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História O Drama De Luna (Uma História Sobre Abuso Sexual) - De Cara Com o Capeta Parte 2


Escrita por: dannypereira_

Capítulo 62 - De Cara Com o Capeta Parte 2


Era ele. Ele estava em minha casa, sentado no meu sofá e com uma droga de sorriso no rosto, enquanto eu quis morrer ao vê-lo, o desgraçado demonstrou ter ficado feliz em me ver.

-O que ele está fazendo aqui? -Perguntei para Nicolá.

-Oi querida. -Falou aquele estrupício ao me abraçar.

-Não! Me solta! -Falei ao empurrá-lo.

Nicolá me olhou assustado sem saber o porquê da minha reação. Luan também ficou bem surpreso, como se não soubesse de nada. Sério, alguém pode me explicar como pode existir pessoas assim no mundo?

-Luna, o que houve? -Perguntou Nicolá.

-Eu não quero esse homem na minha casa. A mamãe sabe disso? 

-Não. A gente se encontrou na rua e ele veio me acompanhar só pra eu pegar uma coisa que esqueci. Mas eu não estou entendendo a sua reação, ele é nosso pai.

Olho para Luan, que já está a me olhar aguardando que eu lhe diga algo, seu olhar me dá medo, me causa pavor, sem dizer nada fico vendo - o e me lembro de cada segundo dos abusos, cada segundo de tortura, de pavor, lembro até da primeira vez que pensei o quanto eu queria morrer. Me lembro também de quando minhas amigas me falavam orgulhosas de seus pais e eu mentia dizendo que o meu era maravilhoso, me lembro até de todas as vezes que eu chorava para não me apresentar nas festinhas de dia dos pais da escola, alegava ter vergonha quando na verdade eu não queria cantar nenhuma música que idealizasse um pai que eu não conhecia, que eu não sabia como era ter.

Sem pensar duas vezes eu saio correndo de casa e aos prantos, acabo me esbarrando em algo, ou melhor, em alguém. Era ele, era o meu anjinho da guarda. O abraço fortemente.

-Calma, meu amor. -Ele diz me abraçando.

Não consigo dizer nada, apenas quero sentir seu abraço, seu cheiro…

-O que houve? -Ele pergunta.

-Me tira daqui, por favor. -Peço.

Bryan me leva para seu carro, assim que entramos, Nicolá me liga.

-Cadê você? -Pergunta meu irmão assim que eu atendo a ligação. -O que aconteceu?

-Nada, depois te explico melhor. -Respondo. -Tô aqui com o Bryan.

-Com o Bryan? -Pergunta parecendo surpreso.

-Sim, ele estava indo pra nossa casa, acabamos nos encontrando no caminho. -Falei ainda bastante nervosa.

Culpa do Luan que me deixava assim, ele causava isso em mim. O mais triste disso tudo era ver que depois de quatro anos sem a gente se ver, e depois dele ressurgir das cinzas e ver o pavor que tenho dele, mesmo assim ele não se arrependeu de nada do que ele me fez, com certeza não havia mudado em nada, será que ele estava a abusar de outras crianças? Será que pelo medo que eu tinha dele e de denunciá-lo, ele estava a fazer o mesmo com outras meninas? Não, eu não queria ser culpada disso também.

Bryan volta para meu carro com uma garrafinha de água que ele havia comprado em um mercadinho para mim e me dá pra eu beber.

-Obrigada. -Digo ao beber um pouco de água.

-Está mais calma?

Cabisbaixa, eu aceno a cabeça positivamente. Silêncio. Sinto Bryan me olhando embora eu não esteja olhando - o.

-O que houve, amor?

-Ele estava na minha casa. -Falei.

-Ele quem?

-O homem que ajudou a me colocar no mundo.

-Esse homem seria o seu pai?

-Infelizmente. -Respondo.

Bryan me olha meio sem entender nada e pega em minhas mãos, se pondo a olhar em meus olhos.

-Luna, não é de agora que eu venho percebendo que você não gosta do seu pai, mas eu só gostaria de saber o porquê. -Pausa. -Amor, um relacionamento é feito de parceria, amor e confiança, sei que se eu estiver com algum problema, poderei contar com você e que estarás aqui para me apoiar, então, assim como eu confio em você, eu gostaria que você confiasse em mim também e me contasse o que aconteceu entre você e seu pai.

Baixo a cabeça tristemente. Eu entendia Bryan, sabia que ele estava preocupado comigo e queria me ajudar, achava tão lindo da parte dele essa preocupação que ele tinha comigo e o fato de estar querendo sempre me cuidar, era muito iti malia. 

-Eu te amo! -Falei. -Amo o seu jeito de me tratar, a forma que você me cuida e me protege, mas acima de tudo, eu amo quem você é e quem você me ensinou ser, eu mudei tanto depois que te conheci, eu era uma pessoa totalmente diferente e você me mudou. Nem imaginava ser amiga de um cara e hoje estou completamente apaixonada por você. Mas… Tem algumas coisas sobre… sobre o meu passado que eu ainda não me sinto pronta pra contar, mas prometo que quando essa hora chegar, te contarei tudo. Tá bem?

Bryan acenou a cabeça num gesto afirmativo e com um sorriso de canto de boca, me deu um beijo na testa (amo quando ele faz isso) e me abraçou. Como era bom o seu abraço.

Acabamos indo pra casa dele, Bryan me disse que só me levaria pra minha casa quando eu quisesse, mas e se eu não quisesse? 

Acho que Cadu sabia que eu não estava bem, talvez Bryan tivesse lhe contado ou ele tivesse percebido pela minha cara abatida. Cadu estava parecendo mais simpático do que o normal, acho que queria me alegrar, embora eu tivesse fingindo alguns sorrisos eu não conseguia ficar 100% feliz.

De repente Analu e Fred aparecem empurrando duas caixas cheias de coisas.

-Terminamos papai. -Diz Analu. -Já separamos roupas, brinquedos e materiais escolares que não usamos mais. Aposto que as crianças vão adorar.

-Vão mesmo. -Disse Fred. -Vou doar o meu carrinho da policia de controle remoto.

-Mas é o seu brinquedo preferido. -Disse Cadu.

-Não é mais. Agora o meu brinquedo preferido é a pista de lava carros. 

Fiquei surpresa das crianças doarem seus brinquedos numa boa, sem reclamar, geralmente as crianças não curtem muito isso, mas eles fazem isso numa boa. Cadu me contou que iria a um abrigo e doaria tudo e que eles adoram poder ajudar um pouquinho ao próximo. Achava tão linda essa atitude deles. Bryan também prometeu separar tudo que eles não usavam mais.

-Luna, você vai jantar conosco? -Perguntou Cadu ao colocar sua mão direita em meu ombro esquerdo.

Me esquivei rapidamente surpreendendo a todos.

-Desculpa. -Falei ao notar a reação de espanto deles. -Não gosto que me toquem.

-Eu que lhe peço desculpa, não sabia. -Disse Cadu. -Bom, vai ficar para jantar conosco?

Acenei a cabeça positivamente tentando fingir que não estava vendo o olhar de surpresa que Bryan ainda estava me olhando. 

Cadu fez para o jantar arroz, feijão, estrogonofe de frango, salada de alface e de beterraba. Estava tudo tão delicioso, era um ótimo cozinheiro.

-Está bom? -Ele me perguntou.

-Muito. -Respondi.

Realmente estava muito bom, eu nunca fui de mentir, então se eu não gostasse lhe diria.

Após o jantar, Bryan me levou pra casa a meu pedido, se eu pudesse ficaria mais tempo com ele, mas eu sabia que mais cedo ou mais tarde teria que voltar pra casa.

-O que aconteceu hoje? -Perguntou. -Digo, quando meu pai encostou em você.

-Eu falei que não gosto que me toquem.

-Mas eu te toco e você não reclama.

-Você é meu namorado. -Falei. -Desculpa Bryan, eu sei que ele é seu pai, mas eu não curto, é um direito meu.

-Ok, ok.

Descemos do carro e ele me acompanhou até a minha porta.

-Hey, você vai ficar bem? -Perguntou.

-Vou sim. 

Ele me deu um selinho e foi embora. Quando entrei, mamãe estava sentada no sofá vendo TV, lhe dei um beijo na cabeça e fui para meu quarto. Cerca de uns quinze minutos depois, Nick entrou em meu quarto, acho que até já sei do que ele queria falar, mas sinceramente não estava com saco pra falar sobre isso, ai, o que fazer? Que droga tudo isso!

 



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