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História O diário de Dean Winchester - Capítulo 2


Escrita por: DarlingTears

Notas do Autor


Aproveitem ♡

Capítulo 2 - Capítulo 2


Fanfic / Fanfiction O diário de Dean Winchester - Capítulo 2

O sonho de consumo de todo garoto (pelo menos da minha sala) é ter uma barba de profeta. As irmãs de alguns colegas me contam que eles perdem horas na frente do espelho, lambuzando as bochechas de creme e passando a gilete de um lado para o outro, na esperança de ver brotar os primeiros fiapos. Até mesmo o meu irmão, com seus ridículos nove anos, usa o aparelho de barbear do meu pai pra tentar antecipar a adolescência.

                                        ♡

A Salete , manicure, vive falando mal dos homens. A teoria dela é simples: homem não presta e ponto final. Os raríssimos exemplares que prestam só tem duas utilidades: matar barata e trocar lâmpada; não é atoa que as mulheres preferem homens mais altos.

Talvez a Salete fale desse jeito porque foi abandonada pelo marido. O cara é um desses parasitas que tem alergia a todo tipo de trabalho, até mesmo os pequenos serviços domésticos, como apertar parafusos e trocar lâmpadas. E, pra completar, morre de medo de barata! Ele sempre andava com um jornal debaixo do braço pra fingir que estava procurando emprego, mas sua única ocupação era dar em cima das freguesas do salão. Resumindo a história: um dia, ele se mandou com uma pedicure, levando todo o dinheiro do caixa e o cartão de crédito da literalmente pobre da Salete.

Ela ficou alguns dias de cama,consumiu um contêiner de lenços de papel, até pensou em fechar o salão e voltar para o interior. Mas a depressão terminou quando Salete viu na televisão uma reportagem sobre os estragos que o choro provoca no organismo, como rugas,estrias e cabelos brancos, sem falar que faz os seios desabarem e deixa a pele oleosa e sujeita a espinhas.

Salete foi até o espelho do banheiro e perguntou pra sua imagem: "Quer saber de uma coisa? Esse infeliz não merece o nosso sofrimento. Nenhum homem merece". No dia seguinte, acordou bem cedo, tomou um banho caprichado e chegou ao salão assobiando. Passou mais de um ano trabalhando como escrava, sem domingo nem shopping nem cinema, até pagar toda a dívida externa deixada pelo parasita. Mas aos poucos conseguiu dar a voltar por cima e, de grão em grão, multiplicou a freguesia e acabou se tornando a proprietária do salão mais chique e concorrido do bairro. Pra marcar hora, é preciso ligar com dias e dias de antecedência. E o telefone vive ocupado. Quando a gente consegue ser atendida, a secretária Judite atende com voz de secretária eletrônica: "Bom-dia, salão da Salete! Quem deseja?".

Minha mãe sempre vai ao salão depois de brigar com o meus pai. Eu pensava que o desejo dela era se sentir mais bonita, mas depois descobri que isso não tem nada a ver com vaidade. É claro que ela aproveita pra dar uma geral nas unhas, tirar as cutículas e passar um esmalte básico. Mas o que quer mesmo é conhecer as surpresas do destino: Salete , além de manicure, tem talento de cigana e lê a palma da mão. As freguesas pagam pelas unhas e, de brinde, ganham notícias do futuro.

Foi para saber o futuro do seu casamento que minha mãe ligou para o salão, na tarde do dia em que quebrou a bandeja de cristal. Aliás, tentou ligar. Por mais que batucasse nas teclas, não conseguia acertar o número e veio me pedir ajuda - antes que perdesse de vez a paciência e jogasse o telefone pela janela.

Já estava saindo fumaça da minha orelha quando Judite finalmente atendeu e disse que só tinha vaga no fim da semana, mesmo assim por causa de uma desistência de última hora. Tentei passar esse recado à minha mãe, mas ela nem me deixou terminar. Arrancou o telefone da minha mão e berrou que o caso era de vida ou morte, que o casamento dela estava no limite, que se não fosse atendida iria botar fogo no salão.


Notas Finais




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