História O dono da festa - Hora do almoço

A aula da Sra. Brown foi horrível e isso não era novidade, ninguém consegue entender os exemplos que aquela mulher tentar dar nas aulas. Vocês já tiveram aula com alguém assim?

Me ensinem como lidar com isso.

Amber e eu estávamos indo embora juntas, ela me chamou para almoçar antes de entrar no trabalho e eu aceitei. Quem não aceita convites para almoço, não sabem o que é bom.

Ramona não podia ir, ela estava focada num projeto e disse que iria passar antes de entrar na livraria para um café. Mona está focada demais, ela dorme tarde, fala sozinha pela casa e antes de me falarem que é normal, a coisa piora quando ela rejeita comida. Daí sim me preocupa.

Bem, estávamos no ponto de ônibus quando Amber percebeu que sua carteira estava sem passes para irmos almoçar. É até engraçado ver que ela fica brava por algumas coisas que fogem dos planos.

- Calma, eu pago pra você! - disse rindo ao vê-la brava.

- Vou matar o Harry - ela diz - não gaste seus passes comigo por causa dele.

Harry...

Queria perguntar sobre ele a ela, mas não quero que ela pense coisas por causa de uma pergunta. É mais por preocupação mesmo.

Ela então pega o telefone para ligar e dar uma bronca em Harry. Muito engraçado, porque mesmo que ela diga que não, suas atitudes sempre demonstram que ela considera Harry um irmão de verdade. Principalmente pelas briguinhas dos dois.

- Harry, já pedi pra não usar meus passes - ela fala ao telefone - foda-se, são meus. E agora, como vou embora? Porque não sei se você sabe, mas nem todo mundo tem carro... Na verdade, eu tenho um carro, mas alguém fez o favor de levar pra arrumar sem a minha permissão.

Dou risada ao vê-la agir assim, Amber é muito engraçada quando quer ser irônica. Ela faz sinal com a mão, como se me dissesse para andarmos e começamos a caminhar enquanto ela falava ao telefone.

- Tá... Tá... Já me fez passar muita raiva, se fizer isso de novo... Eu te deporto! - ela diz e desliga o telefone enquanto eu dou uma risada discreta.

- Não fica brava, eu posso pagar o ônibus pra você e qualquer coisa, podemos ir a um lugar próximo - falo a ela.

- Não, relaxa - ela diz - já arrumei uma carona pra gente.

Andamos até o fundo da Universidade e lá estavam Niall e Joe,  ao chegar a frente deles, Niall apenas assentiu para Amber e se despediu de Joe. Não acredito ainda que ela vai pedir para Niall nos levar para a casa dela.

- E ai meninas, vamos nessa? - ele disse e caminhou até o carro.

- Como ele... - Começo a dizer e Amber me olha.

- Todo mundo deve favores, né? - ela diz e sorri.

- Ele te deve favores?

- Não né - ela disse - mas isso não importa e agora temos carona.

Harry pediu para Niall nos levar até sua casa, ela não tem vergonha mesmo. Coitado, sempre tão apaixonado, porque ele não faria algo por ela?

- Tem certeza que não tem problema? - pergunto - eu não quero ser pivô da briga de vocês.

- Hey minha filha, se enxerga - ela fala e damos risada - Harry vai ficar no quarto dele, ele nem sai de lá mesmo.

...

[ALGUNS MINUTOS DEPOIS]

Quando viemos aqui, minha maior vontade é ficar aqui com minha amiga, mas me lembro que não nasci rica e preciso trabalhar. E daqui uma hora e meia o trabalho me chama.

- certo - Amber fala - pedi pra Cheer fazer massa com queijo e brócolis, porque é mais rápido e ela está terminando.. Dá pra gente incrementar com o que quisermos.

- Nossa, perfeito - digo - minha barriga até roncou.

Damos risada e assim que terminamos de falar, a moça que cozinhava para os irmãos apareceu para nos chamar. Caminhamos para a cozinha e o cheiro estava maravilhoso, faziam dias que pensava nessa receita e toda sexta que íamos na casa da Amber depois da escola almoçávamos isso.

Era uma maravilha.

Nos sentamos para comer,  ainda tinha algumas horas - duas talvez - e meu trabalho era próximo á casa dela, então não me atrasaria.

- Hmm... Isso tem sabor de infância - digo ao engolir um pouco de macarrão.

- Tem razão - disse Amber - Mona vai se arrepender por não vir.

Damos risada porque sabemos que é verdade e Mona, com certeza, vai se morder de raiva quando souber que almoçamos um dos pratos da infância. Lembramos por alguns minutos de quando apostávamos quem comia mais ou em menos tempo, que Amber nunca aguentava comer tanto e quase explodia de tanta comida. Essas coisas de criança que vêm a memória de forma saudosa.

- O que é tão engraçado? - Harry diz ao entrar na cozinha.

Meu peito trava, seu perfume preenche todo o espaço em que estávamos. Não sei, me assustei.

- Achei que não quisesse comer, por isso não chamei - disse Amber.

- Mas deveria ter me chamado, já que Charlottie está aqui - ele diz - é falta de educação.

- Oh! Como se você tivesse ne? - Amber fala e os dois ficam ali, com aquelas alfinetadas que só quem tem irmão sabe como funciona.

- E ai, Charlottie - ele me diz - como está?

- Estou bem... E você? - respondi.

- Bem, bem...

- Isso é bom - sorri - bem, preciso ir Beer. Te ligo mais tarde.

- Ok! Acho que apareço na cafeteria mais tarde - disse ela.

Assenti com o que ela disse e sorri, adorava quando elas iam a cafeteria.

Me levantei e fui até o banheiro para fazer minha higiene antes de ir trabalhar. Passo pela sala e me despeço de Amber, não vejo Harry e então saio da casa. Ele é estranho as vezes e eu não consigo acompanhar o ritmo de humor dele.

Fecho a porta e ao me virar, me deparo com Harry dentro de seu carro. Aceno para ele e dou meio sorriso.

- Entra aí - disse ele - vou te levar lá.

- O que? Não precisa, são apenas quatro quarteirões - falei - posso ir andando.

- Entra logo - ele insiste.

- Harry, não precisa. Eu posso ir...

Antes que eu pudesse falar mais alguma coisa, ele me diz:

- Eu sei quem fez aquilo com o Tomas!

E então, ele abre a porta do carro para que eu pudesse entrar e ouvir o que mais ele tinha a dizer sobre isso tudo.