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História O Enigma do Príncipe - Toque


Escrita por: stormary

Notas do Autor


Aloha!

Só pra dizer que vocês são os melhores e por isso:

SNACISA mais cedo pra vocês.

Sem mais delongas, boa leitura!

Capítulo 18 - Toque


Pov Autora

Narcisa ergueu a sobrancelha e hesitou alguns segundos.

- O que disse? - falou por fim.

- Quer mesmo que eu repita?! - resmungou franzindo a testa.

- Não. - disse simplesmente. - Quero apenas ter certeza que você sabe com quem está falando. 

- Posso estar cego, mas não estou louco. - ele bufou. 

- Louco não, delirando talvez. - ela sentou à beira da cama e lhe soltou a mão. - Pelo menos assim estava quando me chamou de Lílian ontem à noite. 

O professor ficou em silêncio algum tempo e se ajeitou sobre os travesseiros.

- Tem algum problema com isso? - perguntou. 

Pela ruga formada na testa do homem ao erguer a sobrancelha, Narcisa teve certeza que ele lhe daria um daqueles olhares de superioridade clássicos seguido por um sorrisinho irônico. Riria disso em outras ocasiões. Suspirou.

- Problema algum. - ela respondeu. - Eu só esperava comparação melhor, devo dizer. - completou debochada.

- Oras. - ele riu debochado. - Por que insiste em falar assim de Lílian?

- Por que insiste em defendê-la assim? - devolveu a pergunta.

- Porque a amo. - a resposta saiu automática.

- Você é obcecado, é diferente. - rebateu.

Os dois bufaram e se mantiveram em silêncio novamente. Narcisa parou o olhar sobre o rosto do homem, estava menos abatido, mas nem se comparava à sua expressão normal. Percebeu que ele apertava os olhos com força e uma das mãos apertava os lençóis entre os dedos. Colocou-se no lugar em que Severo estava: sempre fora um dos guerreiros mais ativos da batalha entre a luz e as trevas e agora estava sobre aquela cama, sem visão... Era de mais para ele e ela entendia isso. Queria poder ajudar mais, só que não sabia o que fazer, se a poção não havia funcionado, não tinha ideia do que poderia funcionar.

Sentiu a mão do professor tocar a sua brevemente e a segurou. Queria sair dali, ir para outro lugar e não se importar mais do que o necessário, mas não conseguia. 

- Assim sei que está aqui. - ele disse como se justificasse o gesto. - Quero dizer... Deixa-me desconfortável saber que está aqui e não saber onde está. Não que faça alguma diferença estar aqui ou não.

Narcisa se manteve em silêncio. Pensou em dizer qualquer coisa, mas as palavras morriam em sua boca. Manteve-se apenas observando Severo, viu a expressão do homem se suavizar aos poucos e sua respiração ficar mais lenta, adormecendo. Soltou-lhe a mão e se levantou, saindo do leito em que estava. Seguiu para o Grande Salão e sentou à mesa dos professores com os demais, procurando o filho com os olhos na mesa da Sonserina e o encontrou sentando ao lado dos amigos, de cabeça baixa e com uma expressão abatida. Assim que tivesse a chance de ir até a Mansão Malfoy, falaria com Bellatriz. Sua irmã não era ninguém para querer ter poder sobre seu filho e ela deixaria aquilo bem claro.

Terminou o café em silêncio e seguiu para sua sala. Não tinha aula no primeiro período e aproveitou para adiantar o preparo da poção que Snape estava tomando. Cortou as ervas e as colocou no caldeirão, deixando-as ferver enquanto se sentava na cadeira e respirava fundo. Estava começando a ficar com uma dor de cabeça terrível.  Ouviu batidas na porta e murmurou um “entre” de olhos fechados enquanto massageava as têmporas.

- Mãe. – ouviu a voz de Draco e abriu os olhos. O garoto estava mais pálido que o normal e comm olheiras.

- Querido. – suspirou. – Sente-se. Está tudo bem?

Ele assentiu engolindo seco e sentou-se na cadeira a frente da mesa.

- Posso fazer uma pergunta? – a olhou.

- Por que não poderia? – sorriu fraco. – O que quer saber?

- Onde está o meu padrinho? – perguntou.

Narcisa não respondeu em um primeiro momento, na verdade não sabia se deveria responder. Para Draco, ela e Severo ainda estavam ao lado das trevas.

- Eu não estava totalmente consciente, mas lembro das coisas que... – os olhos do menino marejaram. – Lembro-me das coisas que eu fiz... Com a professora McGonagall e depois de ir falar para o Lord que Snape tinha atrapalhado tudo. Ele está bem, não está?

A mulher balançou a cabeça negativamente para o filho e levantou-se, dando a volta na mesa.

- Seu padrinho foi castigado, como pode imaginar. – ela disse. Draco desviou os olhos. – Não se penalize. Talvez tivesse acontecido de qualquer forma.

- O que fizeram com ele?

- Veneno. – respondeu. – Agora olhe aqui para mim. – tocou o queixo do filho, fazendo-o a olhar. – Seu padrinho vai se recuperar e você vai ter a chance de desculpar-se com ele.

Draco assentiu e levantou-se da cadeira. Andou até próximo à porta e parou, voltando-se para Narcisa, que estava escorada em sua mesa.

- Se eu fizer tudo que o Lord das Trevas está mandando, e quando tudo isso acabar... – ele respirou fundo. – Quais as chances de nós sermos uma família normal?

- Depende de quem você entende por nós. – ela disse.

- Não sente mais nada pelo meu pai, não é? – ele disse. Querendo Narcisa ou não, Draco sempre teria a devoção que o marido o criou para ter.

- Está atrasado para a sua aula, e eu não quero problemas com Madame Sprout. – ela disse por vim.

O jovem assentiu para a mãe e saiu batendo a porta. O que ela poderia sentir por Lúcio além de pura repulsa? Talvez o filho nunca entendesse pelo o que ela passava, já que o marido era totalmente diferente na presença de terceiros. Sabia que seria difícil para ele entender o sentimento que nutria pelo marido e não queria nem sonhar se ele chegasse a desconfiar que... Balançou a cabeça e se desfez dos pensamentos. Não tinha como ele desconfiar de algo, porque não havia nada.

 Voltou-se para o preparo da poção, que agora já estava quase automático fazê-lo e depois seguiu para suas aulas.

~*~

Assim como o fim de semana chegou logo se foi. Narcisa tinha decido por melhor se manter afastada da Ala Hospitalar de quem estava lá, pelo menos até ordenar as ideias. Vinha tentando encontrar algo que anulasse o restante do efeito da poção que ainda estava no organismo de Snape, mas só dava voltas em torno de uma pilha de nada. Recebia noticias do mestre de poções por Dumbledore ou mesmo Minerva. Podia dizer que as duas haviam se aproximado consideravelmente nos últimos dias e isso estava sendo ótimo.

O domingo chegou com o a retomada dos jogos da Taça de Quadribol, em um dos maiores clássicos: Grifinória x Sonserina. O tempo estava feio, consideravelmente cinza e úmido, mas não impediu de todos os alunos se amontoarem no Ginásio às duas horas da tarde para o inicio da partida.

Narcisa arrumou-se com um vestido preto de mangas longas, marcando discretamente seu busto e sua cintura, seguindo até os tornozelos em um corte reto e sapatos de salto igualmente pretos; prendeu os cabelos em um coque frouxo na altura da nuca e colocou a capa “verde sonserina” sobre os ombros. Terminou de se arrumar e olhou-se no espelho. Seguiu o caminho para fora do castelo, mas quando se deu por conta estava chegando à ala hospitalar. Amaldiçoou-se pela preocupação que tinha acerca do homem.

- Sra. Malfoy! – Papoula nunca pareceu tão feliz em vê-la.

- Boa tarde, Madame Pomfrey. – disse.

- Minha querida, não leve a mal. – disse. – Mas hoje o jogo promete ser um daqueles. – levantou-se da cadeira. – Importa-se de ficar de olho em nosso paciente, para que eu vá atender no Ginásio?

Ótimo. Exatamente o que eu queria evitar. Narcisa sorriu.

- De forma alguma. Pode ir tranquila. – disse.

A medibruxa agradeceu com um sorriso e saiu. Cissa respirou fundo e seguiu para onde Severo estava. Entrou em silêncio e parou aos pés da cama observando o homem. Estava mais sentando do que deitado, ainda escorado nos travesseiros, a testa franzida e batucava com os dedos sobre a cama, os olhos fechados como sempre.

- Consigo saber que está aí. – ele disse depois de um tempo.

- Incrível. – ela falou aproximando-se.

- Pelo visto reaprendeu o caminho até aqui. – disse. – Ou as escadas lhe trouxeram acidentalmente?

- Talvez eu estivesse esperando o seu humor melhorar.

- Até porque tenho diversos motivos para estar de bom humor.

Ficaram em silêncio. Narcisa respirou fundo e tentou acalmar-se.

- Por que fica de olhos fechados? – perguntou por fim.

- Faria alguma diferença abri-los? – a resposta saiu grosseira.

- Certo, desculpe-me. – sentou-se a beira da cama.

O silencio se abateu de novo. Severo tentou arrumar-se nos travesseiros. Já estava há uma semana naquela cama, levantando-se poucas vezes, já que os comandos do seu corpo tinham voltado há pouco. Estava com as costas doloridas.

- Como... – ele segurou a pergunta alguns segundos. – Que... Horas são? Digo... Estamos de dia ou noite? Essa condição acabou levando minha noção de tempo.

- São duas horas da tarde de domingo. – ela respondeu.

- E como está o dia?

Narcisa sentiu-se mal. Por mais que ele preferisse a escuridão e o frio das masmorras, era uma opção, não uma condenação como no caso.

- Está de roupas, eu suponho. – ela levantou-se.

- O que? – franziu o cenho confuso. – É claro que estou.

- Ótimo. – puxou as cobertas. Mesmo ali ele não abria mão da calça escura. Riu. – Hoje tem quadribol e creio que o jogo ainda não tenha começado. Levante-se, vamos sair.

- Está brincando, não é? – ele disse. – Não posso sair daqui. Se alguém vir como estou...

- Estão todos no Ginásio. Grifinória e Sonserina acha que alguém perderia? – pegou o casaco dele que estava sobre a poltrona.

Snape sentou-se na cama ainda sem estar totalmente convencido. Narcisa pegou a varinha e com um gesto, calçou o homem.

- Coloque o casaco. – disse estendendo as mangas para ele colocar.

- Posso saber onde está me levando?

- Queria saber como está o dia. – respondeu. – Vou levar você para descobrir.

Ajudou o professor a levantar-se e colocou a capa sobre os ombros dele. Segurando Snape pelo ombro os dois seguiram para fora da Ala Hospitalar e depois para fora do castelo. O mestre de poções caminhava com certa dificuldade, porque mesmo que conhecesse o lugar como a palma da mão, não saber onde estaria dando o próximo passo era algo que o atormentava. Tentou disfarçar a sensação de tranquilidade que abateu-se sobre ele ao sentir o vento em seu rosto depois do que pareceu ser tanto tempo.

- Por que não foi mais na enfermaria? – perguntou a mulher que o guiava com cuidado.

- Você disse que não faria diferença eu estar lá ou não. – ela deu de ombros, parando. – Acabei me envolvendo em outras coisas, como pesquisar o ingrediente que falta na poção que Madame Pomfrey está administrando.

- Não deveria... – ele respirou fundo. – Não deveria levar a sério tudo o que falo. Você me irrita quando começa a falar sobre a Lílian...

- Então. – o interrompeu. – Eu não falo e o senhor também não, professor Snape.

Severo assentiu.

- Por que paramos? – perguntou.

- Estou tirando os sapatos. – respondeu. – E acho que deveria fazer o mesmo. A grama está molhada, pode sujar seus sapatos e Papoula descobrir que saímos às escondidas.

O professor tirou os sapatos com os calcanhares e sentiu o toque da grama úmida sob a sola dos pés. Cissa sorriu vendo a expressão no rosto do homem.

- Estamos de frente para o Lago Negro e a nossa direita está o velho carvalho. – ela disse. – Não lhe levo até o lago porque a vegetação que Madame Sprout andou cultivando está um pouco irritada. – riu fraco. – Mas venha cá. – segurou o braço do professor e se aproximou da árvore.

- O que está fazendo?

- Se não pode ver, toque. – ela disse.

Levou Severo até a árvore e parou na frente dele, de costas. Pegou as mãos do professor nas suas e as ergueu, tocando contra o Carvalho.

Snape apertou mais os olhos enquanto sentia as mãos da mulher sobre as suas, que estavam tendo um contato leve contra a árvore. Sentiu as costas da mulher próximas de mais ao seu peito, tocando nele conforme o homem respirava. Abaixou o rosto e sentiu o cheiro de jasmim que vinha dos cabelos da mulher. Estava atordoado como há muito tempo não se sentia.

Narcisa abaixou as mãos do homem e virou-se para ele. Severo estava com os lábios entreabertos e a respiração levemente descompassada, assim como a dela. Percebeu que havia sido uma péssima ideia levá-lo ali.

- Acho melhor voltarmos. – ela disse baixo.

- Ainda há algo que eu gostaria de... – ele repensou a palavras. Não diria tocar. – Ver.

- O que?

- Você. – respondeu.

Snape ergueu o braço e tocou o rosto da mulher com as costas da mão, fazendo-a fechar os olhos com o toque. Ele seguiu com a mão em direção à nunca de Narcisa e passou os dedos por entre seus cabelos, soltando-os sobre os ombros.

- Lembro-me de você assim. – disse baixo.

O professor voltou para o rosto da mulher, tocando-lhe a maça do rosto com a palma da mão levemente, desceu mais um pouco contornando-lhe o maxilar com o indicador e chegou aos seus lábios, passando levemente o polegar por ali. Tinha a impressão de conseguir vê-la, mesmo com as pálpebras fechadas e a cegueira.

Cissa subiu a mão e a pousou no peito do homem. Abriu os olhos com a respiração descompassada e o viu igualmente atormentado.   


Notas Finais


Meloso de mais?
Sim/ Não?

PS.: só eu fico ofegando juntos com personagens?

Espero que tenham gostado.
Um beijo na nuca esquerda e até o próximo!


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