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História O Enigma do Príncipe - Desejo


Escrita por: stormary

Notas do Autor


Aloha!
Capítulo um pouco maior que o padrão pra pedir desculpas pela demora e... (sem spoiler. Shhh)

Um boa leitura e até!

Capítulo 78 - Desejo


  

Narcisa saiu da Torre de Astronomia diretamente para seus aposentos o mais rapidamente que seus pés poderiam leva-la dentro dos corredores da escola. Não queria estar nem perto para ouvir tudo que os outros dois tinham para falar sobre Lílian e sobre mesmo morta e mesmo depois de todo esse tempo ela ainda estava lá, dando um jeito de aparecer, de lembrar Severo que ela estava ali, se colocando entre ele e qualquer perspectiva de vida que não envolvesse essa devoção cega que ele a atribuía.

Por que se sentir tão incomodada e surpresa? Afinal tudo sempre fora e sempre seria por e para a Santa Lílian Potter. Entrou no seu quarto batendo a porta com força, mesmo que meio sem querer e parou de caminhar em frente ao espelho, observando sua figura por alguns instantes. Deplorável. Era assim que estava. Assim que se via.

- Eu não decidi guerra nenhuma... O que fiz foi para proteger o filho da mulher que amo. – a voz arrastada de Snape brincava de ecoar em sua mente.

Fechou os olhos alguns segundos enquanto fechava a mão de maneira quase involuntária em frente ao ventre, apertando o tecido da roupa entre os dedos com força. Draco. Era nele e apenas nele que deveria pensar a partir daquele momento. Afinal, estava sozinha nessa e sem o filho não tinha ninguém. Respirou fundo mais de uma vez e abriu os olhos seguindo até o armário do quarto e pegando sua mala, onde logo começou a guardar o que havia restado dos seus pertences ali.

Hogwarts precisava fechar e se reerguer. Então ela aproveitaria esse tempo para dar um rumo em sua vida. Nunca havia imaginado que naquela altura teria que começar tudo do zero, mas se era assim que devia acontecer, era assim que ela faria.

~*~

Snape entrou novamente em seus aposentos, depois de sair da companhia de Dumbledore, sentindo a mesma sensação de formigamento subir-lhe o braço esquerdo. Estava tentando se sentir o mais calmo possível, mas era bem dizer impossível conseguir isso no momento que o quanto mais descobria sobre as coisas que aconteceram, mais se sentia traído e enganado.

A história da profecia ainda estava entalada em sua garganta, parecia tudo casualidade de mais. Afinal, em que momento de sua sã consciência poderia imaginar que era unido a Harry Potter por algo como aquilo? Como poderia sequer supor que o amor de Lílian seria um vértice onde os dois se encontrariam? Ainda lhe parecia tudo loucura de mais para se acreditar assim. Agora podia saber de onde viera aquela papo de “temos coisas em comum, professor Snape” que Harry havia lhe lançado quando se encontraram. Provavelmente Dumbledore estava fazendo o garoto acreditar naquilo.

Despiu-se e entrou no banho, ligando a ducha fria e deixando a água correr-lhe o corpo. As coisas pareciam tão mais fáceis e mais simples antes. Em que momento sua vida havia se tornado aquele caos? Firmou as mãos contra a parede gelada do banheiro e respirou fundo uma, duas, três vezes até sentir o braço começar a voltar ao normal, com o formigamento indo embora aos poucos. Era disso que precisava: calma e concentração para fazer as coisas da maneira certa dali em diante. As coisas que aconteceram nos últimos meses passavam como um filme em sua mente, se sentindo um imbecil por não ter sido mais esperto quanto achava que era. Depois de ver as lembranças e agora que sabia dessa profecia, ou sei lá o que, que fizera grande parte do estrago, percebera que mesmo sem poder Narcisa sempre havia dado pistas ou escorregões sobre a possibilidades de Dumbledore estar vivo, ele apenas não havia entendido nada. Agora ele sabia, e sabia também o quanto ela quis acabar com a mentira que havia se colocado no meio e era isso que o fazia sentir uma confusão ainda maior.

Perdoar era algo nobre de mais para uma pessoa como ele conseguir, sempre foi e talvez agora não fosse diferente.

Saiu do banho alguns minutos depois e foi até o guarda roupas, colocando suas coisas sobre a cama e começando a organizá-las nas malas. Sabia que iria demorar um bom tempo naquele processo já que estava sem magia e o aproveitaria para ordenar as coisas que faria a partir daquele momento.

- Sabe o que vai ser melhor. – ouviu Alvo novamente e soltou o ar com força.

- Maldito seja. – praguejou baixo. – Desde quando eu decido pelo melhor?

Quando se deu por conta a noite já estava caindo no lado de fora da escola e ele terminava a segunda mala, agora colocando seus livros e demais pertences que haviam ficado espalhados por ali. Terminou o que estava fazendo e passou os olhos por dentro do quarto, tendo certeza que não havia ficado nada para trás e sentou-se na cama para firmas os cotovelos sobre as pernas, respirando fundo. Sabia bem que tinha duas opções para aquele momento, a primeira e talvez a que fosse exigir menos dele era fácil: deviria ir até um elfo e solicitar que deixasse as coisas em sua casa, para em seguida pegar o expresso até Londres, sozinho como sempre; a segunda, e a que fazia com que ele se sentisse um grande tolo, já ia mais além. Porém ele tinha absoluta certeza de qual delas escolheria no momento em que saiu dos aposentos nas masmorras e tomou o rumo das escadas a cima.

Nunca fora de seu feitio hesitar o quanto estava hesitando no caminho que havia escolhido. As possibilidades das coisas darem errado, começando por ele, obviamente, eram bem grandes. Mas no meio de todo aquele caos dos últimos dias, o que era um pouco mais?

Chegou em frente a porta de madeira e pensou por mais dois segundos antes de erguer o punho e bater contra ela de maneira firme por algumas vezes.

Narcisa havia terminado de organizar as malas e naquele momento se pegava olhando pela janela do quarto. Podia lembrar-se perfeitamente da noite em que a batalha havia se desencadeado, de ver Dumbledore ali na orla da floresta mostrando para ela que o momento havia chegado e que precisavam agir. Depois disso as coisas haviam acontecido de maneira tão rápida que nem sabe exatamente em que momento sua vida havia perdido totalmente o rumo para chegar onde estava. Era mais complicado do que parecia pensar que em um momento estava tudo correndo de acordo com o plano e em outro, quase perdera o homem que amava, havia perdido um filho para morte o outro para a injustiça, para enquanto isso Lúcio estar em algum lugar por aí, aproveitando sua perfeita liberdade.

Respirou fundo alguns instantes e voltou-se para dentro do quarto procurando qualquer coisa sua que pudesse ter ficado por ali, sem ter sido colocada na mala. Batidas na porta, firmes e breves, fizeram com que ela saísse de seus devaneios. Largou o copo que estava segurando sobre a lareira e seguiu até lá, abrindo-a.

Por alguns segundos encarou a gola da camisa do homem parado do lado de fora, para enfim erguer os olhos para o rosto dele. Severo ergueu a sobrancelha, imparcial.

Impaciente.

Cissa deu um passo para o lado, dando espaço para ele entrar e fechando a porta em seguida. Voltou-se para o homem e cruzou os braços sutilmente, percebendo que os olhos dele vagaram pelas malas sobre a cama e seguiram para a paisagem janela a fora.

- Se está aqui para falar sobre a profecia. – ela disse. – Acredito que Dumbledore é a pessoa certa para lhe falar sobre isso.

- Não. – ele respondeu, voltando-se para ela. – Mesmo que eu não vá negar que tenho perguntas ainda, inclusive para você.

- Não tenho mais nada pra falar sobre isso. O amor de Lílian ligou você e Harry e a profecia era clara sobre todo o resto... Todo o resto além disso você viu nas lembranças. – deu de ombros.

Em outras ocasiões seria certo o riso debochado por parte de Snape e a provocação que viria por ela ainda ter ciúmes de Lílian, mas o professor apenas ergueu a sobrancelha novamente. Sabia que provavelmente estaria sendo mais complicado que o normal falar sobre aquilo.

- Como eu já disse, - ele deixou o tom de voz arrastado. – não vim falar sobre isso. – pensou em começar a falar sobre as malas e chegar de alguma forma aonde queria, mas parou. Devi atentar parecer o menos tolo possível em estar ali.

- Então...? – ergueu a sobrancelha.

Ele passou os olhos pelo quarto vazio mais uma vez, parando no papel de foto que estava repousado na cama ao lado de uma das malas. Caminhou até ele e o pegou, sobre o olhar atento de Narcisa, para observar a imagem de Draco, com quatro anos, sentado no chão e derrubando um boneco de gigante com sua varinha de brinquedo.

- O aniversário de dois anos dele. – Narcisa disse. – Uma das únicas fotos que ainda tenho. Muita coisa se perdeu no último ano.

- Eu lembro. – respondeu, ainda olhando a foto. – Ele estava particularmente feliz nesse dia e fui eu quem deu a varinha. – entregou a foto a ela.

- Estou realmente surpresa. – a pegou. – Acho que foi o último aniversário de sossego que Draco teve e realmente estava muito feliz.

- Você também estava. – comentou.

Narcisa ergueu a sobrancelha.

- Não fale como se repasse em mim naquela época. – disse.

Severo manteve os olhos fixos nos da mulher. Podia ver perfeitamente a imagem de Narcisa, 13 anos atrás, com os cabelos claros caindo em ondas sobre os ombros e o vestido vermelho até a altura dos joelhos enquanto sorria para ele da forma que apenas ela sabia fazer. Sempre fora uma mulher fantástica e só se fosse cego para não reparar isso desde sempre. Pigarreou baixo e desviou os olhos.

- Dumbledore vinha me falando sobre o fato de Hogwarts fechar, para terminar as reformas antes de reiniciar as atividades. – começou, desviando o assunto. – E também me dizia que você não vai voltar para a Mansão Malfoy.

Narcisa assentiu.

- Meus bens estão confiscados até o processo de Draco e o meu possível processo serem julgados. Além de que eles me parecem bem longe de pegar Lúcio. – respondeu.

- E para onde pretende ir?

- Não sei. – deu de ombros. – Talvez eu consiga alugar alguma coisa em Hogsmeade para pagar quando Hogwarts retornar as aulas. Vou dar meu jeito.

Severo arqueou uma sobrancelha, olhando para ela alguns segundos. Quem diria que alguém como Narcisa Malfoy estaria passando por algo assim? O mundo realmente dava voltas.

- Por que está me olhando assim? – colocou as mãos na cintura. – Vai me dizer que tem alguma ideia melhor.

- Na verdade... – hesitou alguns instantes. – Sim.

- E qual seria?

- Minha casa. – rebateu simplesmente.

~ Dois dias depois ~

Luna, Harry e Hermione entravam no departamento de Mistérios, no Ministério da Magia, sobre alguns olhares curiosos não tão intimidadores por conta das poucas pessoas que estavam ali no horário.

Potter estava achando uma loucura tremenda estar ali, o que provavelmente resultaria em um problema sem tamanho para eles caso fossem pegos, mas se não chegasse ali por livre e espontânea vontade sabia que as outras duas iriam carrega-lo até ali.

- Paramos aqui. – Hermione disse em uma das entradas. – Nos distraímos eles e você, Luna, pega a capa e entra lá.

- Isso é loucura, Hermione. – Harry tentou mais uma vez. – Se Rony descobre que estamos aqui. Por ele...

- Deixe que com Ronald eu me entendo. – Hermione disse. – Se não quer fazer isso por ele, faça por Narcisa e pelo o que ela fez por nós.

O garoto assentiu em silêncio. Luna em segundos estava envolta na capa de Harry enquanto os outros batiam na porta, que foi aberta segundos depois por um Auror.

- Harry Potter? – perguntou abismado.

- Como vai? – Harry sorriu amarelo.

Luna passou pelo agente na porta e seguiu pelo corredor escuro, marcados por pequenos pontos de luz que marcavam as celas e quem estava em cada uma delas. Parou na que estava mais ao fundo, onde leu em letras garranchosas “Draco B. Malfoy”. Aproximou-se as grades e retirou parte da capa, erguendo a vela ao lado.

- Hey, Malfoy. – chamou baixo.

O garoto estava parado perto de uma pequenina janela, ou quase um buraco que estava na parede, onde poderia ver um pequeno ponto de luz do lado de fora. Ergueu os olhos rapidamente, virando-se para a voz.

- Luna. – ele levantou. – O que...?

- Vim buscar notícias. – ela disse. – E dizer que logo vai sair daqui.

~*~

Narcisa e Severo já estavam na casa da Rua da Afiação pelo terceiro dia e ela nunca havia se imaginado em uma situação mais estranha. Os dois mal se viam dentro de casa, já que Severo passava grande parte do dia no laboratório de Poções que tinha no porão ou em qualquer lugar da casa no qual ela não tivesse.

Era pior do que poderia imaginar e para ele não estava sendo diferente, já que para variar havia agido por impulso. Não havia imaginado como as coisas seriam quando Narcisa realmente estivesse ali com ele, dividindo o mesmo teto e as mesmas coisas. Não tinha cabeça para isso como imaginou que teria. Não estava tão seguro para aquilo como pensou que estava.

Saiu do quarto no primeiro horário da manhã para o corredor, em direção as escadas. Viu a porta do quarto de Narcisa entreaberta, com seus passos diminuindo a velocidade. A mulher estava parada de costas para a entrada, observando o sol que estava nascendo tímido no horizonte. A camisola de um cetim fino e de cor escura lhe caia muito bem pelo corpo, contrastando muito bem com a pele clara dela. Respirou fundo, puxando o ar com um certa força, quase lutando para não entrar ali. Ela virou-se lentamente, como se percebesse a presença do homem ali.

- Bom dia. – ela disse baixo.

Ele engoliu a seco, entrando alguns passos no quarto.

- Bom dia. – respondeu. – Como está?

- Bem. – deu de ombros. – Queria mesmo falar com você.

- Sim? – ele terminou de adentrar, seguindo até ela.

- Preciso ir até Londres. Ao banco para ser mais exata. – disse.

- E precisa disso exatamente por quê?

- Tenho um pouco de dinheiro trouxa que não está vinculado ao meu ex-marido. – disse. – Talvez eu consiga ir para algum lugar. Não quero atrapalhar mais do que estou atrapalhando aqui.

- O quê? – franziu a testa. – Não está atrapalhando. De onde tirou essa ideia?

- Não nos falamos a dois dias, Severo. – ela jogou os cabelos para trás, fazendo que em um instantes ele se perdesse no movimento dela. – Está claro que não me quer aqui e não julgo você por isso...

- Não é isso. – ele engoliu seco. – As coisas são recentes de mais. E aconteceram muitas delas... Mas o problema não é que esteja aqui.

- Então me diz qual é. Fale comigo, por Merlim. Não achei que fosse tão complicado ficar aqui, perto. – bufou. – Está sendo difícil para mim te entender de novo.

- O problema, Narcisa, é exatamente te ter aqui perto. – ele se aproximou mais um passo dela. – Te ter aqui perto e não poder...

O homem ergueu a mão devagar, chegando até o rosto dela passando de leve o polegar por sua maçã do rosto para em seguida lhe contornar os lábios. O grande problema era tê-la ela ali, perto e saber que a desejava mais que tudo e que precisava lutar para não se aproximar e tê-la como gostaria.

- Por favor. – Narcisa pediu baixo.

Snape puxou o rosto dela para o seu e tomou-lhe os lábios em um beijo urgente. Não aguentavam mais esperar um pelo outro. Narcisa ergueu as mãos, apertando os ombros do mestre de poções antes de passar os braços por seu pescoço, perdendo as mãos entre os fios negros do cabelo dele. Ele a segurou pela cintura, puxando-a contra o corpo dele para se afastarem poucos segundos, parando para tomar ar, antes de tornar-se a invadir a boca dela em um novo beijo. A ouviu gemer baixo e se afastou novamente, olhando para ela um breve segundo.

Narcisa sorriu para ele e ficou na ponta dos pés, abraçando-o por alguns segundos. Os olhos do professor se ergueram para encarar a rua do lado de fora, enrijecendo a postura.

- Precisamos sair daqui. – ele disse, afastando ela em seguida.

- O que? – perguntou sem entender.

- Comensais. – ele respondeu, puxando a cortina. – Tem Comensais do lado de fora.


Notas Finais


Se é pra tascar beijão então vamo tascar beijão AJSIAJISJAOSJOA
Snacisa voltando? Narcisa vai precisar ir para Toca? Os Comensais estavam a mando de Lúcio, O embuste, Malfoy? Será que nosso casal foi visto e corre perigo?
Vejo vocês nos comentários. Um beijo na nuca esquerda e até!


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