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História O diário medíocre de uma garota desocupada - Correndo no Mato.


Escrita por: Naty_Vic

Notas do Autor


Oi pessoas
Boa leitura :)

Capítulo 11 - Correndo no Mato.


Querido, não tão querido, diário...

 

 

O ônibus de viagem saía da cidade. Diário, eu admito, eu estava muito ansiosa para a corrida de orientação. Eu finalmente faria algo diferente do que coçar o dia inteiro.

Estava como uma criança feliz perto das janelas, enquanto Iris lia um livro. 

 

- Olha lá! - puxei a trança dela, talvez pela décima vez. -  Outro pedágio que não pagamos! 

 

Ela cerrou os olhos.

 

- Isso é bem comum Lilly, geralmente essas atividades escolares já são pagas.  - e ela repetiu, talvez pela décima vez também. 

 

Acenei e voltei a prestar atenção em todos os detalhes da estrada. Só haviam árvores, um posto de gasolina estilo aqueles de filmes de terror onde a qualquer momento uma velha vai apontar o dedo pra você e te aconselhar a não se afastar muito; e mais árvores.

Já estava ficando um tédio. Ninguém parecia realmente animado com a viagem. Esbocei um sorriso ao ter uma ideia.

 

- O Natanael roubou pão, na casa do João. O Natanael roubou pão, na casa do João. Foi você Natanael? - batia palmas, cantando na melodia alto.

 

Mas tudo o que eu consegui foi um olhar de desdém de todo mundo. Eu me encolhi um pouco na minha poltrona, olhando para baixo. Poxa galera... 

Era uma pena o Natanael estar dormindo. 

 

 

Não se passou muito tempo, e eu senti o ônibus parando. 

Tínhamos chegado. Mal pude me conter, olhei pra Iris e bati palminhas. Ela negou com a cabeça, mas sorriu de volta. Os alunos começaram a descer, pegando suas coisas. Nós não fomos diferentes, pegamos nossas mochilas. 

Como os professores haviam chegado antes, tudo parecia preparado para a nossa chegada. Haviam algumas bolachinhas e alguns chás em uma mesa, para o desjejum. Fui a última a descer do ônibus, mas em compensação, fui a primeira na fila da comida. Aquele ditado: “Os últimos serão os primeiros” , nunca fez tanto sentido. Tá certo que eu derrubei uma menina enquanto corria até a mesa, mas isso foi um pequeno detalhe. Enquanto Boris explicava as regras, – e a diretora me lançava um olhar bravo por ter pego quase todo o café – Faraize estava com as fichas de inscrições em mãos, para começar a formar as duplas. 

Assim que Boris terminou, Faraize passou a formar os pares.

Tudo era por preferencia, então não foi muito incomum ver amigos próximos fazendo dupla.  Eu só não entendi o porque deles terem deixado a Ambre, a Li e a Charlotte em trio... 

Faraize finalmente chamou minha atenção.

 

- Lilly... - olhei de prontidão, já sabendo quem era minha dupla, e no fundo, torcendo pra que Deus não o deixasse ter uma crise de histeria. - ...e Castiel.

 

O tomatão arqueou uma das sobrancelhas, sem descruzar os braços. Provavelmente pensando que algo de errado não estava certo... 

 

- Como assim?! - praticamente tomou o papel das mãos de Faraize. 

 

O leu indignado, e me lançou um olhar que desintegrou a minha alma.

 

- Sua. Cretina. Duas. Caras. - falou pausadamente, com um ódio profundo.

 

Antes que ele avançasse em mim e me estrangulá-se, Faraize recuperou o papel.

 

- S-senhor Castiel, comporte-se. - falou desajeitado, como sempre. - Junte-se a sua dupla e se prepare para a corrida. 

- Isso é ridículo! Você não tem esse direito! - tentou argumentar. - Esta não é a minha assinatura. Este não é o meu sobrenome. E pelo amor de Deus, o meu nome nem é Cassiano! - droga, eram bons argumentos. 

- Eu não repetirei. 

 

Ele levou as mãos a cabeça, puto da vida.

 

- Diz alguma coisa Lysandre! - bateu no ombro do amigo. 

- Hã? - ele pareceu despertar. - Ah, desculpa. Eu tava olhando aquele passarinho. 

- Quem vai ser sua dupla agora?! Será que você não pensa?! 

- Não penso. Reflito. Talvez isto seja uma obra do destino... e essa não é minha vez. 

- Ou talvez você não ache que isso seja obra de uma GAROTA LOUCA QUE FALSIFICA DOCUMENTOS?! - berrou as últimas frases. 

- Calma Castiel...

- Me acalmar?! Eu vou me acalmar quando calçar a porrada nessa sua cara! 

 

Ás vezes eu me pergunto como o Lysandre atura esse lado do Castiel de boa. Eu sei que ele é um cara da paz, mas mesmo assim...

Eu fiquei um pouco em dúvida se me aproximava ou não, mas fiquei feliz ao ver que Castiel veio até mim. Furioso. Mas veio. De certo o Lysandre havia passado a mão na cabeça dele e cantado uma musiquinha alegre. Ele aceitou fazer outra dupla sem nenhum problema.  

 

- Bom dia Cas...

- Bom dia o cassete. Cala essa boca. - foi curto e grosso. 

 

Ok né.

Algumas duplas ainda terminavam de se arrumar. A Iris ficou com a Violet. A Melody com a Bia. E assim por diante, seguindo dos outros alunos. Apenas Natanael ficou com uma dupla diferente. Ao que parecia havia um visitante de intercambio aquele dia, e Nath o faria companhia. Não deixei de notar o olhar que ele lançou na direção em que estávamos. Cheio de ciúmes. Do Castiel é claro... Eles tinham um relacionamento muito conturbado. 

Boris retomou novamente as regras da corrida, antes de entrarmos na mata. Ele nos deu um mapa, e então, abriu o caminho. Ao longo da estrada encontraríamos instrutores.

Achei que seria perda de tempo usar o mapa, afinal seguiríamos uma trilha, então não me importei de amassá-lo e jogá-lo na natureza. De nada natureza.   

 

Eu e Castiel não trocamos muitas palavras durante o percurso até a primeira prova da corrida. Segundo ele, ele estava muito concentrado em não me dar um mata-leão, então era bom eu colaborar com o silencio. Não muito longe dali eu avistei uma figura alta. A princípio pensei ser o Slender Man talvez mais bronzeado. Não podia ignorar o fato de que estávamos numa floresta!

Mas era só o Dajan. E ele não ficou muito alegre em me ver.

 

- Hum... - me olhou de rabo de olho – Jéssica...- cerrou os olhos, sarcástico. 

- Jéssica?

- Longa história. - sussurrei para Cast.

- Para a primeira prova vocês vão precisar encontrar os seguintes objetos requeridos nesta lista. - Dajan começou a explicar, nos entregando uma folha. 

 

Eu peguei e comecei a ler.

 

- Todos os itens estão espalhados por todo esse espaço cercado. Assim que encontrarem tudo, Faraize vai estar os esperando ao fim daquela estrada. - apontou. 

- Entendi tudo! Rápido Castiel! Precisamos ganhar a competição! - e eu o puxei pelo braço desesperada e correndo.

 

O Dajan me lançou aquele típico olhar de desdém. Eu juro que pensei ter ouvido ele dizer: “Menina doida.”

Castiel se soltou de mim bruscamente, mas eu nem liguei. Estava me acostumando com aquele jeito insuportável dele. Todo mundo já começava a procurar os itens. 

 

- O que diz aí? - ele perguntou nem um pouco interessado. 

- Nós precisamos de algo brilhante, algo feito pelo homem, a digital de alguma planta e uma pegada de animal. - citei. 

 

Nesse instante Castiel tirou uma folha de caderno de sua bolsa, e pediu para mim dar uma pisada. Eu ri, mas então percebi que não havia nem um indício de ironia na face dele. 

Desgraçado. 

E eu pisei né. Porque sou idiota. 

 

Depois saímos a procura da digital de uma planta. O que não fazia sentido pra mim. Castiel também não ajudou muito, ele disse que ia procurar outras coisas, mas eu tenho certeza que ele se sentou perto de um tronco e ficou vadiando.

Avistei Peggy e Kim e me aproximei delas. 

 

- Olá meninas. Alguma de vocês tem ideia de como eu consigo a digital de uma planta? Porque eu tenho certeza que chegar com um mandado criminal não resolveria nada. - e ri sozinha. Ainda bem que elas estavam aceitando meu jeito. 

- Por favor Lilly. Pense. - Peggy estendeu um potinho muito parecido com pó compacto, com algum tipo de pó branco dentro.

- Hã... Não obrigada. Eu não curto esse tipo de coisa. 

- Isso é pó de arroz sua abestada! - me deu um tapa na testa. - Veja isso.

Kim havia recolhido uma folha seca entre as que estavam no chão, e Peggy deu uma batidinha de pó na mesma. Depois de assoprar um pouco, eu pude ver todas as “articulações” dela. 

 

- Oh... - entendi. - Você pode me emprestar isso?

- De jeito nenhum! Agora procure algo pra você! 

- Caramba Peggy... Que maldade. 

- A vida é injusta. Você queria o que? 

 

Soltei um “hunf”, e fui procurar outra coisa. 

Será que eles aceitariam o desenho de uma flor? Eu só ia precisar espalhar umas pétalas dos lados e tudo mais... E então senti um tapa “carinhoso” de Castiel no topo da minha cabeça, me fazendo cair pra trás.

 

- Ai! 

- Eu achei a digital. - e soltou a folha, a deixando cair no meu colo. 

- São só um monte de rabiscos... 

- É a casca de uma arvore. 

 

Só aí eu percebi. 

 

- Puxa... você pensou nisso sozinho?

- Claro que não. Eu vi a Iris fazendo e resolvi copiar. Se formos rápidos e entregarmos antes que ela, elas serão as plagiadoras. 

- Tem razão. 

 

Me levantei depressa, lembrando os dois últimos itens. Algo brilhante e algo fabricado pelo homem. Eu corri até próxima de um amontoado de lixo que havia encontrado atrás de alguns arbustos. Jurava que havia visto algo brilhante ali.

 

- Virou sucateira agora? - Castiel indagou ao me ver abrindo entre as folhas. - Você não vai encontrar nada além de comida barata e cocô de capivara aqui. 

- Ao invés de reclamar e encher o saco, por que você não procura a outra coisa, ein Castiel? Até parece a minha avó. 

 

Dei uma risadinha despreocupada. E aí aquele vadio me empurrou para a frente, enfiando minha cara entre os arbustos.

 

- Sua cadela! Eu não pedi pra fazer dupla com você!

 

Normalmente eu choraria, já que alguns espinhos ralaram o meu rosto, mas daquela vez, eu realmente avistei algo brilhante ali dentro. 

 

- Castiel! Não pare! Acho que vi alguma coisa reluzente. 

- Eu poderia fazer isso um dia inteiro, você sabe disso. - ainda segurava a minha cabeça entre o mato. Filho da... 

 

Enfiei minha mão mais a fundo, alcançando aquele tipo de plástico, e consegui tocar.

 

- Consegui! - disse puxando, totalmente vitoriosa. 

 

E era uma embalagem de preservativo usada. 

 

- ECA! - joguei longe. 

 

Que tipo de pessoa fazia sexo num lugar daqueles?! Meu Deus do céu! 

 

- Espera Lilly. - ele disse mais calmo, com sua incrível habilidade de mudar de humor drasticamente. -  Essa embalagem é prateada. 

 

Era verdade. Era tão brilhante que até ofuscava os olhos. 

 

- Também é algo fabricado pelo homem. - completei, pensando bem.

- Ótimo, estarei te esperando com o Faraize. - fez questão de se livrar da tarefa de tocar naquela coisa.

- Ei!

 

Quando nos aproximamos de Faraize, todos pareciam olhar para nós. Me senti um máximo. A rainha do camarote... 

 

- Adeus otários! - comentei, e senti um pontapé de Castiel no meu tornozelo. 

 

Entregamos tudo ao Faraize, e ele começou a analisar nossos itens. 

 

- O que é isso? - mostrou a folha com a minha pegada.

- Uma pegada de animal. - Cast disse na maior naturalidade do mundo.

 

Faraize nos lançou aquela expressão de: “Vocês só podem estar de sacanagem com a minha cara.”, mas logo a guardou na caixa escrito “Pegadas”.  

Fiquei em dúvida se me sentia ofendida ou não. 

Depois ele pegou o preservativo. Fez uma negação com a cabeça.

 

- Continue sorrindo. - sussurei baixo para Cast. 

- Certo, e o objeto fabricado pelo homem? - colocou uma mão sobre o queixo. Acho que de mim ele já não esperava mais nada. 

- O preservativo vale por dois. 

- Nós exigimos quatro objetos.

- Mas você aceitou a minha pegada. O que já é bem no-sense.

 

Ele cerrou os olhos.

 

- Eu sou o adulto aqui queridinha. 

 

Bufei. Meus pais também sempre usavam aquela desculpa. Até que olhei para Castiel e reparei em algo.

 

- Que volume é esse nas suas calças?

 

Ele arqueou uma sobrancelha, e olhou para baixo um tanto sem graça. E quando ele se distraiu, peguei a chave dele no bolso traseiro. 

 

- Prontinho professor Faraize. 

- Ei! Essa é a chave de casa! 

- Castiel. Deus quis que fosse assim... 

- E por acaso ele vai arrombar a porta pra mim quando eu voltar?! 

 

Ele tentou pegar de volta, mas eu o impedi. Dei a velha desculpa de que tudo se resolveria no fim. Só faltou ele me jogar da ribanceira... 

 

- Agora me deem as mãos, eu... - e quando procurou por algo no bolso, percebeu que estavam vazios. - Puxa, eu jurava que o carimbo estava aqui...

- Carimbo?

- Pra vocês passarem para a próxima prova vão precisar estar com as mãos carimbadas.

- Alguém mais entregou tudo, além de nós? - Castiel pensou logicamente. Algo raro de se ver. 

- Ambre e suas amigas... Mas eu lembro de ter colocado no bolso...

 

Já vi que estava pra conhecer professor mais tonto que Faraize. Enganado por Ambre e companhia? Que burrice... 

 

- Você bem que podia dar um desconto pra gente. - o ruivo falso falou, colocando uma mão na cintura. Acho que planejando seduzir Faraize com aquele corpinho de maromba. 

- Se eu deixar vocês passarem todos vão querer.

- Não se preocupe professor. Não há nada que esses olhos não achem! - apontei a mim mesma – Castiel, vamos! - bati palmas, o chamando.

 

Ele rolou os olhos e se escorou numa arvore, me desejando uma boa busca. O melhor parceiro de buscas que já tive. Eu não desistia fácil, então procurei em lugares óbvios. A Ambre não tinha muitos neurônios  mesmo...

Pensei ter visto algo dentro do córrego, e me curvei de leve, para ver melhor. 

De repente, senti alguém me sarrando por trás. Me virei assustada.

 

- Mas que porra é...

 

Mas me calei ao ver o rosto de Dake. Ele estava bem bronzeado, e gato, como sempre. Achei que não nos veríamos tão cedo. 

 

- Com saudades? - ele perguntou com seu belo sorriso de lado.

- O que você tá fazendo aqui?! - fui direta, não o dando oportunidade de flertar. Ele riu.

- Boris é meu tio, lembra? Ele descolou uma das fichas de inscrição da corrida para mim.

- Ah...

 

Sem delongas, ele se aproximou muito de mim, me fazendo corar terrivelmente. 

 

- Mas então... - dizia baixo. - Por que você não abandona sua dupla e vem comigo? Tenho certeza de que pode me proporcionar coisas mais divertidas do que o loirinho. - apontou com a cabeça para Natanael, sem tirar os olhos de mim.  

 

Eu não consegui deixar de olhar para Natanael. Ele estava cercando um coelho e forçando ele a pisar na folha.

 

- Cassete de coelho. - o ouvi dizer irritado. 

 

Logo voltei as atenções a Dake.  

 

- O que me diz? - perguntou tentando segurar minha mão.

 

Como sempre, eu fico nervosa em situações assim e sempre digo a primeira bosta que invade minha mente.

 

- Acho que ouvi minha mãe me chamando. Tchau! 

 

Ele ergueu uma sobrancelha e eu saí correndo de perto dele. 

Convenhamos diário, eu fiquei com Dake e nada mais. Isso não significava que eu pretendia ficar com ele de novo, e nem que havia imaginado uma vida ao lado dele mais de uma vez. 

Continuei procurando o tal carimbo, até perceber que Íris e Violet terminavam de recolher os itens. Tratei de voltar até Castiel.

 

- Não achei o carimbo em lugar nenhum. - ergui as mãos, em sinal de desistência. 

- Já se passou pela sua cabeça alguma vez, a GRANDE possibilidade dele estar com a Ambre? 

 

Foi como se um balde de água fria fosse jogado em mim. Mas é claro! A vagabunda devia ter guardado no decote... 

Mas ela não ia sair ilesa. Quando eu a encontrasse... 

Pensando no futuro, tirei uma caneta do estojo.

 

- O tempo me deu chances de formular uma solução pro nosso problema Castiel. - coloquei uma mecha atrás da orelha, completamente confiante. - Quer ouvir?

- Não. Mas você vai dizer mesmo assim. 

- Exato. - respirei fundo, fazendo uma pausa dramática. - Eu vou falsificar o carimbo! 

 

Castiel começou a gargalhar. Ficou até sem ar... 

 

- Que loucura! - disse alto, depois de se acalmar. - As suas técnicas de falsificação são tão boas quanto as da Dora Aventureira. 

- Disse o garoto que está aqui de “livre e espontânea” vontade. - soltei a mitagem, surpreendendo até a mim mesma. Eu sou demais! 

 

Ele parou de rir na hora, voltando com sua expressão séria.

 

- Doente. - negou com a cabeça várias vezes. 

 

 

Me sentei à sombra de um tronco e me concentrei durante alguns minutos. Comecei desenhando um leve contorno, e depois repeti os movimentos. Resolvi colorir as bordas, para deixar mais realista. Depois olhei para minha arte, achando que estava incrível. “Que bosta eu tô fazendo?”, pensei assim que analisei melhor. 

Mas como estava na minha pose defensiva e na presença de um Castiel muito alterado, fiz o que faço de melhor. Mentir.

 

- E aí? Impressionado? - mostrei. Castiel agarrou meu pulso sem nenhuma delicadeza, e olhou de perto. 

- Essa não é a insignia da escola, é a insignia do clã Uchiha! - enfiou o dedo na minha cara. - E agora nós vamos perder por sua culpa. 

- Ah, relaxa. Ninguém vai notar. Agora deixa eu copiar em você. 

- De jeito nenhum. 

 

Puxei o braço dele sem nenhuma cerimonia. Ele continuou dizendo que não queria, mas o engraçado é que ele não tirou o braço dele em nenhum instante. Vai entender... 

Enfim, nós voltamos em direção ao Faraize. Sem carimbo e sem um pingo de vergonha na cara. Ele olhou primeiro para o meu rabisco, e depois para o Bob Esponja no pulso do Castiel. Achei que ele brigaria conosco ou diria a diretora – o que seria bem pior - , mas ele ergueu as sobrancelhas, como se estivesse sentindo muito pena de nós.  

Ele simplesmente tirou o bloqueio do caminho, e liberou a passagem. 

 

- Nunca desista dos seus sonhos. - deu dois tapinhas na minha cabeça. Ué... 

 

Bom, como o caminho estava livre eu aproveitei. Corri antes que Faraize mudasse de ideia. Castiel me acompanhou a contra gosto. 

 

- Eu disse que ia dar certo! 

- Ele deve ter considerado o esforço. - pensou alto. 

 

Ainda não sabia o que nos aguardaria para a próxima prova, mas estava mais confiante. Com certeza seria mais easy...

Vi Jade de longe, e dei um sorriso amarelo. Ele era maneiro... 

 

- É uma surpresa te ver por aqui. - falou ao me reconhecer. - Achei que eles não te deixariam entrar na floresta.       

- Cada um usa suas cartas. -  movi as mãos de maneira descontraída e o toquei no ombro. 

 

Rimos juntos, quase numa típica cena de seriado dos anos oitenta. Dês de quando havíamos ficado tão íntimos?  

 

- Você tem uns amigos... - Ouvi Castiel dizer baixo. Felizmente Jade nem pareceu notá-lo.

- A seguinte prova consiste em uma atividade de busca. - sorri com a palavra “busca” - Deixamos algumas letras espalhadas pelas árvores. Ao todo, existem cinco. O objetivo é encontrá-las e desvendar o anagrama. E assim que conseguirem, podem terminar o percurso da floresta e alcançar a chegada. 

 

Acenei diversas vezes, fingindo entender tudo perfeitamente. Eu só queria saber o que “anagrama” significava. O Jade era um abraçador de árvores, essas palavras com certeza deviam se manter longe do vocabulário dele.

 

- Podem ir. - liberou a passagem. 

 

Eu o lancei um sorriso, que foi logo retribuído, e então Castiel passou me atropelando. Ele usou a desculpa de que queria terminar aquilo logo e recuperar sua chave. Pobre humaninho...  

Decidimos começar pela área esquerda da floresta, onde havia um tronco. Ok, na verdade nós vimos a Kim e a Peggy encontrando algumas letras por lá e só repetimos a ação. 

Aquele tronco era enorme, então na minha cabeça, faria muito mais sentido se eu me abaixasse e passasse por baixo dele. Me arrastei pela fenda que o separava do chão, e logo vi Castiel dando a volta pelo outro lado. Droga! Por que eu não havia pensado naquilo?! 

Pra piorar, percebi que fiquei entalada na metade do caminho.

 

- Castiel... - disse baixo, me sentindo humilhada.

 

Ele se virou, já rindo da desgraça dos outros e colocando seu celular na minha cara. 

 

- Lá está ela. - imitava a voz do narrador do Animal Planet  - Em seu habitat natural... 

- Para com isso! - berrei, batendo na câmera. 

 

Ele se sentou no tronco, ainda achando aquilo hilário, e eu me senti levemente esmagada. 

 

- O bom de andar com você é a certeza de que mais cedo ou mais tarde alguma merda vai acontecer.  Agora eu tenho mais um meme seu pra usar no grupo da sala.

 

Eu era uma piada agora! Castiel tinha um álbum exclusivo em seu telefone com fotos e vídeos meus em momentos constrangedores. Ele disse que eu devia agradecer a ele, por estar me transformando em uma sub-celebridade. Geyse Arruda, Mc Melody, Inês Brasil... Todas começaram assim.

Em meio aos meus pedidos de socorro, percebi uma letra logo ao lado. Estava talhada num pedacinho de madeira. Peguei. Um “S”. 

 

- Achei! - berrei – Agora me tira daqui.

 

Ele realmente ficou surpreso com o meu feito. Fez sua típica cara de desagrado e pronunciou um “Foi pura sorte...”, logo me puxou com força e eu juro que senti metade da pele das minhas costas ficando para trás.  

 

- O-obrigada.- disse baixo.

- … Isso é uma lágrima? 

- Não. - a limpei rápido. - Vamos continuar. 

 

Depois de caminharmos a direção oposta aquela, e tentarmos roubar uma das letras da Iris e da Violet enquanto elas estavam distraídas, encontramos as outras quatro letras que estavam faltando. Nisso Castiel me explicou o que significava anagrama. Ele sabe ser um bom garoto quando quer. 

As outras duplas se juntavam para decifrar a palavra, então nós fizemos o mesmo. É verdade que todo mundo já estava na segunda etapa da prova. Apontei próxima a algumas árvores, onde havia sombra. E quando nos direcionávamos até lá, tive o desprazer de ver Ambre. Ela me lançou um olhar gélido ao me ver perto de Castiel. É mesmo, eu quase havia me esquecido dos sentimentos dela por ele. Fiz questão de esboçar um sorriso maldoso. Pensei em dar uma apalpada na bunda dele e gritar: “Essa cabrita já é minha”, mas tenho certeza que ele me mataria. Abordei algo mais normal. 

 

- Puxa, acho que um cisco entrou no meu olho. - falei, enfiando meu olho nele. 

- Se vira.- me afastou segurando minha testa, como se eu fosse asquerosa. 

- Não Castiel! - Droga, Ambre estava quase do nosso lado. - É só dar uma assoprada. - e pisquei para ele várias vezes, esperando que ele se tornasse cúmplice.

 

Uma pena ele ser lesado ás vezes. Ele arqueou as sobrancelhas e praticamente jogou uma jatada de air-soft na minha cara. Eu tapei meu olho, sentindo muita dor.

 

- Puta merda! Você cuspiu no meu olho! 

 

E ao invés de perguntar se eu ainda estava enxergando ele deu risada e saiu andando na frente. Ambre e companhia também riram da minha cara. 

 

- É estranho como algumas pessoas fazem de tudo para aparecer. - ela comentou, lançando a indireta. 

- Engraçado Ambre, devia seguir seus próprios conselhos. - berrei, enquanto ela se afastava. 

 

Pisquei algumas vezes, sentindo uma leve irritação nos olhos, e percebi que ainda estava enxergando. Dei um suspiro aliviado. Corri em direção ao meu parceiro. Muito cretino por sinal!

Ele parecia extremamente sereno, o que me deixou surpresa, mas foi só ele me ver que emburrou. 

 

- Até que enfim. 

- Como assim até que enfim?! Você me cega e espera que eu apareça com um sorriso no rosto?

- Isso é pra você deixar de ser aparecida. - falou convencido, e bebendo um gole de sua água, que aliás eu queria muito saber de onde ele havia tirado.

 

Ele me jogou as letras e se encostou na árvore. Me agachei e comecei a tentar decifrar aquilo. Ouvi as duplas que passavam dizendo “Puxa, essa foi fácil mesmo.” Fácil onde Jesus? Eles podiam ao menos dar uma dica. 

Os minutos foram se passando, e ao todo, não haviam muitas duplas restantes naquela parte. Estava muito nervosa, e Castiel parecia estar pouco se lixando.  

- Você bem que podia me ajudar!

- Você escolheu isso. Me colocou ao seu lado por vontade própria, então é melhor não cobrar nada de mim. 

 

Eu ia dizer umas verdades a ele, e aí Jade apareceu.

 

- Precisam de ajuda? - perguntou. 

- Nã...

- SIM! - gritei, antes que Castiel terminasse sua frase. 

- Certo... - ele se aproximou. - O que temos aí por enquanto? 

- Lilly inventou a palavra “Sirad” , e quer convencer a todo mundo de que isso vem de uma língua muito antiga, desconhecida pela humanidade.

- Você não sabe de nada Cassiano da Silva. - Castiel me lançou um olhar mortal. 

 

Jade ficou um pouco perdido no começo, mas logo analisou nossas letras. 

 

- Acho que encontrei o problema. - Pegou o “d”. - Isso não é um “d”, é um “P”. 

 

E tudo finalmente fez sentido. 

 

- “Sirap” é uma palavra oriunda da América do Sul, vinda dos Incas... - já inventava uma nova estória. 

- É “Paris” idiota. - o ruivo falso deu um peteleco na minha orelha. 

 

E era mesmo. Soltei um desinteressado “É, pode ser isso também”, já que meu orgulho estava ultrapassando os limites aquele dia. Jade riu levemente, mostrando covinhas que eu não tinha percebido. Anotávamos a palavra no nosso papel, e quando íamos entregar a Jade, alguma outra dupla o chamou.

 

- Já volto – disse gentil.

- Bela hora pra se afastar. - Castiel resmungou baixo. 

 

E tudo estava bem para ele, até ele perceber que a tal dupla era a do Natanael. 

Jade colocou o papel deles no bolso, e deixou que eles fossem. Logo ele voltou até nós. 

 

- Pronto? 

 

Castiel simplesmente jogou o papel, e me puxou pela mão depressa. Eu nem tive tempo de me despedir! Claro, levando em consideração que toda vez que ele pegava na minha mão eu me sentia toda boba. 

 

- O que tá fazendo? - indaguei, e ele nem se deu ao trabalho de responder. 

 

Natanael e Dakota estavam na frente, num caminho por um córrego pequeno cheio de pedras. De repente Castiel decidiu pegar um atalho e sair da trilha. Confesso que fiquei abismada. Os professores haviam dito explicitamente para não fazermos aquilo. 

Corríamos desajeitadamente entre as árvores e raízes. Ultrapassando o tal córrego rapidamente. Mas depois dele havia um barranco muito grande, e Castiel tomou outro rumo novamente, pensando em dar a volta. 

Quando dei por mim, estávamos perdidos no meio da floresta. Engoli em seco. Ele finalmente soltou minha mão  e começou a ofegar, de certo, cansado de tanto correr. Ficamos em silencio por um bom momento. Eu ainda estava perdida com todas aquelas atitudes, e por impulso, disse o que mais me perturbava:

 

- Escuta Castiel... tudo bem que nós somos adolescentes com hormônios a flor da pele, mas poderia me levar pra jantar antes?

- Quê?

 

Rapidamente decidi mudar de assunto. 

 

- Então... você gosta dos Nick's?- e fui ignorada completamente.

 

Suspirei, e me aproximei mais dele. 

 

- O que vamos fazer agora? Não estamos mais na trilha.

- Eu sei! - bufou. - Existem muitas coisas que posso aturar. Você é um grande exemplo do que estou falando. - usou sua melhor entonação de desprezo, senti a ferida na minha alma, mas forcei um sorriso. - Mas perder para aquele mauricinho está fora de cogitação. Eu ainda tenho minha dignidade.

 

Neguei com a cabeça. Acho que eu nunca ia entender aqueles dois. 

 

- Agora me dá o mapa. Precisamos voltar para a trilha. - estendeu a mão, esperando. 

 

Engoli em seco, e vi toda a minha vida passando em uma fração de segundos. E percebi que foi bem chata...

 

- Eu não tenho. 

- Pare de brincadeira. Podemos ficar perdidos. - insistiu, já irado. Pelo jeito ele havia me dado mais uma oportunidade, descrente do que eu havia dito. 

 

O pior daquele lugar, é que era o lugar perfeito para desovar um corpo. 

 

- Castiel... - neguei com a cabeça. - Eu joguei o mapa fora na entrada da corrida. 

 

E o silencio que se instalou depois disso foi horrível. Até ele dizer calmamente.

 

- Você tá morta. 

 

Foi o suficiente pra mim sair correndo como uma doida. Me senti em um filme de suspense, correndo entre as árvores, arranhando o rosto... 

Olhei para trás, quando achei que estava em uma distancia significativa. Nenhum sinal de Castiel. Ótimo, agora eu estava perdida e pra completar, sozinha. Soltei o ar. Então alguém me puxou por trás e me derrubou, o que me deixou apavorada. Comecei a gritar e a estapeá-lo. 

 

- Isso foi por você ter jogado o mapa fora! - Castiel disse apertando minhas banhas.

- Não! A tortura da banha não! 

 

Depois de alguns minutos sofrendo, ele deve ter sentido pena de mim e me deixou levantar. 

 

- Ai. - resmunguei, com a mão na barriga. 

 

Castiel olhava ao redor, procurando qualquer sinal da saída. Mas tudo parecia igual. 

 

- Maravilha! Preso na floresta com ninguém mais, ninguém menos, que a versão menos bonita da Clarice Falcão. - disse se sentando numa pedra com a mão apoiada no queixo. - Você só complica a minha vida mesmo. 

- Eu não pedi pra você me arrastar até aqui! - rebati, tão irritada quanto ele. 

- É muito irônico ouvir isso da garota que “pediu” pra fazer dupla comigo.- fez questão de fazer as aspas. 

 

Grunhi, e cruzei os braços, ficando de costas pra ele. 

 

- Realmente, não sei o que eu tinha na cabeça na hora de assinar seu nome naqueles papéis. 

 

Ninguém mais disse nada por um bom tempo. Quando eu queria, conseguia ser mais orgulhosa que Castiel. Depois de um tempo, o ouvi se levantar. O olhei, mostrando todo o desinteresse que consegui. 

Ele pegou uma folha de árvore, e um pequeno graveto. Depois, os colocou numa poça ali perto. A folha começou a girar levemente, e parou num ponto específico. Hum... Tenho certeza de que ele deve ter assistido aquilo em algum filme e copiado. Pocahontas, aposto. Pouco depois ele ajeitou sua pequena bolsa de lado, e começou a andar na direção em que a folha indicava.

Antes que eu reclamasse que não precisava dele de qualquer maneira, ele falou, ainda irritado:

 

- Você vem ou não? 

 

Fui pega de surpresa. Mas não quis demonstrar isso. 

Coloquei minha mochila nas costas e o segui. “Eu já tinha pensado nisso.”, menti descaradamente. Por um momento pensei ter visto um sorriso em sua face. 

 

 

 

Devíamos estar passando pela trigésima vez perto daquelas rochas pontiagudas, do lado de um laguinho. Cerrei os olhos entediada. 

Tirei o celular do bolso e procurei área, mas nada. Meu celular andava me decepcionando muito ultimamente. Bufei o guardando. 

 

- Se nos entediarmos mais, saiba que eu tenho alguns jogos aqui. - avisei, mas Castiel pareceu não ligar muito. 

 

Minha barriga roncou por um instante. Voltei a fuçar na mochila, na esperança de encontrar comida. Havia um caderno de anotações, um estojo, uma carteira – vazia é claro- , algumas figurinhas e algo que se parecia com o meu dever de casa. Mas não achei nem uma migalha sequer.

Devolvi a mochila as costas angustiada. Logo Castiel me estendeu uma barra de cereais. 

 

- É pra mim? - perguntei incrédula.

- Não, é pro urso, atrás de você.

 

Olhei de olhos arregalados e ele logo puxou meu rosto de novo.

 

- Ás vezes a sua burrice me deixa assustado. - falou jogando a barra pra mim.

 

Não deixei de conferir a data de validade, vai que... Mas, aparentemente, ela parecia estar em ótimas condições. Comi com gosto, sem nem perguntar se ele queria um teco, já que estava esfomeada demais para dividir. Acho que se um dia eu ter minha própria família, minhas crianças morrerão de fome... Eu não consigo sustentar nem a mim mesma, imagine uma penca de filhos!

 

Eu não calculei quanto tempo ficamos no meio do mato, procurando uma saída, mas o Sol começou a se pôr, e as primeiras estrelas a aparecer...     

- Pelo jeito não vamos mais ganhar a corrida. - disse deprimida.

- Puxa, é mesmo fera? - Castiel fez sua melhor atuação de surpresa. - Acho que também vamos perder o ônibus e ficar famintos. Mas tudo bem... 

 

Mostrei a língua pra ele, e decidi me sentar a raiz de uma árvore frondosa. Meus pés já estavam doendo, por isso nem fiz questão de considerar os comentários de Castiel quanto a minha preguiça. Mas ele reclamou pouco. Também estava cansado. 

Se sentou do meu lado não muito depois.

 

- E se ninguém achar a gente? 

- Garanto que ninguém ia sentir sua falta. Aliás, aposto que eles nem se deram conta de que você está perdida comigo...

- Jura, superestrela?- ergui uma sobrancelha. - Afinal, você é tão popular... Não pode dar um passo que todos já estão te cumprimentando. 

- Eu sei que a Ambre ia perceber minha falta. - disse com um sorriso cretino, acho que tentando me afetar. 

- Natanael também. - soei entediada. - De nós dois talvez. Espero que não fique com ciúmes. - me fiz de inocente. 

 

Ele rolou os olhos e desfez o sorriso. 

 

- Mas não precisa se preocupar. Eu já assisti “A lagoa azul”, e sei exatamente o que temos que fazer para sobreviver! 

- Um bebê? - corou de leve. 

- Não. Não podemos comer nenhuma frutinha estranha que encontrarmos pelos arbustos! 

 

Negou com a cabeça por um instante, até ver que eu falava sério.

 

- … Você faz algum tipo de tratamento psicológico? 

- Não, por que?

- Nada não. - o vi se afastar, mas por pouco tempo. Em um momento de pouca lucidez, ele se deitou encostando sua cabeça em minhas pernas, ficando de lado. Achei um tanto estranho... Ele era bipolar, só pode! 

- E você? Faz algum tipo de tratamento psicológico? - resolvi repetir sua pergunta.

- Só quando você está perto.- falou baixo. 

 

Dei um sorrisinho tímido. E não falamos mais tantas coisas depois daí. Me ocupei acariciando seus cabelos vermelhos, notando que a raiz preta já nascia no coro cabeludo. Inclusive eu me empolguei e perguntei se ele usava algum xampu natural e também o mostrei minhas habilidades para fazer tranças, mas isso o deixou meio irritadinho. 

Ele estava quase pegando no sono, e pra falar a verdade, eu também. Até a luz da lanterna do Boris ser mirada bem no meu rosto. 

 

- Eles estão aqui! - gritou de longe.

 

Nós acordamos completamente nesse instante. Boris ao resgate! 

Ele disse que tiveram de interromper a corrida ao notarem a falta de uma das duplas, e que estavam nos procurando desde então. Mas o importante é que estávamos bem. Eu ia concordar, até ver o semblante puto da vida de todos os alunos quando voltamos até onde as equipes estavam. “Eu já devia estar em casa”, “Nunca mais participo de um passeio da escola”, “Teria sido melhor ir ver o filme do Pelé...”; e esses nem foram os piores comentários! Claro, isso além do ódio da diretora. Ouvimos um bom sermão.

Voltamos quinze minutos atrasados do horário previsto para casa. Me despedi de meus amigos, que me fizeram milhares de perguntas durante a viagem toda. “Vocês encontraram algum urso?”, Violet perguntou. Acho que ela ficou um pouco decepcionada quando eu disse não.

 

 

Quando cheguei em casa contei minha incrível aventura para meus pais, dramatizando nos detalhes. Disse que havíamos escalado uma montanha, e quando chegamos lá em cima, Castiel teve de lutar com um jiboia que tentou me de devorar. E que depois, ele teve o triste azar te ficar com uma insolação e eu fui obrigada a carregá-lo nas costas até o fim da trilha.

 

- Eu gostaria de conhecer essa Castiel um dia. - minha mãe comentou.

- Ele é um garoto mãe. - bufei. - Vocês não prestaram atenção em nada? 

- Hã? - meu pai tirou o jornal da cara. - Puxa, você já chegou do passeio? 

 

E os dois deram uma risadinha cúmplice. Fiquei brava ao descobrir que até Jeremaia saíra da sala quando eu entrei.  Decidi subir pro quarto e tomar um banho. 

De qualquer forma, até que o dia havia valido a pena. Pude passar um bom tempo com Castiel e meus amigos longe da escola. Mal podia esperar para mais momentos como aquele...

 

Lilly Sulliver.     


Notas Finais


Por enquanto é só
Mas então, até agora, uma duvida: qual é o seu paquera favorito na fic?


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