História O filho do meu padrasto - Parte 2 - Capitulo 15

Zayn on

Enquanto viajo em meus pensamentos, os lábios de Dana se movimentam nos meus, meus olhos continuam abertos e não consigo retribuir o beijo, não me sinto como antes, não tenho vontade de continuar. Também não  tenho uma explicação para o meu pau duro, mas só posso pensar que é instinto, já que pela primeira vez me sinto enojado do que estou fazendo.

Tenho necessidades, eu preciso de beijo, de contato físico e caricias, preciso de sexo, caralho. Mas nesse momento desejo uma pessoa especifica, é inexplicável como sinto a falta dela. 

-Zayn. Tudo bem? – ela pergunta após afastar sua boca da minha e eu desperto do transe.  – Você tá estranho, andou fumando?

- Não. E só que... não vai rolar. – empurro o corpo dela pro lado a fazendo deitar no sofá e me levanto.

- Não estou entendendo você. – bem vinda ao clube, nem eu estou me entendo. Caminho até o bar e coloco uma dose de whisky sem gelo e viro o copo de uma vez.

Ela levanta do sofá e caminha em minha direção. – Vai me contar o que esta acontecendo?- se senta do outro lado do balcão e fica de frente pra mim.

- Quer beber alguma coisa? – tento ganhar tempo pra organizar as ideias, minha cabeça esta uma confusão, e não estou acostumado a negar sexo, principalmente pra Dana que é gostosa pra cacete.

- Tem refrigerante sem caloria? – não posso deixar de lembrar da Emilly e todas as suas frescuras com calorias. Essas modelos são tão obsessivas com a magreza que chega a ser ridículo.  

- Por que eu teria refrigerante sem caloria? – minha voz sai mais ríspida do que eu planejei.

- Sei lá, só perguntei. – ela dá de ombros.

- Não, não tem. Quer outra coisa? – tento ser mais educado dessa vez.

- Não quero beber, Zayn, quero transar. – ela da um sorrisinho sexy e morde o lábio inferior enquanto sua mão encontra a minha encima do balcão. Há um tempo isso seria o bastante pra foder ela aqui mesmo.

- Acabou, Dana. – sou direto e puxo minha mão da dela. – Não que eu tenha algum relacionamento com você pra acabar... é só que eu... não vamos mais transar, tá bom? Não quero mais. 

Ela pareceu confusa - Por que não? Por causa da Emily? Do acidente? Ela esta bem, Zayn...

- Não é isso? – eu a interrompo. – Não me sinto mais confortável com essa situação. Foi  legal enquanto estava sendo bom pra nós dois, não é? Mas agora perdeu a graça pra mim, então, sinto muito.

Ela fecha a cara  e balança a cabeça em sentido negativo, abre a boca varias vezes antes de finalmente falar. 

- Perdeu a graça? Como assim ‘’perdeu a graça’’? – suas risadas irônicas ecoam pela sala. – Só pode estar brincando. Na ultima vez que nos encontramos, você disse que eu era a melhor, que nunca se cansaria de mim. – sua indignação me faz pensar que, devo ter cuidado com o que digo, pois isso poderá ser usado contra mim.

- Eu não disse, apenas confirmei o que me perguntou, convenhamos que tem uma grande diferença. – ela me fuzila com o olhar. – Estava com tesão e comendo você, deveria saber que não raciocino bem essas horas. Qualquer coisa que me perguntasse eu iria confirmar. – minha sinceridade faz a raiva crescer em seus olhos, mas tenho certeza que é a única forma dela se afastar de mim. E preciso que ela suma da minha vida.

- Acho que você não vai se importar se a Emilly souber quem é o namoradinho dela, um traidor que sai com sua melhor amiga.

 Tenho vontade de rir dessa tentativa de chantagem patética.

- Não mesmo. Nem um pouquinho. Vai em frente. – dou de ombros, caminho de volta pra sala e me jogo no sofá. Não estou mais confuso, estou fazendo a coisa certa, e agora tenho certeza disso. – A Emily vai adorar saber que a melhor amiga dela é na verdade uma vadia que se jogou pra cima de seu namorado, porque foi isso que você fez, e sabe disso. – ela se levanta e pisa fundo em minha direção.

- Eu sou a vadia, e você provavelmente é santo nessa historia, não é? – ela ironiza e para em pé em minha frente com os braços cruzados, e eu? Bem, já estou perdendo a paciência com essa discussão idiota.

- Eu não sou santo Dana, nunca disse que era. Mas eu nunca te procurei, foi você que sempre veio atrás. E agora está ai, implorando pra eu te foder, tentando me chantagear, como se eu me importasse com o que a Emily vai pensar. – dou-lhe um sorriso sínico só pra provocar. – Fique você sabendo que não me importo. Quer contar? Foda-se.

- Tudo bem, eu já entendi. Não vou dizer tudo que estou pensando porque não quero mais perder meu tempo você, seu cretino. 

- Ótimo, pode ir então. Vaza.

- Só quero deixar claro que não estava implorando pra você transar comigo, olha só pra mim, eu posso ficar com o cara que eu quiser. Acha mesmo que eu preciso implorar pra alguém me comer?  

Realmente ela não precisa, mas era o que estava fazendo.

– Se enxerga seu idiota, devia me agradecer por dá moral pra você.  

Não rebato, o nome disso é orgulho ferido.

Ela pega seu casaco sobre o sofá e vai em direção a saida.

- Não perde por esperar,  Zayn. – diz,  lança-me um olhar de ódio ao abrir a porta, e a bate com força quando sai.

Ignoro as ameaças ridículas de Dana e me sinto aliviado por ter me livrado dela. Procuro meu celular durante alguns minutos, com toda essa confusão, não me lembro de onde coloquei.  Quando acho, checo pra ver se tem alguma resposta da Lauren mesmo sabendo que ela está dormindo, e como eu já esperava não tem nada. Ela nem visualizou a mensagem ainda, e eu estou aqui louco de ansiedade por uma resposta.

‘’ Não consigo parar de pensar em você princesa. Estou com saudades, me liga quando ver a mensagem, preciso ouvir sua voz.’’ – digito e envio.

Queria poder falar com ela agora, queria que estivesse aqui, o lugar dela é ao meu lado, lugar de onde nunca deveria ter saído.

 

Lauren on.

Ótimo. O despertador tocou e eu desliguei e dormi de novo, sem querer é claro. Agora corro contra o relógio pra chegar à faculdade a tempo de assistir a aula da única matéria que estou em dependência. Se antes eu pensava que minha vida estava uma bagunça, agora esta muito pior.

Saio do banheiro correndo e visto a primeira roupa que vejo em minha frente, normalmente fico vinte minutos escolhendo, e então me lembro do porque odeio acordar atrasada. Pego meu vans e enfio automaticamente nos pés, e mais um pouco, noto que não da pra ir de vans para o trabalho, tiro e coloco uma bota cano curto, dou uma ajeitada no cabelo enquanto apanho minha bolsa, e saio sem maquiagem alguma em direção à cozinha. Depois de pegar uma maça e a chave do carro eu saio pela porta da frente, só ai percebo que estou esquecendo um pedaço de mim,  meu celular. Então volto correndo pro quarto, depois de retirar todos os lençóis e joga-los no chão, eu o encontro e só ai saio do apartamento.

O elevador não demora e quando entro dou de cara com o espelho, estou horrorosa, meu dia começou péssimo.  Viro de costas, me recuso a continuar olhando para os meus olhos inchados e meu rosto pálido. Dou uma olhada no visor do celular que esta em minha mão e vejo que tem mensagens, e ao notar que é do Zayn, meu estomago se manifesta e meu coração acelera. Deslizo o dedo na tela e me derreto lendo as mensagens lindas que ele mandou. Mas inevitavelmente lembro-me do jeito que ele me tratou, e da aflição que fiquei ontem o dia inteiro. Então digo a mim mesma que estou atrasada e que não irei retornar agora. Ele merece um gelo. 

A universidade fica próxima da onde moro e esse foi o principal motivo de me mudar pra esse apartamento. Quando paro com o carro no estacionamento do campus, meu celular toca. Sinto uma pontinha de decepção ao ver que é Molly e não Zayn.

- Oi, amor. – atendo animada e saio do carro.

- Oi, tudo bem? Te acordei? – ela pergunta e posso notar a felicidade em sua voz.

- Não. Estou na Universidade, acabei de chegar. – falo enquanto caminho apressadamente pelo gigantesco campus.

- Liguei pra contar que estou saindo agora para o “ Grand Canal” andar de gôndola. – ela fala de um jeito muito divertido, o sonho dela sempre foi fazer um passeio romântico de gôndola por Veneza. Estou tão feliz por ela.

- Ai, tão feliz por você, amiga. Aproveita bastante. – digo.

- Vou fazer um vídeo quando estiver lá e te mandar.

- Tá, esperando para me morder de inveja. 

- E o Zayn, apareceu? – seu tom muda drasticamente.

-Ah. Ele mandou mensagem de madrugada, eu só vi agora de manhã. – aceno pra alguns conhecidos e já avisto o prédio que vou entrar.

- Você respondeu?

- Não. Não tive tempo. Quando sair da aula, vou ligar pra ele.

- Que? Não vai, não.

 Que? 

 - Não entendi.

- Você não pode ligar pra ele, Lauren, vai por mim.

 Como assim?

- Molly, ele pediu pra eu ligar na mensagem que me mandou.

- Ah, ele te trata com frieza, depois vai embora sem se quer te dar um beijo de despedida, não dá sinal de vida durante um dia inteiro, daí ele resolve lembrar da sua insignificante existência de madrugada, e você aceita numa boa, e liga pra ele na primeira oportunidade, claro. – nem consigo rir da ironia, ela esta completamente certa. – Amor, desculpa falar essas coisas pra você, o Niall tá aqui do meu lado, falando pra eu parar de me meter, mas eu não posso deixar de falar, eu te conheço desde sempre e admiro muito o seu jeito,  no entanto  te desconheço quando se trata do Zayn, você fica fraca, sede fácil demais. Tem que se impor, mostrar que ele não pode entrar e sair da sua vida na hora que quer. Que se ele insiste em ser um babaca, então que seja um babaca longe de você.

Gosto do jeito que Molly me defende, se preocupa e abre meus olhos.

- Eu entendi, não vou ligar.

Vou tentar pelo menos, vai ser difícil, eu sei que vai.

- Não liga e nem responde as mensagens, deixa ele sentir um pouquinho o que você sentiu ontem. – consigo ouvir a gargalhada do Niall e nós duas caímos na risada.

- Tá, vou pensar no que me disse, tenho que desligar agora, minha aula começou.  Me liga depois. – digo ao parar na porta da sala, nem me vi chegando aqui, estou fazendo tudo no automático hoje.

- Tá bom. Não ignora o que eu disse.

- Não vou ignorar. – digo rindo.

- Beijo.

- Beijo.

(***)

Depois da aula fui direto para o trabalho. No começo da noite enfrentei o transito pra ir pra casa como de costume.

Chego exausta, esgotada e faminta. E ainda tenho que fazer um trabalho atrasado pra entregar amanhã no primeiro horário. Pelo telefone peço comida japonesa, e tomo um banho demorado enquanto espero, eles não costumam ser tão rápidos, o que eu acho uma droga.  

Boa parte do meu dia, passei pensando no Zayn e agora não é diferente. Não consigo tira-lo da cabeça.

Ao sair do banho envolvo a toalha no meu corpo e sento-me na cama, enquanto releio as mensagens que ele passou no decorrer do dia.

‘’ Porque não ligou?’’

‘’ Esta ocupada?’’

‘’ Porque não responde’’

‘’ Por que não me atende?’’

‘’ Esta me ignorando?’’

‘’ Esta chateada?’’

‘’ Não faz assim comigo, princesa, sabe que eu te amo, sinto sua falta e preciso de você. Fui um idiota, me desculpa. Me desculpa mesmo. Não sei viver sem você, não mais. ‘’

Ninguém  além de mim sabe o quanto é difícil ignora-lo. A dor que sinto. Meus dedos coçam  com a vontade de discar seu numero, dizer que o amo, e que estou morrendo de saudades.

Mas continuo lutando contra, tenho que me distrair. Deixo  o celular na cama e vou me vestir. Quando a comida chega, eu me sento à mesa e como lentamente. Depois entro no pequeno laboratório  improvisado pra revelar fotos preto e branco que montei no quarto vago. Tenho que revelar um filme e tenho que fazer isso hoje, faz parte do meu trabalho da faculdade.  O processo e todas as misturas químicas são demorados.

Saio depois de colocar o filme pra secar, e  já se passaram mais de duas horas.

Vou até a cama e volto a checar o celular, e vejo que ele ligou algumas vezes e passou mais uma mensagem há uma hora.

‘’ Me atende, meu amor. Por favor. ‘’

Não posso mais, não consigo. Que se dane meu orgulho tenho que ligar pra ele. Vou ligar pra ele.

 

Zayn on.

Acordo as 10:00h e a primeira coisa que faço e checar o celular, ela não me respondeu.

 Almoço no lugar de sempre e vou pra gravadora, preciso voltar ao trabalho, tenho inúmeras  coisas a resolver.

Tento me concentrar, me envolver com o que tenho pra fazer, mas o fato da Lauren não querer falar comigo está me enlouquecendo. Só consigo pensar nela e no quanto fui estúpido. As horas passam devagar, e a minha vontade e largar tudo isso é ir pra casa.

Alguém bate na porta e eu mando entrar, então vejo Ash com a expressão bem animada.

- Emily,  recebeu alta. – ele diz assim que passa pela porta.

- Ela já esta em casa?

- Não. Ela ainda esta no hospital, minha mãe acabou de me falar, vou ligar para o meu pai  ir buscar elas.

- Pensei que você iria.

- Não posso, por causa da teleconferência com o Tyler.

- Então eu vou. Busco elas, sem problemas. Meu dia foi uma droga, não consegui fazer nem metade do que tinha planejado. Amanhã quem sabe.- desabafo.

- Tudo bem. Nesse caso não vou ligar pro meu pai.

- Ótimo.

Saio da gravadora e algum tempo depois estou no hospital. Antes de entrar no quarto em que Emily esta, envio mais uma mensagem pra Lauren, tentei ligar durante todo o percurso até aqui, mas ela não me atendeu.

Emily sorri assim que me ver entrar no quarto, se levanta da cama que esta sentada e é rápida ao me abraçar e beijar meus lábios. Pensei em desviar, mas não o fiz, primeiro, vê-la tão bem me deixou feliz e menos culpado, e segundo, tenho que esperar a hora certa pra falar sobre nós, aqui não é o melhor lugar.

Demoramos mais um pouco, por causa da burocracia de hospital. E depois de um tempo já estávamos no transito horrível da maior cidade do mundo.  

-Zayn, pode me emprestar seu celular um pouquinho? – a voz de Emilly soa ao meu lado quebrando o silencio, desviando  meus pensamentos que estavam em Lauren e me surpreendendo  com apenas uma frase.

- Pra que? – sou rápido em perguntar, odeio que toquem no meu celular.

- Eu perdi meu celular no acidente, e preciso ligar pra Dana e pra Lia.

Ligar pra Dana do meu numero não me parece uma boa ideia.

- Tenho que avisar que sai do hospital, quero que elas vão lá em casa ainda hoje.

Por que ela não pede pra mãe dela? Penso.  

Olho pelo espelho e vejo o porque, Josie, vive grudada no celular como uma adolescente.

 – Vai dar ou não, Zayn? – ela diz irritada e eu arranco o celular do bolso e dou pra ela, contra minha vontade.

Que saco!

- Não demora, a bateria tá acabado. – aviso.

- Estranho, a Dana que não desgruda do celular, não esta atendendo. – murmura após tentar várias vezes.

Pior seria se ela atendesse, acredite.

Daí então, ela liga pra Lia, e começam a falar e falar, besteiras pra variar.  A luz do combustível começa a picar no painel, e sou obrigado a parar em um posto lotado para abastecer. Enfrento a fila e já me aproximo da bomba, quero levar a porra do celular, mas a porra da conversa da Emilly com a Lia parece não ter fim. 

- Zayn, já que vai abastecer, pode comprar uma água pra eu tomar um remédio? – Josie, mãe da Emilly, pede, pra acabar de foder com tudo.

- Tá. – sem escolha saio do carro e abasteço. Depois estaciono e vou até a loja pra comprar a maldita água. Fico pasmo com o tamanho da fila. Se não fosse pra tomar um remédio juro que dava meia volta.

Meio hora depois eu volto e entrego a água pra Josie, fico feliz em saber que Emilly terminou de usar o meu celular, espero que ela não tenha fuçado como costuma fazer.

- Terminou? – estendo a mão e ela me entrega com a cara não muito boa.  

- Obrigada. Ligou uma moça perguntando por você.

Claro que ligou. Caralho.

- Disse quem era? – pergunto enquanto procuro o numero em chamadas atendidas.

- Não.  Mas o nome dela apareceu na tela, Lauren, se eu não me engano.

Meu estomago gela, não pela raiva na voz da Emilly, mas pelo que a Lauren deve ter pensado.

- Ela tem um sotaque britânico como o seu e desligou na minha cara quando disse que era sua namorada.  

- Você disse isso? – minha voz sai mais alta do que eu planejo.

- E por acaso eu menti? – ela grita.

 Eu tento controlar minha raiva, tento pensar que ela acabou de sair de um hospital, tento lembrar do Ash me pendido pra ter paciência. Caralho não dá pra levar essa farsa adiante.

Essa vai ser a ultima vez que a Emilly vai dizer pra alguém que sou namorado dela.

 

Continuo?