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História O coração de Isabela - A verdade.


Escrita por: Laris1

Capítulo 20 - A verdade.


Fanfic / Fanfiction O coração de Isabela - A verdade.

Me assustei quando o Téo entrou em casa querendo falar comigo, ele parecia estranho. Eu me levantei do sofá.

— Manuela precisamos conversar e dessa vez você não vai fugir.

Ele estava estranho mesmo, nunca vi o Téo agindo assim, ele sempre era tranquilo.

— Eu não entendo você, uma hora você está nossa amiga e de repente depois daquele dia você se afasta. Aí hoje você me diz que estava com ciúmes, para ter ciúmes você tem que gostar da pessoa, e você deu a entender que não gostava de mim quando se afastou! – Eu fiquei assustada com o Téo explodindo assim, acho que ele guardou tudo o que sentia por muito tempo.

Eu fiquei calada, não sabia o que dizer.

— Você não vai falar nada? Então vou continuar. Desde que você voltou você parece outra pessoa, você age diferente com a gente, você faz perguntas de coisas que deveria saber, você não consegue cantar sendo que antes você cantava... Se todos não me falassem que era você lá eu poderia jurar que não é você, apesar da voz ser a mesma. Não sei o que aconteceu quando você foi sequestrada, mas deve ser algo muito grave para você ter se tornado outra pessoa.

Eu continuei calada, o Téo era incrível, ele parece ser o único que percebeu a nossa diferença, mas eu acho que como ele não pode ver ele repara mais no interior, já as pessoas que conseguem ver são enganadas por minha aparência que é idêntica à da Manuela.

— Manuela, agora você pode se explicar. – O Téo disse percebendo meu silêncio.

Eu não sabia o que dizer.

— Você pode confiar em mim Manu, me diz o que está acontecendo. – Ele disse desesperado.

Será que eu contava a verdade? Será que ele me perdoaria por ter mentido todo esse tempo?

— Manuela? – Ele disse sem paciência.

Eu também estava ficando sem paciência, não gostava de ser pressionada.

— Manu? – Ele disse mais uma vez.

— Ai que droga, para de me chamar assim!

— Como assim? – Não aguentei e acabei falando.

— Você quer saber a verdade então? A verdade é que eu não sou a Manuela! – Eu disse com a voz alta, mas sem gritar.

Eu fiquei um tempo calada pensando em o que eu ia dizer, ele também ficou calado.

— Eu sabia que tinha algo estranho, quem é você então? – Ele não pareceu tão surpreso.

— Primeiro, você tem que prometer que tudo que eu disser aqui vai ficar entre a gente, pode ser muito perigoso se mais alguém souber.

— Tudo bem. – Ele disse.

— Ok, meu nome é Isabela e eu sou a irmã gêmea da Manuela. – Ele fez uma expressão de surpresa.

Então eu contei tudo para ele, expliquei que eu morava na cidade com meu pai e minha “mãe”, mas que alguns meses atrás eu fui no vilarejo em um show e vi a Manuela cantando e precisei da ajuda dela, então nós trocamos de lugar algumas vezes. Contei que minha “mãe” sempre me tratou mal e nunca gostou de mim. Contei que meu pai ficou muito doente e acabou morrendo, o que me destruiu. Parei um pouco para respirar, era difícil sempre que falava sobre ele. Ele ficou ouvindo sem falar nada. Contei que descobri que a Regina não era minha mãe biológica. E logo depois ela achou a Manuela e a sequestrou ameaçando todos do vilarejo para ela não fugir. E que eu consegui fugir, mas ela ainda estava presa.

— Bom, em resumo é isso... – Eu disse, fiquei com medo de ele começar a me acusar ou a me julgar.

— Então esse tempo todo você não era a Manuela? – Ele perguntou.

— Sim. – Eu disse.

— Então é por isso você estava tão diferente e eu estranhei...

— Sim. – Eu respondi mesmo sabendo que o que ele disse era mais uma afirmação do que uma pergunta. – Nossa aparência pode ser a mesma só que nós somos muito diferentes.

Eu achei que ele ficar com raiva, mas ele parecia aliviado e se sentou no sofá. Deveria ser tão estranho para ele como era para mim, ele finalmente sabe quem eu sou, pela primeira vez estou falando com ele sabendo que eu sou a Isabela, não a Manuela, e de uma forma eu me senti aliviada também, parece que um peso foi tirado das minhas costas.

Eu sentei do lado dele e tentei segurar a mão dele só que ele se afastou, eu nem pensei nisso, mas devo ser uma estranha para ele.

— Olha Téo, sei que eu sou só uma desconhecida que esteve fingindo ser amiga de vocês por esse tempo todo, mas você pode confiar em mim, eu sou a mesma pessoa que esteve aqui nesses últimos meses, a única coisa que muda é que eu não sou a Manuela e sim a Isabela.

— Porque você não me contou a verdade antes? – Ele me disse.

— Inicialmente eu não sabia se podia confiar em vocês, e depois eu não sabia como contar. Desculpe por isso. – Eu não estava arrependida de não ter contado, porque eu sabia que não conseguiria contar antes. Acho que esse foi o momento certo de contar. - Eu não espero que você entenda porque eu fiz isso, mas é que eu nunca fui muito de confiar nas pessoas, sempre tive que me virar sozinha e acabei me acostumando com isso.

Ele ficou pensativo de novo e pareceu lembrar de algo e disse desesperado:

— E a Manuela? Onde ela está? Precisamos ajudar ela! – Por um momento esqueci que ela que é amiga dele, e é claro que ele ia perguntar.

— Eu conversei com meu padrinho da cidade e ele já está fazendo o que pode para a ajudar ela.

 - Mas ela está bem? – Ele pareceu realmente preocupado.

— Está sim, lembra do Joaquim que conhecemos no dia do show?

— Lembro sim. O que tem ele?

— Ele e seus irmãos sabiam da verdade e estão na cidade junto com a Manuela que está se passando por mim, o Joaquim sempre me manda notícias sobre ela.

— Agora tudo faz sentido. – Ele disse e parecia que as peças do quebra cabeça finalmente estavam se encaixando para ele.

— E a Rebeca, ela sabe da verdade? – Ele disse como se o pensamento só tivesse vindo na cabeça dele agora.

— Não e ela não pode saber, você prometeu!

— Mas porquê? Ela é sua mãe, ela merece saber.

— Ela não é minha mãe, eu não tenho mãe. Ela me abandonou e eu não quero nada com ela!  - Eu disse cruzando meus braços.

— Me fale um pouco dessa sua “mãe”, Regina não é?

— Isso mesmo, ela é uma pessoa horrível, que me fez mal a vida toda. Eu sempre só tive meu pai para me apoiar, ela nunca me amou. – Falei com ressentimento pela Regina.

— Eu sinto muito pelo seu pai, não posso imaginar tudo que você passou. – Ele parecia triste por mim.

— Muito obrigada Téo.

Ele ficou mais um tempo calado e finalmente disse:

— Tem outra coisa que queria te perguntar desde que você contou que trocava com a Manuela de vez em quando.

Eu esperei ele continuar.

— Aquele dia na igreja, já faz um tempo, não sei se você se lembra, mas eu entrei e tinha certeza que a Manuela estava com alguém, era você não era?

Nossa, ele se lembrava daquele dia.

— Era eu sim. – Ele ficou pensativo.

— Então você era a amiga misteriosa da Manu?

— Aham. – Ele agora continuava juntando todas as peças desde aqueles dias.

— Faz sentido, porque ela tinha me falado que o pai da amiga dela estava doente. – Ele continuou pensativo e perguntou sobre outro dia. - Um dia que estávamos desenhando e choveu e nós ficamos andando na chuva, era você também? No lugar dela?

Eu fiquei envergonhada, agora eu percebia o quanto parece que eu enganei eles.

— Sim, era eu. - Parecia que ele tinha ficado feliz com essa resposta. - Mas como você sabe todas as vezes que era eu?  

— Eu não sei direito, mas eu meio que sentia quando você estava no lugar dela, eu sentia que você era diferente.

Repetindo, o Téo era incrível mesmo.

Eu resolvi dizer:

— Eu queria te dizer uma coisa também, eu queria te pedir desculpas por aquele dia no meu aniversário, você foi muito fofo comigo, mas não podia aceitar seus sentimentos porque eu sei que eram para a Manuela, e isso seria te enganar demais, só ela que pode te dar uma resposta.

Ele não disse nada, sei que ainda estava processando tudo.

— Tem outra coisa. – Ele disse.

— O que é?

— Eu ainda acho que você deveria contar para a Rebeca, ela é uma pessoa muito boa, ela não teria coragem de te abandonar. – Parecia que ele estava tentando mudar de assunto.

— Não sei Téo, desde que tudo aconteceu, eu não sei de mais nada.

Por um momento pareceu que ele ia me abraçar, mas acho que ele se lembrou que eu não era a Manuela e não me abraçou. Ficamos em silêncio por mais um tempo, um silêncio constrangedor.

— O que você pensa sobre nós, não é estranho? – O Téo disse, eu acho que ele estava se referindo a ele, o Mateus e a Dóris.

— No começo eu achava estranho, mas logo percebi que vocês são legais e comecei a gostar de passar um tempo com vocês.

— Não sei como ninguém percebeu que você era outra pessoa, pensando bem vocês duas são muito diferentes. – Eu não consegui me segurar e perguntei:

— O que você acha diferente entre a gente?

— Ah, a Manuela é mais tranquila, mais amorosa, já você é mais decidida, independente, fala o que pensa e tem uma personalidade mais forte.

Gostei mais ou menos do que ele disse, gostei de como ele descreveu minha personalidade, mas uma pessoa como ele iria preferir uma pessoa mais tranquila e amorosa como ele descreveu a Manuela.

— Acho que o fato de sermos pessoas diferentes não é uma coisa que as pessoas vão imaginar, como eu sou tão parecida fisicamente com a Manuela eles não iriam um dia pensar nossa, a Manuela está diferente! Deve ser a irmã gêmea que foi separada dela ao nascer.

Nós dois rimos, era bom saber que podíamos rir juntos.

— Eu me sinto bem melhor agora que contei a verdade, já estava irritada sabendo que todos achavam que era a Manuela, sei que tudo não passou de um fingimento para você, mas para mim tudo foi muito real, viver a vida que eu teria vivido se tivesse ficado com a Rebeca, conhecer todos vocês e até gostar da minha vida aqui, alguns momentos que passei aqui foram os melhores depois que meu pai morreu.

Ele não demorou a dizer:

— Foi real para mim também Isabela.

Meu coração palpitou quando ele disse meu nome, era a primeira vez que ele dizia meu nome nessa conversa. Era bom finalmente alguém além da Marina saber quem eu sou, principalmente o Téo.

— Você pode falar isso de novo?

— O que? Que foi real para mim?

— Não, meu nome. – Eu sorri.

— Isabela. – Ele disse com aquela voz fofa, e meu coração palpitou novamente.

— É bom ouvir você falar meu nome. – Ele riu, e parecia feliz também.

Então me lembrei de algo.

— Tenho uma coisa para te dar, espera um pouco.

Ele ficou na sala enquanto eu fui no quarto e fui até a mesinha de cabeceira e peguei o relicário que ele tinha me dado. Apertei ele por um tempo e abri para ver de novo o que estava dentro. Depois voltei para a sala.

— Isto daqui é seu. – Coloquei o relicário na mão dele. Ele pareceu estranhar. – Você pode entregar quando a Manuela voltar, sei que você queria dar para ela.

Ele ficou segurando por um tempo e disse:

— Não, eu dei ele para você, mesmo achando que você era a Manuela, isso ainda é seu, é nossa foto que está nele, não é? – Ele sorriu, o sorriso dele era tão fofo.

— Obrigada! – Eu disse pegando o relicário de volta.

— Eu sei que eu prometi que guardaria segredo. Mas acho que você deveria contar para o Mateus e a Dóris.

Eu pensei por um tempo e disse:

— Não sei Téo.

— Você pode confiar neles também, e eles também estão sofrendo muito porque você afastou da gente. – Isso era verdade.

— Tudo bem, amanhã eu conto.

Depois disso ele se despediu de mim, mas não foi embora, ficou parado na minha frente e parecia que queria dizer alguma coisa, mas não falava nada. Então ele se aproximou de mim e me deu um beijo no rosto.

— Estou feliz de finalmente saber a verdade. – E foi embora, me deixando sem palavras.

Fiquei um tempo parada com a mão onde ele tinha acabado de dar o beijo, eu estava parecendo uma boba apaixonada. Eu finalmente entendi porque as pessoas ficam tão idiotas quando estão apaixonadas. Depois disso arrumei minha postura e coloquei o relicário que estava na minha mão no meu pescoço, dessa vez não precisaria de colocar ele na gaveta, ele era meu.

 

Mesmo ainda sendo de tarde fui deitar um pouco na minha cama e fiquei pensando. Eu estava me sentido bem melhor por ter contado a verdade, principalmente para o Téo. E eu também estava feliz.

  

—----------> No próximo capítulo <---------

 

Eu não estava com muita vontade de contar para eles, não sei porque, mas gostava do Téo ser o único a saber da verdade, parecia ser o nosso segredo.

 

 

— Porque você chamou todos nós aqui Téo? A Manuela não quer mais ser nossa amiga, esqueceu? – O Mateus disse parecendo chateado.

 

—----------> <---------


Notas Finais


Um dos capítulos mais esperados da história!
Finalmente o Téo sabe da verdade!

O que acharam do capítulo?
Espero que tenham gostado tanto quanto eu! *-*

Até o próximo! Beijos!! :D


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