Pov Autora
Severo sentiu um súbito de medo ao ouvir a maldição da morte sendo lançada contra a professora. Apressou o passo e colocou o corpo entre ela e o feitiço, se não conseguisse parar-lo com um contrafeitiço, faria isso usando a si próprio. Não seria um sacrifício dar sua vida por uma bem maior.
Tudo pareceu demorar uma infinidade ao homem, mas foram apenas poucos segundos.
- Protego. - sua voz saiu firme, fazendo o feitiço de proteção formar o escudo em frente a ele e a professora.
Mas aí algo inesperado aconteceu. A maldição da morte lançada por Draco foi desparada de forma extremamente forte, bateu-se contra o escudo mantido pelo professor e ricocheteou para os lados.
Snape sentiu seu corpo ser lançado longe. Suas costas e sua cabeça bateram contra a parede do Três Vassouras e ele deslizou até o chão. Tentou focalizar Minerva, Narcisa ou ver o que estava acontecendo a sua volta, sem sucesso, já que sua visão estava turva. Os sons foram ficando cada vez mais abafados a sua volta e sentiu como se estivesse caindo.
- Severo. - uma voz conhecida o chamou. Abriu os olhos. - Está me ouvindo? Graças a Merlim. Severo!
Focalizou finalmente a mulher que estava ajoelhada ao seu lado. Narcisa estava com o rosto sujo e com um corte em uma das bochechas, além da roupa e do cabelo bagunçados. Ela viu que a analisava e tentou sorrir.
- A briga foi grande. - disse.
- Minerva... - ele disse. - Onde ela está?
- Ajudando os alunos a se acalmarem. - olhou em direção a saída do vilarejo. - Você chegou a tempo, ela está bem.
Narcisa levantou - se e estendeu a mão para Snape. O homem olhou-a alguns segundos e levantou, ignorando a ajuda da mulher. Havia batido com força contra a parede, havia machucado a nuca e as costas doiam. A força com que Draco havia lançado a maldição era algo fora do comum, principalmente para um bruxo da idade dele, já que mesmo um bruxo experiente precisaria estar muito sobrecarregado de magia negra para conseguir.
Severo saiu andando e sentiu-se tonto, como uma vertigem.
- Você está sangrando, deixe-me ajudar. - Narcisa parou ao lado dele e tocou-lhe o braço.
- Saia! Não preciso de ajuda. - ele afastou-a bruscamente.
O homem saiu andando em direção aos alunos e se colocou a organizar junto a McGonagall. Não entendeu o porquê, mas o toque da jovem mulher havia lhe causado um impeto de raiva e irritação.
Narcisa seguiu o grupo para Hogwarts de trás. Estava envergonhada de mais, afinal tudo aquilo era culpa de seu filho. Sentia que era de mais para aguentar sozinha, mas não havia outra escolha.
Chegaram a escola recepcionados por Dumbledore e os demais professores que já tinham conhecimento do que havia acontecido. Narcisa e Madame Pomfrey ficaram responsáveis de acompanhar os alunos que haviam se machucado de alguma forma até a enfermeira, enquanto os diretores das casas acompanhavam seus alunos.
Snape levou os alunos Sonserinos em silêncio até o Salão Comunal e foi diretamente para o escritório do diretor. Entrou sem anunciar-se fazendo com que o velho homem o olhasse.
- O que aconteceu lá, Severo? - perguntou.
- Nada, apenas uma pequena distração de comensais para Draco tentar matar a Professora McGonagall. - carregou-se mais que o normal de ironia e sarcasmo.
- Você se arriscou de mais. - Dumbledore disse. - Não deveria ter...
- Para o inferno se disser que eu não deveria ter interferido. - Snape disse alto. - O que queria, Diretor? Sinto muito se não tenho esse seu sangue frio correndo nas veias. Minerva fez muito por mim, e eu não sou baixo a ponto de deixa-la morrer como retribuição.
- Acalme-se. Estou apenas ddizendo que deveria ter deixado Narcisa ou outro interferirem. Você se arriscou de mais, e além do mais, Voldemort disse que não queria que se metesse nisso. - o diretor franziu a testa.
- Não diga o nome dele. - Snape rosnou aproximou-se da mesa. - O Senhor agora, Dumbledore, deve pedir para que todos os malditos quadros desse castelo fiquem de olho em Draco, pelo menos aaté eu descobrir o que fez com que ele lançasse uma maldição da morte tão forte.
- Fale com Narcisa. - o diretor sugeriu. - Talvez ele fale com a mãe.
Severo resmungou alguma coisa e saiu, deixando a porta a bater. Estava sentindo o corpo receber cargas quentes e formigar com elas, além dos impetos de raiva que estava tendo. Algo havia mexido com o seu pior lado. Oeseu Comensal. E ele não sabia o que era.
Chegou em seus aposentos e foi direto para um banho frio, na esperança de se acalmar, mas não. Depois da ducha demorada, arrumou-se e bebeu uma poção para dor, que sentiu queimar em seu corpo, sem trazer efeitos. Saiu do quarto e subiu para a Torre de Astronomia, precisava respirar.
Descontrolado. Suas mãos siaram frio e ele subiu rapidamente as escadas esperando encontrar o lugar vazio.
~*~
Narcisa segui com os alunos até a enfermeira e ajudou Madame Pomfrey na administração das poções que eram precisas. Quando acabaram, passou uma poção cicatrizante em seu rosto, deixando apenas uma fina linha marcada onde era o corte que, segundo Papoula, sumiria na próxima aplicação.
Saiu da ala hospitalar e procurou por Draco. Precisava falar com o filho, mesmo sem saber o que dizer e tendo certeza que ele não a ouviria. Como era de se esperar, não encontrou o menino em lugar algum da escola e, antes de ir até a sala do Diretor resolver o que faria, resolveu subir até a Torre de Astronomia.
Escorou-se no parapeito e ficou observando o Lago. Lembrou-se dos seus anos em Hogwarts e em como ela havia planejado uma vida totalmente diferente da que tinha.
Ouviu passos e se virou, assustada. Snape apareceu no topo da escada e pelo seu olhar parecia atordoado com algo.
- Severo? - aproximou-se um passo.
O homem olhou-a alguns segundos e pareceu ficar mais irado.
- O que diabos faz aqui? - berrou para a mulher. Virou-se de costas e passou as mãos pelo cabelo.
- O que há com você? - Narcisa chegou mais próxima e tocou-lhe o ombro.
Snape virou-se rapidamente e a segurou pelos braços, pra prensando-a contra o parapeito. Cissa estava sem reação alguma, em choque.
- Não quero que me toque. - ele rosrou baixo para ela. Seus olhos estavam vidrados, assustando-a ainda mais. Nunca tinha o visto assim.
- Por favor. - ela sussurrou para ele, ainda com a voz firme. - Fique calmo ou vai me machucar.
Severo olhou nos olhos da mulher. Sua cabeça parecia estar dando longas voltas até chegar a onde ele estava e ao o que estava prestes a fazer.
- Cissa. - disse baixo voltando a si. Suas mãos frouxaram o aperto no braço da mulher.
Ela assentiu em silêncio. Sua respiração estava ficando mais pesada pela a aproximação do homem e agora Narcisa podia sentir a dele em seu rosto. Severo aproximou-se mais, algo na mulher estava chamando-o.
Seu rosto chegou a centímetros do dela e então, como se agulhas quentes lhe entrassem pelo braço, sentiu sua marca negra queimar. Afastou-se de forma brusca, despertando a mulher do transe em que havia entrado.
- Droga. - ele sussurrou. Algo ruim estava por vir.
Narcisa engoliu seco ao ver o homem afastar-se rapidamente escada a baixo. Não podia perder no controle.
~*~
Draco amaldiçoou o Padrinho ao vê-lo colocar-se na frente da maldita professora Grifinória. Correu o mais rápido que pode até o ponto que podia usar a chave portal e assim fez. Chegou na Mansão Malfoy irado.
Havia planejado tudo com tempo e com calma, de forma que nada desse errado e Snape o atrapalhou, mesmo sendo alertado que isso não devia ser feito. Adentrou o local onde Voldemort ficava e se aproximou do homem a passos firmes e parou apenas para cumprimentá-lo com uma leve e rápida reverência.
- O que aconteceu? - o bruxo das trevas perguntou.
- Snape, Milord. Estragou tudo. - disse. - Interferiu no ataque, se jogandodiante da bruxa para pprotegê-la.
Quando o garoto Malfoy percebeu, Voldemort passeava por suas lembranças do que deveria ter sido uma manhã de sucesso. O Bruxo recostou-se na poltrona e observou o menino que se recuperava ofegante.
- Severo estava avisado de que não deveria interferir. - disse. - E será castigado por isso. Agora, você não pense que vai culpar outras pessoas por sua falta de competência. - seu tom era ameaçador. - Bellatriz. - gritou. A mulher apareceu no local quase instantaneamente. - Leve seu sobrinho para um passeio e conte a ele o que acontece com quem é incompetente.
- Sim, Milord. - disse.
Agarrou Draco pelo braço e saiu puxando-o para fora do local. Voldemort ergueu a manga das vestes e desenhou em seu braço esquerdo, com a varinha, uma runa antiga liagada ao controle das emoções na magia negra.
- Vamos acordar seu Comensal primeiro, Snape. - disse.
Conseguiu sentir cada oscilação e ápice de humor que o professor estava tendo, chegando ao ponto do descontrole da raiava e do ódio. As coisas estavam ficando como ele queria até que de repente tudo acalmou. Praguejou contra o autocontrole do homem e pegou novamente a varinha.
- Agira venha até mim e pague por sua desobediência. - disse tocando a marca negra.
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