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História O Escorpião do Deserto - Esconderijo


Escrita por: bimmbinha

Capítulo 10 - Esconderijo


Gaara estava tomando um demorado e relaxante banho quente em sua banheira, quando escutou gritos histéricos e femininos vindo do lado de fora do acampamento. Ele exprimiu um palavrão e jogou a cabeça para trás brevemente, passando as mãos pelos cabelos avermelhados. Não era possível.

Eram Ino e Temari. Brigando. De novo. Ele bufou antes de esfregar as mãos entre o rosto, porra. O que ele deveria fazer em uma situação como aquela afinal? Livrar-se da kunoichi da Folha, a despachando para longe ou se livrar da própria irmã, completamente desgraçada da cabeça? Ele estava começando a perder a paciência e já não sabia o que poderia fazer para acabar com todas aquelas brigas.

Estava ficando cada vez mais tentado a se livrar do Shikamaru, imaginando que se cortasse o mal pela raiz, talvez apaziguasse a situação entre as duas.

Os gritos estavam cada vez mais altos, desesperados, histéricos e agressivos e muitas pessoas discutiam, provavelmente tentando idiotamente contê-las. O ruivo sabia que as tentativas alheias não iriam surtir nenhum efeito e ele grunhiu irritado.

É, não tinha jeito. Ele seria obrigado a deixar a porra da sua banheira, interrompendo o próprio banho relaxante para ir resolver, mais uma vez, picuinhas femininas que estavam começando a cansá-lo de verdade.

Era por esse e tantos outros motivos, que durante muito tempo, Gaara ridicularizou a possibilidade de namorar alguém. Que tipo de mulher iria aguentar a chatice, paranoia e o perceptível desequilíbrio mental da sua irmã? Nem ele próprio aguentava.

Deixou a banheira em um pulo, verdadeiramente puto, considerando despertar a sua Besta Inferior para resolver a situação em seu lugar. Talvez aquele monstro da areia pudesse ser útil.

Ele agarrou a primeira toalha que viu pela frente, e não dando a mínima para os calçados, deixou a sua tenda, andando apressadamente e completamente molhado até o local onde Temari e Ino estavam prestes a sair na porrada. Seria o que? A décima vez? A décima primeira vez? Ele já tinha perdido as contas há muito tempo.

— O que diabos vocês pensam que estão fazendo?! — Gaara gritou aborrecidamente, interpondo-se entre as duas loiras.

Ino abriu e fechou a boca, sem saber o que dizer. Ele estava praticamente pelado na frente do pelotão, com os cabelos vermelhos ainda mais intensos, molhado da cabeça aos pés e só naquele exato momento ela percebeu que Gaara tinha uma tatuagem gigantesca de um Escorpião nas costas. Ela abriu e fechou a boca, hipnotizada com a visão do paraíso por alguns segundos.

Aquele homem era tão desgraçadamente gostoso que deveria sofrer alguma penalidade por isso. Não era justo com os homens medíocres que se via ali e acolá, inferno. Ninguém deveria ser permitido a ser tão lindo e tesudo daquele jeito.

—E então? — vociferou o Kazekage. — Qual das duas vai ter a honra de me explicar a confusão dessa vez?

—Essa vagabunda estava revirando as minhas coisas! — Temari gritou num tom acusatório.

Ino piscou os olhos e meneou a cabeça, parecendo se recordar de algo e Gaara, evidentemente nada satisfeito com a resposta vazia que recebeu da irmã, olhou de uma para a outra.

—Você ateou fogo na minha tenda! — Ino rebateu, perplexa com a cara de pau da outra de insinuar que ela era a maluca ali. Temari era mesmo insuportável, e Ino tinha muita pena de Shikamaru por isso.

—Isso foi há semanas e já foi resolvido pelo imbecil do meu irmão. — Temari exclamou, de braços cruzados. — E então, sua vadiazinha? Vai contar o por que estava revirando as minhas coisas ou eu vou ter que...

—Temari, cala a boca ou você vai ser vítima de um Sabaku Kyū! — gritou aborrecidamente.

A irmã rapidamente emudeceu-se, embora notoriamente infeliz. Gaara respirou fundo e jogou a cabeça para trás brevemente antes de estalar a língua e morder a boca, estreitando os olhos.

— Vamos para a minha tenda.

—Hai. — a irmã concordou prontamente.

Ino os seguiu, mantendo uma distância estratégica da sunesa filha da puta. Os olhos azuis observavam as costas brancas, largas e musculosas do ruivo, descendo o olhar por toda a tatuagem até a cintura dele, cuja toalha tinha sido muito bem amarrada. Em seguida, a loira passou a olhar para as pernas igualmente musculosas do ruivo. Deuses! Será que aquele homem fazia alguma ideia do efeito devastador que tinha sobre si?

—Por favor, Yamanaka, mantenha a calcinha dentro da calça! — Temari gritou, atrapalhando os pensamentos maliciosos da kunoichi que revirou os olhos.

—Eu prometo que vou tentar me controlar. — ralhou sarcasticamente, parando subitamente e ficando a frente daquela cretina. — Mas a minha mão  eu não sei se vou conseguir mantê-la longe da sua cara, sua puta mal comida.

Ela deu as costas, acertando o rosto de Temari propositalmente com suas madeixas louras e desfilou em direção a tenda que dividia com Gaara, ignorando os xingos e ameaças por parte da outra.

☠ 

Gaara sentou-se na poltrona, esperando que a dupla começasse. Ele ainda estava molhado e ainda estava vestindo nada além de uma toalha branca, dificultando a Yamanaka de raciocinar.

—Ino, eu não tenho dúvidas de que a existência da minha irmã é um fardo que todos nós temos de carregar. Eu, especialmente, mais do que qualquer um. — ele gesticulou para que a mais velha continuasse calada. — Mas eu não consigo pensar em uma razão plausível para você revirar as coisas dela. O que você estava procurando na tenda dela?

—Vergonha na cara, eu acho. — Temari provocou.

O irmão a fulminou com o olhar, em tom ameaçador, e voltou-se para a loira de olhos azuis que manteve os braços cruzados a frente dos seios.

—Eu não estava procurando nada lá, muito pelo contrário, eu estava devolvendo. — aquelas palavras surpreenderam os irmãos Sabakus que se encararam, confusos, antes de voltarem a fita-la.

—Devolvendo? O que? — Gaara perguntou, agora interessado na conversa.

—Um relicário dourado. — Ino respondeu, mantendo a seriedade e os braços cruzados acima dos seios. O ruivo piscou os olhos, e Temari desfez a expressão odiosa, realmente curiosa para saber o que significava tudo aquilo afinal.

—O relicário que eu ganhei do Shikamaru? — perguntou, com a voz neutra. — O que você poderia querer com aquele relicário? É só um pingente com uma foto nossa.

Ino manteve a expressão calma, enquanto dava um passo à frente, descruzando os braços.

—Eu não fui enviada aqui só como ajuda médica, Kazekage-sama. — começou, séria. — Alguns meses atrás, Naruto e Kakashi descobriram que um membro da Akatsuki está envolvido no que parece ser um relacionamento amoroso com um Sabaku. Eu fui pessoalmente até o local onde o Akatsuki estava escondido, e encontrei isso, entre os lençóis, roupas e burcas espalhadas pelo chão — ela enfiou a mão dentro da camiseta roxa, pegando algo em seu sutiã e então o jogou para Gaara, que o pegou habilmente com as mãos.

Surpreso, o ruivo abriu o relicário, enquanto a irmã mais velha escancarava a boca. Dentro do relicário, no pingente, havia uma foto em miniatura. Era um retrato de família com Rasa, Kankuro, Temari, Karura e o recém-nascido Gaara, e todos sorriam para a câmera. Era uma foto em preto e branco, mas não havia a menor dúvida de que era o retrato oficial – nunca divulgado publicamente – do clã Sabaku, que apenas quatro pessoas o tiveram entre as mãos; Rasa, já falecido, Kankuro, Temari e Gaara...

Temari estreitou os olhos, virando-se na direção da kunoichi da Folha.

—Foi por isso que você nos seguiu até aquela parte da floresta, não foi?

A Yamanaka meneou a cabeça, cruzando e descruzando os braços.

—Se eu dissesse gentilmente que estava tentando pegar o seu relicário emprestado, você iria me emprestá-lo numa boa, cobra?

A loura meneou a cabeça negativamente e Ino assentiu, satisfeita com a honestidade.

—Você acha que eu sou suspeita de manter relações com um dos nossos maiores inimigos? — a Sabaku praticamente gritou, enfurecidamente. Ino revirou os olhos.

—Eu achava sim, na verdade, eu tinha certeza que você estava envolvida até o pescoço nessa história mas — ela pigarreou. — Kankuro é o idiota da história. Quando eu fui ao esconderijo, eu o revirei várias e várias vezes. Encontrei lingeries e perfumes femininos, que eu acredito que pertençam a única mulher da organização criminosa.

—Konan. — Temari piscou os olhos e Ino concordou. — Puta que pariu, todos nós vamos ser assassinados graças ao Kankuro e ao maldito pinto dele!

Ino tentou inutilmente abafar uma risada, gargalhando estrondosamente.

Gaara permanecia sério, escutando tudo com muita atenção e interesse, concentrado no relicário dourado que tinha em mãos, prova irrefutável da traição imbecil do irmão mais velho. Durante todo aquele tempo esteve incansavelmente traçando estratégias, estudando planos... E para que? Para o idiota entregá-los de mãos beijadas para a inimiga! Ele inspirou e respirou fundo algumas vezes, claramente endiabrado com aquelas revelações, até que se ouviu perguntar.

—O que exatamente você veio fazer aqui, Yamanaka?

—Matar Konan e dedurar seu irmão para a Corte Ninja Internacional, o que ele fez foi muito mais do que simplesmente imbecilidade. Ele não só traiu o próprio País do Vento como todos os aliados, em especial Konoha.

Temari ficou em silêncio. Não estava em condições de criticar a missão secreta que Ino fora resignada. Até ela estava com vontade de entregar Kankuro. Aquele... Moleque tinha irresponsavelmente colocado a vida de todos em risco, nada mais justo do que o mandar diretamente para a prisão dali. Entretanto, ele continuava sendo seu irmão e ela tinha instintos protetores, os quais declinava veementemente naquele momento, mas que inevitavelmente ainda estavam ali. E ela sentia necessidade de protegê-lo.

Ao menos por hora.

—Eu subestimei você. Como mulher e como ninja. — a Sabaku virou-se novamente para encarar Ino. — E peço desculpas por isso, Ino, admito que estou até com um pouco de inveja de você. Eu queria que meus irmãos confiassem em mim para uma missão assim tão arriscada e secreta.

Gaara revirou os olhos, analisando mais uma vez a foto que tinha em suas mãos. Ele não conseguia deixar de se sentir tocado com um retrato tão bonito quanto aquele. Não tinha tantas fotos da mãe e sempre ficava profundamente emocionado quando via um retrato dela.

—Aceito as suas desculpas. — Ino sorriu amigavelmente para ela. — Sakura-san foi treinada pela Tsunade, e eu fui treinada pessoalmente pelo Kakashi para matar. A vida não é incrível?

Temari sorriu para ela, antes de se recordar de algo.

—O que vamos fazer em relação ao Kankuro, Gaara? Esse idiota feriu tratados e nos colocou  em uma situação tenebrosa! Nós vamos nos foder por causa dele, e além do mais, não tenho a menor dúvida de que a gente pode morrer fácil fácil por culpa daquele...

O irmão gesticulou para que ela se calasse.

—Esse arrombado cometeu um crime de guerra. Traiu a própria pátria e provavelmente entregou segredos valiosos para a Akatsuki, eu não tenho a menor dúvida de que eles devem estar tramando alguma emboscada para bombardear o acampamento militar de uma vez. — respirou fundo. — Eu não tenho escolha, exceto entregá-lo para Konoha. — ele fitou Ino atentamente. — Ele é todo seu, Yamanaka-san.

Ino sorriu.

—Não seria você quem iria me impedir de levá-lo, Gaara-kun.

O ruivo arqueou a sobrancelha, surpreso pela acidez na voz da loira e remexeu-se na cadeira, tentando ignorar o sutil arrepio que percorreu sua pele.

—Me conte mais sobre seu plano para assassinar Konan.

—Ah eu adoraria, mas não posso. — Ino olhou para as próprias unhas e as assoprou cinicamente, ignorando os olhares curiosos. — Eu já contei o que não deveria e vocês deveriam ficar satisfeitos com isso. — sorriu divertidamente. — Agora, se me dão licença, eu tenho trabalhos para fazer no hospital, tchauzinho!

Assim que ela deixou a tenda, Temari olhou o irmão.

—Você é tão sútil.

—Cala a boca! — Gaara irritou-se, levantando-se da cadeira. — Era tudo o que eu precisava. Uma irmã psicótica, um irmão criminoso, do que mais eu preciso?

—Uma esposa assassina. — Temari debochou, gargalhando estrondosamente e o ruivo arqueou a sobrancelha.

Quando ele retornou do refeitório naquela noite, já deveriam se passar das três horas da madrugada. Ele bocejava, espreguiçando-se lentamente, ansioso para retirar os sapatos e então se jogar na cama e cair no sono. Ao invés disso, o ruivo se deparou com Ino dentro da banheira, cheia de água quente e espuma por todo lado, com um sorriso ferino nos lábios e os cabelos dourados, caindo como uma cascata ao redor dela. As pernas estavam erguidas,  e as mãos apoiadas sobre o encosto da banheira de porcelanato.

E, puta merda. Deveria ser provavelmente a cena mais genuinamente erótica que ele tinha visto em toda sua vida. O olhar divertido e sensual, os seios fartos cobertos de espuma...

Ele podia jurar que estava babando igual um idiota no corpo da loira.

—Por que toda vez que você me vê pelada eu estou dentro d’água, Kage-sama?

—Sorte, provavelmente. — embora até então, ele ironicamente nunca tenha sido muito supersticioso. Mas só podia ser sorte. Era a única explicação plausível.

Ele primeiro se livrou dos calçados, e então da calça e por fim da camiseta que vestiu. No minuto seguinte, sem qualquer cerimônia, ele também adentrava a banheira, ficando de frente para a loira irritantemente gostosa a sua frente.

Gaara podia ser muitas coisas, mas definitivamente nunca foi burro. Ele sabia muito bem quando tinha caído em uma emboscada e, aquela, com certeza era uma das mais inteligentes que já viu.

Ino o fitava intensamente, como se estivesse o desafiando a trazer o assunto à tona. Ela envolvia-o com suas longas pernas, sem qualquer pudor. E ele, como um excelente jogador que era, aceitava a provocação, passando as pernas dela em volta do seu corpo.

—Você sabe da carta, não sabe? — ele a encarava diretamente, sem a mínima intenção de desviar o olhar, assim como ela.

A loura jogou os cabelos para trás e afastou a franja do seu rosto, para poder encará-lo melhor.

—De que carta você está falando, Kage-sama?

Gaara deslizou suavemente a mão pela perna longa feminina, acariciando-a.

—Vamos, Ino, não me obrigue a dizer em voz alta. É desnecessário.

A loira levantou uma sobrancelha dourada na direção dele.

—E eu o pergunto mais uma vez, Kage, de que carta você está falando?

—Se eu responder, existe uma probabilidade altíssima de você me matar.

Ino riu prazerosamente e, exibicionista, abriu ainda mais as pernas, arreganhando-se para o homem de cabelos vermelhos a sua frente.

—Talvez você esteja enganado.

—Eu prefiro não arriscar.

Ino estreitou os olhos para ele e remexeu-se, fazendo com que a água jorrasse pelo chão. Nenhum dos dois deu a mínima para isso, concentrados no que faziam.

Gaara estava se controlando ao máximo, mas aquela mulher era uma cobra sorrateira! E pensar que durante todo aquele tempo ele estava  se sentindo culpado... Quando na verdade ele tinha sido feito sabiamente de otário.

E como estava sendo feito de otário naquele momento em particular.

Mas ele também não iria se dar por vencido tão facilmente assim.

—Nós nunca conversamos muito sobre o seu clã, Yamanaka-chan. Qual é a especialidade dele?

A loira sorriu.

— É impressão minha ou você está desconversando, Gaara?

O ruivo respirou fundo e então levantou-se subitamente, inclinando-se sobre ela. Os corpos estavam a milímetros de distância e os rostos igualmente próximos. A esmeralda encarava a safira fixamente.

—Você sabe perfeitamente a que carta me refiro — disse, finalmente se cansando dos rodeios. — Sobre a morte do seu pai.

A loira ficou séria repentinamente e o encarou.

—O seu pai não morreu, certo? Ele ainda está vivo.

Ino inspirou fundo.

—Isso foi ideia da Tsunade. Sabe como é, criar notícia falsa para despistar as movimentações do exército.

Gaara tombou a cabeça para frente, fechando os olhos por alguns momentos.

—Na verdade, é muito provável que o exército da Folha esteja chegando aqui em poucas horas.

O ruivo voltou a abrir os olhos, a encarando fixamente, sentindo os seios dela chocarem-se com seu peitoral.

—Você me fez de idiota durante todo esse tempo?

—Eu só cumpro ordens, Kage. Eu não planejei fazer ninguém de idiota!

O ruivo aproximou-se ainda mais dela, de forma que sua virilha encontrasse a dela por baixo d’água quente da banheira. Os corpos estavam tão colados que bastava que um tomasse a iniciativa.

—A ideia original era que a carta fosse recebida pelo nosso amiguinho do hospi... — Ino soltou um gemido em voz alta ao sentir a mão agarrar seu seio; ele brincou o mamilo intumescido entre seus dedos, ainda a encarando.

—Por que não me conta isso mais tarde, quando eu te expulsar da minha tenda? — inquiriu, inclinando-se ainda mais na direção dela e beijando delicadamente o pescoço dela, provocando arrepios e suspiros mais altos por parte dela. Ele então chupou a área com vontade.

Ino semicerrava os olhos, completamente excitada. E indignada também.

—Não será necessário me colocar para fora, seu cretino. — ela o puxou pelos cabelos, o forçando a encará-la. — Eu mesma me retiro.

Gaara intercalou o olhar entre ela e os seios e respirou fundo.

—Talvez nós possamos conversar melhor a respeito?



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