*Taylor POV*
Voltei pra casa apenas no dia seguinte. Mia me acompanhou e não desgrudava mais. Sim, eu estava incomodado, mas deixei. O que mais me incomodava mesmo era a Georgia e aquele assistente.
- bom dia. - falei para Glória
- bom dia senhor. A senhora Lautner já acordou e está no jardim.
- isso não me interessa mais. Vamos Mia?
Fui para o escritório, mas antes dei de cara com a minha esposa e o amante dela.
- espero que não estejam dormindo na minha cama. - provoquei
- estamos no quarto de hóspedes, não se preocupe. - ela respondeu
O meu sangue subiu imediatamente e eu juro que se não fosse famoso eu teria dado uma surra naquele cara.
- Taylor, eu...
Ele ainda tinha coragem de me dirigir a palavra?
- Não fale comigo. A sua opinião não me interessa.
- será que você pode ser menos mal educado? - defendeu Georgia
- não. Não posso.
- Taylor, isso já está ficando muito chato.
- Mia, não tem nada demais nessa situação. O que temos aqui é uma esposa que não me ama, com o seu amante e...
- não fale nesse tom comigo Lautner! o mínimo que eu exijo aqui é respeito!
- e eu exijo uma explicação pra tudo isso!
Viramos para ver quem tinha entrado na sala. Era a Tina. Ela cruzou os braços esperando uma explicação e havia raiva em seu olhar.
- Tina! que bom que você voltou! - ironizei
- chega de papo furado! quero explicações e quero agora!
- mas o que aconteceu? - perguntou Georgia
- o que aconteceu? eu vou explicar. Aconteceu que duas crianças mimadas que se casaram resolveram brigar e sair com os seus assistentes por aí. Você, senhor Lautner, pode explicar o que foi fazer com a Mia em um hotel ontem a noite?
Senti meu rosto queimar de vergonha. Todos me olhavam, principalmente a Geo, que tinha lágrimas nos olhos.
- nós... nós fomos fazer uma reunião.
- não minta seu cara de pau!
Tina andava na sala e o chão parecia que ia desabar. Foi a primeira vez na vida que eu a vi com raiva.
- eu não quero saber o que está acontecendo com vocês entre quatro paredes. A única coisa que me interessa é que a partir de hoje eu volto a ser a assistente de vocês dois. Mia, Tyler, vocês estão dispensados deste trabalho.
Mia e Tyler ficaram com cara de tacho. Confesso que todos nós ficamos surpresos.
- mas temos um acordo de...
- acordo encerrado Mia. Podem ir.
- hey, Tina, a casa ainda é minha.
- a casa é sua Taylor, mas quem está pagando o seu salário atual são os patrocinadores, então eu exijo no mínimo que você acate as minhas ordens. E quero ficar sozinha com você e com a Georgia, pode ser?
Engoli seco e assenti. Desde quando ela tinha ficado tão grossa?
Mia e Tyler saíram rápido, nos deixando sozinhos. Eu, Tina e Geo. Nos olhando como se fôssemos três estranhos.
Tina se aproximou de nós dois e pegou em nossas mãos, fazendo-nos assustar.
- coloquem as alianças agora!
Eu e Georgia nos olhamos e fizemos o que ela pediu. Colocamos nossas alianças de volta na mão esquerda e voltamos para a sala.
- o que aconteceu? onde está aquele casal apaixonado que eu deixei aqui há quase um mês atrás?
- não existe mais. A Georgia não me ama. - respondi prontamente
- pode deixar que eu respondo por mim. - disse Geo enquanto Tina cruzava os braços de novo esperando uma resposta. - isso não é verdade. O amor não acabou, mas nós nos traímos e isso só prova que não estamos preparados para isso.
- pois estejam preparados para levar esse contrato a sério de agora em diante. Vocês já viram as notícias? Já pararam pra pensar o quanto essa briguinha de vocês está prejudicando o contrato e irritando os patrocinadores?
- desculpa Tina, nós...
- Eu preciso terminar de falar Geo. - ela disse ainda irritada. - Eu não quero saber se ficarão juntos ou não, apesar de achar que vocês foram feitos um para o outro. Eu só quero que cumpram o que assinaram. Façam jus ao dinheiro que vocês estão recebendo e fiquem juntos até o último minuto desse contrato.
Eu e Georgia assentimos. Não tinha o que argumentar. Ela estava certa.
- e quero os dois no mesmo quarto.
Georgia não disse nada, mas eu fiz questão de falar.
- Olha Tina, isso não tem nada a ver! Se não existe mais amor não precisamos mais dormir juntos!
- existe amor Taylor! deixa de ser teimoso!
Engoli seco mais uma vez e me incomodei com o que ouvi.
- Georgia, leve as suas coisas para o quarto dele. Quero os dois como um casal, vinte e quatro horas, na mesma casa, na mesma cama, se abraçando, beijando e tudo o que for necessário. Quero que saiam para algum lugar público imediatamente e provem ao mundo o quanto se amam, para acabarmos de vez com as fofocas de que vocês dois estão em um casamento de fachada. Posso contar com vocês ou teremos que cancelar o contrato antes do tempo?
- da minha parte, okay. - respondi
- da minha também.
- ótimo. E a amanhã temos compromissos, animem-se!
Isso só podia ser uma grande piada. Tudo em minutos estava mudado e eu tinha que conviver cem por cento com alguém que não me amava de verdade.
- satisfeita? - perguntei assim que Tina saiu
- a culpa é minha agora? que eu saiba quem dormiu fora de casa foi você!
- dormi para deixar você e o seu amante em paz! me agradeça!
- ele não é meu amante, porque eu não tenho mais marido.
Ela disse saindo das minhas vistas como um furacão. Confesso que senti uma pontada no peito ao ouvir isso.
(...)
Claro que a hora de dormir seria a pior. E foi pior ainda porque tivemos uma surpresa. Ao invés da nossa cama de casal convencional, havia uma cama de solteiro. De solteiro!
- que tipo de brincadeira é essa?
- até parece que você não conhece a Tina.
- você sabia disso Georgia?
- claro que não, mas da Tina eu espero qualquer coisa!
E não sei se foi provocação ou se foi descuido, mas a Georgia fez questão de dormir com a menor camisola que ela tinha e a que eu mais gostava também.
- não tinha outra roupa para dormir?
- agora vai querer me obrigar a vestir o que você quer, é isso?
- estamos separados, então eu só acho que você deveria se dar ao respeito.
Ela soltou uma gargalhada alta, que me deixou puto da vida!
- boa noite Lautner.
Só isso? Ela não ia mesmo trocar de roupa?
Bom, deitamos e o que eu menos queria era encostar nela, mas era inevitável. A cama era minúscula.
Não dissemos mais nada. Não tinha o que dizer. Estávamos ali como dois estranhos, mas eu a amava e isso eu não podia negar. Sentia falta do beijo, do abraço, do cheiro, de tudo que pertencia a ela. Tinha saudade da mulher com quem eu casei, mas essa mulher não me amava e não voltaria nunca mais.
De repente, percebi que ela estava chorando. Me virei para olha-la e ela se virou, ficando de costas pra mim.
- porque está chorando?
- não interessa.
Bufei e me virei. Se ela não queria falar, eu não ia insistir.
- você transou com ela, não transou?
- o que isso importa?
- eu nunca disse que não amava você Lautner, nunca! Eu só disse que não estava preparada para um casamento e você como um cara mimado que é já atropelou tudo, inclusive meus sentimentos e jogou fora o mínimo de respeito que nos restava!
- pra mim nunca restou o mínimo Georgia. Eu sempre amei você, sempre!
- eu não quero esse tipo de amor, obrigada.
- o seu amor também não serve.
- ótimo. Voltamos a nos odiar.
- eu não odeio você. Eu só estou... decepcionado.
- idem.
Ficamos em silêncio por um tempo e logo pegamos no sono.
(...)
Acordei ocupando toda a cama e estranhei a ausência da Geo. Levantei rápido e quando estava começando a tirar o pijama ela entrou no quarto de repente, me olhando por completo, o que me deixou feliz e encabulado ao mesmo tempo.
- bom dia. - falei
- bom dia.
- Ouvi vozes...
- Tina. Ela está lá embaixo. Disse que precisa conversar com nós dois.
- mais sermão? - bufei
- tomara que não.
Nos olhamos e rimos. Finalmente um momento de trégua entre nós.
- bom dia Tina! - falei sorridente ao descer as escadas
- bom dia Taylor. Podemos conversar agora?
- claro.
- Vamos para o escritório.
Eu e Georgia nos olhamos mais uma vez. Acho que já tínhamos a sensação de que aquela conversa não seria tão agradável.
- bom, os patrocinadores querem que vocês façam uma viagem.
Hum, viagem? Talvez seria uma ótima oportunidade de fazer as pazes com a minha esposa.
- okay. Quando? - perguntei empolgado
- daqui a dois dias.
Dei um sorriso largo e assenti.
- E você Georgia, vai em três dias.
Arregalei os olhos e fiquei surpreso com o que tinha acabado de escutar.
- a Georgia vai depois, é isso? -perguntei
- vocês irão para lugares diferentes.
Ah, claro, que maravilha.
- tá. - respondi sem ânimo algum
- por quanto tempo Tina? - perguntou Geo
- até uma semana antes de terminar o contrato.
Um nó se formou na minha garganta e queimava. Ficaríamos todo esse tempo separados!?
- mas, Tina, a Geo ainda é a minha mulher e...
- por isso mesmo. Vocês irão fazer uma viagem separados, a trabalho, e quando voltarem vão assinar o divórcio.
Tina falava friamente enquanto eu tentava raciocinar.
- por que um trabalho levaria tanto tempo? - perguntei incomodado
- Taylor, você vai para Londres, filmar mais duas temporadas de Cuckoo. E você, Georgia, vai para o México fazer uma campanha milionária por lá. Os patrocinadores estão eufóricos, porque isso só vai favorecer a marca deles e vai ajuda-los com a questão da separação.
Olhei para Georgia, que retribuiu o olhar da mesma maneira.
- eles acham que se vocês ficarem muito tempo separados as pessoas vão começar a perceber que o casal Lautner está distante por motivos profissionais, agenda, essas coisas... e que o divórcio será visto como uma coisa completamente natural.
- não tem nada de natural nessa história. - rebati
- vocês não tem escolha, mas se vocês se amam de verdade não é uma viagem longa que vai atrapalhar.
Tina se levantou rapidamente e antes de sair do escritório disse:
- Lautner, em dois dias eu passo aqui para leva-lo até o aeroporto. E Geo, você vai comigo para o México em três dias. Quero malas prontas pontualmente. Não atrasem. Não façam perguntas. E se alguém disser algo, apenas afirmem: nós nos amamos. Fui clara?
Eu e Geo balançamos a cabeça como forma de confirmação. Tina saiu de nossas vistas e ficamos lá parados sem saber o que dizer um pro outro.
- acho que o fim veio rápido demais... - ela disse
Fechei os olhos, respirei fundo e me aproximei dela como um furacão.
- Geo, escuta... isso não precisa ser o fim! Você ouviu o que ela disse, se nós nos amamos, vamos continuar até o fim!
Ela não disse nada, apenas me olhava com aqueles olhos redondos e lacrimejados.
- fala alguma coisa! está disposta a tentar?
- estou tão magoada com você Lautner...
- eu também estou magoado Georgia, mas o meu amor por você é muito maior.
- na nossa primeira briga você voltou a ser aquele Taylor que eu conheci. Aquele cara metido e arrogante. Não sei se quero isso.
Engoli seco e bufei.
- e você? acha que foi a mulher mais doce desse mundo?
- não, eu não fui. Vamos continuar como estamos. E...
Ela parecia nervosa.
- ...e eu só não quero que você esqueça que eu te amo.
E então ela saiu. Meu Deus! O que eu tenho que fazer pra isso mudar, o que!?
(...)
Dois dias depois, eu estava de malas prontas esperando a Tina me buscar.
- já está pronto?
Georgia estava com um sorriso amigável e aproveitou para sentar ao meu lado.
- é... eu... estou esperando a Tina.
- bom, ahm, boa viagem então.
- obrigado.
- Londres deve ser o máximo.
- é o máximo mesmo. Eu com certeza moraria lá.
- ah, então você não volta mais. - brincou
- tenho grandes motivos para voltar Georgia.
Ela sorriu encabulada e me abraçou. Um abraço que eu não estava esperando, mas que correspondi o máximo que pude. Parecia que não queríamos mais nos soltar.
- bom dia meninos!
Demos um pulo de susto e nos separamos do abraço.
- oi Tina! - falamos juntos
- está pronto Taylor?
- sim.
- espero você lá no carro.
Eu não tinha muito tempo, então, o que eu fiz foi abraça-la. Abracei o mais apertado que pude e disse ao seu ouvido:
- ficarei feliz se puder me esperar.
Ela aproveitou a nossa proximidade e me deu um beijo no rosto, o qual fez me arrepiar por inteiro.
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