História O Contrato - Contrato Determinado

*Taylor POV*

Deus que me perdoe, mas eu estava incomodado com a presença da minha assistente na mesma cama que eu. Sim, tive vontade de beija-la e até de fazer outras coisas, apesar de amar a Georgia. Sei que é errado, mas eu não sou de ferro. 

- está frio...

Ah, que maravilha. Ela ainda reclama de frio.

- fica com o meu cobertor. - ofereci

- não quero o seu cobertor. Se você me esquentasse ia ser bem melhor.

Engoli seco e não dei bola.

- vai me ignorar?

- Mia, você sabe que eu sou casado! e ainda conhece a minha esposa!

- o que eu sei é que esse casamento não é de verdade.

- eu já disse que isso é mentira! Meu casamento com a Geo é a mais pura verdade, só estamos tirando vantagem disso.

- eu sei bem do que se trata Lautner, não me explique o que eu já sei.

- pra uma assistente você é bem abusada, hein!

Assim que terminei de falar ela pulou em cima de mim, literalmente, e me beijou.

*Georgia POV*

- o que pensa que está fazendo Tyler!? 

Ao pararmos o beijo me dei conta do que tinha acontecido e era desesperador.

- eu disse que ia mostrar a você que eu não sou gay.

- ah, que legal! Eu... eu dispenso os seus serviços Tyler!

- não posso ser dispensado Geo. Quem paga o meu salário são os patrocinadores e não você.

- porque fez isso? eu sou uma mulher casada!

- casada com um contrato. 

- isso não é verdade! Eu e Taylor nos amamos!

- você não o ama. Se amasse não tinha correspondido ao meu beijo.

- eu correspondi sim e não vou fugir disso, mas não quer dizer que eu não amo o meu marido!

- esse contrato vai acabar logo e vocês vão perceber que são jovens demais pra continuar juntos.

- isso não interessa a você Tyler!

- eu gosto de você Georgia! Gosto desde o primeiro momento que soube que íamos trabalhar juntos. Você é linda e tem muitas qualidades... Qualquer homem fica louco por você!

Enquanto ele falava eu só conseguia me lembrar do Lautner. Ele tinha todas essas qualidades, ele era lindo demais para ficar preso a mim. E se eu estava confusa, ele com certeza também estava.

- preciso ligar pra ele.

Peguei o telefone, mas foi em vão. O sinal ainda não tinha voltado e estávamos incomunicáveis.

- vamos dormir, amanhã saímos daqui. - ele disse

Eu queria sentir raiva do meu assistente abusado, mas eu não consegui. Eu sabia que aquela atração física que eu sentia por ele já estava indo longe demais.

- vou deitar, mas não ouse encostar um dedo em mim!

E ainda por cima ele beijava bem. Meu Deus, que tortura!

- quando o contrato terminar e você estiver oficialmente divorciada eu vou convida-la para sair.

- e quem disse que eu vou querer?

Ele sorriu e se virou. Que pesadelo!

*Taylor POV*

- o que está fazendo Mia!?

- beijando você?

- sai de cima de mim, pelo amor de Deus!

- nossa, até parece que isso é um pecado horrível!

- e é! Eu jurei na frente do juíz de paz que...

- juíz de paz e não um padre! e outra, esse casamento...

- se disser mais uma vez que meu casamento é falso eu...

- eu o que? vai continuar me beijando? porque até agora meu beijo estava sendo correspondido.

- claro! eu não sou de ferro!

- nem você, nem a Geo, nem ninguém.

- o que quer dizer com isso?

- você acha que a Geo não quer aproveitar a vida também? eu sei que ela quer.

- ela disse algo pra você?

- não, mas ela vive falando em divórcio.

É, isso era verdade. A Georgia não escondia de ninguém que ia se divorciar de mim logo que o contrato terminasse.

- mas ela quer o divórcio para ter um namoro normal, só isso.

- Lautner, você é tão inocente...

(...)

Dormi e não vi ou ouvi mais nada. Mia estava ao meu lado na cama, mas graças a Deus não me atacou mais. Minha nossa, o pior de tudo é que eu gostei e se ela não tivesse parado, talvez eu não tivesse parado. O que foi que eu fiz? Tenho menos de um mês de casado e já acontece isso? E a Georgia? Como vou olhar pra ela depois disso? Será que eu conto e peço perdão? Será que eu digo que fui atacado? Eu só sei que não vou conseguir ficar em paz comigo mesmo se não contar. O que eu mais prezo em uma pessoa é a lealdade, então, o mínimo que eu posso ser agora é sincero.

O caminho de volta pra casa foi em silêncio. Olhei meu celular e vi muitas ligações perdidas da Geo, mas não tive coragem de retornar. O que eu tinha pra falar seria pessoalmente.

- está entregue. 

- obrigado. 

- Lautner, desculpe se fui muito atirada. Apesar de tudo sou uma profissional e não deveria ter feito aquilo.

Dei um sorriso torto e bufei ao ouvir tamanha falta de coerência.

- espero que não se repita. Eu amo a Georgia.

- tudo bem.

Ela sorriu tranquilamente e eu não entendi a cara dela de felicidade.

Entrei em casa e o silêncio pairava no ambiente. 

- Geo? Geo, está em casa? - gritei da ponta da escada

Nada. Nenhum barulho, então, resolvi ir até o quarto para tomar um banho e tirar logo aquela roupa que ainda tinha o cheiro da minha assistente. Mas antes de entrar, me deparo com Tyler saindo do meu quarto. Do nosso quarto!

- Tyler? o que faz aqui?

- estava com a Geo.

Ele responde com ar de superioridade e passa por mim sem me olhar.

- Georgia!?

Entro no quarto de uma vez e não a vejo. 

- estou no banheiro!

Cruzei os braços e esperei ela sair. Quando finalmente ela saiu, vi que estava com um semblante tranquilo, como se tivesse voltado de um spa, mas estava séria e não sorriu quando me viu.

- oi! 

- oi... o que o Tyler fazia aqui?

- ele é meu assistente, esqueceu? Estávamos apenas repassando a agenda dessa semana.

- você conseguiu voltar pra casa ontem? a que horas você chegou?

- não. Não conseguimos.

Eles não voltaram para casa. Deus do céu! Meu sangue gelou e engoli seco, como se estivesse engolindo pedras.

- você pelo visto também não. Chegou agora, não foi?

- pois é. A tempestade ontem estava muito forte. - respondi

Georgia me olhava diferente. Eu não conseguia decifrar aquele olhar. Será que estava estampado na minha cara que eu tinha feito algo de errado? Por Deus! Eu não podia perde-la por causa de uma bobagem!

- onde dormiu?

Pisquei algumas vezes antes de responder.

- ahm, em um hotel. Foi o que encontramos no caminho e com apenas um quarto disponível.

Ela assentiu e ficou desconcertada. Não era o tipo de reação que eu esperava que ela tivesse.

- e vocês? onde dormiram?

Era a minha vez de perguntar.

- igual vocês.

- igual como?

- em um hotel.

Minha nossa. Era o que eu mais temia.

- em quartos separados?

Georgia arregalou os olhos e continuou fazendo o que estava fazendo.

- eu fiz uma pergunta. - completei

- não. Não havia mais quartos disponíveis. Apenas um.

Me contorci por inteiro e cruzei os braços novamente, por impulso.

- e na mesma cama também?

- sim. Ou eu dormiria no chão.

Porque eu fui perguntar?

- e vocês? aposto que dormiram na mesma cama.

O jeito dela falar me assustava. Ela sabia de algo.

- a tempestade estava forte, todos que estavam nas ruas resolveram se hospedar naquele hotel.

- imaginei. E você não respondeu a minha pergunta sobre dormirem na mesma cama.

Eu não sei porque, mas algo estava estranho.

- porque estamos nos falando assim? o que está diferente aqui? - perguntei alterado

Ela se virou para mim, respirou fundo e se aproximou, esfregando as mãos sem parar.

- eu tenho que falar uma coisa que aconteceu ontem. Eu nunca fui de mentir Taylor, a não ser nessa nossa história toda de contrato. Eu sempre fui muito sincera e...

- fala Georgia! o que aconteceu?

Meu coração pulsava descontroladamente. No fundo, eu sabia o que era.

- Tyler me beijou. Nós nos beijamos ontem.

Eu estava próximo ao closet e por raiva e impulso a minha reação foi de dar um soco na porta, fazendo-a assustar.

- Taylor!!

- mas que merda Georgia!

- ele me beijou e eu fiquei sem reação e...

- tá! tá! não precisa explicar! 

Ela não chorou, mas se desesperou.

- porque não? eu quero explicar! - ela disse

- porque eu e a Mia também nos beijamos.

Pronto. Era a hora de assumir o erro, já que eu não era o único que tinha errado.

- vocês...

Percebi que seus olhos começaram a lacrimejar. 

- ela me beijou. Fui atacado, literalmente.

- você correspondeu ao beijo?

- Geo, isso não é...

- claro que importa. Você correspondeu ao beijo Lautner?

- correspondi.

Ela continuou me olhando com aqueles olhos castanhos e amendoados. E eu continuava com raiva, muita raiva.

- e você? correspondeu ao beijo dele?

Ela suspirou alto antes de responder.

- sim.

E depois de muito tempo, senti uma facada no peito. Era a pior sensação do mundo.

- vocês transaram?

- Não Taylor, não transamos.

- e o que vamos fazer com essa informação? você sabe que eu amo você Geo.

- Taylor, eu...

- Vamos esquecer, okay? Vamos esquecer que...

Eu ia continuar, mas ela me interrompeu bruscamente.

- não vamos continuar.

Olhei sem entender o que ela queria dizer com aquilo, mas não dei bola.

- eu amo você e você me ama. Eu sei disso Geo! Não chegamos até aqui para desistir!

- não vamos desistir, vamos levar o contrato a diante, mas depois que...

- não! eu não quero que você diga que depois que o contrato terminar vamos terminar o nosso relacionamento! isso eu não quero!

- o nosso relacionamento acabou ontem. Acabou quando correspondemos os beijos de dois estranhos. Somos casados e mesmo assim nos deixamos levar e você sabe porque. Não estamos preparados para esse passo. Não estamos preparados para o casamento. Eu juro que tentei, tentei ao máximo pensar que as coisas poderiam ser diferentes, mas não são. Temos menos de trinta anos e a nossa vida está apenas começando. Nem namorados nós fomos! Nem tivemos tempo de aproveitar o que...

- vamos aproveitar então! quando o contrato terminar vamos namorar! vamos nos divorciar como você quer e namorar! pronto! resolvido!

- não é bem simples assim e você sabe.

- porque? você que complica as coisas Georgia. Está sempre dizendo que temos que nos separar!

- eu sou sincera Lautner, aliás, você ia me contar o que aconteceu? porque eu fui a primeira a contar. Foi só por isso que você confessou que beijou aquela... ?

- não. Eu já ia contar. Eu também sou sincero e também prezo a lealdade.

- dá pra perceber.

- não seja irônica. Você também errou.

- eu sei. Nós erramos e é por isso mesmo que devemos manter esse contrato e em seguida nos divorciamos. 

Ela mal terminou de falar e saiu do quarto levando umas peças de roupa nas mãos.

- onde você vai?

- para o quarto de hóspedes.

- porque não podemos mais dormir juntos? 

- não somos mais um casal. 

- Georgia, você está sendo muito radical! Confessamos os nossos erros um para o outro, agora bola pra frente!

- isso não nos absolve da culpa. Eu não estou preparada Lautner!

- você não me ama. É isso. É simples assim. - falei jogando as mãos para o alto

- eu amo, mas não o suficiente. E você o mesmo. 

- Eu amo sim e você não sabe o quão suficiente é o meu amor. Aliás nada do que eu fiz serviu para provar a você o quanto eu...

- você provou isso quando beijou a sua assistente.

- ótimo! Se é pra ficar jogando na minha cara o que aconteceu eu digo também que estamos quites!

Saí do quarto a passos largos e fui para o jardim. Tive vontade de quebrar a casa inteira, mas tentei me controlar.

*Georgia POV*

Não resisti e chorei ao vê-lo sair do quarto. Eu o amava, mas não estava preparada para um passo maior. Aquele casamento estava acabando com a minha sanidade e com os meus valores. Eu jamais tive vontade de traí-lo e desde que começamos o nosso relacionamento não tive vontade de estar com outra pessoa que não fosse ele. Mas toda a história de contrato e de casamento falso era demais pra mim. Eu queria me livrar daquilo. Me sentia suja de certa forma. Estava mentindo algo sério para a minha família que eu tanto amava. Ele também estava fazendo esse sacrifício e por isso mesmo não era justo deixa-lo preso a mim. Eu errei e errei feio ao corresponder o beijo do meu assistente. Taylor também errou e por isso a minha decisão foi a mais correta. Vamos voltar a fingir que está tudo bem e no momento certo, nos separamos. 

- Geo? 

Era Margot. Limpei as lágrimas rapidamente e dei o meu melhor sorriso?

- o que foi? porque estão com essa cara?

- que cara?

- Taylor me disse que você estava aqui no quarto. Ele não está com uma cara boa.

- Não aconteceu nada e eu estou aqui aproveitando meu tempo livre para organizar este armário. - menti

- como foi a festa de super modelos?

- horrível.

- nossa, porque?

- essas festas nunca são legais Margie.

- ah, eu ia adorar.

- pode ir no meu lugar da próxima vez.

- Geo, eu conheço você há anos. O que aconteceu? vocês brigaram?

- discutimos por bobagem. Logo passa.

- pelo amor de Deus Georgia, você acabou de casar! não vai fazer nenhuma besteira hein!

Engoli seco e continuei como se nada tivesse acontecido.

- e o papai? e a Mel? estão bem?

- sim e pediram para você ir visita-los no próximo final de semana.

- tudo bem, eu vou.

- Chris me chamou para sair oficialmente.

- ah é? e então?

- estou curtindo. Ele é um cara legal. Conversamos muito e ele me disse o quanto o seu marido é apaixonado por você.

Senti uma pontada na alma, mas segurei a onda.

- ficaram falando de mim no encontro?

- claro que não, mas ele me contou fofocas.

- ah, claro, fofocas.

- bom, eu só vim aqui para dizer oi. Vou para o shopping com a Mel fazer umas comprinhas. Quer nos acompanhar?

- Não, obrigada. Aproveitem!

E, então, ela se foi. Aproveitei para pegar mais uma peças de roupa e uma necessaire com o básico, afinal, eu não dormiria mais com ele, mas para as pessoas nós tínhamos que continuar sendo um casal feliz. Essa seria a parte mais difícil e a mais triste também. 

*Taylor POV*

Ao ver Margot entrar em casa pensei no quanto tudo aquilo era errado. Casamento falso e traição. Tudo isso porque nada é verdadeiro. O único que é verdadeiro é o meu amor por uma mulher que não está nem aí, que não sente o mesmo e que ainda me apunhalou pelas costas com o assistente. 

(...)

Dormimos em quartos separados. Eu estava me sentindo um lixo, literalmente. Minha mulher não me amava, eu a amava, mas fui burro o bastante para beijar outra e ainda tinha o merda do assistente no meio.

- bom diaaaaaa! 

Senti a cama balançar e pulei de susto ao ver Mia.

- o que faz aqui?

- temos compromisso hoje! a agenda está cheia Lautner!

- me espera lá embaixo. 

- melhor não. Sua esposa está lá embaixo com o Tyler e...

Quando ouvi aquele nome meu sangue ferveu. Saí da cama, só de cueca samba-canção e desci as escadas bufando de raiva.

- o que está fazendo aqui logo cedo!? - gritei

- bom dia Taylor.

- eu não estou falando com você Georgia!

O imbecil do assistente ficou me olhando como se eu fosse o louco da história.

- estou aqui porque eu e a Geo temos um...

- Georgia! O nome dela é Georgia! Porque Geo? Já estão tão íntimos assim!?

Os dois me olhavam sem entender enquanto Mia surgia atrás de mim.

- Tay, acho que não é hora de...

- Tay? Já estão tão íntimos assim? - provocou Georgia

Respirei fundo e tentei me acalmar.

- vamos Tyler? não posso me atrasar.

Ela parecia não se importar nem um pouco com a situação. 

- porque tudo isso?

- me deixa em paz Mia!

Subi de novo as escadas e troquei de roupa. Tomei um rápido café da manhã e fui no automático. Eu não conseguia me concentrar. Eu só conseguia pensar na minha mulher com aquele cara. 

- você está no mundo da lua? - disse Mia estalando os dedos na minha cara. - Você quer que eu fale com ela? posso pedir desculpas...

- não precisa. Você tinha razão. Ela não me ama.

- claro que ama. Só está fazendo a mulher traída.

- ela também me traiu.

Mia arregalou os olhos e eu senti meu rosto queimar, mas não de vergonha, e sim de ódio.

- uau. com o Tyler?

- com quem mais seria?

- poxa... por essa eu não esperava.

- se você não esperava, imagina eu!

- e agora? 

- e agora o que Mia?

- vão continuar juntos?

- óbvio! temos um contrato!

- e depois?

- vamos nos divorciar. 

- uau. 

- porque o espanto? eu já disse, ela não me ama.

- e você? a ama?

- claro. infelizmente.

- posso fazer você esquecer.

Ela sorriu de lado e eu bufei.

- não. Obrigado.

- quando quiser, então.

Eu tinha esquecido o quanto ela era insistente.

(...)

Depois de um dia cheio de trabalho voltei para casa. Mia me acompanhou porque a semana ia ser pesada e precisávamos repassar as atividades dos dias seguintes.

Ao entrar na sala eu vi a Georgia e o assistente sorrindo um para o outro. Eles conversavam e riam como se fossem íntimos, quer dizer, eles eram mesmo. Aquilo ao invés de me deixar nervoso, me deixou triste. O jeito como ela está levando toda a situação não era o que eu esperava e nem o que eu acho que merecia. Ela me decepcionou de todas as formas e muito mais do que ter beijado outro cara, ela não se importava. Ela não se importava com o nosso casamento, mesmo que falso. Ela não se importava comigo.

Parei onde estava e me virei para Mia. 

- quer sair? - perguntei

- sair? - me olhou sem entender

- pra algum lugar.

- tudo bem.

Eu a levei para um hotel. Se era para levar a história de casamento falso a diante, tudo bem. Fiz o que estava com vontade de fazer, mesmo exitando, porque antes eu me importava muito com o que a Georgia pensava. Hoje, não mais. Eu e Mia transamos. Foi bom, na verdade, muito bom. 

*Georgia POV*

- você contou pra ele?

Ignorei a pergunta do Tyler e continuei olhando para a porta. Vi os dois saírem e eu sabia o que estava acontecendo. Eu o conheço. Conheço o suficiente para saber que ele está com raiva e que vai recomeçar de onde parou.

- contei.

- e o que ele disse?

- que me traiu também.

Tyler me olhou assustado e não sabia o que dizer.

- mas...

- não precisa dizer nada. Nós erramos porque não nos amamos o bastante.

- Geo, desculpa se eu fui impulsivo. 

- você foi um cretino, isso sim!

- eu sei, mas me desculpa. Eu não devia ter feito o que eu fiz.

- o que você fez só serviu para eu ver o quanto tudo estava errado.

- você o ama?

- amo, mas não para um passo tão grande quanto um casamento.

- não entendo.

- eu queria que ele fosse meu namorado, não queria depender desse dinheiro, desse contrato...

Não pude completar o que dizia. Iniciei um choro doído, que vinha direto da alma.

- hey, calma. Se você diz que o ama e eu sei que ele te ama também e as coisas vão...

- não. Não vão.

Tyler me abraçou e eu me deixei levar.

- eu quero ser mais do que seu assistente Geo, mesmo sabendo que você o ama. Se me der uma chance de tentar...

- não estou com cabeça pra isso Ty, mas se quiser ficar aqui eu aceito. 

Ele acariciou meu rosto delicadamente e fez o que queria fazer. Nos beijamos de novo, só que desta vez com muita, mas muita intensidade. Fomos parar no quarto de hóspedes, que já era meu quarto novamente. 

Pedi para ele trancar a porta e fizemos o que queríamos fazer. O grande problema é que eu só pensava no meu atual marido. Só pensava no quanto eu não queria estar ali com outro. A sensação do prazer foi maravilhosa, mas não havia sentimento. Meu único e verdadeiro sentimento era por um cara que me traiu na primeira oportunidade e mais cedo ou mais tarde faria isso mais vezes. Eu não o culpo completamente, afinal, eu fiz o mesmo, mas eu esperava mais dele. Ele sempre quis tanto provar o quanto me amava e não conseguiu resistir à outra mulher. Eu estava triste. Estava muito mais triste e decepcionada do que com raiva. E o que eu mais quis naquela noite é que a minha vida voltasse ao normal e que logo viesse o dia de assinar os papéis do divórcio.