-Eu não gosto muito dele. -Falou Bryan ao se deitar.
-De quem? -Perguntei ao colocar minha camisola.
-Do Mason. Ele não me passa confiança.
-Ele parece ser legal. -Me deitei do lado do meu namorido e o abracei. -Será que isso não é ciúmes?
-Talvez. -Cruzou os braços e fez biquinho, me fazendo rir. -Não curto a forma como ele te olha.
-Ah, para de ser bobo, eu sou louca por você, só por você. -Dei um selinho nele e nos beijamos com enorme desejo.
Fizemos amor por horas, eu estava muito excitada, ficava assim sempre que eu estava com Bryan, e ele também estava com muito tesão. Aquelas mãos quente dele percorrendo lentamente cada parte do meu corpo me fazia delirar de prazer, o corpo dele colado no meu me provocava sensações indescritíveis.
No dia seguinte, fui trabalhar normalmente, eis que pelo meio da tarde tive uma surpresa. Uma agência de estágios havia entrado em contato comigo me informando que tinha um rapaz que precisaria estagiar em um abrigo e ao me perguntar se eu aceitaria-o, respondi que sim sem pensar muito. Todos estavam sabendo sobre isso, e as crianças estavam ansiosa para a chegada do estagiário, enquanto eu estava tão ocupada com o processo de adoção de duas crianças, que nem lembrei que o estagiário chegaria naquela tarde.
A surpresa veio com a chegada desse rapaz. Assim que a campainha tocou, eu abri a porta e então o vi. Estava ali parado diante de mim.
-Luna?
-Mason? O que faz aqui?
-Sou o estagiário. Não te informaram da minha chegada?
-Sim, mas eu não sabia que era você. Entre, por favor. -Ele entrou e eu fechei a porta. -Não imaginava que você fizesse serviço social.
-Faço sim. -Me disse com um leve sorriso. -Que coincidência te encontrar aqui. Então vamos ser colegas…
-Mais ou menos. Eu sou a dona desse abrigo.
-Então você será a minha chefe? Interessante... -Sorriu soando meio malicioso.
Enquanto ele me olhava de uma maneira que me deixou meio constrangida, Alfred apareceu e eu os apresentei, pedi então para o cozinheiro chamar todo mundo para que eu pudesse apresentar eles para Mason, que se demonstrava bastante empolgado.
Algumas crianças o convidaram para brincar, eram muito carentes e buscavam por atenção o tempo todo, porém, outros já ficaram meio receosos, apenas o observando.
Fico vendo Mason brincar de pega-pega com as crianças, dou um leve sorriso com aquela cena, ele levava muito jeito com criança. Nito notei Cauã em um canto, isolado dos demais, me aproximei vagarosamente dele e então o perguntei:
-Não quer brincar com eles?
O garoto sem me olhar, apenas negou com a cabeça. Meu coração ficava em pedaços de vê-lo daquela maneira. Me aproximei mais um pouco dele e o garoto nem se mexeu.
-Me diga, do que você gosta de brincar?
-De nada. -Falou ao me olhar pela primeira vez naquela mini conversa, e então saiu.
Fiquei pensando um pouco em o que fazer, mas não conseguia pensar em nada, dessa vez eu não sabia como ajudá-lo.
Mason viu quando Cauã se afastou e me perguntou o que tinha acontecido com ele, eu expliquei-lhe e o jovem me garantiu que daria um jeito de ajudá-lo, mas sinceramente, eu achava isso meio difícil, já que ele não se abria nem comigo.
Era por volta de 15h, eu estava em meu escritório e resolvi ligar para Bryan lhe contando que Mason trabalharia no abrigo comigo.
-O quê? Esse cara tá te perseguindo, só pode.
-Não fala besteira, meu amor. Como ele saberia que eu trabalho aqui?
-Sei lá, mas é muita coincidência.
-Exato, é apenas coincidência.
Bryan estava com uma implicância com Mason, mas eu não conseguia entender isso, me parecia exagero. Após a ligação, voltei a trabalhar em meu escritório quando escutei uma música, era som de violão, o que me chamou bastante atenção, já que quase ninguém pegava o violão.
Curiosa, eu resolvi ver o que estava acontecendo e ao ir até a sala me deparei com Mason tocando violão, e estava rodeado pelas crianças e pelo jovens, todos cantavam enquanto ele tocava. Fico um pouco de longe observando tudo, não entendia como em tão pouco tempo, ele tinha conquistado todos, ou quase todos. Notei Cauã em um canto vendo todos se divertindo. Reparo quando ele abre um pequeno e singelo sorriso, como se estivesse gostando daquilo, e acho que estava, e então, vagarosamente ele se aproximou de Mason e dos demais.
-Oi. Cauã, né?
O menino balançou a cabeça dizendo que sim e ficou ali parado vendo Mason tocar. O jovem convidou o garoto para sentar do seu lado, e para minha surpresa, ele o fez.
-Quer tocar?
-Mas eu não sei. -Respondeu o pequeno.
-Eu te ensino. Pega aqui. -Posicionou o violão no colo de Cauã.
E então Mason começou a ensinar o menino a tocar, e para meu espanto, ele estava muito feliz e ainda estava interagindo. Confesso que apesar de feliz com aquela situação, eu também fiquei meio enciumada, pois em poucas horas Mason conseguiu o que eu não havia conseguido em meses, não entendia isso. Ele era incrível com os pequenos.
Quando eu estava indo embora, Mason me pediu uma carona, não tive como negar.
-Você foi ótimo hoje. -Falei enquanto prestava atenção na estrada. -O Cauã quase não interage com ninguém, como você conseguiu a façanha dele participar da roda de música?
-Fácil. Todo mundo gosta de música, a única coisa que muda é o estilo musical, mas não tem que não aprecie alguma música.
Parei meu carro no semáforo e o olhei meio incrédula, não sabia como eu nunca tinha pensado nisso. Ele me olha de um jeito estranho, que me deixa com vergonha, não sei o porquê dele me olhar dessa maneira.
-Luna, já que eu vou estagiar de segunda a sexta no teu abrigo, será que eu poderia ir e vir todos os dias com você? Até porque o estágio não é remunerado, e eu não sei se teria dinheiro para passagem todos os dias.
-Claro, não tem problema. -Falei, e ele me sorriu e me agradeceu.
Sorri de volta e me dei conta que o sinal tinha aberto. Levei Mason para a casa e depois fui para a minha. Bryan havia ficado de pegar as crianças na escola, geralmente era ele que fazia essa parte por trabalhar mais perto do colégio.
Eles chegaram pouco depois de mim, e logo notei o semblante bravo de Elliott, e em seguida, reparei que o garoto estava com o lábio inferior machucado e sua camisa estava rasgada na parte do ombro direito, e havia um pequeno machucado na região.
-Hey, o que houve, querido? -Perguntei ao pegar em suas mãos.
-A diretora quer falar com vocês amanhã.
Olhei para Bryan sem entender o que estava havendo e ele apenas me deu de ombros.
-O que aconteceu?
-Eu briguei com um menino. Ele me bateu, mas eu bati mais.
-Hey, isso não é legal. Por que vocês brigaram?
Elliott ficou com o olhar mais tristonho do que antes. Olhou para Bryan, em seguida olhou para mim, e então baixou a cabeça.
-Ele disse que nós não somos seus filhos de verdade, porque não saimos da sua barriga. -Falou tristemente.
Bryan se sentou do meu lado e virou Elliott para seu lado. Ele chamou por Brittany, que se aproximou da gente, e então ele disse:
-Escuta aqui, não importa o que digam, vocês são nossos filhos, sim, o que faz uma família não é o laço sanguíneo que elas possuem, mas sim o amor.
-Exatamente. -Falei. -E nós amamos muito vocês.
Os dois se olharam e sorriram.
-A gente… A gente também ama vocês. -Falou o menino timidamente.
Bryan e eu sorrimos ao escutar aquilo. Eu tive que me controlar para não chorar. Então os dois nos abraçaram, me causando uma sensação tão boa. Elliott não era de demonstrar sentimentos, acabou nos pegando de surpresa, a melhor surpresa de todas.
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