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História O escolhido - Sterek - Sou Um Cara Mau


Escrita por: deryoarashi

Notas do Autor


I'm back, babes.

Capítulo 15 - Sou Um Cara Mau


-::-

Beacon Hills era exatamente aquilo que a famigerada figura pensou antes de chegar ali. Uma cidadezinha aconchegante e com ares de ser perfeita para se começar uma família.

Limpa demais para seus costumes metropolitanos, embora pudesse acabar se acostumando, caso a finalidade fosse essa. Se assentar em um lugar em definitivo não estava em seus planos futuros.

Por enquanto os frutos de seus trabalhos e seu crescimento na área estavam sendo mais do que satisfatórios para alimentar seus desejos de grandeza.

Um vento sobrenatural trouxe até sua pele a sensação de que, por trás da aparência normal do local, muitos tesouros valiosamente poderosos estariam escondidos.

Se atentaria nisso em outra ocasião. O mais importante agora era ir a busca de sua mais nova missão e provar seu devido valor aos peixes grandes. Sua passagem para coisas maiores.

Dando um passeio rápido pelos arredores da rodoviária a qual desembarcou pôde perceber que dali não se via prédios altos. Era praticamente uma vila, cercada de uma floresta de aparência praticamente intocada. O cheiro de pinho era o mais forte, misturado a café e panquecas. Podia-se dizer que extremamente agradável.

Até seus pulmões reclamaram um pouco por estar recebendo um ar tão puro quanto jamais tinha sentido. Mazelas de se morar em cidades poluídas demais.

Não havia tempo para pormenores. As pistas do paradeiro de seu alvo poderiam esfriar e ter de começar do zero não era opção. Suas ordens eram execução imediata. Quatro objetivos. Dois principais, um secundário e o outro à sua escolha do que fazer. Aquilo o alegrava, colocando um sorriso cruel em seus lábios.

Amava demais a adrenalina de uma boa caçada. E como era bom naquilo a que se propunha.

“Vamos começar pelo óbvio.” - o loiro diz, em reflexão.

Retira um envelope da mochila e de lá saca algumas fotos. Os gêmeos Hale e Peter, o irmão problema. Todos extremamente belos. E no que tinham de belo, tinham de problemáticos. Em resumo eram todos grandes problemas a Talia Hale, sua contratante. Não se ateve aos motivos da mulher em procurar seus serviços, apenas o desespero em seu olhar, que era tão nítido quanto o fundo de um lago cristalino, já era o suficiente para chamar sua atenção. Principalmente ao detalhe principal daquilo tudo.

Poder.

Não o poder barato e quantitativo em material o qual ela buscava imprudentemente. Mas sim um poder surreal, do tipo que poderia destruir uma nação em mãos tão gananciosas quanto as suas.

Um guardião valeria muito mais do que todo o dinheiro oferecido pela Hale. Embora fosse uma boa quantia.

Uniria o útil ao agradável. Dinheiro e poder.

Novamente mexendo em sua bolsa pega uma espécie de bússola. Mas diferente das bússolas comuns, essa não tinha ponteiros. Somente direções.

Deposita uma das fotos ao chão e o objeto misterioso por cima da mesma. Aos poucos um filete luminoso se cria dentro do vidro da bússola em formato de seta e começa a girar descontroladamente. Poucos segundos depois o ponteiro luminoso continuava girando, indicando que o objetivo de sua busca não se encontrava nas proximidades.

O loiro ri em frustração, guardando a devida foto ainda sem saber de quem se tratava. Gêmeos idênticos eram um verdadeiro porre.

A foto seguinte era a de Peter. Ao menos esse era identificável por ser uma figura de características fortes. Um belo exemplar de macho.

Repetiu o procedimento com a foto do mais velho e novamente obteve o mesmo resultado.

“Mas que porra!” - ri de novo. - “O último é sempre o da sorte.” - diz e coloca a última foto no chão.

A bússola nem precisou de muito tempo para brilhar a seta luminosa em direção ao sul de onde o loiro estava. Um sorriso de vitória se forma em seus lábios antes do rapaz apertar um botão no fundo da bússola e um raio de cor vermelha formar um risco no chão seguindo a posição que ele deveria ir.

“Derek ou Devon, quem quer que seja o sortudo, lá vou eu.”

.:OE:.

Cara, você vai bombar nessas matérias.” - Scott começa. Estava nervoso por todas as faltas recentes do amigo. E sabia bem por qual motivo. - “Esse cara vale a pena perder o ano?

“Scott. Tá certo. O negócio é o seguinte... - diz, suspirando. Já estava cansado das pressões do amigo. - “...Precisamos conversar. Prometi não esconder mais nada de você, e vou cumprir minha palavra. Passa aqui em casa depois da escola e te conto tudo.”

Scott engole seco. O timbre de voz do amigo parecia sério e um tanto quanto preocupado. - “Stiles, tá acontecendo alguma coisa, bro? Aquele babaca já aprontou, né? Eu sabia...

“Scott, para! Eu to bem. Derek tá bem e ele é bom pra mim. Então chega de chilique e passa aqui em casa depois, eu...” - Stiles mal consegue completar a frase e ouve um som alto vindo de seu quarto. Como se algo muito pesado tivesse caído ao chão.

Mais precisamente no chão do seu quarto.

“Bro, depois a gente se fala. Preciso ver um negócio urgente aqui.” - o castanho parecia afobado com algo.

Beleza. Mas se prepara, você tem muito o que contar.

O Stilinski não responde. Apenas encerra a ligação e sai correndo em direção ao barulho que ouvira segundos antes.

Aos tropeços sobe a escada e, esbaforido, abre a porta de seu quarto, dando de cara com um homem de um metro e oitenta, totalmente estatelado no piso de madeira de seu quarto. Rosto esmagado ao chão e choramingando pelo constrangimento.

“Meu Deus!” - o adolescente corre até o maior, desesperado. - “Mas como que você fez isso, amor?”

O maior começa a rosnar. Estava irritado e envergonhado. Algumas lágrimas de frustração brilhavam nas bordas de seus olhos.

“Eu já disse que não vai adiantar nada você se esforçar tanto. Viu o que aconteceu? Você poderia ter se machucado pra valer, seu teimoso.” - o mais novo briga, ajudando-o a se virar para cima e apoiando a cabeça do maior em seu peito.

O moreno começa a soluçar em um choro dolorido. Não por ter sido chamado a atenção, pois sabia que o menor só estava preocupado. E muito menos pela dor de ter caído de cara no chão. Mas sim por sua situação de quase que completa inutilidade.

Minutos antes começara a sentir espasmos musculares e um formigar, como se estivesse recuperando a sensibilidade dos membros. Razão pela qual acreditou poder tentar se mover e, por estar muito próximo a beirada da cama, causou toda aquela comoção.

Stiles o abraça e conforta, desculpando-se por ter brigado com ele. Ainda mais depois que o maior começou o choro soluçado.

“Eu entendo que você deve estar frustrado por toda essa situação. Mas não precisa tentar além do que consegue. Você já tá progredindo tão bem. Não tem tido mais febres e até começou a recuperar a voz, amor.” - o adolescente fala, sorrindo e acariciando o rosto moreno. - “Para de tentar se provar. Eu to aqui pra te ajudar. Achei que já tínhamos nos entendido nesse sentido, pô.”

Devon para o choro e presta atenção ao que o garoto dizia. E tinha de concordar, sua teimosia não traria benefícios para ninguém. Para ele menos ainda.

“Eu nunca vou deixar você sozinho e mesmo que você ficasse assim pra sempre, eu jamais iria te abandonar. Será que você consegue enfiar isso nesse cabeção que você tem?”

“Sssta... Ieus...” - o moreno tenta sussurrar. Agora a voz mais rouca pelo recém choro.

“Me promete que vai ficar quietinho nessa cama, por favor? Eu não sei se aguento outro desse susto, humn?”

O Hale se sente aquecido pelo cuidado e conforto que o garoto faz questão de expressar e sopra um “sim” bem mais sussurrado do que gostaria.

Com um pouco de esforço, Stiles consegue colocá-lo novamente na cama e trata de arrumar almofadas e travesseiros extras em sua volta.

Devon o encara com olhar de tédio.

“Vou me sentir mais tranquilo sabendo que está protegido. E nem adianta me olhar com essa cara de quem quer me matar. Você tem essa cara de lobo mau, mas não passa de um cinnamon roll.” - ele diz e ri.

O moreno revira os olhos, mas sorri ao receber diversos beijos pelo rosto.

.:OE:. 

Assim que acorda de mais um de seus descansos, Devon já estava impaciente.

Os chiados que tentava emitir não progrediam além do que já estava demonstrando e aquilo era extremamente frustrante.

Aos poucos ele começava a sentir o formigamento percorrer de forma suave seus braços e pernas. O que era um indicativo de que muito em breve poderia começar a se movimentar novamente.

Mas não deixava de ser incômodo. Era uma sensação ruim, como quando você sente uma vontade enorme de se coçar, mas não sabe exatamente onde.

Stiles tinha deixado-o em uma posição confortável na cama, com as costas bem acolchoadas por travesseiros macios assistindo a um canal qualquer na televisão a cabo, o qual passava filmes tão interessantes a ponto de fazê-lo dormir. Iria conversar com o adolescente sobre seus gostos duvidosos assim que pudesse fazê-lo.

A irritação dele era tão grande que espasmos musculares pareceram estremecer todo seu corpo. Como um pequeno terremoto preste a revolucionar. A sensação era ruim, mas ao mesmo tempo boa.

Os dedos de suas mãos começaram a mexer, estremecendo de forma involuntária e dando mostras de vida. Assim como suas pernas e pés. Aquilo dava esperanças de que a merda que estava em seu sistema havia sido eliminada e sua cura acelerada estava tratando de fazer o resto.

Devon sorri, animado e num impulso de tentar se mover por si, consegue se mexer um pouco na cama.

Isso, porra...” - ele pensa, contente. - “Só mais um pouco.

E num suspiro fundo se concentra no único objetivo de controlar a perna. A esquerda se espasma um pouco, o que o deixa feliz.

Isso, mais um pouco.

E com uma força, não soube dizer de onde, seu tronco se lança para frente, assustando-o.

Merda!” - o Hale xinga, se vendo em câmera lenta a voar em direção ao piso do quarto de Stiles - “Me ferrei!” - foi seu último pensamento antes de enfiar ruidosa e dolorosamente seu belo rosto no chão.

.:OE:.

Scott entra, como sempre, pela porta de escotilha espiã da cozinha. Nem se preocupa em anunciar sua presença. Já iria logo ao ponto direto e reto antes que Stiles o enrolasse novamente.

Assim que cruza a abertura da porta sente seu corpo inteiro formigar, como se tivessem jogado um punhado de pó-de-mico em si e tenta se coçar. Sem sucesso. A sensação tinha sido momentânea, então resolve ignorar.

Não vendo o melhor amigo na cozinha, como deveria ser de seu costume, ele trata de correr até a escada para encontrar o castanho, provavelmente e preferencialmente, em seu quarto.

“Deus, que ele esteja decente.” - o moreno implora.

Antes que conseguisse alcançar o primeiro degrau das escadas, dá de cara - literalmente - com o amigo. O som de suas cabeças se batendo só não foi mais engraçado do que ter cada um lançado ao lado oposto em que corriam. Stiles estatelado na escada e Scott capotado com as pernas pra cima no sofá.

O Stilinski massageia a própria testa, enquanto gargalhava de seu infortúnio.

“Caralho, Scott!”

O McCall repete o ato do amigo, girando o corpo ao sentar-se corretamente no estofado. - “Porra, Stiles.”

“Bro, você desaprendeu a bater na porta?” - ainda rindo. - “Tava nesse desespero todo de me ver, queixo torto?”

“Seu trolha. Eu preocupado com você e é assim que me trata?” - fingindo um bico.

“Eu também sinto sua falta, seu drama queen.” - indo abraçar o moreno.

Scott finge irritação, tentando empurrá-lo, mas logo aceita o abraço.

“Vai, despeja. O que tá acontecendo com você e o mané lá?”

“Você pode parar de ofender ele?” - é a vez de Stiles fazer bico.

“Caso não percebeu, eu tô tendo um ataque de ciúme, senhor sabe tudo.”

“Pode parar com isso. Você sabe que te amo, seu idiota.”

“Sei. Mas então...?”

“A história é longa. Vem, preciso fazer alguma coisa pro Derek comer e não posso deixar ele muito tempo sozinho.” - o castanho diz, seguindo para a cozinha.

O moreno franze as sobrancelhas. - “Ué, você é babá de marmanjo desde quando?” - rindo em deboche.

“Esse é o motivo pra eu não tá indo pra escola, Scott. Ele tá mal...”

McCall para de rir. - “Como assim?”

Enquanto Stiles preparava alguma coisa no fogão, foi explicando com todos os detalhes que conseguia o ocorrido. Desde o dia em que o moreno fora acertado por um projétil envenenado,até a ajuda do doutor Deaton. Parte essa que o McCall se sentiu indignado.

“Você confiou no Deaton e não no seu melhor amigo?”

“To confiando em você agora.” - Stilinski fala, abaixando o olhar.

Scott ainda resmunga um tanto antes de deixar que o castanho continue sua narrativa.

“E por que ainda não levou esse cara pro hospital? Minha mãe pode ajudar, você sabe que ela pode ser discreta quanto se trata da gente.” - o moreno questiona.

“Não posso. Te falei que ele tem problemas com a família e da última vez que tive contato com o tio dele, senti um frio cortar minha espinha de fora-a-fora. Então não.”

“Bro, você não acha que tá entrando numa fria por causa de um cara que nem conhece direito?”

O outro adolescente termina de servir um bowl com um creme de legumes para servir ao outro moreno. - “Eu conheço o necessário. Eu to apaixonado por ele e ele por mim. Por enquanto é isso que me importa.” - limpando as beiradas da tigela com um guardanapo e colocando em uma bandeja de colo. - “Se a gente vai namorar, casar e ter filhos? Isso eu não sei dizer. Só sei que quero aproveitar o quanto posso e ser feliz.” - pegando a bandeja com uma mão e um copo com água na outra mão. - “Vem...” - chama o amigo para seguí-lo.

.:OE:.

Devon estava entediado até a morte, cercado por almofadas fofas demais e assistindo um filme romântico demais. Definitivamente teria de conversar seriamente com o adolescente sobre esses gostos por canais e filmes.

Logo se agitou ao ouvir dois pares de passos se aproximando e batimentos duplos de coração. Um de seu garoto e outro desconhecido para ele. Não se tratava daquele Doutor Jekyll de antes.

Ele começa a rosnar em antecipação.

“Oi.” - Stiles aparece na porta, sorrindo grande. - “Você tá melhor?” - se aproximando, tirando algumas almofadas da frente e depositando a bandeja de colo próxima ao maior. - “Tá com fome?”

Devon encara-o com olhar apaixonado, se esquecendo imediatamente do outro visitante.

“Lembra do meu amigo Scott?” - Stilinski pede, dando a deixa pro McCall entrar no quarto.

O moreno mais novo entra, acenando desajeitado e sorrindo torto ao outro.

Devon o encara de maneira amedrontadora - na visão de Scott.

“Amor, nada de assustar as visitas. Você sabe que ele é meu melhor amigo. Ele tá aqui pra ajudar, né Scott?”

“É... É.” - o moreno responde, assustado.

“Ele só tem cara de mau, Scott. Mas é um cinnamon roll, né amor?”

Devon bufa. Não gostava de compartilhar momentos tão íntimos, como esse dos apelidos, com estranhos perto.

“Ele faz muito isso...” - Stiles explica, pegando a colher e enfiando no creme. - “...E também rosna às vezes. É até fofo.”

O Hale abre a boca ao ver o menor levar a colher cheia de creme em sua direção.

Como sempre, um manjar dos deuses que o maior ainda procuraria saber onde um menino tão novo tinha aprendido.

“Então ele tá paralisado de verdade?” - o McCall parecia fascinado com a descoberta. - “Nem falar um ai ele consegue?”

Stiles junta as sobrancelhas em desagrado. - “Você tem como ser mais insensível, queixo torto? Se veio aqui zoar meu namorado...”

Devon sorriu ao ouvir seu status pela boca do adolescente.

“Não, bro. Eu só tava de brinks. Eu não quis ofender. Desculpa aí, Derek.”

O nome de seu irmão saindo da boca do amigo de seu garoto fez seu sangue ferver.

Definitivamente tenho de dar um jeito de voltar ao normal logo.” - pensa, irritado.  

-::-

      

 

 


Notas Finais


Eu demorei? Demorei. Mas to aqui novamente. Leiam minha nova fic, Friendship and Cola - https://www.spiritfanfiction.com/historia/friendship-and-cola-17361884, se quiserem, terá continuação em trhillers de oneshot.


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