Durante o restante do dia, sentia aquela presença ali, sendo mais forte quando meu chefe estava por perto.
"Não pode ser ele, pois senão, eu já teria sentido isso antes." - pensava ao vê-lo andar até a entrada da loja - "Tem algo de muito estranho aqui, e eu vou descobrir o que e."
Fazia o meu trabalho e quando tinha uma folga, tentava fazer algum tipo de contato com essa energia, mas não obtinha resposta.
"Espero que a Tae possa me ajudar nisso." - olhei para o relógio - "E logo irei saber isso."
Algumas horas depois estava indo para casa, morrendo de curiosidade sobre tudo o que tinha acontecido.
- Taeyeon, eu preciso que você me ajude em algo. - pedi assim que a vi.
- Será um prazer ajuda-la. No que eu posso ser útil?
Contei a ela sobre o que aconteceu durante o dia, ao qual ela ficou seria me olhando.
- Então, você pode me ajudar a descobrir o que e isso? – perguntei.
- Posso tentar, pois se for tão poderoso assim como você diz, posso ter problemas se ficar muito tempo perto.
- Que tipo de problemas? – perguntei curiosa.
- Vai que ele não goste de mim e me destrua? - falou em um tom preocupado.
- Não pensei nisso. - falei ao abraça-la - Não precisa fazer mais isso, não quero que se arrisque a esse ponto.
- Mas, você ira ficar curiosa?
- Prefiro isso a te perder. - dei um beijo rápido em seus lábios - Sua segurança e mais importante para mim do que qualquer outra coisa, pois, eu te amo.
- Me ama? - me olhou confusa.
- Sim, ainda não percebeu? - olhei em seus olhos - Posso te provar, caso ainda esteja em duvida.
- E como você vai fazer... – não dei tempo para que terminasse e a puxei para outro beijo.
- Esta convencida agora, ou vou ter que te beijar de novo?
- Acho que se você me explicar de novo, eu possa me convencer. - sorriu de lado.
- Esta bem, só que não aqui. - passei a puxa-la até chegarmos ao quarto, onde passei boa parte da noite "agradando" ela, até que eu acabei desmaiando de cansaço.
Ao acordar, ela não estava ao meu lado.
- Taeyeon? – a chamei olhando envolta pelo quarto - Onde você esta?
- Aqui, minha esposa. - ouvi sua voz vindo atrás de mim, me virando imediatamente.
- Você não estava ai antes.
- E que eu estava preparando algo para o seu café da manhã. – sorriu.
- Vou ficar mal acostumada assim. - brinquei - Não tem nada estragado lá no meio, né?
- Acho que não. - coçou sua cabeça – Eu preciso aprender a diferenciar essas coisas ainda.
- Vamos lá ver então. - falei me cobrindo com um roupão - Se tiver, eu te ensino.
Após uma boa olhada nas comidas, constatei que tudo estava bom, tanto que foi o café da manhã onde mais comi na minha vida, além dela tentar me convencer a ir junto comigo.
- Você consegue se virar sozinha hoje? - perguntei ao me levantar - Pois, estou meio atrasada.
- Acho que sobrevivo. - respondeu meio desanimada, fazendo as coisas sumirem.
- Prometo que irei te recompensar depois. - dei um beijo rápido nela e corri para me vestir, aproveitando para pegar o diário e guarda-lo na minha bolsa.
- Você vai me levar para o trabalho hoje? - perguntou animada ao aparecer na cama.
- Se você ficar invisível e não se meter em confusão. - olhei seria para ela.
- Irei ser discreta. - abaixou sua cabeça.
- Ótimo, e estou a levando mais para estuda-lo um pouco mais, já que faz tempo que não o leio.
- E só me perguntar, que eu irei lhe responder.
- Como vou perguntar algo, se eu não sei o que quero saber? - fechei a bolsa - Agora, modo fantasma, nos falaremos via pensamentos.
- Esta bem. - disse ao sumir.
Fui conversando com ela mentalmente até chegarmos à loja, onde após alguns segundos em silêncio, ouvi dela.
- (Não vejo nada aqui.)
- "Mas, se aparecer algo que possa ser perigoso para você, ache algum lugar onde possa se proteger." – ordenei.
- (Pode deixar, eu irei.)
Comecei a arrumar o meu canto e estranhamente, não sentia aquela energia de ontem, e o pessoal parecia estar mais focado no trabalho naquele dia.
- Esta atrasada! - uma mulher de uns 30, 35 anos falou seria ao me ver.
- Atrasada? - olhei para o relógio - Um minuto apenas, nem clientes tem ainda.
- Não me interessa, era para estar aqui na hora! - disse nervosa - Por isso, terá o seu salário descontado.
- Por um misero minuto? - perguntei sem entender.
- E por estar faltando com respeito a sua patroa. - deu ênfase a “sua patroa” - E por causa disso, esta demitida.
- Demitida? - a olhei pensativa - Só que, tem uma coisa que você deve saber antes de fazer isso.
- E o que seria?
- Que eu sou funcionaria do seu pai, não sua. - a provoquei - Então, e ele que tem que decidir isso, não você. Vai esquentar banco e me deixe trabalhar em paz.
A ouvi bufar de raiva enquanto eu ia para a parte de trás, para guardar as minhas coisas.
- (Isso não pode te dar algum problema?) - ouvi Taeyeon perguntar mentalmente a mim.
- "Poderia, se eu não tivesse poder para evitar isso, não é mesmo?" - sorri ao me virar para o lado onde senti a sua presença - "Ela não ira fazer nada contra mim, entendeu?"
- (Sim, e considere como realizado.)
Aquele foi um dia tenso de trabalho, já que ela ficou encima de mim, tentando achar qualquer coisa para voltar a implicar comigo, tanto que fui à última a sair para o almoço.
- Como pode uma pessoa chata dessa ser filha de um homem tão legal? - perguntei a mim mesma ao já estar um pouco afastada da loja.
- (Desculpe, mas eu não sei responder isso.)
- Não era uma pergunta para você. - ri - Estava apenas pensando alto. E pode aparecer agora. - disse ao entrar em um beco para cortar caminho.
- Mesmo assim, posso te ajudar com ela. A tirando do seu caminho, caso queira. - falou ao aparecer do meu lado – Ou, faze-la desaparecer para sempre.
- Não precisa de tudo isso. Só quero que ela não me encha, já ficaria muito feliz se isso acontece-se.
- Então, vou manter ela longe de você.
- Obrigada. - sorri – E por isso que eu te amo.
Entramos no restaurante e sentamos em uma das mesas, ao qual fiz o pedido para nos duas, e quando esperávamos, peguei o diário e passei a folhea-lo.
- Tem algo que eu queria lhe perguntar já faz um tempo. – falei enquanto procurava a página certa.
- E o que seria? - ela se inclinar para o meu lado.
- Aqui - mostrei a página negra para ela -, por que essa pagina esta assim? Antes ela era igual às outras.
- Alguém deve ter pedido para um de meus irmãos inutilizar essa página. - disse a olhando.
- Tem como saber o motivo ou qual deles foi? - perguntei curiosa.
- Quem foi eu posso saber, já o motivo, eu não garanto. - respondeu - Pois, não podemos revelar certas coisas dos humanos ao qual servimos.
- Bem, isso já e um começo. Veja o que consegue.
- Esta bem. – disse ao olhar para os lados antes de começar a falar algumas palavras desconhecidas para mim.
A página passou a ficar num tom cinza metálico, como se fosse uma fina chapa de ferro com um símbolo negro gravado nele.
- O que isso significa? - perguntei baixo para ela, ao apontar para o símbolo.
- Essa e a marca do meu irmão mais velho. - respondeu seria.
- Tem como você fazer essa página voltar ao normal?
- Infelizmente não, pois, não posso ir contra a sua autoridade. - tocou a página com o dedo, fazendo aquele símbolo sumir. - me desculpe.
- Esta tudo bem. - fechei o diário ao ver que a nossa comida estava chegando - E a propósito, você esta onde no meio dos seus irmãos?
- Como assim?
- Você é uma das mais velhas, do meio ou um dos caçulas? – perguntei.
- Ah, sou a mais nova. - respondeu - O símbolo que você viu, era o do primeiro de nos que foi criado.
- Que sorte a minha - sorri -, peguei a novinha gostosa.
- Nem tão nova assim. - sorriu também.
- Aliás, quantos anos você tem? Isso e, se eu não estiver sendo indelicada em perguntar.
- Desde que fui criada e presa ao diário, já faz 54 anos.
- Com rostinho e corpo de 17. – falei.
- Graças a você, que me fez assim. – sorriu.
- E vou deixa-lo em você, não estou preparada ainda para pegar uma coroa. - ri – Mas, e seus irmãos mais velhos, qual a idade deles?
- O mais velho tem 57 e os demais 56 e 55. Como fui à última a ser escrita, então sou a mais nova. - puxou o diário para o meio da mesa - Além de menor, e mais bonita que eles.
- Não tenho duvidas que seja a mais bonita. - toquei sua mão.
Quando terminamos, ela passou a prestar atenção no que eu fazia ao pagar a conta e saímos dali, voltando para a loja, só que acabei parando enfrente a uma banca de jornais, pois uma matéria chamou a minha atenção.
- ‘Cinco pessoas são encontradas mortas em um terreno abandonado. Policia ainda procura o assassino!` - olhei assustada para a Taeyeon, apontando para a foto do local - Isso é a algumas quadras daqui, será que corremos algum tipo de perigo?
- Se depender de mim, nenhum. Você esta segura comigo. - tocou meu ombro – Eu não deixarei nada de mal acontecer com você.
- Espero que não mesmo. - disse ao voltar a andar, entrando no beco - Acho bom você voltar a virar fantasma.
- Esta bem. Mas, se não se importar, eu gostaria de ficar dentro do diário. - pediu - Pois, caso a tal presença apareça, terei alguma segurança contra ela.
- Esta bem, só que esteja pronta para me proteger, caso eu precise.
- Aparecerei na hora para salva-la, não se preocupe.
- Então, vai. - dei um beijo rápido nela, a fazendo sumir.
Ao chegar à loja, a filha do meu chefe estava fuçando na parte onde eu ficava.
- Procurando por algo? - perguntei ao me aproximar, a fazendo pular de susto.
- E se eu estiver, qual e o problema? - me olhou de cima abaixo.
- Nenhum, só ia dizer que as coisas boas estão guardadas na última gaveta. - respondi indo guardar a minha bolsa.
- Ela esta trancada! - a ouvi reclamar.
- E claro que esta, são ordens do meu patrão. - sorri debochada para ela ao mostrar a pequena chave em minhas mãos - E só ele que pode me mandar destrancar essa gaveta.
- Eu posso fazer você ser demitida por isso, sabia?
- Pelo que exatamente? Por ser fiel e seguir as ordens do meu chefe? - passei a andar lentamente em sua direção.
- Onde esta fazendo isso? Pois até agora não fez nada do que eu ordenei, como os outros fizeram.
- Se eles fizeram ao e um problema deles, não o meu. Pois, desde que eu trabalho aqui, não é assim que as coisas funcionam. - sorri - Não é mesmo chefe?
- Realmente, não é assim mesmo. - a voz séria dele a deixou pálida.
- Oi pai... - sua voz saiu tremula ao se virar para ele - Era para o senhor estar descansando.
- E eu estava, até que um passarinho verde veio me contar das coisas que você estava aprontando por aqui.
- Acho que já sei quem. - olhou com ódio para mim.
- Não foi ela. E você e eu, teremos uma conversa bem seria agora - apontou para a porta que levava a parte de trás -, para a minha sala, agora.
- Mas pai...
- Sem reclamar, e como você mesma disse: e uma ordem! - e se virou para mim - Já quando a você Stephanie, faça o favor de voltar ao trabalho.
- Sim senhor. - respondi ao voltar para o meu canto.
Após algumas horas, os dois voltaram, só que, ela foi em direção a entrada onde entrou em um carro e foi embora, enquanto ele foi até onde eu estava.
- Acho que eu te devo desculpas por isso. – falou.
- Não chefe, esta tudo bem. - sorri - Fico feliz que tudo tenha voltado ao normal.
- Nem tanto. - olhou envolta, falando baixo em seguida - Abra a gaveta, por favor.
Fiz o que ele tinha pedido, revelando alguns doces, ao qual peguei a menor.
- Esta aqui. - dei a ele.
- Esta brincando comigo, né? - olhou para ela.
- Não, pois o senhor me prometeu que iria cuidar da saúde, então, um pequeno hoje para você.
- Só que isso e minúsculo Stephanie.
- Descontei as horas de atraso. – brinquei.
- Esta certo. - riu - Bem, vou falar com os demais, se me der licença.
- Fique a vontade chefe.
Assim que ele terminou de falar com todos, ele foi para a sua sala, onde minutos depois, voltei a sentir aquela presença.
- (E essa a tal energia que tinha mencionado?) - ouvi Taeyeon perguntar em minha mente.
- "Sim, só que hoje ela esta mais fraca." - respondi mentalmente ao ir atender um cliente - "Estou desconfiando que tem algo a ver com o meu chefe."
- (Eu irei dar uma olhada, para ver o que descubro.)
- "Ok, tome cuidado."
Me distrai por um momento, mostrando os aparelhos para o cliente que quase levei um susto ao ouvir a Taeyeon falar.
- (Tem algo grande aqui, só que não o achei.)
- "Como não? Se e grande, deveria ser fácil de achar, não?"
- (O que tem aqui sabe se ocultar, e isso e perigoso.) – ela parecia bem assustada.
- "Você acha que o meu chefe pode ter ligação com isso?" - pensei ao levar o celular para concretizar a venda.
- (E bem capaz, já que ele só apareceu quando o mesmo chegou. E me desculpe, mas irei obedecer ao recado que recebi desse ser.)
- "Que recado?"
- (Ficar quietinha no meu canto, com você. E não chegar mais perto, senão...) - ela ficou quieta.
- "Ele te destrói?" - perguntei preocupada.
- (Ele não disse essas palavras, mas deu a entender isso.)
- "Bem, fique então junto a mim, assim não correra mais risco. Pois, não quero lhe perder." – pedi.
- (Pode deixar, eu não sairei do seu lado.)
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