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História O Encanto da Cerejeira - Capítulo 33 - SASUKE - A exposição


Escrita por: HatakeLiah

Capítulo 36 - Capítulo 33 - SASUKE - A exposição


Sakura desperta e solta um longo suspiro antes de se levantar. Por um momento observa o teto, mas logo se ergue e se espreguiça como de costume se levantando da cama. Em seguida segue para a cozinha para preparar uma vitamina pré corrida.

É isso o que faz sempre que pode em seus sábados de folga, mas não é sempre que consegue tempo para correr. Depois de renovar as energias, vai gastar um pouco de calorias na corrida que demora cerca de uma hora.

Assim que volta, vê Tatsuo desperto tomando um copo de suco.

—        Bom dia. - ele diz.

—        Bom dia.

Sakura enche um copo de água e o bebe em poucos goles.

—        Minhas malas já estão arrumadas, mas ainda preciso esvaziar o galpão que aluguei.

—        Por isso tinha poucas coisas aqui. Bem que estranhei uma mudança sem coisas para mudar. Por que não disse? Minha casa é grande, não precisava alugar um galpão.

—        Exatamente por isso, se eu tivesse dito você me forçaria a guardar as coisas aqui.

—        Eu te forçaria? Nem tenho tanto músculo assim.

Ela ri e ele revira os olhos.

—        Talvez, mas tem uma força sobre-humana.

—        Lenda.

Tatsuo ri.

—        Diga isso aos seus rivais de boxe.

Mais uma risada escapa, mas ela logo é perdida quando a Haruno solta um longo suspiro.

—        Vou sentir sua falta.

—        Vou levar minha mala hoje, mas que tal uma maratona de despedida?

Sakura abre um grande sorriso.

—        Eu topo.

O rapaz sorri contagiado pela rosada e eles vão para a sala passar o dia em frente a televisão.

 

 

Depois de várias horas, um almoço e pipocas, Tatsuo vai buscar suas malas e as leva para o táxi que chamou.

Já na porta ele observa Sakura com um belo sorriso no rosto.

—        Tem certeza que precisa ir? Vou sentir sua falta.

Ele a abraça.

—        Já falamos sobre isso.

Ela suspira e eles se afastam.

—        Eu sei.

—        Não se preocupe, estarei sempre a apenas alguns quilômetros de distância.

—        Você sempre está longe.

—        Não seja malvada.

Ele ri do drama da rosada.

—        Assim você magoa esse velho amigo.

—        Espero que esteja disponível para quando eu precisar.

Ela diz emburrada e ele bagunça o cabelo dela.

—        Qualquer coisa tem o Deidara.

Ela bate nele fazendo-o rir.

—        Estou brincando, estou brincando.

Ela suspira e sorri para ele.

—        Estou aqui se precisar.

—        Vou lembrar.

Tatsuo se afasta e Sakura suspira. Ela está preocupada com ele, já que está se arriscando bastante começando do zero mais uma vez, mas torce para que o amigo fique bem.

Quando perde o carro de vista ela volta para dentro e se joga no sofá colocando qualquer filme para se distrair. Ao perceber que o horário da exposição se aproxima, se ergue e vai para o banho, afinal terá uma boa noite hoje.

 

Sakura deixa sua casa e não demora a chegar a galeria. Essa é a primeira exposição deles em Konoha e mesmo que já tenha visto o trabalho deles, ainda assim está ansiosa.

A bela mulher desce do carro entregando suas chaves ao manobrista, encaminhando-se em seguida a entrada do lugar. Entrando no prédio assim que entrega seu convite.

As paredes brancas lhe parecem claustrofóbicas no começo, ainda que outras pessoas estejam ali, mas ao alcançar a sala principal se surpreende com tudo o que vê.

Os quadros de Deidara, a explosão de cores, fazem do lugar menos claustrofóbico e mais acolhedor. Ela sempre foi fã do trabalho dele e não se cansa de apreciá-lo.

Da mesma forma, também no salão principal, as marionetes de Sasori arrancam elogios do público. Ele é muito bom nisso e ainda que elas nunca sejam usadas são obras de arte incríveis.

—        Linda como sempre.

Ela se vira e vê o loiro se aproximar com um grande sorriso no rosto.

—        Digo o mesmo do seu trabalho.

Um sorriso se forma no rosto da rosada.

—        Você é uma obra de arte ambulante, foi um erro ter te convidado vai chamar mais atenção que nossa arte.

Sakura ri.

—        Como se isso fosse possível.

Deidara toca a cintura de Sakura aproximando-os para cumprimentá-la. Uma mulher se aproxima com um gravador em mãos.

—        Boa noite, - ela diz - sou do Le Petit Art e gostaria de fazer algumas perguntas.

—        Você parece ocupado, vou dar uma volta para ver os outros quadros.

—        Te encontro depois.

—        Com licença.

A mulher toca o ombro de Sakura antes que ela se afaste e a rosada a observa.

—        Sim.

—        Já os vi em outras exposições antes - ela começa se referindo a alguns passeios que a rosada fazia com o loiro - e não consegui deixar de notar a proximidade de vocês, parecem ter uma química única que nunca vi antes, são um casal?

Eles se entreolham.

—        Uma química né? - Sakura diz pensativa. - Acho que podemos dizer isso.

—        Nós dois um casal, até que não é uma má ideia. - Deidara diz com um sorriso.

—        Poderia dar certo. - ela complementa. - Mas se não desse estragaria uma grande amizade.

—        Vamos deixar como está.

—        Então vocês não são um casal?

—        Não. - eles dizem em uníssono.

—        Sakura é minha fã numero um, foi a primeira pessoa a quem mostrei minha arte.

—        Somos amigos de infância, - ela continua - Nos conhecemos melhor que nós mesmos.

—        Essa coisa de não poder existir amizade entre homens e mulheres não se aplica a nós.

—        Sim, podemos dizer isso.

—        Entendo. - a mulher diz.

—        Nos vemos depois.

Sakura se afasta deixando Deidara em sua entrevista e logo sente dois braços finos envolverem-na num abraço.

—        Graças aos céus, pensei que não iria vir, eu estava entediada.

A rosada se vira e vê a amiga.

—        É a exposição de arte do seu irmão não tem como ser entediante.

—        Não sirvo para apreciar essas coisas.

—        Diz uma estilista de moda.

—        Estranho, eu sei. - ela suspira - Então, como vão as coisas?

—        Que coisas?

—        Com os pretendentes ora, do que mais eu poderia estar falando?

Sakura revira os olhos.

—        Como você é exagerada.

—        Não estou exagerando, e além de dois deliciosos ruivos, ainda tem os dois Uchiha, pelos quais as garotas desmaiam. Enquanto algumas querem o pedaço de um você tem os dois ao seus pés.

—        Claro.

—        Nunca pensei que os Uchiha ficariam de quatro por você.

—        É sério Porca, sem exageros.

—        Mas estou falando sério, aqueles dois pedaços de mau caminho estão super a fim de você.

—        Não acho que seja a esse ponto.

—        Ora vamos, tem que confessar que você se tornou um atrativo para eles. - Ino se aproxima com um sorriso - E eles pra você.

Sakura fica sem graça e abaixa a cabeça observando as mãos. Depois daquele encontro na loja de doces que teve com Itachi, Ino a atormenta e inclusive disse as outras no grupo.

—        Vai admite, não é nenhum pecado.

—        Tudo bem, tá certo, eu admito. Eles conseguiram chamar minha atenção.

—        E qual dos dois está ganhando?

—        Não estou comparando-os.

—        Mas tem um que você pensa antes de dormir, você tem que fantasiar com um deles.

—        Eu não fantasio com nenhum deles.

—        Vai Testudinha, pra cima de mim? Dois Uchiha gostosos na sua cola e você não quer nenhum deles?

—        Por que insiste que tenho que querer algo com um deles, estou saindo com o Gaara lembra? Aquele ruivo, irmão da Temari.

—        É, é. Mas, quem muito espera uma hora cansa. O que quero dizer é que você não parece com tanta vontade assim, ele não se incomoda que vocês ainda não transaram?

Sakura se surpreende com a pergunta.

—        Quer dizer, vocês já tiveram o que, cinco encontros?

—        Não foi tudo isso. E, bom, ainda não rolou essa química.

—        É disso que eu estou falando, de química, você não tem isso com o Gaara.

Infelizmente isso Sakura não pode negar. Ainda que ame a companhia do ruivo ela ainda não sentiu a vontade de dormir com ele.

—        E vai dizer que Itachi ou Sasuke não despertaram nada desse lado seu.

Se negasse, isso também seria mentira, afinal, Itachi a balança, e Sasuke já a fez imaginar, mesmo que involuntariamente, alguma coisa.

—        É inevitável Testuda, os dois são um perfume de luxúria ambulante que conseguem excitar qualquer uma, e ambos estão atrás de você.

—        Ainda que fosse assim, Itachi e eu somos amigos, pretendo continuar assim e, - ela hesita - eu meio que estou procurando algo fixo. Mesmo que escolhesse um dos dois eles não servem para algo assim.

—        Então está mesmo querendo um namorado?

—        Algo assim.

—        Mas o que acha dos Uchiha?

Que bicha insistente.

—        Puta que pariu, você ouviu alguma palavra do que eu disse?

—        Ah, por favor, eu só quero saber o que você pensa deles.

Sakura suspira.

—        Itachi me surpreendeu, não pensei que ficaríamos tão próximos, ainda mais assim de repente. Ele sempre foi um sonho de consumo, mas não quero ser apenas mais uma na sua lista e nós duas sabemos como ele é.

—        E o mais novo?

—        Sasuke ainda me irrita, mas seria mentira se dissesse que não me atrai. Além disso, ele deve ser ótimo na cama.

É claro que nunca vou deixar esse pensamento chegar aos ouvidos dele.

Um sorriso malicioso surge nos lábios da Yamanaka.

—        E que tal provar se isso é verídico hoje?

—        O que? Do que está falando?

—        Olha quem o Papai Noel trouxe.

Ino aponta na direção da porta e ao observar o lugar Sakura se surpreende ao ver Sasuke, que, ao vê-la se aproxima.

—        Estamos em março. - ela murmura para Ino.

—        Tanto faz.

O belo moreno se aproxima das damas e Sakura quer gritar a Ino que pelo menos disfarce o olhar malicioso que leva, ainda assim sabe que isso seria inútil.

—        Boa noite.

—        Boa noite. - elas respondem.

—        Foi um prazer revê-lo Sasuke, - Ino diz - mas preciso falar com meu irmão. Até.

—        Até. - Ele responde.

—        Testuda, depois quero saber sobre a pesquisa.

Ino se afasta e não vira para trás ao falar, Sakura tenta se controlar para não ficar vermelha, mas o esforço é inútil e Sasuke percebe.

—        Sobre que pesquisa ela está falando?

—        Não é nada, é bobagem da Ino.

—        Hum.

Depois de perderem a loira de vista, Sasuke crava o olhar no corpo da Haruno e mesmo que tente, não consegue esconder o desejo que tem em tê-la.

—        Você está linda nesse vestido.

Sakura se lembra do que disse a pouco, percebendo que, pela forma com a qual ele a observa, não é a única que se sente atraída e abre um sorriso.

—        Você também não está mal.

Uma garota se aproxima servindo champanhe e eles pegam uma taça cada um. Sakura observa a escultura de Sasori ao lado e Sasuke se vira, colocando-se ao seu lado, observando-a também.

—        Conhece os dois?

—        Sim, somos amigos de longa data.

—        Então esse é o motivo de estar aqui, para apoiar seus amigos?

—        Todos precisam de apoio de vez em quando, além disso, amo a arte deles. Cada um tem uma forma única de se expressar - ela sorri - sempre amei isso, digo, vê-los. Cada um deles tem uma personalidade única e inesquecível, algo expendido e grandioso e expressam isso em sua arte. Deidara é explosivo e momentâneo, Sasori é realista e impaciente. Acho que nunca irei me cansar de admirar cada obra que eles elaboram.

Sasuke a observa surpreso. A intensidade com a qual fala dos amigos demonstra o quanto está admirada com seus trabalhos.

—        Mas por que está aqui? - ela foca o olhar nele - E o jogo?

O olhar do moreno se volta para a obra.

—        Decidi que precisava de um pouco de arte na minha vida. Vejo o resultado do jogo amanhã.

—        Então, decidiu vir a uma exposição assim de repente?

Sasuke a observa com o canto dos olhos e a vê com a sobrancelha erguida, apresentando desconfiança.

—        Nunca decidiu fazer algo de última hora?

—        Bom, é claro que já, mas esse é um evento privado como conseguiu o convite?

Ele sorri.

—        Tenho meus contatos.

É claro que tem, você é um Uchiha.

—        Imagino que não deva ser tão difícil, afinal você conhece o Dei.

—        Ah, não, eu não sabia que era a exposição do Deidara.

—        Veio em uma exposição sem nem ter ideia de quem eram os artistas responsáveis pelas obras?

—        Não totalmente, depois de uma breve pesquisa eu soube. Mas podemos dizer que no começo foi assim.

Sakura se surpreende e desvia o olhar focando na escultura de Sasori.

Ele pesquisou sobre uma exposição de arte mesmo que isso não estivesse em seus planos para essa noite, tudo isso apenas por que eu falei? Não, não, deve ter sido apenas porque ele queria se distrair um pouco.

—        Foi uma mudança radical de planos.

Ela murmura ainda com a ideia lhe rondando os pensamentos.

—        Sim, realmente. Mesmo que, quando ganhei aqueles ingressos, eu sequer soubesse sobre isso, não me arrependo da minha escolha.

Ela ergue uma sobrancelha observando-o.

—        Então, decidiu vir apenas para apreciar as obras de uma exposição da qual nem mesmo ouviu falar?

Ao focar seu olhar no dela, Sasuke sorri.

—        Você falou.

Ela se surpreende e volta a desviar o olhar sem graça, mas continua a conversa como se nada tivesse acontecido evitando assim que ele note o quanto ficou surpresa com a declaração.

—        Está dizendo então que só soube desse evento por que eu falei sobre ele?

—        Exatamente.

Sakura ainda não consegue acreditar que ele tenha desistido de um jogo, um bom jogo por sinal ao qual ela teria ido se não tivesse esse evento, para vir a uma exposição apenas por que ela falou. A rosada não pensou que uma pequena palavra que disse a ele pudesse influencia-lo dessa forma.

Porém, apesar de surpresa pela resposta, ela tem uma atitude rápida observando-o e abrindo um sorriso maroto pouco antes de voltar a falar.

—        Então fui sua inspiração essa noite.

O sorriso do moreno se alarga ao ouvi-la e ele foca na escultura novamente.

—        Podemos dizer que sim.

Ele admitiu? Sério mesmo?

O sorriso dela aumenta e ela o observa com um olhar curioso.

—        E quantas horas de pesquisa minha sugestão lhe custou?

—        Algumas.

Sasuke não deveria admitir, mas percebe que a surpresa da rosada, a qual não consegue esconder, a deixa vulnerável e suas reações deixam explícito o que pensa. Como nesse momento, em que ela finalmente percebeu que o moreno passou algum tempo buscando por esse evento por causa dela.

Sakura não sabe se está certa, é bem provável que não, que seja apenas coisa da sua cabeça. Mas considerando tudo o que o moreno disse até agora, é por causa dela que ele está aqui. E, mesmo que não seja diretamente, ou seja, para vê-la, está aqui nesse momento por algo que a rosada disse.

—        Então eu te fiz conhecer um pouco mais de arte.

Ela se apressa a dizer, afinal tenta ao máximo evitar que o moreno a deixe sem palavras. O sorriso cínico que se forma no rosto dele quando isso acontece a irrita.

—        Não diga isso como se eu fosse um ignorante.

Ela ri.

—        Não estou fazendo isso.

É claro que não. O moreno pensa.

—        Pelo menos pode dizer que foram pesquisas produtivas.

—        É. Só tive um problema nisso, pois não sabia qual das exposições ir.

—        Tinha mais de uma exposição hoje?

Ela o observa, não sabia sobre isso.

—        Tinha uma mais cedo.

—        Não imaginei que duas exposições de arte poderiam acontecer no mesmo dia.

—        Três, afinal temos dois artistas aqui.

—        Sim, tem razão.

Ele realmente pesquisou sobre eventos de arte, no fim era apenas pela arte.

Ela contém um suspiro e, ao focar nele, abre um belo sorriso, deixando o moreno paralisado por causa da beleza que encontra nesse simples gesto.

—        Não me diga que também foi a essa outra exposição.

—        Por que eu faria isso?

—        Pra trazer um pouco de arte na sua vida.

Ela diz debochada e isso irrita um pouco o moreno, apesar do rosto debochado dela ser extremamente sexy. Ele afasta o pensamento e responde a provocação.

—        Não, não fui.

—        E escolheu essa de forma aleatória?

—        Também não, durante a pesquisa, quando vi a imagem de um dos quadros me lembrei do quadro daquele restaurante.

—        Não a toa, o Dei que pintou aquela obra.

—        Imaginei que foram feitas pelo mesmo artista e ao ver o nome de Deidara decidi vir.

Sakura se surpreende cada vez mais com o que ouve do moreno, ela sabe que Sasuke e Deidara se conhecem, provavelmente a muito tempo, mas não imaginou que ele viria apenas para dar apoio.

—        Então também veio dar apoio a um amigo?

—        Ah, não somos amigos. Mesmo que eu o conheça a tempos, ele me irrita.

Ela ri. Deidara tem esse charme pessoal, ela acredita que apenas ela própria e Itachi conseguem atura-lo.

—        Então.

—        Bom, não sou amigo do Deidara, mas vocês são bons amigos não são?

Sakura se surpreende novamente admitindo a si mesma de uma vez por todas que ele está ali por causa dela especificamente e, pela primeira vez na noite, fica completamente sem palavras. Isso a faz observar a obra a sua frente, tentando disfarçar que suas palavras a desestabilizaram consideravelmente, e o Uchiha também observa o objeto com um sorriso no rosto.

Eles permanecem algum tempo em silêncio, mas é um silêncio agradável em que apenas a presença do outro é suficiente.

—        Mas então, - Sakura diz depois de um longo tempo recuperando a voz - o que achou do trabalho deles? Pode ser sincero.

Sasuke observa o boneco a sua frente, ele tem traços bem realísticos e, a não ser pela cor opaca, diria que são reais. Ele ainda não parou para observar os quadros de Deidara, mas seu irmão o elogiou muito então sabe que não é um trabalho ruim. O moreno ainda está perdido em seus pensamentos quando vê Sakura se inclinar para frente observando-o, o Uchiha fica paralisado ao notar quão linda ela está.

—        Então?

Sasuke permanece em silêncio observando-a e Sakura começa a pensar que ele não deve ter uma opinião formada sobre isso.

—        Não sou especialista em arte, mas qualquer um consegue ver que é um bom trabalho. - ele foca no boneco a sua frente apontando para ele. - Esses traços são bem trabalhados e deixam a escultura extremamente realista. Sobre as pinturas de Deidara, ainda não as vi.

—        Uhm.

Ela diz pensativa e sem qualquer traço de vergonha ou hesitação segura o punho de Sasuke puxando-o.

—        Vamos ver os quadros.

Ele se deixa levar surpreso com a atitude de Sakura e eles param em frente a um belo quadro. Ela coloca as duas mãos em frente ao corpo segurando a bolsa.

A pintura tem uma paisagem, o azul do céu é oculto por algumas nuvens, há um lago, um morro coberto por grama e uma árvore repleta de flores.

—        Esse é o meu favorito de todos.

—        Não parece com o que você descreveu e o que conheço do Deidara, explosivo e momentâneo.

—        Essa é a questão. Você pode olhar em cada quadro desse prédio, cada pintura que ele já fez, nenhuma é tão diferente dele quanto essa.

Sasuke percebe traços pesados e desajeitados, e apesar de não ser uma obra prima é um quadro agradável.

—        Por que gosta tanto dele?

—        Pode parecer que sou convencida, mas é por que foi feito para mim.

Sasuke se surpreende e procura por algo no quadro que lhe recorde a mulher ao seu lado. No mesmo instante percebe algo obvio que lhe passou despercebido, a árvore da pintura é uma cerejeira.

—        Quando era pequena um garoto mal encarado me fez chorar, Dei o colocou para correr e me disse que daria o que eu quisesse se parasse de chorar. Pedi uma pintura. Sabia que ele desenhava muito bem e que havia ganhado alguns materiais para pintura recentemente, mas ainda não os tinha usado. E esse foi o primeiro quadro que Deidara pintou.

Sasuke se surpreende mais uma vez ao ouvi-la, não é possível que o quadro a sua frente pertença a um amador, esse quadro não pode ter sido a primeira pintura de alguém.

—        Foi a partir dessa pintura que sua paixão pela arte nasceu, por isso é meu favorito.

Sasuke a observa encantado pela maneira que ela fala e a forma que admira a pintura. Ao voltar seu olhar ao quadro consegue ler o nome da pintura, Minha Pequena Cerejeira.

 

Um pouco distante dali, um par de olhos os encara incomodado. Sasori quer separa-los de qualquer jeito, mas a conversa que está é muito importante para seu futuro e por isso ainda não foi.

Quando a conversa finalmente termina, ele se direciona para onde eles estão e se aproxima colocando-se entre eles, tocando a cintura de Sakura o que a faz virar um pouco o corpo deixando-os frente a frente.

O ruivo aproxima seu rosto do pescoço dela o inspirando profundamente a fim de sentir seu cheiro e talvez conseguir lhe causar um arrepio, que para sua tranquilidade percorre o corpo da rosada.

—        Ahn. - ela o observa surpresa. - O que aconteceu?

Sasori se afasta, pondo-se ao lado dela e enlaça sua cintura aproximando-a de seu corpo enquanto Sakura ainda o observa surpresa pelo gesto.

—        Você está bem? - ela pergunta.

—        Por que não estaria?

Sasuke pigarreia.

—        Sasori, esse é Sasuke.

—        Uchiha, sim eu o conheço.

Um silêncio assustador toma conta do lugar enquanto o ruivo e o moreno se observam.

—        Como a exposição está indo?

Ela tenta amenizar a aura escurecida que tomou conta do lugar.

—        Bem, foi por isso que vim te chamar.

—        Me chamar?

—        Sim. Vamos, preciso te mostrar algo.

—        Mas.

—        Uchiha.

Sasori envia um cumprimento a Sasuke com um aceno e a leva para longe dele, ela observa o ruivo sem entender sua atitude e se afasta do abraço do Akasuna parando de andar.

—        O que foi isso?

—        Isso o que?

—        Eu estava conversando com ele.

—        Eu sei, mas foi para me ver que você veio hoje.

—        Sim, mas.

—        Então vamos parar de falar dele.

O artista volta a tocar sua cintura para levá-la para longe do moreno, mas a rosada se afasta outra vez.

—        Sasori sou grande o suficiente para tomar minhas próprias decisões.

O ruivo percebe a irritação da rosada por ter sido afastada do Uchiha contra a vontade. Sasori detesta admitir, mas não devia ter feito o que fez, pois sabe o quanto ela preza sua liberdade. Então fecha os olhos e suspira.

—        Desculpe, - ele começa - eu só... só achei que seria bom te ter ao meu lado hoje, mas foi um erro ter te tirado de lá sem sua permissão.

Sakura se sente mal ao ouvi-lo. Ele está certo em um ponto, ela realmente está ali por ele, por ele e por Deidara, para apoiá-los. É com esse pensamento que a rosada solta um longo suspiro.

—        Tudo bem.

O artista se surpreende ao ouvi-la e um sorriso surge em seus lábios.

—        Obrigado Saku.

Sem demora, ele toca suas costas na altura da cintura e a leva para uma roda de críticos, permanecendo com sua mão nas costas dela durante todo o tempo.

Eles mudam de roda, mas nunca de assunto, e, por mais que Sakura ame conversar sobre o trabalho dos amigos isso está se tornando extremamente cansativo. Ainda assim, ela permanece ao lado do ruivo fazendo-lhe companhia, mesmo que não queira, faz isso porque sentiu culpa, porque esse é o dia dele afinal.

Algumas vezes ela olha na direção de Sasuke e o vê observa-la sempre, mas a troca de círculos e de pessoas a faz perdê-lo de vista. Enquanto Sasori conversa, ela o procura, mas não o encontra.

Será que ele já foi embora? Ela se pergunta.

—        Sasori eu vou...

—        Preciso de você ao meu lado Saku, por favor.

Ela o observa, não quer deixa-lo na mão. Depois de pensar por alguns poucos segundos responde ao amigo contendo um suspiro.

—        Tudo bem.

Sasori abre um sorriso e Deidara se aproxima.

—        Com licença senhores, preciso roubá-los por um instante.

—        Não tem problema.

—        Sim, pode levá-lo.

—        Aliás é uma ótima exposição.

—        Obrigado.

O loiro sorri e tocando o cotovelo do parceiro de exposição o afasta do novo círculo ao qual ele e Sakura se encontravam.

—        O que aconteceu? - Sasori pergunta.

—        Se vier comigo vai saber.

A mão do ruivo permanece firme na cintura dela enquanto seguem Deidara que os leva até outra roda de pessoas, umas poucas, quatro para ser mais exata.

—        Eles estão interessados em exposição particular em uma festa.

—        Sim exatamente. - uma mulher fala enquanto Deidara se põe ao lado de Sakura.

—        Consegue correr de salto? - ele sussurra para que apenas ela o ouça.

Sakura estranha a pergunta do amigo, mas decide respondê-la.

—        Acho que sim, por que?

Deidara segura sua mão e a puxa tirando-a dos braços de Sasori e correndo entre as pessoas que os observam confusos.

—        Deidara.

A voz de Sasori fica para trás, assim como o ruivo. As pessoas em sua conversa o impedem de correr atrás deles.

—        Espera, Dei.

Ela o acompanha na corrida, correndo ainda com suas mãos unidas e se esforçando para não tropeçar nos altos saltos.

Quando estão longe o suficiente da vista de Sasori, ele para arfante, assim como ela, e lhe abre um sorriso.

—        Finalmente te livrei daquele ruivo sem noção.

—        Por que fez isso? - ela pergunta ainda arfante.

—        Vi que queria se afastar dele já a algum tempo.

Sakura se surpreende ao ouvi-lo.

—        Estava tão obvio assim?

—        Para mim estava.

—        Não queria que ele percebesse.

—        Por que? Não devia ser ao contrário, fazer com que ele notasse isso? Como sempre foi com você, curta e grossa.

—        Quero ajudar como puder. E, se o ajuda ficar ao lado dele, é o que tenho que fazer como uma boa amiga.

—        Ele não precisa de você para acompanha-lo por causa da exposição, ele te quer ao lado por que está com ciúmes.

—        O que? - ela o observa confusa - Ciúmes de que?

—        De você, é claro. Pensei que tivesse percebido.

—        Sei que Sasori é ciumento com os amigos dele, mas não teria porque estar com ciúmes.

—        Jura?

Ele ergue uma sobrancelha.

—        Claro. Ele só queria companhia.

—        Uhum.

Ela se irrita com a ironia estampada em sua interjeição.

—        Tá bem então, - ela cruza os braços em frente ao corpo observando-o – me explique por que ele sentiria ciúmes de mim se não temos nada?

—        Vocês já ficaram mais de uma vez, não deveria ser surpresa.

—        Somos amigos com benefícios, sexo casual, sem cobranças, sem paranoias, sem ciúmes.

—        Bom, acho que amigos e sexo nem sempre combinam. Ele acabou esquecendo o lance carnal e pela proximidade de vocês acho que isso era inevitável.

Sakura hesita por um instante, não tem como Sasori sentir esse tipo de ciúmes que Deidara está insinuando, ela sabe que ele é ciumento, mas não no nível romântico.

—        Ele não tem motivos para ter ciúmes, Sasori sabe que não temos nada e eu nem estou com ninguém pra que ele fique enciumado. O que disse não faz sentido.

Deidara coloca a mão na cabeça de Sakura e aproxima seus rostos com um sorriso.

—        Ás vezes você consegue ser bem ingênua.

—        Do que está falando?

—        O Sasuke é o motivo, Saky. Ele estava morrendo de ciúmes do Sasuke.

Ela o observa surpresa. Sasori estava com ciúmes do Sasuke? Mas por que se eles estavam apenas conversando?

—        Ele é um idiota por falar nisso. - Deidara continua - Um pilantra que não merece sua atenção, deveria ficar o mais longe possível dele.

—        Eu sei me cuidar.

—        Sei disso, mas é sempre bom prevenir. - ele bagunça o cabelo dela. - Agora tente evitar o Sasori, irei flertar com aquela garota em frente ao meu quadro.

Ela o observa se afastar e suspira.

—        Era só o que me faltava.

Sakura permaneceu na área afastada do centro do salão onde Deidara a deixou por um longo tempo. Aqui nessa área, as pinturas dele estão visíveis e ela aprecia cada uma. Está muito orgulhosa do amigo.

—        Onde está o Uchiha bonitão? Pensei que estaria com ele.

Ino se aproxima.

—        Não sei, o perdi de vista quando Deidara me afastou de Sasori.

Se bem que já não o via desde antes daquilo.

—        E o que foi aquilo?

Ino a afasta de seus pensamentos.

—        Eu não sei.

Sakura diz tentando encontrar qualquer outra razão que fizesse Sasori agir daquela forma.

—        Mas ele não disse o que queria?

—        Ele me tirou de lá porque percebeu que era o que eu queria.

—        Então por que você mesma não saiu?

—        Sasori disse que precisava de mim.

—        Então você cedeu.

—        É mais ou menos por aí.

—        Você precisa falar com o Sasuke, ele não tirou o olho de você a noite toda. Estava quase indo te separar do Sasori eu mesma. Mas vem cá, por que o cabelo de fogo precisava de você, ele sempre foi tão confiante de si mesmo?

—        Acha que ciúmes pode ser uma possibilidade?

Ino pensa um pouco surpresa pela pergunta.

—        Considerando que ele te tirou de uma conversa com Sasuke e te deixou ocupada durante todo o evento eu não estranharia, por quê? Ele disse algo que indicasse estar com ciúmes?

—        Não, na verdade foi o Dei quem disse isso.

—        Meu irmão é um idiota em período integral, mas dessa vez pode estar certo.

Sakura suspira.

—        Acho que já tive muito para uma noite, cumprimentar tanta gente me exauriu. Vou para casa.

—        Espere, me empreste sua bolsa um segundo.

—        Para que?

—        Anda logo.

Ino toma a bolsa da mão da rosada e se vira de costas para ela mexendo no objeto.

—        Credo, você não tem nenhum espelho?

—        Tem espelho no banheiro.

—        É verdade.

A loira volta a se virar e entrega a bolsa da amiga.

—        Tchau Testuda, nos falamos.

Ino se afasta e Sakura não entende a atitude estranha da amiga, mas dá de ombros e volta para o centro do salão onde seus amigos estão.

—        Com licença, me desculpem interromper.

—        Você nunca interrompe Saky. - Deidara diz.

—        Estou indo embora.

—        Já? Mas ainda está cedo. - o ruivo questiona.

—        Sinto muito, não imaginei que estaria tão cansada. - Sakura sorri. - Mas amei o trabalho de vocês e com certeza irei nas próximas exposições.

Ela se despede com um beijo nos dois e se afasta. Sasori se aproxima dela tocando-lhe o braço.

—        Sakura, tem certeza que já vai?

—        Sinto muito, mas realmente estou cansada.

—        Então não posso passar na sua casa para comemorarmos?

Sakura hesita.

—        Sinto muito Sasori.

—        Não se preocupe.

Sasori se aproxima e pousa seus lábios nos dela antes que possa ter qualquer reação. Em seguida se afasta com um sorriso enquanto ela o observa surpresa.

—        Boa noite.

—        Boa noite.

Sakura se afasta dali o mais rápido possível.

 

Sasuke está surpreso, não pensou que a rosada estivesse em um relacionamento e está extremamente frustrado. Não tanto pela aposta, ele já não dá a mínima para ela, mas pelo fato em si.

Durante os próximos minutos seus olhos negros se fixam em Sasori atentamente. Além de frustrado ele tem uma raiva imensa presa no peito ao que se refere ao ruivo. Não entende exatamente o motivo, mas não se importa, apenas não foi com a cara desse engomadinho metido a artista.

Depois de algum tempo o Uchiha decide ir embora, afinal não tem mais nada que o prenda aqui.

Sasuke começa a se afastar a caminho do estacionamento, ao alcançar seu carro ouve seu nome em uma voz feminina. Ao olhar a sua volta a procura da origem do som vê Ino se aproximar.

—        Sasuke - ela repete seu nome arfante, provavelmente por causa da corrida - que bom que te encontrei.

—        E por que estava me procurando?

A loira estende um chaveiro.

—        Essa é a chave da casa da Sakura, ela esqueceu e como não estou de carro não posso levar para ela. Deidara e Sasori também estão muito ocupados, sei que é pedir muito mas poderia levar para ela?

—        Sakura não mora mais no hotel.

—        Sim eu sei, por isso é um grande pedido.

O Uchiha a observa e depois de algum tempo suspira.

—        Onde ela mora?

Ino tira papel e caneta de dentro da bolsa e entrega ao Uchiha, é um caminho oposto ao que deveria seguir, mas ao pedir pelo endereço confirmou que iria então pega o chaveiro e entra no carro.



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