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História O Drama De Luna (Uma História Sobre Abuso Sexual) - Uma Notícia Inesperada


Escrita por: dannypereira_

Capítulo 64 - Uma Notícia Inesperada


Semanas depois… Nick não havia mais levado Luan à nossa casa, acho que eu tinha conseguido assustar o meu irmão, pois ele tinha medo que eu contasse a verdade para nossa mãe, se ela soubesse com certeza proibiria tudo isso, mas provavelmente, Nicolá seguiria se encontrando escondido com aquele infeliz,  juro que não entendendo como meu irmão nunca percebeu que ele não presta, por que aquele miserável tinha que ser ruim só para mim?

Mais de 20h quando a campainha de casa toca.

-Estão esperando alguém? -Pergunta mamãe.

-Não. -Responde meu irmão.

-Nem eu. -Digo.

Abro a porta e me deparo com um pequeno ser parado em minha frente.

-Luna! -Diz May aos prantos e se pondo a me abraçar.

-Hey, o que houve? -Pergunto surpresa.

Ela, sem conseguir conter o choro, não me diz nada, parecia com medo, assustada, fiquei muito preocupada ao vê-la daquele jeito, queria saber o que tinha acontecido. Mamãe e Nick, ao verem a May também não entenderam nada.

Ela estava sozinha, comecei a me perguntar onde Rapha estava, mas não tinha ideia da onde ele poderia estar, só sabia que ele jamais mandaria Maytê sozinha pra outro estado, seria muita irresponsabilidade. 

Maytê se sentou no sofá conosco, lhe demos um copo d´água e aos poucos ela foi se acalmando.

-Quer nos contar o que houve? -Lhe perguntei.

Ela acenou a cabeça positivamente e logo pôs se a ficar em silêncio. Ficamos aguardando que ela dissesse o que havia acontecido.

-O meu tio. -Falou. -O tio Rapha. Ele e o namorado dele sofreram um acidente de carro, e… E eles viraram estrelinhas.

Quê? Como assim? Rapha morto? Não, não podia ser. Fazia alguns dias que ele não respondia minhas mensagens, não atendia meus telefonemas e nem me retornava, cheguei a pensar que ele pudesse ter trocado de número e não tivesse como me avisar, ou até mesmo que ele não quisesse que eu continuasse tendo contato com a May, mas juro que nunca pensei que ele pudesse estar morto.

Ficamos totalmente chocados ao saber disso, sem conseguir acreditar, foi um choque pra gente, e se nós estávamos assim, imagino como não devia estar a cabecinha da May, devia estar sofrendo tanto, pobrezinha da minha menina. Queria tanto encontrar as palavras certas para dizer a ela, mas pior que eu não sabia o que falar.

-Sinto tanto, meu amor. -Falei ao lhe abraçar. -E quem te trouxe?

-Eu vim sozinha. -Respondeu com os olhos lacrimejados.

Oi? Como uma criança de 5 anos consegue viajar para outro estado sozinha? 

-Como assim? -Perguntou mamãe tão pasma quanto eu.

-Tio Rapha me ensinou a ler, então eu li o avião que vinha pra cá e entrei escondida.

-E ninguém te viu? -Perguntou meu irmão.

-Sim, um moço que trabalha no avião perguntou se eu estava sozinha, mas eu menti que estava com meu pai. -Falou May. -Aí depois eu pedi ajuda pra uma moça pra chegar até aqui e ela me ajudou, quer dizer, primeiro ela me fez mil perguntas, tipo, onde estavam meus pais, onde eu morava, essas coisas… Mas depois ela me trouxe até a rua de vocês.

Gente, ficamos apavoradas com o que ela nos contou, se Maytê tivesse noção do perigo que ela correu, graças a Deus não aconteceu nada de ruim com a minha menina.

-Menina, isso é muito perigoso, tem tanta gente ruim nesse mundo. -Falou mamãe. -E se alguém tivesse te feito algum mal?

-Eu sei, mas por favor não me dá bronca. -Pediu May com aqueles olhinhos lacrimejados. -Eu não tenho pra onde ir, não quero ir pra casa daquele meu tio mau que fazia coisas feias comigo. Será que eu posso ficar aqui?

Mamãe, Nick e eu nos olhamos em silêncio, acho que todos sabíamos a resposta. 

-Claro que pode, meu amor. -Disse mamãe ao abraçá-la.

May estava tão triste, me doeu vê-la daquele jeito, ela sempre foi uma menina tão alegre, tão feliz e agora ela estava tão triste.  

Mamãe me falou que deixaria - a morar conosco,  mas que queria fazer tudo dentro da lei para depois não ter alguma consequência, portanto, mamãe entraria com um pedido de guarda, sim, em outras palavras, ela queria adotar a Maytê, ou seja, seríamos irmãs. Nossa, quando ela me contou eu quase não acreditei, dei pulos de alegria (literalmente), não conseguia imaginar May e eu como irmãs, confesso que eu sonhava com isso desde que eu havia a conhecido. Contamos a novidade para Nicolá que também ficou extremamente feliz, só não quisemos falar nada para Maytê para não lhe dar falsas esperanças, pois vai que minha mãe não conseguisse sua guarda, ela ficaria arrasada.

-Sinto muito por você estar passando por tudo isso. -Falei à May ao lhe colocar para dormir.

-Eu sei. -Falou docemente. -Luna, dorme comigo?

Lhe dei um sorriso, um beijo na cabeça e me deitei ao seu lado, abracei - a e dormimos juntinhas. Eu estava morrendo de saudade daquela pequena, queria muito vê-la novamente, mas juro que não nessas condições, não desse jeito.

No dia seguinte, mamãe já foi até o juizado da infância e juventude para contar toda a história da Maytê, até onde eu fiquei sabendo, foi orientado que ela procurasse um advogado para lhe ajudar no processo, e adivinhem que advogado mamãe contratou? Nada mais, nada menos que Cadu, ele era formado em direito, embora estivesse um ano afastado da profissão, mas assim que mamãe lhe pediu para ele lhe ajudar nesse caso, ele topou na hora. 

Eu sabia que não duraria dias ou semanas, mas sim, bastante tempo, e que seria uma batalha árdua, mas estava convicta de nossa vitória e que logo, logo, May e eu seríamos irmãs.

-Irmãs?

-Sim. -Respondi.

-Que legal! -Falou Bryan assim que eu lhe contei todo acontecido. -Tomara que dê tudo certo.

-Tenho certeza que dará. -Falei.

Assim que desliguei o telefonema, May entrou em meu quarto e deitou em minha cama.

-Hey, o que houve? -Lhe perguntei.

-Sonhei com o tio Rapha. -Respondeu. -Será que posso dormir aqui?

-Claro que pode, meu amor. -Falei ao lhe cobrir com o cobertor.

No dia seguinte, acordei cedo para ir para o colégio e já fui logo contando a novidade para Lindy e Funny, que gostaram bastante e falaram que estavam torcendo para tudo dar certo.

-Oi. -Disse Bryan ao ir até a gente.

-Oi. -Falei com um sorriso bobo. 

Ficamos flertando, mas pude sentir as meninas nos observando.

-Como o amor é lindo. -Disse Funny.

Bryan deu um meio sorriso, me deu um selinho e sentou conosco. Até que nesse dia a aula não foi tão chata como de costume, embora os minutos não passassem nunca, estava louca para que a noite chegasse pra eu poder ver a May, ah, ela havia ficado em casa com mamãe.

No abrigo, contei para Suzy sobre tudo que havia acontecido com Maytê, a volta dela e o fato de que mamãe queria conseguir a guarda dela.

Ai, estava torcendo para eu poder contar a novidade à May e lhe dizer ´´agora somos irmãs´´, aposto que ela ficaria muito feliz e com certeza eu também. Ai, que esse dia chegue logo. 



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