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História O Dragão Branco - Gelo e Fogo


Escrita por: Memesfar

Notas do Autor


Bem, bem, bem, foi um tempão né? Bem, estive em viajem e até escrevi um pouco, mas claramente não muito, vendo que demorou, duas, sim DUAS semanas para eu completar isso aqui, e eu até acho que não é muito!!!!!

Próximo capitulo vai sair mais rápida, ou não.... Mas se não sair mais rápido pelo menos vcs vão saber q eu tou aproveitando as férias! ¯\_(ツ)_/¯

Capítulo 12 - Gelo e Fogo


— Por quê?

Era uma pergunta um tanto tola. Mal tinha visto o homem e já sabia que era um covarde cabeça de vento. E este sabia, tinha certeza que sabia, só se fingia de bobo ou recusava em aceitar a verdade, ou talvez fosse apenas outro tolo. O mundo era cheio desses.

— Você sabe.

Rodrik sorriu.

— Não sei.

— Maron — disse Jon colocando a mão no queixo — bem, quando capturei os filhos de Balon esperei dois idiotas teimosos e orgulhosos. Felizmente só recebi um. Rodrik tinha uma cara fechada, dura e severa e seu olhar, ohh que olhar. Ele seria um lorde como o pai — soou se remexendo — tão orgulhoso que acabou como o pai, um orgulhoso tolo. Bem, quando falei para se ajoelharem Maron caiu como se tivesse cortado seu joelho. Para minha surpresa não lutou nem um pouco. Para poupar você de uma rebelião decidimos que Theon é mais merecedor do título.

Rodrik olhou-o, mas não do jeito que Jon esperava.

— Sempre fazia brincadeiras cruéis com Theon, isso ajudou-o a achar que estava acima de todos, menos do pai e do irmão mais velho. Um dia arranjou uma briga no porto e saiu com lágrimas nos olhos. Desde então agradecia que era o segundo na linha. O que ira fazer com ele?

— Não é um tolo, eh? — sentou-se e encostou as costas na parede a sua esquerda. Era uma sala pequena — não vou mentir. Provavelmente darei ele a Euron e rezarei que o mate.

O homem olhou para baixo, talvez pensando em uma resposta ou decidindo se trairia o filho de sua senhoria.

— Os próprios vassalos o assassinariam de qualquer forma — replicou com uma voz carregada de pesar.

Jon colocou a mão no ombro do homem. Estava surpreso, não pelo fato de aceitar trair o sobrinho, mas pelo fato de ser homem de ferro e fazê-lo sem resistência. “Às vezes você terá de fazer coisas que não julga certo”, um dia ouviu o pai falando ao irmão, “é assim que se joga o jogo dos tronos” ele completou, como que condenando o herdeiro a ser rei.

— Estou surpreso — disse em um suspiro. Quem diria que Jon o segundo dos filhos fosse ser rei? — mas é assim que se joga o jogo dos tronos — repetiu as palavras do pai.

Não chegou a ver, mas Stannis e Robb observavam quietos ao outro lado da porta. Quando saiu olhos escuros fitaram ele, iluminados pela luz de uma vela. Para sua surpresa um olho a mais flutuava na escuridão, onde a luz não espantava as sombras.

— Não vi você acordar — disse Euron — Não importa, este é o meu navio e sempre sei aonde todos estavam, estão e aonde vão — continuou, virando os olhos para a faca na bainha ocasionalmente.

Levou aquilo como uma ameaça.

— Lembre-se que meus homens ocupam seus dracares.

Não pôde ver, mas alguma sombra moveu, fazendo-o pensar que viu o Olho-de-Corvo sorrir.

— Não este — o azul pálido de seu olho bom reluziu quando deu um passo para frente, entrando numa região com luz — agora; vamos matar a bruxa ou não?

Jon transferiu o peso para perna esquerda.

—Não pretendo matá-la — informou virando-se para Stannis.

— E Porque não? — Euron indagou como se conversando como um tolo.

— E porque há de eu contar meus motivos a você, justo o homem que traiu a família inteira —disse com orgulho, lançando a ameaça de volta.

Quando não ouviu nada além dos dentes de Stannis rangendo se recompôs, abaixando a voz. Vamos, jurou que o disse, mas mesmo assim não foi mais alto que os pensamentos. Mirava os esforços mentais à irmã, ou melhor, meia-irmã. Sempre se esquecia. Aegon e Rhaenyra eram filhos de Elia Martell, com sangue quente e feroz de Dorne enquanto o resto dos filhos de Rhaegar eram crias do Norte, com o frio e os Deuses Velhos correndo nas veias. Quando foi a Porto Branco, sentir os ventos nortenhos o envolveram como um cobertor, fazendo o sentir como se pertencesse ali, mesmo que se recusasse de aceitar aquilo. Gostava das ondas frias e calmas da praia em Porto Branco, tal como a paisagem carregada de cores acinzentadas descansavam seus olhos, e o povo, honesto, leal e confiante. Tudo contrariava o sul, e os Bolton contrariavam tudo.

O que lhe preocupava era o que ira fazer a respeito de Rhaenyra. Ficar sentado numa cadeira bonita não seria uma opção, enquanto ir buscá-la seria igualmente impossível. Talvez uma rebelião...

— Jon — ouviu a voz rouca de Stannis — pegue a droga da vela.

Olhou para ele em um estalo, mas não fez nada por alguns segundos, voltando a atenção a situação atual, e no que estava prestes a enfrentar. Em um movimento devagar agarrou a vela da mão de Stannis, olhando a porta que se situava a sua frente, toda feita de carvalho avermelhado e reforçada com ferro, que agora já se enferrujava. Abriu-a como fez com a porta de Theon, só que em vez de cheiro de dejetos um odor quente e doce encontrou-se com suas narinas, que estava de portas abertas para aquilo, que era muito melhor que o sal. Num cantinho iluminado por alguma magia, Jon assumiu, sentava a bruxa, tão vermelha como sangue e tão brilhante como uma tocha numa noite sem lua. Quando levantou a cabeça uma luz saiu de seus olhos rubros, tal como no rubi que ostentava na coleira que usava em volta da garganta, fazendo parecer que um fogo se espalhava no navio.

— O Azor’ahai retorna, como nas profecias — ela lançou ao ar como um feitiço.

Jon observou sua face em forma de coração, tão intacta que se aparece em um banquete não seria capaz de distinguir que passou dois dias em um calabouço fedorento.

— Sim — soou, como se fosse uma sentença de morte pelo crime de ter nascido — porque diz isso?

As pupilas da profeta dilataram.

— Vi no fogo — insinuou — no fogo da vela e agora vejo de novo nas chamas de seus olhos e de sua alma.

Tentou afastar o olhar dela, mas por alguma razão não foi possível. Alguma coisa o prendeu a aquele sofrimento.

— Não entendo, porque eu? E porque Snow? — perguntou, concentrando-se no vermelho dos seus olhos.

Um meio-sorriso se formou na face da sacerdotisa, como se fosse a resposta mais obvia do mundo.

— Você nasceu no lugar errado sob braços errados — ela profetizou — alguma coisa aconteceu como não devia ter acontecido. Nunca nasceu sob um casamento, e nunca devia ter sido um dragão. Vejo em seus olhos, negros tais como os cabelos. É um Stark, não um dragão, pertence aos invernos, e não aos verões, merece uma coroa de prata fria, e sua besta voadora ostenta branco e azul, tal como a neve, só falta ele cuspir gelo — as palavras soaram altas e claras, todas penetrando em seus ouvidos como uma faca penetrava no coração dos inimigos — o nosso deus só procura concertar os erros da escuridão.

Fechou os olhos, mas o vermelho penetrou mesmo assim. Não é meu deus.

— Me diz então que foi seu deus que matou minha família? — indagou, pensando na resposta dela.

O sorriso caiu junto com a cabeça, fazendo-o fitar seus cabelos rubros.

— Não entende. Nunca deviam ter sobrevivido em primeiro lugar — aquilo não era a resposta que esperava.

Bateu as costas na porta atrás de si, deslizando para baixo como sua mentalidade. Como assim? Se Rhaegar tivesse morrido quem chamaria de pai? E quem chamaria de irmãos? E chamaria de rei?

— Esta mentindo — foi que conseguiu dizer — se não fosse Targaryen o que seria?

— Não me ouve — ela assumiu lentamente — Seria um lobo, da matilha dos Stark...

Não, sou um Targaryen como sempre fui e... E — é burro Jon? Ele já havia previsto a volta inesperada dos Outros, porque haveria de criar uma mentira absurda daquelas? Era um Stark, filho de Lyanna Stark, que havia sido filha de dois Stark, e tinha três irmãos Stark, e por cima de tudo, os cabelos e olhos eram negros como a noite. Mas era fogo também.

A mulher olhava no fogo da vela ao lado da mão de Jon, tão concentrada que parecia que aquilo era uma tentativa em vão de apagar as chamas com a mente. A pequena língua mexia pouco febril e fraca tentando afastar a escuridão que engolia a cela, sendo auxiliada pela própria pessoa que vestia vermelho diante de si.

— Não ira acreditar até eu te mostrar, vai? — ela disse levantando o olhar, então se pôs em pé, deixando tecido rubro arrastar no chão, nunca tirando o olhar de Jon. Deu um passo ou dois e estava a frente dele, acima do Targaryen, o dragão que voava acima de todos. Caiu colocando a bunda no chão de madeira, se esticando para pegar a vela, colocando-a entre os dois — olhe ao fogo Jon Snow, observe e veja a realidade retumbante.

Em dias transcendentes teria feito um gracejo sobre queimar os olhos, entretanto desta vez fitou a pequena chama que saia da vela. Não seria forte o suficiente para queimar os olhos de qualquer modo. Mirou a brasinha e tentou ver alguma coisa, viu... Viu uma linguinha de fogo, pouco tremula e laranja e amarela. Ficou lá por algum tempo. Tempo demais, mas a mulher nunca vez um movimento, só contemplou a pequena paisagem calorosa... Rhaegar e Lyanna nunca deviam ter sobrevivido, foi o que veio em mente, meus irmãos nunca teriam existido e nunca nenhum dragão iria renascer nas mãos de Rhaegar.

Imaginou que viu alguma forma no fogo, mas... Era só a sua mente... Não, ele realmente via alguma coisa lá. As linhas foram fazendo formas, e em um segundo sua mente e alma eram fogo, dando tudo de si para lhe proporcionar uma visão mágica e reveladora... Viu uma torre em um deserto, e viu três cavalheiros descansando ao seu pé. Não precisou pensar, já sabia o nome. Torre da Alegria... Mas pouca alegria vinha daquele lugar... Uma guerra foi perdida e os vencedores vinham para reclamar a vitória... E conseguiram, conseguiram reclamar Lyanna Stark, que deitava ao topo da torre... Mas só o que o irmão conseguiu foi prometer uma última promessa a querida irmã... E para o Norte foi, e ao Norte ficou por toda sua vida... Até que o Lobo foi ao Sul, o lugar onde tudo contrariava o Norte, e foi ao Sul onde morreu, agarrado por leões... E desde então o Trono foi contestado por bastardos, usurpadores e orgulhosos, tudo isso enquanto o Bastardo de Winterfell, vossa graça, lutava contra a real ameaça ao Norte, e tudo que conseguiu foi a carcaça de um reino marcado por guerra, morte e mais uma família assassinada... Tudo estava errado, mas Jon Snow, Bastardo de Ned Stark, Rei do Norte e morto uma vez tinha apenas um destino. Destruir o mal que vinha com a Longa Noite.

No final o que via era a luz fraca emanada da vela. Desejou ser imprudente o bastante para lançar a mão para apagá-la, porém estava congelado de choque sabendo que a vida era... apenas errada e que o tal do Senhor da Luz planejava concertar os erros, um por um, morte por morte, nascimento por nascimento. Fechou os olhos e puxou o odor da bruxa para dentro, procurando montar o quebra-cabeça que foi colocado diante de si.

— O que... — falhava-lhe as palavras, com a imagem de Jon Snow bagunçando os cabelos castanhos de Arya, a meia-irmã — porque aquilo aconteceu?

Sentiu um sorriso sendo ostentado do rosto em forma de coração da mulher, mas estava com os olhos fechados, e não teve coragem de abri-los.

— Foi obra do maligno Deus que o nome não deve ser falado, estava tentando atrapalhar os planos do nosso sagrado R’hllor.

Jon hesitou, mas a pergunta tinha de ser feita.

— Estava nos planos de R’hllor assassinar minha família? — perguntou em um choro, como um garotinho, não um rei.

Ouviu-se um barulho delicado e as sombras dançaram por cima da pele que envolvia seus olhos, mas não pôde dizer o que a bruxa fazia; melhor, não se importava.

— O Azor’Ahai não tem família; nem amigos e amores, ele só tem a luminífera e a luta contra o Grande Outro — o movimento das sombras continuou, e sem surpresa sentiu uma mão tocar-lhe a bochecha, quente, lisa e limpa — seu nome será cantado, cavalheiros se inspirarão com seus feitos e donzelas vão ansiar com um lugar ao lado do homem que salvou o mundo — ela disse como se aquilo fosse persuadi-lo. Um suspiro quente foi soprado na face de Jon — Talvez nem saberão do que vez, ou talvez não acreditem... mas ninguém ira cantar se o Azor’ahai cair...

Tinha uma família. E amigos, como Robb, e até teve um amor, se é que entendia o conceito do sentimento. Pensou profundamente em apenas largar a espada e deixar o estúpido do mundo ser coberto por escuridão. Pelos sete infernos, se não tinha família e amigos por que remotamente consideraria a opção de salvar a todos, incluindo traidores, ladrões, estupradores e assassinos, incluindo Viserys; preferia agarrar ao pé de todos e puxá-los para baixo consigo. Não. Se algum dia alguém fosse cavalgar ao Norte para lutar contra mortos-vivos esse alguém seria Jon Targaryen, não o estúpido menino Jon Snow, o estúpido órfão que viveu uma mentira, o estúpido que ficou parado na Muralha enquanto os irmãos eram assassinados, um por um. Jon Targaryen era fogo, se alguém assassinasse seu pai e irmãos ele iria lutar, diferente do Bastardo de Winterfell. Que venha a neve, eu tenho fogo e sangue.

 

 

— Trai minha família por causa de um tolo — Euron lamentou quando Jon contou o que viu.

Olhou bem no olho bom dele, um azul pálido, meio-brilhante até no escuro. Admirou que era um bom alvo para uma adaga.

Depois de tudo que eu passei — gritou em sussurro — acha que acredito em uma asneira qualquer? Não viu o que eu vi...

— Vi um par de tetas e uns olhinhos bonitos — observou o Olho de Corvo, inclinando a cabeça.

Suspirou.

— Te mando para o Sul e te esqueço — rosnou — eu vou a Norte.

— Você é mais louco que Aerys Targaryen — o caolho falou em um riso.

Não ouse tocar nesse nome.

— Louco? Sou sensato — disse enquanto observava as ultimas luzes do ultimo dia quente se desvanecendo ao horizonte, pálidas e tristes — vá lá, comande meus exércitos, por mim pode sentar no Trono de Ferro, mas juro, quando voltar te frito lá mesmo — ameaçou Jon, levando a mão a boca e fazendo um som agudo, lembrando a aquele idiota manhoso de que ainda tinha um dragão.

O homem ao seu lado levantou a cabeça, depois abaixou-a, balançando-a enquanto fitava as águas que se tornavam negras.

— Vá ao Norte e morra — ele se conformou — eu fico aqui.

— Pronto — Jon concordou — Te deixo homens e você segura a linha; ou ataca, não me afeto, esta é uma guerra ganha.

O olho azul pálido virou e encontrou rosto do rei, observante e profundo.

— Como tem tanta certeza?

Os olhares se encontraram.

— Os Lannister são um quarto da força da Coroa, os Lannister tem um terço do ouro da coroa, e os Lannister são traiçoeiros tanto quanto são importantes — foi o que Rhaegar disse algum dia qualquer.

— Como vai de tolo a general? — perguntou Euron piscando o olho.

Não respondeu. Sempre ouviu todos falarem sobre ele com tanto assombro e terror que só haviam duas opções; o homem estava tentando enganar Jon com todos os gracejos ou ele era simplesmente um pateta. Estava inclinado a aceitar a segunda opção, mas aquilo seria muito fácil, e aparentemente tudo era complicado quando se era um rei. Tinha nascido em um longo verão, mas quando vislumbrou a última luz do sol desvanecer ao horizonte teve medo. Medo do sol não voltar a subir a leste, dos ventos fazerem a noite ficar mais fria do que a noite anterior. Era outono, e aquele dia foi longo e quente por alguma razão, mas sabia que o próximo seria mais frigido, seguido do outro, até que o mar seria gelado demais até para os peixes, que as nevascas engoliriam alces e ursos, que nem mil peles de focas seriam capaz de evitar o congelamento dos homens e o pior de tudo, que a Muralha ficaria tão gélida que todos os irmãos negros congelariam e... não sabia o que viria de para-lá-da-muralha, mas sábia que se passasse da Muralha iria passar por ele, e depois por Winterfell, Correrrio, Rochedo Casterly, o Trono de Ferro, Jardim de Cima, Ponta Tempestade e até Lançasolar, não importava, tudo estaria perdido.

Eu tenho fogo em mim. Era isso que importava.

 

 

Terra a vista! — O sol emitia uma luz pálida e branca sem calor, que pelo menos iluminava, indicando o meio-dia.

Já havia visto a silhueta negra decorada de um verde acinzentado muito tempo atrás, e assumiu que os mudos que os acompanharam também, só... eram mudos e o único homem que conseguiria gritar era Euron. Robb havia pegado um resfriado e sua voz agora saia rouca e baixa, Stannis não era o homem de berrar quando não era preciso e Jon estava guardando a voz para a batalha que viria, ou melhor, era isso que gostava de falar aos outros. Mesmo após duas semanas ainda pensava nos Outros, e o gelo e frio dominavam seus sonhos. Melisandre, esse era o nome da sacerdotisa, um nome tanto estranho ao ver do rei, mas era um nome, ainda ficava na cela, porém agora deitava numa cama e deleitava-se de comida boa, tal como Theon. Rodrik, o leitor, como Euron insistia em chamá-lo, já estava fora de um buraco e dormia em uma cabine. Gostava dele, era sábio, mesmo assim algo selvagem e lutador dormia em seus olhos negros e cansados de tanto ler.

— O que acha daqui? — perguntou a Rodrik.

— É uma planície — ele replicou — um bom lugar para acampar.

E era. A planície estava decorada de grama rasteira verde com o cinza trazido pelo outono, algumas rosas floresciam não muito longe da praia de amarelo-alvo, perto das flores um capim sem cor balançava alto ao vento enquanto as folhas de árvores distantes moviam-se seguindo a corrente de ar, ornamentando uma floresta que se estendia ate o outro lado de Westeros.

— Desejo que tivéssemos um porto para desembarcar — pensou em voz alta ao ver alguns dos tripulantes desamarrando uma balsa do lado do Silêncio, fazendo tão pouco barulho quanto conseguiriam.

— As mares raramente o levam aonde quer — Rodrik soou com o vento vindo do norte levantando os seus cabelos negros — os ventos também não ajudam muito, a única coisa que o homem pode controlar é as velas do navio.

— Sim — disse virando a cara a sul, aonde algumas cidades pequenas situavam-se na costa oeste de Westeros — poderia continuar navegando a sul, o vento nos favorece. Só precisaria içar as velas e encontraria um porto... Cheio de Lannisters...

— Mesmo assim, não importa o que digam, você sempre tem uma escolha.

Não podia negar a afirmação, só podia concluir que algumas escolhas eram tão parvas que ninguém chegava a considerá-las.

— Ouvi que foi uma dificuldade tirá-lo de sua Torre de Livros.

— Rodrik, o Leitor — replicou com um sorriso — quando ouvi que Balon mandou Rodrik para conquistar o Norte tive que ir atrás — ele suspirou, olhando ao horizonte, ou ao céu, não saberia julgar — não devia ter matado ele.

— Ele não se ajoelhou — falou duramente — era simples e sem significado.

— Iria machucar o orgulho dele...

— O erro foi dele, não meu.

— Mesmo assim trouxe tantos problemas a você — concluiu o Leitor — talvez você foi o orgulhoso lá, não ele... Matar um homem importante por que ele não se ajoelhou.

— Meus homens iriam ma chamar de covarde...

Rodrik fungou, interrompendo Jon.

— Muito pelo contrario — expos ele com confiança — Quando ainda estava em um jaula imunda o Lorde Trovão e o Lorde Lobo conversaram sobre você — ele olhou nos olhos do rei, claramente vendo preocupação — previram o que aconteceu, ele trocou o filho por seu irmão, e pela própria vida, e mesmo sem falar te chamaram de tolo. Homens tolos lhe julgaram por feitos que eles não entendem.

Iria respondê-lo, talvez elogiando sua sabedoria, mas nunca teve a chance. A balsa caiu na água agitada abaixo de si, mandando gotículas na face do Dragão Branco. Ele limpou-as e alguém chegou ao seu lado.

— Vai na primeira viajem até a praia? — perguntou amigavelmente Robb, ainda rouco.

— Vou — respondeu com um sorriso.

Quando desceu as ondas magicamente acalmaram, transformando a água em um grande espelho azulado. Quando olhou no próprio reflexo se surpreendeu. Viu Agron acima de si, o fogo, mas quando olhou para o rei viu nada menos que gelo, gelo e fogo.


Notas Finais


Espero que tenham gostado!


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