A cabina do senhor Ratchett foi novamente fechada, apenas o doutor queria ficar para examinar e olhar um pouco mais, o detetive disse que era melhor não causar alvoroço e preocupar os passageiros, então iriam ser comunicados aos poucos e com cautela já que o assassino aparentemente ainda estava no trem.
Naquele momento, na sala do diretor estavam apenas Jungkook e Taehyung, ambos estavam sentados organizando algo sobre o caso da última noite.
- O que faremos agora? – perguntou o diretor para o Kim que estava concentrado em alguns papeis -.
- Primeiro preciso saber se vai querer ficar nisso até o fim, se vai ficar ao meu lado e trabalhar comigo nesse caso senhor Jeon.
- Seria uma honra detetive, é claro que sim.
- Agora precisamos organizar um interrogatório com os passageiros, um local vazio e que não possa ser espionado por ninguém.
- Posso esvaziar o carro restaurante depois das refeições e tirar os empregados, isso é o suficiente?
- É perfeito, pode fazer isso sim, mas por agora só preciso do passaporte dos passageiros e quantas pessoas estão nesse vagão.
- Posso providenciar isso agora. Mais alguma coisa?
- Um cigarro e conhaque.
- Cigarros matam sabia? – disse o diretor pegando o conhaque em sua prateleira e dois copos -.
- Estou disposto a arriscar.
- Pelo visto vamos ter que desmarcar o nosso jantar.
- É mesmo uma pena, mas em compensação vamos fazer algo melhor, desvendar um mistério, é mais excitante que jantar certo?
- É mais excitante que flertar e beijar depois, ou até mesmo ler poemas?
- Então suas verdadeiras intenções não são apenas no jantar e na boa conversa senhor Jeon?
- Você já sabia que não detetive.
Nesse momento os dois estavam a centímetros de distância, estavam apenas sussurrando frases carregadas de segundas intenções enquanto mantinham um copo com conhaque na mão, vez ou outra bebericando a bebida.
Os olhares eram divididos nas bocas alheias e estavam em um silêncio de alguns segundos confortável, eram adultos, sabiam o que aconteceria agora, isto é, se não fossem interrompidos por batidas na porta do escritório do diretor.
- Pode entrar – disse o Jeon se afastando até a sua mesa -.
- Olá senhor Jeon, detetive – disse se curvando – só acho interessante vocês saberem o que eu achei na cabina do senhor Ratchett.
Todos foram para a cabina da vitima e encontraram tudo no mesmo lugar.
- O que seria? – perguntou o detetive -.
- O cinzeiro, veja isso.
- Parece um resto de uma carta.
- Exatamente, por que ele queimaria uma carta? Por que o secretario dele iria trazer uma carta que não era do agrado do seu senhor?
- Precisamos começar o interrogatório o quanto antes.
[...]
- Eu consegui restaurar um pedaço da carta – disse o kim entrando na sala do diretor -.
- O que diz aí?
- Na verdade não consigo ver muita coisa, mas consegui um nome, Oliver Macqueen, lhe é familiar?
- Um pouco, mas não consigo lembrar muito bem.
- O caso Jina Rossi, era falado em todo noticiário, todos conheciam o caso da menina de oito anos que foi sequestrada e morta pelos sequestradores.
- Agora sim consigo lembrar, foi um caso terrível não?
- Sim. Em resumo, a menina Jina Rossi foi sequestrada, como a família dela era muito rica os sequestradores pediram uma grande quantia de dinheiro, porém quando a família de Jina foi entregar o dinheiro, a garotinha já estava morta. A mãe de Jina estava gravida e perdeu o bebê, ela não suportou a perda e em seguida se matou.
- Isso é horrível.
- Mas ainda não acabou. O pai também se matou em seguida, mas assim que as investigações do caso começaram, os empregados foram interrogados e a babá da Jina se jogou do último andar da mansão, fechando assim a série de mortes do caso “Rossi”.
- Isso é muita informação, mas onde esse Oliver se encaixa na história?
- Ele era o líder da quadrilha que sequestrou a Jina, e é a nossa vitima, Anton Ratchett na verdade é Oliver Macqueen.
[...]
- Agora entendo a busca dele por proteção, ele deve ser odiado por muitas pessoas – disse o Jeon -.
Naquele momento estavam apenas ele e o detetive no carro restaurante, já tinham transformado aquilo em uma sala de interrogatório e estavam apenas se preparando para chamar os passageiros.
- Sim. Vamos começar com o secretario dele.
O condutor chama o secretario do senhor Macqueen e se retira em seguida, deixando apenas os três no carro restaurante.
- Acho que já deve saber o que aconteceu ao seu patrão certo?
- Sim detetive.
- Primeiro peço que escreva seu nome, idade e endereço neste papel, apenas informações, nada de muito importante.
- Certo.
- Então senhor Axel Ballard, poderia dizer se tinha uma boa relação com o senhor Macqueen?
- Então você já sabe sobre ele... Bom, ele era bem irritante, confesso que não gostava nem um pouco dele, mas ele pagava bem então eu só suportei por um tempo.
- O que exatamente você fazia para o senhor Macqueen?
- Atendia telefonemas, fazia reservas, marcava e desmarcava compromissos, lhe entregava as cartas e traduzia tudo já que ele não fala nada de Francês.
- Ótimo, sabe de algum inimigo do senhor Macqueen?
- Nossa, são tantos que eu realmente não tenho um número ou nomes.
- Ele estava recebendo ameaças recentemente?
- Sim, algumas cartas estranhas, eu tenho algumas comigo se quiser.
- Eu gostaria de vê-las mais tarde se possível, agora, pode me contar o que fez na noite do crime até a hora que você dormiu?
- Eu fique organizando correspondências com o senhor Macqueen até umas 23h, depois ele disse que estava cansado e foi para a sua cabina, mas ele não conseguia dormir e me pediu um remédio por volta de 1h:30h, depois disso eu fui para a minha cabina e dormi até o outro dia.
- Em algum momento depois disso você escutou ou viu algo?
- Não senhor.
- Por agora é só, muito obrigado senhor Ballard.
O secretário se retira do carro restaurante deixando apenas o diretor e o detetive.
- O que acha dele? Acha que ele disse a verdade? – perguntou o diretor -.
- Acho que sim, acho que ele foi bem sincero ao falar que odiava o próprio chefe morto, acho que ele não seria burro de arriscar se entregar, mas algo nessa história não está certo.
- Por que diz isso?
- O secretario disse que traduzia tudo para o senhor Macqueen já que ele não falava nada de Francês, mas por volta de 1h:00h, quando olhei o meu relógio na minha mesa, eu escutei Oliver falando com o condutor em um Francês perfeito.
- Então ele já estava morto quando Axel disse que foi lhe levar o remédio para dormir.
- Exato, mas não acho que ele é o nosso assassino, mas então por qual motivo ele mentiu?
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