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História O espírito da ópera - Atraídos


Escrita por: CRIS75950

Capítulo 11 - Atraídos


Fanfic / Fanfiction O espírito da ópera - Atraídos

A noite estava quente. Christine não conseguia pegar no sono devido a intensa dor nos joelhos esfolados. Ela havia terminado as suas tarefas mais cedo e foi dispensada por Carlotta que preferiu ir para casa mais cedo. Ainda era cedo; o relógio do teatro marcava nove horas em ponto. Christine então resolveu descer até a cozinha para buscar água limpa. No momento em que virou para encher a pequena jarra com água, deparou-se com uma figura sombria vestida de preto e usando uma máscara branca no rosto.

-Eu posso ajudá-la?-disse a figura sombria.

Christine ficou com medo e correu para trás da mesa, apossando-se de uma colher de pau.

-Acalme-se, senhorita..-disse ele com serenidade.-Não precisa ter medo de mim... Não lhe farei mal.

-Quem é você?!

-Sou alguém que vive neste lugar como a senhorita...

-O que você quer de mim?..

-Apenas ajudá-la, nada mais. Estou vendo que está com os joelhos machucados.

-Como sabe disso?

-Não importa. Apenas aceite a minha ajuda. Prometo que não irei machucá-la...

-Como posso confiar em alguém que esconde o rosto?!

-Isso não vem ao caso, senhorita. Apenas não se preocupe com isso e deixe-me cuidar de seus ferimentos.

-Como?

-Eu tenho um estoque de analgésicos e pomadas... Tenho algo aqui que irá ajudar a cicatrizar essas lesões e aliviar a dor.

Ele então mostrou um pequeno pote branco contendo uma espécie de pomada analgésica.

-A senhorita me permite?

Christine hesitou por alguns segundos, mas decidiu arriscar a ajuda. Mas ainda estava amedrontada. Ela então sentou-se em uma cadeira e mostrou os joelhos feridos. O estranho benfeitor aproximou-se dela e ajoelhou-se no chão e começou a aplicar a pomada branca sobre os esfolados dos joelhos.

-Como a senhorita se chama?

-Christine Daaé.

-É a nova criada de madame Carlotta eu suponho..

-Sim.

-Não é de admirar-se que está ferida desta forma...Aquela megera costuma torturar as empregadas com tarefas exaustivas.

-E o que o senhor faz aqui na ópera?

-É uma longa história, minha cara...

Christine o observava atentamente. Estava sendo extremamente gentil e cuidadoso ao aplicar a pomada em seus joelhos. Assim que terminou, levantou-se e disse:

-Pronto...Vai melhorar com este remédio, eu garanto. 

-Muito obrigada, monsieur...

-Pode ficar com isso até que seus joelhos melhorem. 

Ele entregou o frasco para Christine. 

-Obrigada...Porque está me ajudando? Sou apenas uma criada. 

-A senhorita é muito mais do que uma simples criada...Eu a ouvi cantar ontem a noite. 

-Ouviu? 

-Sim...Tem uma voz magnífica, srta. Daaé. Sem dúvida seria a nossa principal estrela da ópera. 

-O senhor é muito lisonjeador...Mas isso seria impossível. 

-Nada é impossível, minha cara. Principalmente para todos aqueles que sonham. 

De repente, ele tirou uma rosa vermelha de dentro da manga do casaco e deu a Christine.

-Tenha uma boa noite, srta. Daaé. 

Dito isso, desapareceu rapidamente dali deixando Christine intrigada. Ela lembrou-se do mágico mascarado do circo que havia lhe dado uma rosa vermelha semelhante àquela. Christine então retornou para o sótão. Deitou-se na cama e ficou pensando naquele mascarado misterioso. 

Na manhã seguinte, desceu até o refeitório do teatro aonde tomou o café da manhã na companhia de Meg e da sra. Giry.

-Seus joelhos estão melhor?-perguntou Meg.

-Estão sim. Eu tive uma pequena ajuda ontem a noite.

-Ajuda de quem?

-Aconteceu uma coisa estranha ontem...Eu desci até a cozinha para buscar água e vi um homem mascarado na minha frente.

-Que homem era esse?

-Eu não sei. Estava usando uma máscara branca estranha.

-Machucou você?

-Não, pelo contrário...Cuidou dos meus joelhos feridos.

-Será o Fantasma???-Meg murmurou temerosa.

-Não tinha jeito de ser um fantasma, Meg. Era um homem de carne e osso.

-Disseram que o Fantasma pode assumir várias formas físicas. Podia ser ele.

-E você acredita nesses absurdos?

-Joseph Buquet o viu cara a cara e disse que era um ser horripilante. O rosto era tão nefasto quanto o da Morte.

-Para mim foi um completo cavalheiro. Não vi nada de assustador nele. Apenas achei estranho ele usar uma máscara cobrindo o rosto inteiro.

-Mesmo assim você correu perigo, querida.-disse a sra. Giry.-Não sabemos quem é esse homem que ajudou você.

-Ele disse que vive aqui também.

-Aqui? Desde quando? Nós nunca o vimos com esta descrição.

-Talvez seja algum ex-empregado.

-O que mais ele disse?

-Nada. Apenas aplicou a pomada nos meus joelhos e foi embora.

-Tenha cuidado com estranhos, minha querida.

-Eu sei. Meu pai me ensinou.

-Temos que voltar ao trabalho agora. Meg, volte para junto das outras bailarinas...Eu tenho que limpar o camarote de número 5.

-E eu preciso levar o chá para madame Carlotta.

Christine então levantou da mesa e foi preparar o chá de Carlota. Assim que preparou a bandeja, levou até o camarim da diva. Carlotta estava terminando de se maquiar quando Christine entrou carregando seu chá.

-O seu chá, madame...

-Obrigada.

-A senhora deseja mais alguma coisa?

-Não, hoje não. Vou lhe dar o dia de folga.

-Verdade?

-Sim. Você se mostrou muito competente e cuidadosa com meus pertences. Portanto lhe darei o dia de folga. Mas somente hoje. 

-Muito obrigada, madame. 

-Mas não vá se acostumando...Você ainda terá muito o que fazer por aqui. Volte amanhã de manhã bem cedo e limpe meu quarda-roupas e organize meus figurinos nos cabides. 

-Sim, senhora. 

-E não se atreva a chegar atrasada. Pode ir agora. 

-Com licença.

Christine deixou o camarim sorrindo com profundo alívio. Assim que atravessou o corredor, encontrou Johnny que logo perguntou:

-Bom dia, mademoiselle...vejo que está sorridente...Qual seria o motivo? 

-Ganhei o dia de folga.

-A bruxa velha lhe deu uma folga? 

-Sim.

-É uma garota de sorte. E o que pretende fazer no dia de hoje? 

-Eu não sei. Talvez visitar a sra. Valérius.

-Aproveite o dia de hoje então. 

-Obrigada. 

Christine então resolveu fazer uma visita para a sra. Valérius. Era uma bela tarde ensolarada de sábado. As ruas estavam movimentadas. Christine aproximou-se da residência da sra. Valérius e bateu na porta. Juliette abriu a porta e sorriu abertamente ao rever sua doce e melhor amiga. 

-Christine!!

-Olá, Juliette.

As duas se abraçaram como se fossem duas garotinhas.

-Eu senti tanto a sua falta, Christine...

-Eu também senti a sua, Juliette.

-É ótimo ver você novamente...Entre. 

Christine entrou e Juliette fecho a porta. 

-Como está a sra. Valérius? 

-Está um pouco deprimida por você ter partido para a ópera.

-Mas ela está bem?

-Sim, está...Ela está no quarto repousando um pouco. 

-Eu vou até lá. 

-Mas não demore. Louise fez aquele bolo de nozes que você adora. 

-Eu não vou demorar. 

Christine então subiu às escadas e foi até o quarto da sra. Valérius e a viu recostada sobre a cama lendo um livro. 

-Com licença, sra. Valérius...

Assim que viu sua pequena Christine, a doce senhora pulou para fora da cama.

-Minha pequena florzinha!!!....

As duas se abraçaram fortemente como se estivessem separadas por muitos anos. 

-Como você está, meu anjinho doce? 

-Eu estou bem. Melhor agora. 

-Oh, minha pequena Christine....Você não imagina o quanto eu sinto a sua falta...

-Eu também sinto a falta da senhora. 

-Como está indo o trabalho no teatro? Aquela megera está te tratando bem ou mal?

-Está tudo bem, sra. Valérius...Madame Carlotta me deu o dia de folga hoje. 

-Ah sim? Será o fim dos tempos? 

As duas riram com ironia. 

-É muito bom ver você, minha florzinha de jardim...Você faz muita falta nesta casa. 

-Mas a senhora não está sozinha... Louise e Juliette estão aqui. 

-Eu sei, mas...eu não estou habituada a ficar tão longe de você. Da minha pequena Christine...Tenho uma coisa para você.

-O que é? 

A sra. Valérius entregou um envelope contendo muitas notas em dinheiro para Christine. 

-Por que está me dando isso?-perguntou Christine seriamente após olhar o notas dentro do envelope. 

-Para você comprar vestidos e sapatos. E outras coisas que desejar. 

-Sra. Valérius, eu não posso aceitar... Eu já estou recebendo pelo meu trabalho na ópera....

-Não seja boba, querida. O salário que aquela serpente paga aos empregados não dá nem para comprar um pedaço de pão. Você vai aceitar sim.

-Mas eu não...

-Aceite, por favor. Eu ficarei muito feliz e satisfeita. 

Christine suspirou fundo e disse:

-Está bem...Eu vou aceitar. 

-Ótimo. Você poderá comprar o que quiser. 

-Eu nem saberia por onde começar....

-Comece comprando roupas novas. Você é tão linda que ficaria perfeita em qualquer tipo de vestido. 

-Muito obrigada, sra. Valérius. 

-Não agradeça, meu bem. Para mim é um prazer enorme. 

-Como andam as coisas por aqui? 

-Tudo bem na medida do possível. Alfred ficou noivo de uma moça mais jovem do que ele. 

-Ah sim? E quem é ela? 

-Ainda não a conheço. Apenas sei que tem 31 anos. 

-Eu fico feliz pelo Alfred. Sempre foi muito bondoso comigo e com meu pai. 

-Camille não está nenhum pouco satisfeita com esta história...É contra o casamento. 

-Mas o pai dela merece ser feliz. 

-Camille sempre foi muito mimada. Você a conhece bem. 

-E quando a senhora irá conhecer a noiva do seu sobrinho? 

-Ele prometeu trazê-la na próxima semana. 

-E a senhora está feliz? 

-Eu estaria mais feliz se você estivesse aqui comigo. 

Christine sorriu e recebeu outro abraço da sra. Valérius. 

As horas passaram rapidamente naquela tarde. A ópera recebia a visita ilustre do conde Philippe de Chagny que estava no escritório dos administradores. 

-O senhor não imagina o quanto estamos satisfeitos com a sua presença, sr. Conde..-Disse Richard exibindo um largo sorriso. 

-O prazer é meu, meu caro Richard. Terei muita honra em patrocinar a ópera Garnier.

-A honra será toda nossa, monsieur.-Disse Armand.-Nosso último patrocinador infelizmente sofreu um grave acidente e acabou não sobrevivendo. 

-Sim, eu fiquei sabendo da situação. Lorde Fontaine era um bom homem. 

-Mas estamos realmente contentes pelo senhor ter assumido o patrocínio de nossa casa de ópera. 

-Darei um jantar para comemorar. Assim que meu irmão caçula retornar da Rússia, darei um jantar em comemoração. 

-Será uma grande honra, sr. Conde. 

Nesse momento, Johnny dialogava com seu amigo mascarado, (o mesmo que ajudara na noite passada), no antigo depósito da ópera abaixo do palco. 

-A ópera tem um novo patrocinador.-comentou Johnny. 

-Sim, eu vi. É o filho do falecido conde de Chagny. Eu ouvi falar muito deles. 

-Quando você trabalhava no circo? 

-Eu conheci muitas pessoas importantes, garoto...viajei para muitos lugares da Europa. E aprendi muitas coisas também. 

-Sim, você me contou uma vez. 

-Preciso perguntar uma coisa...O que você sabe sobre essa moça, a nova criada de Carlotta? 

-Quase nada. Não nos falamos muito. 

-Ela se chama Christine...

-Sim, isso eu sei. Porque está perguntando sobre ela?

-Eu a ouvi cantar durante uma noite...A voz mais bela e suave que já ouvi na vida. 

-Eu não sei nada sobre ela. 

-A pobre coitada estava com os joelhos esfolados. Resultado do árduo trabalho que está fazendo limpando o camarim daquela cobra desafinada. 

-Hoje ela parecia bem. A megera deu o dia livre de folga para ela. 

-Uma bela novidade. Dificilmente Carlotta concede folga aos empregados. 

-Pelo menos a pobre poderá descansar durante um dia. Qual seu interesse nessa garota? 

-Eu não sei...A voz dela me chamou a atenção. Angelical, sublime, suave...De repente fiquei atraído. 

-Tem alguma idéia em mente? 

-Por enquanto não. Quero que você descubra mais alguma informação sobre ela. Além da voz, tem algo nela que me é familiar...Não me recordo o que é...Mas eu sinto que já a vi uma vez.... 



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