História O Diário de Lilith - O Grande Dia

Querido diário,

 O grande dia finalmente chegou! Nesse exato momento, eu estou em uma cabine de trem com meu padrinho indo para Hogwarts. Quer dizer, não estamos só eu e ele, tem mais três pessoas aqui com a gente. Um garoto alto, branco com sardas, cabelos ruivos e olhos azuis; uma garota de cabelos bem cacheados e volumosos com ar de sabe tudo... E ele. O garoto da cicatriz. O menino que sobreviveu. O famoso Harry Potter. Muito já ouvi falar dele, mas vê-lo de perto é incrível! Por algum motivo, esse garoto me encanta. Não por sua beleza, muito menos sua fama. É que, de certo modo, me parece certo ficar perto dele. É como se... Não sei, não consigo explicar.

 Agora estou dando uma volta, quero explorar cada pedacinho desse trem. Estou no vagão de uma das casas, do não sei de qual. Está tudo meio quieto por aqui, talvez o pessoal daqui não goste muito de conversar. O trem parou e as luzes se apagaram, então peguei minha varinha e conjurei o feitiço "lumus" para que eu pudesse enxergar algo. Estou com medo. Será que é sempre assim? Remus não me disse nada sobre isso. Estou longe demais da minha cabine para voltar, é melhor entrar em alguma por aqui mesmo. Entrei na que estava mais próxima. As pessoas que ali estavam se assustaram e eu me assustei também. Realmente não sei quem gritou mais alto. Pode ter sido eu. Talvez a garota assustadora com cara de bulldog. Quem sabe o garoto loiro é particularmente atraente que eu não sabia se estava pálido por causa do susto ou se essa era sua cor. Bi uma coisa passando pela janela e fiquei com mais medo ainda. De repente, tudo ficou frio e infeliz. Não muito tempo depois, a coisa que vi lá fora entrou na cabine e o sentimento de infelicidade se intensificou. Não sei quanto tempo durou a agonia, mas ela passou. As luzes se acenderam e o trem voltou a andar. Resolvi ficar por ali mesmo e descobri mais tarde que foi uma péssima ideia. Eles me ignoraram durante o restante da viagem, me lançando alguns olhares de desdém e curiosidade de vez em quando. Não foi bem assim que eu tinha imaginado minha primeira vez em Hogwarts.

 Depois dos trancos e barrancos da viagem, o trem finalmente parou na estação. Vi que um homem bem grande, que eu imaginava ser Hagrid, chamando os primeiranistas para ir de barco. Não sou do primeiro ano, mas achei que deveria ir com eles; e assim o fiz. Hagrid parece ser um cara legal, mas ficou um pouco estranho quando me viu. Não liguei muito para isso. Quer dizer, liguei, mas estava mais interessante admirar a paisagem, que, por sinal, era deslumbrante. Chegamos na porta do castelo é uma mulher velha e com ar severo veio nos dar as boas vindas. Ela se apresentou como a vice diretora Minerva McGonagall. Lembrei- me que Remus disse que ele e seus amigos a adoravam é que ela era uma das poucas professoras a qual eles - meu padrinho fez questão de ressaltar que não se inclui nisso - davam ouvidos. A professora nos explicou  sobre as quatro casas e chamou os primeiranistas  para dentro. Sim, eu estou esperando sozinha aqui. Isso, com certeza, me deixou mais nervosa ainda por dois motivos: eu estou com medo de para qual casa eu vou; o meu irmão está atras dessa porta, sentado em alguma daquelas mesas e eu não faço a mínima ideia de qual possa ser. E se eu for para uma casa diferente da dele? Será que ainda vai gostar de mim? Aliás, será que ele sabe que eu existo? Bem, esse não é o melhor momento para pensar nisso.

 Minerva acabou de voltar. É agora! Meu nervosismo piorou, estou à beira de um desmaio. As portas do salão vão se abrir, é hora de guardar você. Me deseje sorte! 

Com amor,

Lilith