehyung, o que só demorou um pouco porque tivemos que fazer um breve registro com dele, e na verdade foi até um tanto falho pelo tritão não ter um número de rg nem nada, mas foi perdoável. Algumas crianças corriam aqui e ali, o parquinho estava cheio de risadas e gritinhos e a piscina enorme até chegou a chamar a atenção de Tae, mas tivemos que passar por tudo isso resistindo a tentação de parar um tempinho para olhar para que pudéssemos chegar até o prédio onde meu amigo morava.

O tritão obviamente nunca tinha entrado em um elevador, e tive que o explicar sobre como ele funcionava (deixando de lado a possibilidade de elevadores pararem ou quebrarem com pessoas dentro) até que ele se convencesse de que seria seguro o suficiente para entrar na caixa de metal. Assim que apertei o botão do andar e vimos as portas se fecharem automaticamente, Tae se agarrou de imediato ao meu braço, apertando com uma certa forcinha até que o elevador parasse do décimo quinto andar, o que o fez soltar uma exclamação baixinha.

— Eu nunca mais entro num lugar desses. — o ouvi murmurar assim que saímos do elevador, dando de cara com uma única porta.

Como aquele lugar era realmente um condomínio de pessoas com muito valor aquisitivo, cada andar tinha apenas um apartamento, o que não apenas fazia com que Jungkook tivesse um apartamento enorme onde caberia uma festa inteira, como também queria dizer que o mais novo passava muito tempo sozinho dentro de um lugar enorme praticamente vazio. Claro que ele dizia que aquilo não era um problema, que na verdade ele até preferia ter cômodos grandes pra poder foder com o Yoongi (céus, não me permita nem pensar numa coisa dessas!), mas acho que todos nós sabíamos que ele odiava a solidão toda dentro daquele lugar enorme, o que nos fazia passar a maior parte do nosso tempo ali dentro com ele, e isso não era um problema pra ninguém já que gostávamos muito de passar um tempo (ou vários deles) juntos.

Atualmente Jungkook, pra conseguir um dinheiro que não fosse dos pais e não nos incomodar – o que nunca acontecia – resolveu começar a fazer streams de jogos em uma plataforma online especial pra isso. No início a gente até que pensou que não ia dar muito certo, que isso talvez até piorasse um pouco toda a situação do nosso maknae, mas acabou que fomos todos tapeados porque agora o Jeon era muito famoso na internet, tinha vários amigos tão famosos quanto e interagia com pessoas de todos os lugares do mundo o dia todo quando não estava estudando. Se a gente sentiu ciúmes no começo? Claro que sim, até porque o pirralho não sabe se controlar quando gosta de alguma coisa e faz isso o tempo todo, então eu, Hobi e Yoon que somos os responsáveis por ficar de olho nos horários do Jungkook, chegamos até a fazer uma grade de horários pra ele para que ele tivesse tempo para estudar, ter um tempo com a gente e, bom, foder o namorado pela casa toda... Eca.

Como uma forma de colocar aqueles pensamentos terríveis dos meus melhores amigos fodendo em cima da mesa onde a gente costuma jantar, incentivei Taehyung a tocar a campainha, o que ele fez com certa animação porque parecia sentir a animação que emanava de dentro daquela porta.

— Já vou! — ouvimos uma voz berrar de dentro do apartamento, seguida do barulho de alguma coisa caindo no chão que fez o garoto xingar alto.

O tritão me olhava animado, quase destrancando a porta ele mesmo porque queria mesmo conhecer um dos meus amigos, e quando eu estava prestes a o acalmar e dizer que quem ele ia conhecer não parecia alguém assim tão mágico, Jungkook abriu a porta vestido como o Homem de Ferro. É, eu sei, ver ele desse jeito assustaria qualquer pessoa que o conhece bem, mas eu pude ver de camarote o exato momento em que os olhos de Taehyung pareceram brilhar, o que só ficou ainda mais perceptível quando o mais novo levantou a mão vestida com a armadura e apontou a luz branca no peito do tritão, iluminando em cima da sua camisa o símbolo do super-herói.

Não ache que o maknae estava levando aquilo muito a sério ok? Claro que o sonho dele sempre foi fazer um cosplay completo e perfeito do seu herói favorito da Marvel, mas o que ele vestia eram brinquedos que ele tinha ganho de mim e dos nossos amigos em seus aniversários ou festas de Natal que todos nós passamos juntos. Não era uma armadura completa, na verdade ele só vestia as duas luvas com luzes nas palmas da mãos, a parte da cabeça que se abria sozinha quando ele apertava um botão na lateral e o reator Stark no centro do seu peito que dava pra ser visto por conta da luz que aparecia por sob o tecido da camiseta também do Homem de Ferro. Todos os acessórios eram feitos de plástico, mas para ele eram como pedaços da verdadeira armadura por ele realmente gostar muito de todos aqueles presentes, e talvez fosse por saber de todo o seu carinho que eu tenha sorrido pra ele.

— Agora você tem um pedacinho do Kook Stark em você. — ele falou com a voz abafada pelo capacete assim que o tritão olhou para o símbolo no próprio peito, em seguida apagando a luz para que pudesse abrir o acessório da cabeça e nos exibir um sorriso orgulhoso. — Bem-vindo ao meu palácio.

— Isso foi incrível! — o tritão falou super animado, quase dando pulinhos ao entrar no apartamento comigo logo atrás. Os dois pareciam duas crianças felizes juntas e eu já não conseguia fingir qualquer seriedade porque aquilo era bom demais de se ver.

Quer dizer, não era como se eu esperasse que meus amigos odiassem o tritão ou vice-versa, na verdade eu sempre imaginei que eles quatro se gostariam bastante assim que se encontrassem, mas eu definitivamente não esperava que Jungkook e Taehyung fossem ter uma simpatia tão forte logo de primeira. Os dois pareciam amigos de longa data que não se viam há muito tempo, não só por terem se cumprimentado com tanta animação, mas também pela maneira com que eles conversavam sobre heróis e brinquedos que também cabiam em jovens adultos sendo que o tritão sequer sabia o que era a Marvel.

— Taehyung, esse é o Jungkook, o pirralho do grupo de amigos. — comecei, recebendo um “ei!” do mais novo que acabou me fazendo rir. — E ele é muito fã de A Pequena Sereia.

— Melhor filme da Disney! — então ele notou o olhar de decepção que o tritão lançava pra ele. — Ué, qual o problema? A Ariel é um amor!

— Aquele filme é uma mentira, nada dali condiz com a realidade.

— Então vocês não falam com peixes...?

— Ah não, lá vamos nós de novo...

Nós não nos estendemos muito naquele assunto, até porque o Jeon estava animado demais pra apresentar todo o apartamento e as coisas dele para o Taehyung, e o tritão já estava completamente entretido com a luva do homem de ferro que ele tinha pego emprestado pra brincar por um tempo. Sabe quando você olha duas pessoas juntas conversando e a única coisa que passa pela sua cabeça é que fez a coisa certa em apresentar as duas? Era exatamente assim que eu estava me sentindo com os dois na minha frente, porque a química deles pareceu muito imediata, como se aquela amizade fosse feita pra acontecer, sabe? E eles pareciam notar isso também, porque carregavam no olhar a animação de quem tinha esperado por aquele momento durante muito tempo.

Nós conhecemos todo o apartamento, o maknae fez questão de mostrar até mesmo a lavanderia para o tritão que parecia impressionado com tudo, mas acho que a melhor parte de todas era o quarto onde o garoto fazia as suas streams quase todos os dias da semana. Era um quarto grande, provavelmente cabiam dois do meu ali dentro, e toda vez que eu entrava ali ficava cada vez mais surpreso e encantado, porque a cada dia o garoto ficava mais famoso e consequentemente ganhava mais dinheiro, fazia mais colaborações com marcas e vivia o meu sonho de príncipe que é ter recebidinhos na porta de casa todo mês.

Uma das paredes, a que não aparecia na câmera quando ele ficava ao vivo, era escondida por grandes armários planejados onde, dentro deles, tinham vários equipamentos que iam desde câmeras profissionais e placas de vídeo até um bolo de cabos que ninguém sabia de onde vinham, mas serviam pra tudo. Já na parede que ficava atrás das gravações do Kookie, tinha duas estantes altas repletas de livros, jogos para pelo menos uns dois consoles diferentes e action figures nas quais eu babava sempre que visitava o quarto; entre as duas estantes tinha uma parte livre da parede onde ficava a placa de uma meta de inscritos no canal do YouTube, uma foto do nosso grupo de amigos e todo um esquema de luzes coloridas que ficavam bem mais legais quando a noite chegava.

E acho que eu nem preciso falar do equipamento de stream né? Porque eu acho que todas aquelas coisas pagavam cada parte minha vendida no mercado negro; eram equipamentos de última geração de qualidade que eu nem sabia explicar, todas compradas com o dinheirinho que Jungkook ganhava, e provavelmente a parte da qual ele mais se orgulhava.

— Então você senta naquela cadeira e o mundo inteiro consegue te ver? — o tritão perguntou assim que se aproximou mais da grande escrivaninha onde o computador com duas telas e teclado que mudava de cor estavam.

— É, basicamente isso, outro dia uma pessoa do Brasil veio tentar conversar traduzindo tudo no Google Tradutor, foi engraçado, mas era fofo. — Kookie sorriu e tirou a cadeira gamer do lugar, a virando de frente para Tae. — Senta aí.

— Eu vou ficar ao vivo?!

— Bom, agora não, eu meio que encerrei a stream antes de dormir. — e eu nem precisei olhar bravo para o mais novo porque ele já sorria como quem pedia desculpa pra mim, porque ambos sabíamos que ele fazer streams até tão tarde no dia que ele tinha que estudar não estava dentro do combinado, mas resolvi relevar por estarmos na pausa do festival da maré assim como toda a cidade. — Mas acho que essa sua bundinha linda de tritão nunca sentou em algo tão confortável.

— A bunda dele é mesmo muito linda né? — perguntei enquanto víamos o dono dos cabelos azuis se ajeitar na cadeira.

— Quem me dera ter uma bunda dessas.

— Só na próxima vida, bunda seca.

Depois que o tritão conheceu bem mais do apartamento enorme e acabou combinando com Jungkook de que iria aprender a jogar League of Legends com ele qualquer dia desses, fomos atrás de fazer o que era nossa obrigação naquele encontro especial, que no caso era encontrar algumas roupas que servissem no tritão que só tinha um único look o qual, apesar de ser lindo, precisaria ser lavado e o deixaria sem roupa nenhuma pra vestir (o que eu não reclamaria de forma alguma, mas acho que não o deixaria tão confortável).

Como o meu dongsaeng tinha a proporção corporal e medidas próximas a de Taehyung, ele foi o primeiro a quem recorri para isso, e ele não reclamou nem um pouquinho, o que acredito que não tenha sido só por ele querer conhecer o Kim antes de todo mundo, mas também porque eu o conhecia bem o suficiente pra saber que ele queria emprestar várias camisetas com estampa de anime que ele tinha.

O seu closet era bem grande, repleto de portas aqui e ali no armário que mostravam uma sessão de peças diferentes, e o tritão pareceu animado demais por ver roupas diferentes, principalmente quando foi lhe dada a permissão de escolher o que ele preferia e se sentisse mais confortável em vestir. Sabe aquelas cenas de filmes adolescente dos anos dois mil onde a cada minuto é um look diferente com várias poses de modelo na frente do espelho? Foi quase isso que aconteceu dentro do closet e eu confesso que gostei muito, porque era incrível ver como Taehyung parecia conhecer bem o seu estilo a ponto de fazer um mix de estampas que pra qualquer um ficaria terrível, mas que nele era perfeito de todas as formas possíveis.

No fim da tarde, depois de quase um desfile completo e um Jungkook dizendo que era obrigatório que o tritão vestisse uma camiseta de Boku no Hero Academia, enchemos uma mala de viagem pequena com alguns looks que achamos que seriam suficientes por um tempinho. Eu notei um pouco do olhar triste do Kookie quando Taehyung falava com certa naturalidade que devolveria as roupas assim que o mês acabasse, e mesmo que eu soubesse bem o que ele sentia, acabei me aproximando e segurando sua mão para tentar passar uma força emocional que eu definitivamente não tinha. Resolvemos focar em qualquer outra coisa positiva para que o clima não ficasse pesado demais, o que não foi nem um pouco difícil já que os stories do streamer já estavam cheios do momento de desfile do tritão e nossos amigos mandavam mensagens furiosamente no nosso grupo do Telegram.

— Jimin, tem gente querendo roubar sua alma gêmea. — ele comentou enquanto olhava suas mensagens diretas do Instagram, rindo de alguns comentários enquanto respondia a um ou outro. — Olha só: abre aspas, nossa, mas quem é esse pitelzinho de cabelo azul? Ele é seu amigo? Tá disponível pra uma noite de muito suor e contato corporal no dia do festival da maré? Diz que eu tenho interesse, fecha aspas. Taehyung tá podendo!

— Ele falou suor e contato corporal no sentido de...? — o tritão começou, confuso.

— Corrida. — respondi rápido.

— Sexo. — o maknae respondeu ao mesmo tempo.

Então nos olhamos, eu com os olhos arregalados em surpresa e descrença enquanto o mais novo ria como se aquela fosse a piada mais engraçada do mundo, o que fez com que o tritão segurasse uma risada porque aparentemente eu era o único que não achava adequado que ele ouvisse coisas daquele tipo.

— Jimin-hyung, para de se passar de puro e inocente na frente do Taehyungie, ele é um ser místico conhecido pela sedução.

— Foi o que eu disse pra ele! — o de cabelos azuis exclamou enquanto sorria, e assim que ele notou o rubor cada vez mais óbvio em minhas bochechas, se aproximou por trás mim com certo cuidado, envolvendo minha cintura com suas mãos firmes enquanto apoiava a cabeça em meu ombro e aproximava os nossos quadris de forma que ele não perdesse o equilíbrio ou atrapalhasse o meu. — Eu ainda não te seduzi o suficiente, Chim? Ou o seu fetiche envolve um garoto inocente, hum?

— E-Ei! — exclamei enquanto tentava me desaproximar dele, porém foi impossível já que ele resolveu me abraçar e me prender ainda mais perto dele, o que me fez sentir todo o seu corpo colado no meu de um jeito que, céus, eu nem posso negar dizendo que não queria aquilo. — Eu não tenho fetiche nenhum ok? Isso não tem nada a ver.

— Não, hyung? — Kookie perguntou enquanto sorria maligno, o que me fez engolir em seco. — E aquela vez que você disse que...

— Calado ou eu conto para o Yoongi da roupa que você tem no fundo do armário do estúdio!

— Você não faria isso.

— Ah, eu faria sim, faria com gosto.

— Do que vocês estão falando hein? — senti o abraço se apertar um pouco mais quando o tritão perguntou.

— Nada.

— Nadica de nada. — o maknae deu por encerrado, tirando a mala de viagem pequena no divã onde ela estava apoiada para empurrar em nossa direção. — Ok, então... Nossos queridos amigos disseram que querem conhecer quem roubou o seu coração em um dia só, então eles vão nos esperar na sua casa, Jiminnie.

E mesmo que uma parte de mim muitíssimo pequena quisesse rebater e dizer que meu coração nem tinha sido roubado tão rápido assim, eu nem ousei falar nada sobre aquilo porque não era como se ele estivesse errado. Estar com Taehyung era diferente, não pelo laço que tínhamos ou por qualquer outra ligação doida que sentíamos, e sim porque o que estava crescendo entre nós não era algo para se viver em uma semana ou uma boca para beijar quando o desejo falasse mais alto; não era desses relacionamentos onde a gente reza para que dure mais uma semana ou duas, ou esses namoros onde a gente planeja datas especiais e presentes, era algo mais intenso, uma conexão que me fazia não apenas querer viver cada dia da melhor forma possível, mas desejar que isso durasse para sempre.

Eu posso parecer um escritor de romances pré-adolescentes falando dessa forma, mas toda vez que eu olhava para o Kim eu tinha a sensação de que meu coração fosse explodir e de que cada pedacinho do meu corpo o desejasse pertinho para que nunca mais nos separássemos. Era algo genuíno, que eu nunca senti antes, e eu sabia que eu faria de tudo por ele independente dos sacrifícios e consequências, porque nada era mais valioso para mim do que vê-lo feliz... Mesmo que na verdade eu soubesse que ele recusaria o mundo porque prefere uma tarde juntos assistindo filme e comendo besteiras.

Depois que Jungkook se vestiu com roupas decentes que não fossem o seu pijama do Homem de Ferro e sua armadura de brinquedo do mesmo herói, resolvemos ir até a minha casa para encontrar Hoseok e Yoongi que aparentemente estavam tão animados que já estavam lá enchendo o meu pai de perguntas (o que eu soube porque ele mandou mensagem e selcas com filtros do snow).

Segundo o mais novo, seria muito ruim andar com uma mala dentro do ônibus por mais pequena que ela fosse, então ele fez as honras de pagar um uber para nós três, o que suspeito que foi só pra impressionar o tritão que nunca tinha andado de carro, mas também não vou reclamar porque não é sempre que pagam uma viagem de vinte reais pra mim né.

Não demoramos muito pra chegar no nosso destino, acho que mais pela nossa conversa animada sobre lugares da cidade pra ir e filmes para assistir do que pelo motorista, já que ele não era muito bom de volante e demorou bem mais do que o que era o planejado. Sair do carro não foi um problema, problema mesmo foi Hoseok nem ter esperado todo mundo sair bonitinho com a mala pra pular em cima do tritão e quase levar todos juntos pro chão por conta da sua animação.

— É um prazer te conhecer! Você é lindo exatamente do jeito que o Jimin falou! — o de cabelos vermelhos exclamou enquanto se desaproximava e analisava Tae dos pés a cabeça, sorrindo daquele jeito fofo que só ele tinha antes de estender a destra. — Eu sou o Hoseok, mas pode me chamar de Hobi ou Hope.

— Hope?

— É que eu tenho um nome artístico, sabe? Escrevo músicas e às vezes participo de competições de dança, então é bom ter uma marca. — ele sorriu orgulhoso, tirando o celular do bolso para que pudesse mostrar sua capinha do celular onde eu tinha feito um lettering com caneta posca para escrever “J-hope”. — Na verdade é J-hope, mas costumam me chamar só de Hope.

— Jungkook-ah, você também tem um nome artístico? — o tritão perguntou enquanto olhava para o mais novo que, sem que a gente percebesse, já estava todo agarrado ao namorado em um abraço bem íntimo.

— Hum... Acho que não, só me chamam pelo meu nome, mas meu namorado é chamado de Suga por aí.

E eu sabia que Yoongi estava muito animado para conhecer o tritão, provavelmente tanto quando meu melhor amigo estava, mas ele continuava a se conter para não fazer toda uma ceninha mesmo que seus olhos brilhassem em curiosidade enquanto ele analisava o rapaz mais alto. Ele acenou timidamente, sem conseguir deixar de sorrir enquanto explicava que era o nome que ele usava para assinar as músicas que produzia, o que acabou surgindo no último semestre quando ele deixou de produzir apenas dentro da faculdade para o seu curso de Música na faculdade para espalhar um pouco das suas criações e músicas incríveis pela internet.

O Kim parecia maravilhado com todos eles, eu notava por seu sorriso e pelas mãos ansiosas mexendo nos botões de sua camisa o quanto ele parecia animado pelo momento em que poderia aprender mais e fazer várias e várias perguntas, e saber que meus amigos pareciam esperar ansiosamente pelo momento em que poderiam fazer o mesmo me fazia perceber que eu deveria tê-los apresentado antes, por mais que agora parecesse o dia perfeito para que isso acontecesse.

Nós não tínhamos planos para aquele dia ou encontro, nossas ideias todas consistiam mais em conversar mesmo, então só deixamos a pequena mala com roupas do Jeon na sala de casa e nos despedimos do meu pai antes de sairmos pelo portãozinho de casa para começar a caminhar juntos por aí. Mesmo que quiséssemos muito levar o tritão para um shopping e o fazer viver coisas mais humanas, foi automática a forma com que acabamos caminhando com os pés descalços na areia da praia, o que não só pareceu deixar o tritão bem mais confortável por estar tão perto do oceano, mas também pareceu o lugar perfeito para assistir o pôr-do-sol que estava próximo de acontecer.

— Então vocês sabem muitas coisas sobre os humanos e a terra, mas a informação chega atrasada? — Yoongi perguntou assim que encontramos um lugar na areia pra sentar, este que não era tão longe das poucas pessoas que estavam pela praia, mas que era distante o suficiente para termos um lugar mais reservado.

— É, mais ou menos isso.

— Mas isso não faz sentido, vocês não ficam aqui todo mês de junho?

— Sim...

— E vocês não tem tempo nem de checar a internet? Sei lá, procurar os memes do momento ou coisas assim.

— Bom, mês passado tava todo mundo no maior caos por conta do que vocês chamam de “gemidão do zap”.

— Nossa, mas vocês tritões estão piores que internet explorer. — o maknae comentou enquanto ria, logo começando a contar que quando esse tipo de coisa viralizou por volta de 2017, ele conseguia enganar Hoseok toda vez, o que acabou dando em um pega-pega dos dois pela areia porque o dançarino realmente não gostava de lembrar daqueles momentos terríveis.

Taehyung aproveitou a distração para se aproximar um pouquinho mais de mim, o que só notei quando ele deslizou a mão por minha cintura para me deixar ainda mais pertinho, o que não reclamei, na verdade até gostei porque já começava a sentir falta de toda a proximidade que eu estava tão acostumado a ter com o mais novo. Apoiei minha cabeça em seu ombro enquanto olhávamos meus amigos correndo de um lado para o outro enquanto escorregavam na areia fofa, e quase não consegui segurar um ronronar de satisfação quando ele deixou um beijinho entre meus cabelos. Por mais que eu quisesse me aninhar mais a ele e aproveitar os seus carinhos em minha cintura, a nossa aproximação não passou despercebida do Min, e logo me vi mais quietinho quando ele nos olhou.

— Então... Vocês pretendem ajudar com as preparações do festival amanhã? Eu vou ter que ajudar em toda a parte de som e eu não quero ficar sozinho.

— Vai ajudar seus pais com os espetinhos igual ano passado? — perguntei enquanto segurava a mão do tritão que não estava em minha cintura, me divertindo ao mexer em seus dedos longos enquanto olhava para o loiro que sorriu levinho com o que via. — O Jungkook não transou com você por uma semana por conta do cheiro de fumaça.

— Felizmente me livrei dessa tarefa esse ano. A comissão de música me chamou, então vou ser o responsável pelo sistema de som das apresentações. — ele enterrou os pés pequeninos na areia quente. — Vou transar muito durante a semana do festival, obrigado. Mas e vocês?

— Ah não, meu pai disse que não preciso ajudar com a barraquinha esse ano também.

— Não, idiota, tô falando de fazer outras coisas. — ele se virou para que pudesse olhar melhor o tritão que ouvia toda a conversa com um interesse que ele tentava disfarçar enquanto olhava para Jungkook e Hoseok que já tinham conseguido pegar um ao outro e estavam jogados na areia rindo. — Me diz aí, Taehyung, eu sei que o festival da maré é especial pra vocês e tudo o mais, isso por acaso tem a ver com ser um bom período pra transar?

Yoongi hyung! — tentei repreender, mas acabei me interrompendo quando ouvi a risada do garoto de cabelos azuis.

— É, algumas sereias gostam dessa semana do festival porque é meio que... Liberado, pra todo mundo.

— E você pretende continuar essa tradição esse ano? — meu hyung perguntou enquanto sorria cheio de uma malícia que eu infelizmente conhecia bem por sempre a ver sendo direcionada ao maknae.

Tirei a cabeça do ombro do mais alto só para que eu pudesse o olhar com atenção já que o silêncio dele me pegou de surpresa. Não era como se eu não quisesse fazer nada do tipo com ele, na verdade confesso que era um pensamento interessante, principalmente depois do novo lado dele que eu tinha descoberto; o que eu não esperava era que ele imaginasse o mesmo. Digo, claro que ele pensaria o mesmo, o jeito que ele me tocava e tudo o que ele dizia deixava bem óbvio que ele tinha interesses parecidos com os meus, mas não imaginei que ele estivesse querendo algo do tipo na semana do festival, pelo menos não de um jeito tão aberto.

Arqueei uma das sobrancelhas quando notei o jeito que ele me olhou antes sorrir todo fofo do jeito que eu estava acostumado. Não era como se ele sempre tivesse sido inocente, eu me lembrava bem de como ele pareceu debochado quando nos conhecemos ou da forma que ele sempre me analisava quando estávamos nas piscinas de pedras onde nos encontrávamos antes, mas continuava sendo um baque quando ele me encarava de um jeito mais intenso ou era bem mais aberto sobre os seus desejos quando o assunto era eu. Talvez eu nunca fosse superar a mistura de um homem fofo que era quase um neném com um homem que sempre me deixava de pernas bambas que Taehyung compunha, e isso só me fazia querer passar mais e mais dias ao seu lado para provar cada uma das suas faces que eu queria conhecer muitíssimo bem.

— Nossa, arranjem um quarto. — ouvi o maknae falar enquanto voltava para perto junto do Hobi que continuava ofegante pelo pega-pega repentino.

Agora que ele tinha falado, notei que Taehyung tinha entrelaçado nossas mãos enquanto nos olhávamos, já a outra mão estava muito bem espertinha já que tinha descido pelo meu corpo e parado no bolso traseiro da minha calça onde ele tinha a mão enfiada pra conseguir apalpar um lugar que eu já tinha entendido que ele gostava muito.

— Olha quem fala né. — consegui dizer depois de rir nervoso e desaproximar um pouco as mãos do tritão do meu corpo, não por eu não gostar, e sim porque eu me conhecia bem o suficiente pra saber que, se ele continuasse assim, eu não ia querer me desgrudar dele até estarmos nus e ofegantes.

— Engraçadinho. — ele chutou um pouco de areia nos meus pés antes de se sentar.

Passamos o restante do fim de tarde fazendo planos para o dia seguinte, planos esses que pareceram animar o tritão por completo já que aquele era o primeiro festival que ele tinha tido a permissão de participar desde que começou a ter idade o suficiente para isso. Quando os meninos souberam de todo o significado que aquele dia teria para Taehyung, trataram logo de o adiantar que a melhor parte da festividade eram as apresentações que algumas pessoas selecionadas da cidade faziam, o que acabou trazendo o olhar dele pra mim mais uma vez, só que dessa vez um olhar ansioso já que ele já tinha tido oportunidade de ver parte da apresentação que eu faria.

Quando o sol começou a sumir no horizonte, como se estivesse se escondendo dentro do oceano, ficamos em silêncio por um momento, apreciando a vista tão bonita enquanto a maré, aos poucos, subia e nos avisava de que tínhamos que sair logo dali. Esperamos juntos até que o sol fosse embora, todos atentos pelo período de maior perigo do oceano estar começando, e assim que decidimos ir embora, Tae andou de mãos dadas comigo até em casa de forma que ficássemos um pouco distantes dos nossos amigos que caminhavam na frente.

— Eu não te deixei desconfortável por conta daquela conversa né?

— Que?! Claro que não, Taetae.

Ah, fico feliz... — ele enfim entrelaçou os dedos aos meus, me mostrando o sorriso quadradinho que eu tanto gostava quando olhei pra ele. — Eu não quero que se sinta forçado a fazer nada.

— Tae. — parei de andar e fiquei de frente para ele, o olhando com atenção. — Você não me forçaria a nada, ok?

E antes que eu pudesse levar minha mão ao seu rosto para o acariciar e aproveitar para roubar um beijo ou dois, que era algo que eu já sentia falta por passar todo um dia sem, ouvimos Hoseok gritar a distância:

— Será que dá pra vocês dois não me deixarem de vela também?

Acabamos rindo juntos, nos apressando para os alcançar antes de retomar o caminho até minha casa que já começava a ficar visível da distância em que estávamos. Em meu olhar periférico pude notar que o oceano tinha suas ondas se arrastando pela areia cada vez mais próximas do muro que a dividia da larga calçada, e eu sabia que não devia ficar tão paranoico com sinais do oceano depois de tudo o que ouvi meu pai contar, mas não consegui não prestar atenção quando notei um brilho diferente entre a espuma do mar que se acumulava nas pedras e em alguns pontos da areia.

Um arrepio me subiu pela espinha quando virei meu olhar para encarar todo aquele brilho, e mesmo que eu soubesse que Taehyung também tentava não ligar muito, apertamos o entrelaçar dos nossos dedos, tentando de alguma forma passar força um para o outro porque sabíamos de alguma forma que aquele brilho era uma contagem regressiva e que talvez os próximos dias começassem a ficar cada vez mais complicados.


Notas Finais


mudanças estão acontecendo e cada vez mais rápido do que o planejado; o que acham que vai rolar? conseguem imaginar o que pode acontecer daqui pra frente? me contem suas teorias aaa eu amo saber de todas elas! e cof quem não tiver teoria pode vir falar do quanto ficou soft com o capítulo poRQUE EU ENTENDO OK? eu escrevi as partes com o jungkook chorando de amor çlkdjçg

espero do fundo do meu coraçãozinho que vocês tenham gostado porque esse é um dos meus capítulos mais queridos depois da dobradinha que escrevi do festival çalkdlç eu seeempre estou disponível para conversar quando quiserem, então podem enviar mp ou me chamar lá no twitter (@kaigansxn) que eu vou adorar! e como eu tô quase terminando de escrever a fanfic, logo deixo de demorar tanto seja por qual motivo for, certo? çlaskjd até a próxima, chuchus! <3

COMO EU JÁ DISSE LÁ EM CIMA, eu publiquei uma vmin nova com o projeto maknaecity! segue em anexo o link para poder ler e aproveitar mais um trabalhinho meu AÇSÇLKJF
NENHUM OUTRO LAR É MELHOR QUE VOCÊ: https://www.spiritfanfiction.com/historia/nenhum-outro-lar-e-melhor-que-voce-17426327

link para a playlist da fanfic: https://spoti.fi/2JtNDdP
fanfic postada também no wattpad: https://www.wattpad.com/story/187187093-o-conjurador-de-mar%C3%A9s

QUER MAIS VMIN? ENTÃO SEGURA!
conto de príncipes: https://www.spiritfanfiction.com/historia/conto-de-principes-14019299/
suas videiras sob meu sol: https://www.spiritfanfiction.com/historia/suas-videiras-sob-meu-sol-14511672
chuvas de verão: https://www.spiritfanfiction.com/historia/chuvas-de-verao-11084350
entrelinhas: https://www.spiritfanfiction.com/historia/entrelinhas-11400251
cometa em órbita: https://www.spiritfanfiction.com/historia/cometa-em-orbita-11947615


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