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História O Diario do Mal - Algumas descobertas


Escrita por: PauloH1987

Capítulo 8 - Algumas descobertas


Durante o velório de Alyce, permaneci ao lado de seu caixão, olhando tristemente para ela.

- Você tinha que trazer ela? - Drake perguntou próximo ao meu ouvido.

- Sério isso? - olhei para ele - Até nessa situação você implica com a Mya?

- Eu não estou implicando, só não acho que ela deveria estar aqui.

- E, você tem razão. - disse ao me afastar e ir até ela – Vem comigo?

- E claro.

Saímos do local e passamos a andar pelo cemitério, para ela o conhecer e paramos perto de onde iria ocorrer o enterro. 

- Me explica uma coisa? - ela disse olhando em volta.

- Se eu souber.

- Vocês humanos, acham que os mortos são sementes para planta-los?

- Não. De onde você tirou essa ideia?

- Então, por que os colocam debaixo da terra?

- Acho que é para não termos que ver seus corpos se decomporem.

Ela voltou a olhar em volta.

- E sempre movimentado assim?

- Do que você esta falando? – também olhei em volta - Só estamos nos duas aqui.

- Que você consegue ver sim, só que tem mais coisas em nossa volta. Algumas delas, nada legais.

- O que, por exemplo? 

- Pessoas, desculpa, espíritos deformados ou como se tivessem partes animais.

- E onde essas coisas estão?

- Em volta, correndo pelos túmulos. Quer vê-los?

- Depende, vai me proteger deles? - olhei em seus olhos.

- Eu já estou. – sorriu.

- Então nesse caso, eu quero.

- Feche os olhos. – pediu ao qual eu fiz e senti seus dedos passarem delicadamente por eles - Abra-os, devagar.

Assim que abri os meus olhos, não estávamos mais sozinhas ali.

- De onde eles surgiram? - olhei para os lados e tinha umas 20 pessoas nos cercando.

- Esses parados olhando o buraco, já estavam aqui quando chegamos. Já aquele - apontou para um próximo a uma árvore -, saiu da terra há alguns segundos atrás. 

- E o que eles estão fazendo?

- Estão curiosos, para saber o que vai acontecer.

- Eles não sabem? – perguntei espantada. 

- Aqueles não - apontou para o grupo -, aquele sim. - disse para o da árvore - Ele veio buscar a sua amiga.

- Buscar? Mas, ela já não foi para o céu? 

- Você acha que e assim que as coisas funcionam? - me olhou seria - Ninguém vai direto para lá, até não possuir mais pecado nenhum. Ela será levada para um lugar onde será cuidada e pagara pelos pecados que cometeu, quando estiver limpa, será encaminhada ao "paraíso".

- Mas e que... - não consegui terminar o meu raciocínio, pois, ouvi um grito alto e ao me virar para o lado de onde vinha o som, vi o pessoal chegando para o enterro e o espírito de Alyce em volta, desesperada tentando falar com as pessoas.

- O que esta acontecendo? - perguntei em baixo, bem assustada com a cena que eu estava presenciando.

- Não e obvio? Ela não aceita que morreu. Olhe ali.

Aquele homem que estava próximo da arvore começou a andar, chegando perto dela a tocando, fazendo com que ela ficasse quieta. Após trocarem algumas palavras, Alyce fez um movimento com sua cabeça, como se aceita-se algo, fazendo aquele cara a abraçar e sumirem.

- Para onde eles foram?

- Não sei, ela pode ter ido para um lugar bom, ou se ela foi muito ruim...

- Acho que entendi. - fiquei quieta olhando o fim do enterro.

Aos poucos o pessoal ia indo para suas casas.

- Querem companhia? - Drake perguntou ao se aproximar.

- Não precisa, obrigada. 

- Com licença. - ela falou ao começar a andar até onde a mãe da Alyce estava ajoelhada chorando. 

Fiquei a olhando se abaixar perto dela e falar algumas palavras antes de dar um longo abraço, fazendo com que a mulher se acalma-se e fosse levada pela família embora.

- O que essa sua amiga tem? - ele perguntou confuso ao ver que a “Mya” se mantinha ainda abaixada ali - Todo mundo tentou acalmar a mulher e ela fez isso numa facilidade enorme.

- Se ela fez isso só agora. Deve ter um motivo.

Assim que ela voltou para perto, resolvi perguntar.

- O que você falou para ela Mya?

- Apenas a coisa certa. - suspirou olhando para o céu - E uma coisa linda, não? 

- Sua amiga e meio doidinha. - Drake disse ao me dar um beijo no rosto, ja que eu estava olhando para cima também - Fiquem bem.

- Você também. – respondi.

Assim que ele se afastou, ela virou seu rosto para mim. 

- O véu se fecha.

- O que isso quer dizer? - perguntei confusa - Ué, cadê aqueles espíritos todos?

- Ainda estão aqui, só coloquei o seu véu de novo, para que não os visse mais. - explicou - Pois, se continuar os vendo, poderá acabar se passando por louca.

- E melhor mesmo então. 

Passei o resto do dia andando com ela, só voltando para casa no começo da noite, por eu estar cansada e faminta.

- Hoje, eu servirei o seu banquete. - ela disse alegre voltando à forma de Taeyeon.

- E você sabe cozinhar?

- Mas e claro que não. - puxou a cadeira para que eu me senta-se.

- Então, vai fazer o que?

- Isso! - bateu palma e a mesa se encheu de comida - Espero que esteja tudo de seu agrado.

- Se eu soubesse que você podia fazer isso, não teria feito comida por todo esse tempo. – brinquei.

- Só que se não fosse por isso, eu não saberia como são algumas das comidas que trouxe para você.

Olhei novamente a mesa, e algumas delas eram coisas que tinha deixado para ela comer.

- Você só sabe fazer as coisas que já comeu, e isso? - perguntei pegando um pedaço de frango.

- Sim, e um jeito de eu aprender: provando algo. E como não sei ainda de tudo do que você gosta, trouxe todas as comidas que conheço.

- E esta ótimo! – sorri ao prova-lo, mas fiquei seria logo em seguida ao notar algo ali no meio dos pratos - Só que isso, você pode eliminar para sempre. - apontei para ele.

- Por que, não gosta disso? - perguntou sem entender.

- Gostar eu gosto, só não quando ele esta estragado. Onde você comeu isso?

- Minha terceira dona, só me dava isso para comer. – falou.

- Ela de tava comida estragada? - olhei perplexa para ela.

- Sim, dizia que isso era o máximo que me daria de comer enquanto eu fosse o escravo dela. 

- Escravo? - perguntei sem entender.

- Sim, ela me tratava como um, além de que para ela, eu era um menino. 

- Acho que entendi. - passei a olhar o resto das coisas, separando em um canto da mesa - Essas coisas aqui, suma com elas e nunca mais as traga.

- Sim. - ela fez um sinal com a cabeça, fazendo elas desaparecerem - Mais alguma coisa?

- Sim, sente-se e coma comigo.

- Quer que eu coma junto com você? - ela parecia não acreditar.

- Sim, por favor. - puxei a cadeira próximo a mim - Aqui, do meu lado.

- Se e isso que você deseja. - sorriu ao fazer o que eu tinha lhe pedido.

Enquanto estávamos jantando, olhei para ela, e uma duvida surgiu em minha mente.

- Tem certeza que você quer saber disso? - ela perguntou olhando para mim.

- Bem, sim. Quero saber como você e sem estar como "Taeyeon". – falei.

- Esta bem.

Ela se levantou e seu corpo passou a se transformar em uma espécie de nevoa prateada.

- Nada atraente, né? - perguntou ao voltar a forma anterior.

- Achei bonita a sua cor. - respondi - Mas, ainda prefiro você assim. 

- Também prefiro - sorriu -, já que e como a minha dona gosta.

- Sem essa de dona, por favor. - pedi ao mostrar a cicatriz - No máximo, esposa.

- Esta bem, minha esposa. - disse ao voltar a comer.

- E a propósito, na sua forma original, você e homem ou mulher?

- Eu não possuo um sexo. Quem decide isso e o dono do diário, nesse caso, você.

- Deve ser estranho isso, não saber o que você e.

- Para mim não, já que fui criada assim. Mas, se for para contar todos os meus copos que já possui, eu seria uma mulher.

- E alguma pessoa já fez aqueles testes com você?

- Não, você foi a primeira a fazer isso comigo. E também, a primeira que me permitiu sentir prazer.

- Vou permitir que senta varias coisas ainda. – sorri – Só que depois falaremos disso, pois, quero provar todos esses pratos que você trouxe.

A comida trazida por ela estava deliciosa e por algum motivo, parecia nunca acabar.

- Já estou satisfeita. - falei me afastando um pouco da mesa.

- Então, vou tirar elas daqui. - fez um aceno com a mão, fazendo tudo aquilo desaparecer.

- Gostei disso, sem louça para lavar. - sorri ao me levantar - Me acompanhe, por favor.

- Para onde? - perguntou se levantando também.

- Tomar um bom banho. Pois, não estou a fim de dormir desse jeito.

Após o banho, acabei apagando no seu colo. Aquela cena voltaria a se repetir nos dias seguintes, enquanto a loja estava fechada por causa do luto.

Uns nove dias se passaram desde o acidente, e recebi a ligação falando que voltaríamos as atividades no próximo dia.

- Você tem mesmo que voltar? - ela me perguntou triste assim que dei a noticia a ela.

- Infelizmente sim. - respondi – Pois, senão posso acabar sendo jogada para fora dessa casa, por não pagar as contas.

- Se esse for o problema, eu arrumo o ouro para você. - me abraçou quando voltei para cama.

- Ouro? Não acha um pouco exagerado? – ri.

- Posso te dar tudo que você quiser, ouro, prata, pedras preciosas. - estalou seus dedos, fazendo o quarto se encher com tudo o que tinha falado - E todo seu.

- Agradeço a sua proposta, mas, como eu iria explicar a origem disso tudo? E melhor continuarmos como sempre foi. E também, não quero deixar o meu trabalho.

- Se e assim que você quer. – falou triste ao acenar com uma das mãos, retirando tudo dali - Eu só queria ajuda-la.

- Eu sei, e agradeço por isso. - lhe dei um beijo rápido - Só que, podemos parar de falar sobre isso? Pois, como e meu último dia de folga, acho que podemos aproveita-lo melhor sem toda essa roupa, se e que me entende.

- Sim, eu te entendo. – sorriu.


[...]


Depois de ter acordado e cuidado da minha Taeyeon, sai para o trabalho ao qual estranhei ao chegar. Pois, a porta estava semiaberta.

- Ola, tem alguém ai dentro? - perguntei ao chegar mais perto, recebendo o silêncio em troca.

"Será que alguém arrombou a loja nesses dias?" - pensei ao olhar lá para dentro - "Aonde esta esse pessoal que não chega?"

Após alguns momentos esperando, Drake e o outro garoto apareceram.

- Oi Fany, o que faz ai? – ele me perguntou.

- Esperando. – respondi.

- E por que não entrou? - o outro garoto perguntou ao ver a situação da porta.

- Eu até iria, só que, chamei para ver se tinha alguém ai e ninguém respondeu.

Drake se aproximou e após fazer o mesmo que eu e não obter resposta abriu o resto da porta e entrou, seguido pelo outro garoto.

- Espere aqui. - falou para mim ao entrar na parte de trás.

Fiquei vigiando o local, tudo parecia bem limpo após aquilo. Pois, não se via ou sentia o cheiro de morte ali e o mostruário tinha sido trocado.

Aos poucos, as outras garotas chegaram e ficavam paradas ao lado de fora, esperando os garotos voltarem dali de dentro.

Eu já estava preocupada com aquela demora deles. Juntei coragem e resolvi entrar para ver o que estava acontecendo, foi quando Drake apareceu e pediu para que entrássemos.

- O que aconteceu? Por que demoraram tanto? – perguntei.

- Nada demais, só que foi difícil acordar o chefe. - respondeu - Ele estava cochilando na parte da técnica.

Quando todo mundo entrou, o nosso chefe falou algumas palavras para nós e se retirou, começando assim a nossa volta ao trabalho.

O dia corria de um jeito estranho, não só por causa da ausência que era sentida da Alyce, mas também, pelo comportamento do nosso chefe que estava diferente, pois, ele parecia mais serio naquele dia.

Tentei ler a mente do pessoal, para tentar descobrir alguma coisa, só que todos estavam mais confusos do que eu e foi ai que descobri algo sobre meu chefe, eu não conseguia ler os seus pensamentos.

"Será que ele e uma daquelas pessoas que a Taeyeon falou?" - pensei ao vê-lo caminhar até a entrada da loja, levando uma plaquinha nas mãos.

Quando ele voltou, esboçou um sorriso para mim e sumiu ao passar pela porta.

Horas já tinham se passado e resolvi ir até a sua sala. Lá chegando, a porta se encontrava aberta e ele estava olhando alguns papeis.

- O que deseja Stephanie? - perguntou sem tirar os olhos do que lia.

- Eu vim ver se o senhor esta bem.

- Estou, na medida do possível. Mas, e você, como esta? - olhou para mim.

- Igual. - senti uma presença bem poderosa ali, como nunca senti antes, parecia que podia me esmagar como um inseto a qualquer momento - E que eu estou saindo para o meu horário de almoço, e queria saber se quer que eu lhe traga algo para comer?

- Muito legal da sua parte fazer isso. - sorriu - Se puder me trazer o almoço e a sobremesa, ficarei grato. Já que hoje, eu não poderei sair até terminar com esses papeis.

- Se precisar de uma mão, pode me chamar.

- Agradeço a sua oferta, mas, terei que fazer isso sozinho. Agora vai.

- Sim senhor. - ao chegar próximo à porta, me virei novamente para ele - Desculpe, eu me esqueci de perguntar o que o senhor quer que eu lhe traga?

Ele me olhou pensativo, foi onde tentei novamente ler os seus pensamentos, mas, novamente eu não consegui.

- Me traga o mesmo que você pedir. – sorriu.

- Esta bem, logo eu estarei de volta. - disse ao sair.

Enquanto me afastava da loja, tentava entender esse dia estranho que eu estava tendo. Por que eu não conseguia ler a mente dele e de quem, ou do que era aquele poder todo que senti na sala?




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