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História O espírito da ópera - O novo e misterioso amigo


Escrita por: CRIS75950

Capítulo 12 - O novo e misterioso amigo


Fanfic / Fanfiction O espírito da ópera - O novo e misterioso amigo

Christine retornou para a ópera no final da tarde. Passou praticamente o dia inteiro na residência da sra. Valérius, desfrutando de sua companhia. Assim que entrou no quarto, encontrou uma rosa vermelha sobre a sua cama juntamente com um bilhete dobrado. Assim que pegou o bilhete, desdobrou e leu em silêncio:

"Acabei de me recordar da pequena anjinha loira que foi prestigiar meu espetáculo há onze anos atrás...Lá estava ela sentada na primeira fileira da frente da arquibancada. Aquela linda e sorridente garotinha loira chamada Christine"...

Christine ficou um pouco confusa com aquelas palavras. Mas logo em seguida, lembrou-se do mágico mascarado do circo dos horrores.

-Meu Deus..-murmurou ela enquanto formava um sorriso nos lábios.-É ele!..

Sim, o estranho mascarado que residia nas catacumbas do teatro parisiense era o mágico mascarado do circo dos horrores....

"Erik refugiou-se nos subterrâneos da ópera Garnier há onze anos atrás, quando um incêndio destruiu todo o grande circo. Aos poucos, foi descobrindo um novo lugar para viver. Encontrou paz e tranquilidade naqueles subterrâneos lúgubres e privados de luz. Durante dias e noites, começou a montar seu "pequeno reinado subterrâneo". Arranjou candelabros e castiçais com velas para iluminar aquela parte escura e fria perto do lago. Logo em seguida, montou um pequeno quarto ornamentado com cortinas aveludadas tiradas do depósito do teatro, tapete, castiçais, um toucador e uma escrivaninha. Montou também uma pequena sala com um velho piano que encontrara abandonado no depósito. Apesar de ser um subterrâneo assustador, o lugar era aconchegante. Erik trabalhou por vários meses até deixar aquele lugar semelhante à uma pequena moradia. Furtou centenas de objetos do teatro, inclusive um violino e uma harpa. Tornou-se um músico experiente e um excelente cantor. Porém, para manter seu reinado em segredo, Erik criou várias armadilhas ao longo do caminho subterrâneo. Ninguém nunca morreu lá em baixo, exceto o antigo patrocinador que foi tentar explorar o local e ficou preso em uma espécie de alavanca presa no chão que praticamente o cortou ao meio. Desde então, ninguém jamais se atreveu a descer lá em baixo. Graças às suas habilidades ilusórias, Erik conseguiu dar vida ao Fantasma da ópera, criando ilusões inexplicáveis. De um certo modo, Erik vivia feliz naquele lugar."

Christine sentiu um desejo enorme de vê-lo novamente. Ela então saiu do quarto e pegou o caminho do corredor dos artistas. Assim que passou em frente à porta do camarim de Carlotta, ouviu sons estranhos e gemidos. Resolveu espiar pela fechadura da porta e ficou horrorizada com a cena: Carlotta estava nua em seu divã, fazendo sexo com um homem cujo o rosto Christine não conseguiu distinguir pois o camarim estava escuro, iluminado por uma chama fraca de um lampião. Os gemidos eram altos e os movimentos frenéticos. 

Christine desviou o olhar e cobriu os lábios com a mão. Nunca imaginou presenciar aquele tipo de cena. Christine ficou constrangida e correu para longe dali. O homem era o mestre de canto que mantinha relações com Carlotta há dois anos. Estavam quase atingindo o ápice quando ouviram um barulho estranho ao redor do camarim.

-O que foi isso?-perguntou Carlotta um pouco ofegante.

-Devem ser os ratos...

-Não há ratos em meu camarim. 

Carlotta então acendeu as velas do castiçal e notou que o estranho barulho estava vindo de dentro do espelho. 

-Tem alguma coisa atrás do espelho...-murmurou ela segurando o castiçal enquanto se aproximava de seu reflexo no espelho. 

Para aumentar seu terror, deparou-se com uma imagem cadavérica no espelho. Uma figura horrenda surgiu diante dela no reflexo do espelho. Um rosto completamente distorcido e deformado, apareceu como num passe de mágica. As chamas das velas iluminaram aquela figura fantasmagórica com os olhos fundos e escuros, nariz indistinguível, lábios ressequidos e dentes desproporcionais. Uma imagem que fez Carlotta congelar da cabeça aos pés. 

-Devia se envergonhar, madame..-Disse aquela figura exibindo um riso assustador. 

Carlotta soltou um grito apavorante e correu nua para fora do camarim. O mestre de canto correu atrás dela após ver a figura assustadora no espelho. Por sorte não havia ninguém nos corredores. Estavam todos ocupados com afazeres no andar de baixo. 

-Você o viu também???-exclamou Carlotta aterrorizada.-Era o demônio!!!!

-Procure ter calma, Carlotta! Você está nua no corredor! 

-Eu não voltarei para aquele camarim!...

-Precisamos nos recompor. 

-O diabo está lá dentro! 

-Não temos escolha. Vamos entrar antes que alguém nos veja nessa situação vergonhosa! 

Os dois então retornaram para dentro do camarim que estava deserto e escuro. Lefevre acendeu novamente o lampião que iluminou praticamente todo o interior do camarim. Não havia nada no espelho. 

-Está tudo bem agora..-Disse Lefevre. 

-Eu não quero ficar aqui...Vamos nos recompor e ir lá para baixo. 

Os dois então vestiram-se e deixaram o camarim na total escuridão. 

Conforme as horas passavam, a noite aproximava-se cada vez mais. Christine decidiu visitar o terraço do teatro observou as luzes da cidade ao longe. Era simplesmente uma vista emocionante. Uma leve brisa fez seus cabelos balançarem com graciosidade. 

-Boa noite, "pequena curiosa"..-disse uma voz familiar. 

Christine virou para trás e viu seu misterioso amigo mascarado sentado no topo da cúpula. 

-Então é você...-falou Christine.-O mágico mascarado do circo...

-Vejo que encontrou meu bilhete...

-Sim. Obrigada pela rosa. 

-Como estão os joelhos? 

-Bem melhores, obrigada.

Ele então desceu do alto da cúpula do teatro e aproximou-se dela. 

-Eu achei você muito familiar...-Disse ele.-Eu me recordo da garotinha loira sentada na primeira fileira do circo...Não imaginava que fosse você, srta. Daaé.

-E eu me recordo do mágico mascarado que me deu a rosa vermelha. 

Por alguns segundos, os dois ficaram olhando fixamente um para o outro. 

-Aquele era o seu pai, não era? Eu o conheci há onze anos enquanto vagava pelas ruas frias de Paris...Eu o vi tocando violino na calçada..Um excelente músico. 

-Sim...Ele era sim.

-O que aconteceu? 

-Ele faleceu há pouco tempo devido a uma grave pneumonia. 

-Lamento muito. 

-Ele era tudo na minha vida...Me sinto perdida sem ele. 

-Eu entendo. Infelizmente eu nunca conheci os meus pais biológicos.. Fui abandonado ao nascer. 

-Por que fizeram isso? 

Christine ouviu apenas um suspiro por debaixo da máscara branca. 

-Difícil explicar...Um dia eu prometo que contarei tudo com mais detalhes. Se a senhorita aceitar a minha amizade, é claro. 

-É lógico que sim. Pode me chamar de Christine apenas. 

-Pois bem, Christine...Gostaria de poder cantar no palco algum dia? 

-Cantar no palco? Como assim? 

-Tornar-se a nova estrela do palácio Garnier.

-Eu???..Mas como?

-Se permitir, eu posso fazer com que isso aconteça. 

-E como você faria isso? 

-Posso ensiná-la a desenvolver melhor o seu tom de canto. Aperfeiçoar o seu timbre de voz. O que me diz? Estaria disposta? 

-Você é músico também? 

-Digamos que sim. Eu vivo há muito tempo neste lugar e desenvolvi novas técnicas de aprendizado. 

-Infelizmente eu não tenho como pagar um professor de canto...

-Não se preocupe com isso, minha cara. Será o nosso segredo. O que me diz?

-Bem, eu...ficarei muito honrada.

-Perfeito. Usaremos a antiga sala de música que fica no final do corredor. Está inativa há mais de seis anos. Agora é utilizada como depósito de instrumentos e órgãos musicais. Podemos usar o antigo piano para nossas lições de canto. 

-E quando podemos começar? 

-Amanhã a noite. Procure descansar bem esta noite. Aproveite o restante de sua folga para dormir mais cedo. Nos veremos amanhã novamente. 

-Está bem. 

-Tenha uma boa noite, Christine. 

-Você também. 

Dito isso, ele desapareceu por entre as estátuas do terraço. 

Christine retornou para o quarto aonde encontrou Meg à sua espera. 

-Boa noite, mademoiselle..

-Boa noite, Meg. 

-Aproveitou seu dia de folga? 

-Sim. Eu fui visitar a sra. Valérius. 

-Eu vim cumprimentá-la..

-Pelo que? 

-Pela magnífica voz. Mamãe e eu ouvimos você cantar na noite passada. 

-Desculpe se perturbei...

-De forma alguma! Nós adoramos ouvir você cantar. Onde aprendeu? 

-Meu pai era violinista. 

-É uma lástima que esteja trabalhando como empregada...Devia estar cantando no palco. 

-Estou satisfeita com o meu trabalho, Meg. 

-Ser escrava daquela megera?

-Pelo menos tenho alguma ocupação. 

-Mesmo assim, você tem uma bela voz e deveria aproveitar. 

-Não se preocupe, Meg. Eu estou bem assim. 

-Se você está dizendo...Vou me juntar as outras meninas no quarto de Cecile. Joseph Buquet está lá contando histórias assombradas. Gostaria de se juntar a nós? 

--Não, obrigada. Tenho que dormir cedo. 

-Está bem. Boa noite. 

-Boa noite. 

Meg então correu até o dormitório das bailarinas. Todas estavam reunidas, ouvindo as assustadoras histórias de Joseph Buquet. 

-..Ele vive nos subterrâneos deste teatro.. A aparência dele é horrível... Dois buracos negros no lugar dos olhos..A pele esbranquiçada como as dos cadáveres em decomposição. 

-É verdade que ele tem olhos de fogo?-perguntou uma das meninas. 

-Ele pode assumir várias formas. Às vezes é apenas uma caveira trajando roupas pretas. E devem ficar atentas...ou serão raptadas pelo Fantasma e levadas para debaixo da terra! 

-Já basta dessas histórias absurdas, senhor Joseph!-protestou a sra. Giry assim que entrou no dormitório.-Pare de ficar assustando as meninas com essas besteiras sobre fantasmas e aparições sobrenaturais! 

-Perdoe-me, sra. Giry. Elas apenas queriam ouvir a história do Fantasma e...

-E o senhor inventou todas essas bobagens de caveira e olhos de fogo! 

-Mas o Fantasma da ópera existe, madame Giry...Eu mesmo já o vi.

-O senhor é um bêbado que vive fugindo do trabalho para poder beber às escondidas! Eu o conheço perfeitamente bem. Agora saia daqui que as meninas precisam levantar cedo amanhã para ensaiar.

-Sim, senhora. 

Assim que Joseph saiu, a sra. Giry disse:

-Para cama, vocês todas! 

As meninas então foram para os seus dormitórios. 

Joseph então retornou para o patamar abaixo do palco. Assim que estava caminhando de volta para encerrar suas funções de maquinista-chefe, caiu em uma espécie de alçapão. Encheu-se de pavor ao cair dentro de uma sala escura rodeada por espelhos. Tentou pedir socorro, mas foi em vão. Seu reflexo nos espelhos era distorcido e assustador. Para aumentar seu desespero, a sala começou a ficar quente como se estivesse dentro de um forno. Joseph começou a gritar e a esmurrar os espelhos na esperança de sair dali. Quanto mais esforço fazia, mais cansado ele ficava. O calor estava ficando insuportável. Enquanto isso, Erik tocava seu piano enquanto ouvia os gritos abafados do maquinista-chefe....




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