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História O Contrapeso da Alma - Prólogo


Escrita por: EvaChan

Notas do Autor


Estou fazendo essa história porque realmente amei esse livro. <3
Se você gosta de Nanatsu no Taizai eu tenho uma história no meu perfil. ^^
O começo do prólogo não me pertence!!! Ele pertence as duas autoras incríveis do livro eu fiz apenas algumas mudanças.

Capítulo 1 - Prólogo


Fanfic / Fanfiction O Contrapeso da Alma - Prólogo

//Prólogo do livro//Esse prólogo não me pertence!!!//

      De certa distância, o homem que lutava para erguer o rosto da geleira, deve ter se assemelhado a uma formiga que lentamente se arrastava pela borda de um prato na mesa de jantar. A favela de La Rinconada era uma coleção de pontos dispersos lá embaixo, ao longo. O vento aumentava à medida que ele subia, soprando ligadas de neve triturada em seu rosto e congelando os cachos úmidos de seu cabelo. Apesar dos óculos de proteção cor de âmbar, ele se contraiu diante do brilho do pôr do sol refletido no gelo.

      Ainda assim, o homem não tinha medo de cair, apesar de não utilizar cordas ou descensores, apenas crampons e um único piolet. O nome dele era Alastair Hunt e ele era um mago. Ele moldava a substância congelada da geleira sob suas mãos à medida que subia. Agarras para as mãos e para os pés surgiam à medida que ele escalava e subia.

      Quando atingiu a caverna, na metade da geleira, ele estava semi congelado e completamente exausto por ter de domar sua vontade no intuito de suportar o pior dos elementos. Essa exploração contínua de sua magia minou as energias do mago, mas ele não ousou diminuir o passo.

      A própria caverna se abria como uma boca para o lado de dentro da montanha, impossível de ser vista por quem estivesse acima ou abaixo daquele ponto. Ele parou na entrada e respirou fundo, amaldiçoando-se por não ter chegado ali mais cedo, por se deixar enganar. Em La Rinconada, as pessoas viram a explosão e sussurram entre dentes sobre o que aquilo significava: o fogo dentro do gelo.

Fogo dentro do gelo. Aquele tinha que ser um sinal de perigo... Ou de um ataque. A caverna estava repleta de magos muito velhos para lutar ou muito jovens, os feridos e os doentes, mães de crianças ainda muito jovens para serem abandonadas - como a própria esposa e os filhos de Alastair. Eles haviam sido escondidos ali, em um dos locais mais remotos da terra. O Mestre Rufus havia insistido que, se não fizessem isso, se tornariam vulneráveis, reféns do destino, e Alastair acreditara nele. Assim, quando o Inimigo da Morte não apareceu no campo de batalha para encarar o campeão dos magos, a garota Makar, em que eles haviam depositado todas as esperanças, Alastair se deu conta do próprio erro. Ele seguiu para La Rinconada o mais depressa que pôde, voando a maior parte do tempo nas costas de um elementar do ar. Em seguida, ele fez o caminho a pé, já que o controle do Inimigo sobre os elementais  era imprevisível e poderoso. Quanto mais ele escalava, mais o pavor o dominava.

      ‘’Que eles estejam bem’’, ele pensava enquanto entrava na caverna. ‘’Por favor, permita que eles estejam bem.’’

       Deveria haver algum son de criança chorando. Deveria haver sussurros de conversas nervosas e o zumbido de uma magia tênue. Em vez disso, havia apenas o uivo do vento que soprava do cume desolado da montanha. As paredes da caverna estavam cobertas pelo gelo branco, com pústulas vermelhas e marrons onde o sangue respingara e derretera, formando poças. Alastair tirou os óculos de proteção e os largou no chão, obrigando-se a seguir pela passagem, recorrendo a seus últimos resquícios de poder para se manter de pé.

      As paredes emanavam uma horripilante luz fosforescente. Ao se afastar da entrada, essa era a única luz que podia contar, o que provavelmente explica o fato de ele ter tropeçado no primeiro corpo e quase cair de joelhos. Alastair se recompôs com um grito e em seguida recuou enquanto ouvia seu próprio grito lhe ser devolvido pelo eco. A maga caída havia sido queimada e era impossível reconhecê-la, embora ela usasse o cinto de couro com a grande peça e cobre batida que a identificava como uma aluna do segundo ano do Magisterium. Ela não devia ter mais que treze anos.

      ‘’A está altura, você já devia estar habituado com a morte’’, ele disse pra si mesmo. Estavam em guerra com o Inimigo havia uma década, mas às vezes esse tempo parecia ser um século. No início, aquilo parecia impossível - um jovem, um dos Makaris, inclusive, que planejava conquistar a própria morte. Entretanto, o Inimigo tornou-se poderoso e seu exército de Dominados pelo Caos cresceu, a ameaça se tornou uma calamidade da qual era impossível escapar... E que culminou no massacre impiedoso dos mais desamparados, dos mais inocentes.

      Alastair se pôs de pé e penetrou ainda mais na caverna, procurando desesperadamente um rosto mais que todos os outros. Ele abriu caminho entre corpos dos velhos Mestres do Magisterium e do Collegium, filhos de amigos e conhecidos e magos que foram feridos em batalhas anteriores. Entre eles estavam os cadáveres dos Dominados pelo caos, seus olhos escurecidos para sempre. Apesar de os magos não estarem preparados para o ataque, eles deviam ter realizado uma grande batalha dado o numero de massacrados das forças do Inimigo. O horror revirava suas entranhas, os dedos das mãos e dos pés estavam dormentes e Alastair chocava-se com tudo aquilo... Até que a viu.

      Sarah.

      Ele a encontrou caída em um canto, jogada contra a parede de gelo. Os olhos estavam abertos, encarando o nada. As íris pareciam turvas e os cílios estavam congelados. Ele se abaixou e acariciou uma de suas bochechas gélidas. Ele respirou fundo e seus soluços cortaram o ar.

      Mas onde estavam suas crianças? Onde estavam Callum e Evangeline?

      Uma adaga estava presa a mão direita de Sarah. Ela se destacara na modelagem do minério extraído das profundezas do solo. A própria Sarah havia fabricado aquela arma em seu último ano no Magisterium. A arma tinha um nome: Semíramis. Alastair sabia o quanto Sarah prezava aquela adaga. ‘’Se eu morrer quero que seja segurando minha própria arma’’, ela sempre lhe dizia. Só que ele não queria que ela morresse, seja como fosse.

      Os dedos frios de Alastair roçaram as bochechas frias.

      Um choro fez com que ele se erguesse em um pulo. Naquela caverna repleta de morte e silêncio, um choro.

       Duas crianças.

      Ele se virou, procurando freneticamente a fonte daquele lamento lânguido. Parecia vir de algum lugar próximo a entrada. Mais que depressa, ele percorreu o caminho de onde viera, tropeçando em corpos, alguns deles rígidos como estátuas - até que, de repente, outro rosto familiar o encarou em meio à carnificina.

      Declan. O irmão de Sarah, ferido na ultima batalha. Ele parecia ter sido sufocado até a morte por uma magia do ar particularmente cruel. O rosto estava azul e os olhos, injetados com vasos sanguíneos partidos. Os braços dele estavam arqueados, e, debaixo deles, protegidos do chão por dois cobertores, estavam o filho e a filha de Alastair. Enquanto o pai observava, impressionado, o garoto abriu a boca e soltou um novo pequeno gemido de choro, a garota olhava pra o irmão sem entender nada.

      Como se em um transe, tremendo de alívio, Alastair se abaixou e ergueu os filhos. O garoto olhou para ele com seus imensos olhos cinzas e abriu a boca para gritar de novo. Quando o cobertor revelou a parte debaixo do corpo do filho, ele entendeu o choro. A perna do bebê pendia em um ângulo terrível, como um galho de árvore quebrado.

      Alastair tentou invocar a magia da terra para curar o menino enquanto tentava acalmar a menina que agora chorava junto com o irmão, porém tinha apenas poder suficiente para afastar um pouco da dor. Com o coração acelerado, ele voltou a envolver as crianças com o cobertor e adentrou, novamente, a caverna até o local onde estava Sarah. Segurando os bebês como se ela pudesse vê-los, ele se ajoelhou ao lado do corpo.

      — Sarah – ele sussurrou. As lágrimas o deixavam rouco —, contarei aos dois que você morreu para protegê-los. Irei criá-los com a lembrança do quanto você foi corajosa.

      Os olhos da esposa o encaravam vazios e pálidos. Ele segurou os bebes em um braço o mais próximo possível do cadáver e tirou Semíramis da mão de Sarah. Ao fazer isso, Alastiar percebeu que o gelo ao redor da lâmina estava estranhamente marcado, como se ela o tivesse arranhado enquanto morria. As marcas, entretanto, eram muito deliberadas para que houvesse sido feitas sem nenhum intuito. Quando ele se abaixou para ver de perto, se deu conta que os arranhões formavam palavras – palavras que a esposa encravou no gelo da caverna com suas últimas forças.

      Quando ele as leu, foi como se tomasse três socos violentos no estômago.

      MATE AS CRIANÇAS.

 

      //Final do prólogo do livro//

      Evangeline Hunt era muito protetora de sua família, por isso, quando soube que o irmão correria risco no Magisterium, ficou a noite em claro pensando em como não passar no Desafio de Ferro. Seu pai, Alastair Hunt, um ex mago, tinha passado tanto para ela como para o irmão, Callum, várias maneiras de falhar no teste: ‘’ Deixem a cabeça completamente vazia. Ou se concentrem em algo que seja o oposto do que aqueles monstros querem. Ou foquem a mente no teste de outra pessoa. ‘’

      Eva suspirou, olhando para o banco da frente do Rolls-Royce do pai onde se encontrava o irmão. Ela sabia que Call estava nervoso naquele dia. Observando a perna do irmão, ela não pode deixar de lembrar o momento que ele descobriu sobre a magia.

 

      //Flashback on//

      Naquela tarde, Eva e o irmão se encontravam sentados no escritório do pai, o mesmo decidira contar sobre a magia para Callum, porém, o menino não estava animado para ouvir sobre aquilo, não agora que possuía um olho roxo e o lábio cortado.

      As crianças costumavam tirar sarro da perna do irmão que nascera quebrada, mas que com algumas cirurgias foi possível voltar a andar, mesmo que mancando. Naquela vez, entretanto, foram garotos mais velhos que empurraram Call para trás de um galpão para insultá-lo. Evangeline, que procurava o irmão para voltar pra casa, o encontrou semi acordado dentro de uma rachadura de concreto. Parecia que ele tinha sido atingido por um pequeno terremoto. Ela correu para ajudá-lo, levando o para casa.

      Call achou que havia sido incrível o que acontecera, Eva e o pai discordavam, claro, por motivos diferentes. O pai porque odiava magia, e Eva, por causa da segurança do irmão. A garota sabia que Callum era duro na queda e mostrava para as outras crianças que não era um alvo fácil, mas essa constante demonstração o fazia entrar em varias brigas e se machucar.

     E Eva não gostava quando o irmão se machucava.

     — A magia está em algumas famílias – o pai explicava. — Nem todos na nossa família necessariamente a possuem, mas parece que ela se manifestou em você Call, assim como quando sua irmã era mais nova. Sinto muito, Eva, Call.

      — Então a rachadura no concreto... Você está dizendo que eu fiz aquilo? – Eva podia notar a excitação na voz de Call, o garoto tinha um mini sorriso no rosto. A reação dele sobre a magia não era muito diferente da que ela teve quando mais nova.

     — Os magos lidam com os elementos: água, terra, fogo, ar e até mesmo o vazio, que é a fonte da mais poderosa e terrível entre todas, a magia do caos. Eles podem usar a magia para muitas coisas, incluindo abrir fendas na terra, como você fez. – O pai deles balançava a cabeça, olhando na direção de Call. — No início, quando a magia flui pela primeira vez, é muito intensa. Poder em estado bruto... Porém, o equilíbrio é o que ameniza a habilidade mágica. É preciso muito estudo para ter o mesmo nível de magia que um mago recém-desperto. Magos jovens possuem pouco controle. Entretanto, Call, assim como eu disse a sua irmã quando ela descobriu a magia, você deve lutar contra isso. E nunca mais deve usar magia. Se o fizer, os magos irão levá-lo embora para os túneis onde vivem.

      Evangeline não pode deixar de ficar curiosa, o pai não tinha falado sobre túneis quando contou sobre a magia para ela.

      — Onde fica o Magisterium? – Eva perguntou.

      — Enterrado sob a terra, onde ninguém é capaz de encontrá-lo – o pai explicava com uma expressão sombria. — Não há luz, nem janelas. O lugar é um labirinto. Você pode se perder nas cavernas e morrer sem que ninguém jamais saiba onde você foi parar.

      — Mas você é um mago, não é? – A menina ouviu Callum perguntar.

      — Eu não uso magia desde que sua mãe morreu.  Jamais usarei novamente.

      Uma lâmpada acendeu na cabeça de Eva. A vontade de saber mais sobre a mulher que lhe deu a luz sempre existiu dentro de si, e agora com o pai disposto a contar sobre a magia, era o momento perfeito para descobrir mais sobre ela.

      — A mãe foi para lá? – Eva perguntou.

      Ela e o irmão não sabiam muito sobre a mãe, eles não tinham nada alem de um álbum de fotografias. O álbum possuía fotos de uma bela mulher com o mesmo cabelo negro de Eva e Call, os olhos de uma cor que a menina não conseguia distinguir. Eva se perguntava de quem herdara os olhos cinzas azulados.

      — Sim, ela foi – respondeu o pai. — E foi por causa da magia que ela morreu. Quando os magos entram em guerra, o que acontece com frequência, eles não se importam se as pessoas morrem. E essa é outra razão pela qual vocês não devem chamar a atenção deles.

      Naquela noite, enquanto Eva tentava pegar no sono, ela pode ouvir Call acordando gritando. Eva foi dormir com ele, como sempre faziam quando o outro tinha um pesadelo.

      As crianças têm medo de muitas coisas como zumbis e palhaços. Eva tinha medo que os magos matassem o que restou de sua família, e ela faria de tudo para que isso não acontecesse.

 

      //Flashback off//

      Eva observava a paisagem pela janela do carro, o vento batia no rosto dela de uma forma amigável. Ela estava indo encontrar aqueles responsáveis por ela não ter tido uma mãe. Ela não deixaria eles levar o irmão também.  Evangeline ignorou a conversa que o irmão tinha com o pai, ela estava mais interessada em observar o caminho que estavam seguindo, apenas no caso de ela precisar fugir.

      Quando o caminho terminou , o pai parou o carro em um estacionamento cheio, atrás do estacionamento, no fundo de onde eles estavam, se encontrava um enorme hangar de aviões. Tinha poucas pessoas em volta, parecia que a maioria já tinha entrado.

      — Parece que estamos atrasados – Call comentou.

      — Bom. – o pai respondeu satisfeito.

      Olhando para a porta do hangar, Eva não pode deixar de franzir a testa. Ela estava com um pressentimento que, a partir dali, muitas coisas seriam reveladas.

     E como esse pressentimento estava certo.


Notas Finais


Crampons e Piolet: São usados para escalar.
A imagem representa a aparência da Eva.
Espero que tenha gostado e que não deixe de comentar. *-*


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