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História O doce amargo do amor - Dedo na ferida


Escrita por: Youraxyz

Notas do Autor


Oi,

VOLTEI!! Eu sei que eu disse duas semanas, mas aproveitei meu tempo livre para escrever esse capítulo. Perdoem os erros por que não tive tempo para corrigir nada.

O que falar sobre o capítulo de hoje, dramático. A partir dos próximos capítulos vocês começaram a entender o que aconteceu. Aguardem.

Boa leitura.

Capítulo 15 - Dedo na ferida


Fanfic / Fanfiction O doce amargo do amor - Dedo na ferida

Lauren P.O.V.

 

O mundo parou quando Camila sentou ao meu lado. Eu não conseguia acreditar no que os meus olhos viam, pisquei duas vezes para ter certeza de que não estava tendo uma alucinação. Depois de tantos anos e depois dos encontros recentes, imaginei que ela continuaria fugindo. Refreei a vontade de tocar em seu rosto, aquela não era a Camila que conheci. A pessoa sentada ao meu lado era uma estranha que trazia no rosto e no corpo a imagem da outra. Olhei em seus olhos que me miravam, ainda eram os mesmos que eu vi pela última. Não pude deixar de comparar a Camila de agora com aquela que um dia fora minha namorada. Os cabelos ainda estavam longos, pintados de preto estavam mais escuros do que a cor natural dos fios. A maquiagem escondia parcialmente as olheiras embaixo dos seus olhos. Estava mais magra, porém mais bela. O vestido escuro a deixava ainda mais pálida, mas dava um ar de seriedade.

 

- Você ouviu o que eu disse? – Perguntou Camila passando a mão em frente aos meus olhos.

- Que? – Perguntei ainda presa às minhas observações.

- Eu disse que precisamos conversar. – Repetiu ela.

- Você quer conversar? – Perguntei rindo ironicamente.

- Sim, precisamos. – Respondeu ela me olhando intrigada.

- E sobre o que quer conversar? – Perguntei sentindo meu coração bater acelerado. O celular começou a tocar, imaginei quem deveria ser a pessoa que atrapalhava aquele momento entre Camila e eu.

- Atenda o celular primeiro . – Camila falou apontando para o aparelho que tocava insistentemente.

- Alô. – Atendi sem olhar quem era a pessoa que me ligava.

- Linda, por que demorou tanto a atender? – Perguntou Simon, meu empresário, do outro lado da linha.

- Não ouvi o celular tocando. – Menti vendo Camila me olhar esquisito.

- Está em casa? – Perguntou ele.

- Não, estou na escola da Sofia. – Respondi olhando para Camila que me observava calada.

- Você analisou e assinou os papéis que eu pedi? – Perguntou ele.

- Não, ainda não li todos. Porém já escolhi alguns, mas queria mudar algumas clausulas do contrato. – Expliquei lembrando que precisava falar com ele sobre as mudanças.

- Você assinou o contrato da editora Books, autorizando a publicação do seu último livro na França? – Perguntou Simon me fazendo lembrar que ele havia dito que esse documento tinha prioridade.

- Ainda não. Assim que chegar em casa assinarei e envio em seguida para você. – Respondi ouvindo ele bufar do outro lado da linha.

- Meu amor, eu preciso disso agora. Quanto tempo levará para chegar em casa? – Perguntou ele falando rápido demais. Olhei para Camila, naquele momento a conversa com ela era prioridade, mas Simon não era muito paciente.

- Dentro de 20 minutos. – Falei conferindo o relógio.

- Estou a caminho da sua casa e chegarei dentro de 15 minutos. – Avisou ele.

- Ok. Até daqui a pouco. – Falei desligando a ligação.

 

Liguei o carro e acelerei entrando na rua. Camila me olhou assustada, mas eu não podia simplesmente dizer a ela que não poderia conversar com ela naquele momento. Ela não disse nada, apenas ficou olhando o caminho. Quando estacionei o carro na porta de casa, ela me lançou um olhar questionador. Sua expressão indicava que ela estava brava, sabia que tinha que me explicar.

 

- Preciso de 10 minutos para resolver um problema. Por favor, entre. – Falei antes de sair do carro.

- 10 minutos? – Perguntou ela como se duvidasse do que eu dizia.

- Sim, apenas dez minutos. Preciso assinar alguns documentos, prometo que não vou demorar mais do que isso. – Informei ainda esperando que ela concordasse. Camila ficou calada.

- Podemos conversar lá dentro, se preferi podemos conversar em meu escritório. – Informei.

- Ok. – Falou Camila saindo carro.

- Meu amor, que demora! – Exclamou Simon ao me ver.

- Que exagero. Nem demorei tanto assim, além do mais você deveria saber que pelo tempo que informei eu chegaria depois de você. – Falei revirando os olhos.

- Quem é ela? – Perguntou ele curioso.

- Essa é a Camila. Camila, esse Simon. – Falei apresentando os dois.

- É um prazer. – Simon falou estendendo a mão para ela, Camila parecia em dúvida.

- O prazer é meu. – Falou ela depois de alguns segundos pegando na mão de Simon.

- Vamos lá resolver o seu problema. – Falei quando Simon me lançou um olhar questionador.

- Certo. Estou com pressa, ainda tenho um monte de coisa para fazer. – Falou ele caminhando em direção ao meu escritório.

- Camila, fiquei a vontade. Volto em dez minutos, por favor, não vá embora. – Supliquei com medo que ela me escapasse como já fizera em outro momento.

 

Camila não me respondeu, apenas concordou com a cabeça. Eu sabia muito bem que aquela resposta não garantia nada. Eu não tinha muito tempo, quanto mais rápido despachasse Simon mais rápido voltaria para a presença dela. Caminhei em direção ao escritório, quando entrei encontrei meu empresário sentado na minha cadeira. Ele me olhou esquisito, eu o conhecia muito bem e sabia que aquele olhar, geralmente, vinha acompanhado de muitas perguntas. Por isso me preparei para o que ele queria saber, a única coisa que eu esperava era que ele fosse breve. Aproximei dele e sentei na ponta da mesa pegando o documento que ele tanto queria. Folhei até encontrar a página que eu deveria assinar.

 

- É necessário rubricar todas as páginas? – Perguntei enquanto procurava por uma caneta na gaveta da mesa do escritório.

- Sim. Camila? – Perguntou ele levantando uma das sobrancelhas.

- Que? – Perguntei confusa.

- Camila? O nome dela é Camila? – Perguntou se levantando e indicou que eu me sentasse.

- Isso mesmo. – Respondi sentando na cadeira e coloquei o documento sobre a mesa para assina-lo.

- Não me diga que essa Camila é aquela Camila? – Perguntou ele curioso.

- Sim, é ela. Em carne e osso. – Respondi sem olhar para ele mantendo o foco em rubricar as páginas.

- Então foi por ela que você se recusou a se casar comigo? – Perguntou ele indignado.

- Por favor, Simon. Não vamos começar com essa conversa de novo. – Respondi tentando evitar falar sobre o passado.

- Apenas me responda. Eu preciso saber se foi por causa daquela mulher. – Pediu ele. Levantei os olhos do que eu estava fazendo e o encarei.

- Sim, Simon. Foi por causa dela, mas não precisa fazer todo esse drama. Você também não queria se casar comigo. – Falei voltando os olhos para os papéis a minha frente.

- Mas não fui eu que deixei você esperando plantada no cartório. – Falou demonstrando sua chateação.

- Simon, você é gay. Tinha apenas intenção de se casar comigo para enganar toda a sua família. Tenho certeza que ficou aliviado quando eu não apareci naquele lugar. Não negue. – Afirmei relembrando o passado.

- Não vou negar. Lauren, o que ela disse? – Perguntou ele curioso deixando lado sua mágoa.

- Disse o que? – Perguntei confusa.

- Oras, ela sumiu durante dez anos e de repente volta do além. Creio que ela deva ter te dado alguma explicação. – Explicou ele confuso.

- Ainda não conversamos sobre isso. – Expliquei lembrando que naquele momento Camila poderia ter ido embora.

- É por isso que ela está aqui? – Perguntou ele ainda mais curioso.

- Ainda não sei. Tome, está tudo assinado e rubricado. – Falei entregando o contrato que ele tanto queria.

- Que ótimo. Agora vou embora, mas vou querer saber depois o que aconteceu. – Informou ele pegando o documento.

- Está bem. Agora vá embora. – Falei indicando a porta.

- Sempre agindo com delicadeza. – Falou ele revirando os olhos. Levantei e o acompanhei até a porta.

- Ah, esqueci-me de te avisar. – Falou ele pensativo.

- Avisar? Sobre o que? – Perguntei quando ele não completou o que diria.

- Seu pai ligou. Disse que estava chegando e que viria ver a Sofia. – Respondeu ele sorrindo.

- Quando foi isso? – Perguntei ansiosa. Eu sabia muito bem que ele se referia a Alejandro.

- Há mais ou menos uns quinze minutos. Ele já deve estar chegando. – Respondeu ele.

- Droga. – Falei saindo do escritório indo ao encontro de Camila. Provavelmente ela não estava preparada para esse reencontro.

- Lauren. – Ouvi Simon me chamando.

- Camila. – Falei quando a vi sentada em meu sofá.

- Já terminou? – Perguntou ela olhando de mim para Simon que chegava junto comigo.

- Já, mas preciso te dizer uma coisa. – Falei sem saber como dizer a ela sobre a chegada do pai dela.

- Lauren, eu já vou embora. – Falou ele beijando a minha bochecha como sempre fazia. Percebi o olhar irritado de Camila, mas não fazia ideia do que aquilo significava.

- Obrigada. Ate mais tarde. – Falei quando ele me abraçou se despedindo.

- Boa sorte. – Sussurrou ele em meu ouvido. Camila acompanhou com os olhos Simon indo embora. Fiquei observando-a intrigada.

- O que tem para me dizer? – Perguntou ela visivelmente irritada. Isso me fez imaginar que talvez ela estivesse com ciúmes.

- Simon recebeu uma ligação enquanto esperava a minha chegada. – Falei vendo a me olhar esquisito.

- E? – Perguntou indicando que eu continuasse.

- E me disse que seu pai está vindo para cá. Que em breve ele estará aqui. – Respondi vendo-a arregalar os olhos.

- Agora? – Perguntou ela esfregando uma mão na outra, visivelmente nervosa.

- Sim. Não sei se quer vê-lo, por isso decidi te dizer antes que ele chegue. – Falei e antes que ela me respondesse ouvi a campainha tocando.

- Acho que é ele. – Respondi vendo Camila olhar assustada para a porta. Camila não disse nada mantendo os olhos voltados para a porta de entrada.

- E então? Vai querer vê-lo ou vai apenas fingir que não está aqui? – Perguntei sem conseguir controlar a ansiedade em minha voz.

- Você disse meu pai? – Perguntou Camila como se estivesse confusa.

- Sim, seu pai. Aquele com o qual você não fala a dez anos. – Falei sentindo a boca amarga.

- Eu quero vê-lo. – Falou ela e a campainha soou novamente.

- Muito bem. – Falei deixando-a sozinha na sala. Apertei o botão do interfone ouvindo a voz do Alejandro do outro lado.

- Sou eu, Lauren. – Falou ele acenando de dentro do carro para a câmera do portão.

- Vou abrir o portão. – Avisei liberando a entrada dele.

 

Abri a porta e esperei a chegada de Alejandro. Eu estava tão ansiosa que não sabia o que fazer com as minhas mãos. Abracei a mim mesma quando o vi se aproximar. Alejandro sorria como sempre fazia quando me via. Ele sempre me tratara como uma filha, sempre cuidadoso e prestativo. Por causa de Sofia passamos a nos dar melhor do que na época em que Camila vivia com a gente. Aquele homem havia sofrido dia após dia esperando que a filha desnaturada lhe desse alguma notícia. Assim como eu, ele esperava que ao menos uma mensagem chegasse informando que ela estava bem. Eu não fazia ideia de como ele reagiria depois de tantos anos sem vê-la. Sorri nervosa quando ele chegou bem perto de mim.

 

- Oi, Lauren. Como estão as coisas por aqui? – Perguntou ele me abraçando.

- Estão bem. – Respondi sem deixar que ele entrasse. Eu precisava prepara-lo para o encontro com Camila.

- Que bom. Onde está Sofia? – Perguntou ele passando por mim sem perceber que eu estava impedindo a sua entrada.

- Sofia está na escola. – Respondi acompanhando-o.

- Oh, pensei que ela só fosse voltar depois que tirasse aquela tipoia. – Falou ele preocupado.

- Eu estive na escola hoje e conversei com a professora dela. Ally vai ficar de olho nela, não precisa se preocupar. Tenho algo a lhe dizer. – Falei segurando em seu pulso impedindo que ele entrasse na sala.

- Então diga. O que aconteceu? Está com algum problema? – Falou ele preocupado me olhando.

- Bem, não é exatamente um problema. – Falei ainda segurando-o.

- Não? Então me diga o que está acontecendo. – Falou ele me olhando confuso.

- Sua filha está na sala. – Falei sentindo meu coração bater acelerado.

- Que? Você não disse que ela estava... – Ele parou de falar, percebi pelo seu olhar que ele havia entendido sobre quem eu falava.

- Sim, ela está na sala. – Falei e arregalou os olhos sem dizer nada.

 

Alejandro virou lentamente em direção à entrada da sala. Caminhou lentamente, seu silêncio me deixou preocupada. Acompanhei andando ao seu lado, percebi que seus passos estavam oscilantes. Eu conseguia perceber o quanto aquela notícia mexera com ele, mas não conseguia decifrar o que ele sentia naquele momento. Seu rosto estava sem qualquer expressão, tão diferente de quando ele falava de Camila com saudade. Diferente até mesmo quando ele estava bravo por ela não lhe deixar qualquer notícia. Assim que entramos na sala, percebi os olhos marejados de Camila. Ela estava visivelmente emocionada, talvez até arrependida por ter feito o pai sofrer com sua ausência. Alejandro parou assim que a viu, a olhou de cima a baixo. Olhou para mim negando com a cabeça, esse gesto me deixou confusa. Era como se ele dissesse que aquela não era a filha dela, pensei que eu tivesse interpretado errado, por isso esperei que ele falasse alguma coisa, mas Alejandro nada disse.

 

- Pai. – Camila falou quase sussurrando. Continuava parada no mesmo lugar.

- Alejandro. – Chamei quando ele não reagiu ao chamado da filha.

- Oi, Lauren. – Respondeu ele me olhando como se pedisse ajuda.

- Pai. – Camila falou se aproximando, em resposta Alejandro deu dois passos para trás.

- Pai, sou eu. Sua filha, Camila. – Falou Camila parando ao ver a reação dele.

- Filha? Não, você não é a minha filha. – Falou ele apontando para ela. Tanto Camila quanto eu arregalamos os olhos ao ouvir sua resposta.

- É ela sim, Alejandro. Camila, sua filha. – Afirmei vendo-o mais uma vez negar com a cabeça.

- Eu tenho apenas uma filha. A outra está morta. – Afirmou ele ainda negando com a cabeça.

- Alejandro, o que está dizendo? – Perguntei assustada com a reação dele.

- Sabe Lauren, você é como uma filha para mim. Durante todos esses anos, foi você quem esteve ao meu lado quando eu chorei pela a ausência de uma filha que eu até hoje não sei onde está. – Falou ele com um olhar cheio de tristeza.

- Alejandro, não faz assim. – Falei vendo as lágrimas molharem o rosto da Camila.

- Aquela garota ali não é a minha filha. Camila jamais me abandonaria sem me deixar um bilhete de adeus. A minha filha jamais me deixaria dez anos sem qualquer noticia dela. – Afirmou ele com uma expressão fechada.

- Pai, por favor. – Camila implorou se aproximando, mas Alejandro se afastou mais uma vez.

- Lauren, talvez em seu coração você já tenha perdoado alguém que te fez sofrer dia após dia, mas para mim minha filha morreu há muitos anos. – Explicou ele mantendo seus olhos fixos em mim ignorando a presença da filha.

- Alejandro. – Falei seu nome delicadamente abraçando-o. Eu mais do que ninguém vi o quando ele havia sofrido pela ausência dela.

- Agora ela está aqui. Veja, Camila está de volta. – Falei ainda abraçada a ele.

- Não há nada para se ver aqui. Agora eu preciso ir embora. – Falou ele sorrindo para mim.

- Pai, por favor. Escute o que eu tenho a dizer. – Falou Camila segurando em seu braço impedindo que ele saísse da sala.

- Eu não quero ouvir quais desculpas você contará. Eu esperei por muito tempo por esse dia, mas agora você já não existe para mim. – Falou ele sem se comover com as lágrimas dela. Eu chorava emocionada com a situação e indignada por não poder fazer nada por eles.

- Alejandro, por favor, ouça o que ela tem a dizer. – Falei parando em sua frente impedindo que ele fosse embora.

- Sabe o que é curioso? – Perguntou ele me olhando sem qualquer expressão no rosto.

- Não, eu não sei. – Respondi esperando que ele me dissesse.

- Talvez você tenha se esquecido, mas eu não me esqueci das vezes em que eu salvei a sua vida. E onde ela estava quando você estava morrendo em meus braços? – Perguntou ele colocando o dedo nas minhas feridas. Abaixei a cabeça sem conseguir olhar para nenhum dos dois.

- Alejandro. – Supliquei sem conseguir p edirque não continuasse com aquela conversa.

- Onde ela estava quando eu te obrigava a comer por que você não comia a mais de uma semana? – Perguntou ele apontando para Camila. Levantei a cabeça e percebi que ela me olhava assustada.

- Eu não sei. – Respondi com dificuldade por causa do choro que me dominava.

- Onde ela estava quando eu te buscava daquelas festas regradas a álcool e drogas tudo por que você não suportava mais não ter notícias imaginando que ela estivesse morta? – Perguntou ele ainda apontando para ela, não consegui responder. Abaixei a cabeça novamente olhando para as minhas mãos.

- Só há uma resposta para todas as minhas perguntas, assim como eu, você não sabia onde ela estava. Nem quando ela voltaria, e se voltaria. Se ela estava viva, se estava morta, se estava doente prestes a morrer ou se estava vivendo a vida dela como se nós dois não existíssemos. – Falou ele irritado.

- Eu sei, Alejandro. Mas você é o pai dela. – Justifiquei ainda sem me deixando levar pela raiva que as palavras dele me causava.

- Sabe qual foi a pior parte? Ouvir você implorar todos os dias que eu te dissesse onde ela estava, sempre me acusando de mentir para você. Ouvir você me questionar sobre eu não saber o paradeiro da minha  própria filha. Eu conseguia ver o desespero em seus olhos, eu posso até dizer que eu conseguia ver a mágoa em seu coração e a cada dia ver você se perder mais e mais. Não, Lauren. Não me peça para perdoar alguém que já se foi, alguém que para mim está morta e enterrada. – Alejandro falou lentamente cada frase me fazendo sentir o peso de suas palavras.

 

Alejandro foi embora antes que eu pudesse impedir. Nem mesmo fui atrás dele, eu sabia como ele se sentia. Por mais que doesse nele a ausência dela, doía muito mais olha-la depois de tanto tempo. Ver que ela estava vivendo a vida dela normalmente, saudável e quem sabe até feliz. Meu coração estava despedaçado naquele momento. Todas as lembranças que eu guardei dentro de algum lugar escondido na minha cabeça, agora estavam ali atormentando os meus pensamentos. Revivendo cada segundo, cada dia sem ela, sentindo a dor da ausência e do descaso. As horas que passei olhando pela janela esperando que ela voltasse. Os dias que passei presa em seu quarto, deitada em sua cama para sentir o cheiro dela mais uma vez. O desespero de não saber quando ela retornaria e por que ela havia me deixado. Tudo aquilo me sufocava, apertava meu peito até doer. As lágrimas quentes que molhavam meu rosto, os sons dos soluços que saiam incontroláveis da minha garganta eram apenas a minha amargura se revelando.

 

Olhei para a Camila que ainda estava parada no mesmo lugar. Ainda olhando por onde o pai havia ido embora. Ela também chorava, mas era um choro silencioso. Claramente era possível ver o quanto ela estava arrependida por ter deixado o pai tanto anos sem noticia. Uma pergunta me surgiu magoando ainda mais meu coração. Será que algum dia ela sentiu a minha falta? Eu queria perguntar, mas as palavras não saiam da minha boca. E outras perguntas dominaram a minha mente. Será que algum dia ela me olharia daquele jeito, cheia de arrependimento? Será que eu seria capaz de perdoa-la? Eu não sabia, nem queria saber por que talvez as respostas me machucassem ainda mais. Fechei os olhos, tentando respirar, mas o ar não entrava em meus pulmões. Antes que eu pudesse controlar, senti minhas pernas fraquejarem. Perdi o controle do meu corpo e desabei. Camila me segurou antes que eu caísse, eu podia ouvir sua voz distante me chamando. De repente todos os sons sumiram e eu desmaiei nos braços dela.


Notas Finais


Uia! Já viram né, qual foi o grau de sofrimento da Lauren?

Até o próximo capítulo.


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