Por algum milagre o avião não explodiu, sem turbulência nem nada. Dá pra acreditar nisso? É claro que não, mas é a verdade.
Chegamos ao Aeroporto de Le Bourget ás 9 horas da noite. Todos estavam dispostos e acordados, menos eu por alguma razão (também chamada de preguiça). Saímos do aeroporto e nos dirigimos à Paris, antes de chegarmos, paramos em um hotel chamado Hotel de France 18 e nos hospedamos por uma semana, eu fiquei em um quarto com Nico e Rodrick e enquanto Rodrick estava no banheiro eu puxei assunto com Nico:
- Então... Sinto que você quer falar comigo sobre alguma coisa. – Disse sem rodeios, pois não estava com paciência para tal coisa no momento.
Nico me encarou por alguns segundos e Rodrick, que saiu do banheiro e percebeu que tínhamos que falar sobre algo importante, disse que iria explorar um pouco os arredores e voltava logo. Assim que ele saiu Nico quebrou o silêncio.
- Eu fiquei curioso com algumas coisas e acho que você tem as respostas que eu quero. – Disse ele sem me olhar.
- E que coisas seriam essas?
- Você disse que Zeus teve medo... De quem ou o quê? – Disse ele com um olhar questionador.
- Do filho bastardo de Cronos e sua irmã. – Eu disse sem olhá-lo.
- Entendo... Espera, você tem-.
- Tinha. – Disse ainda sem olhá-lo.
- Ow... Me desculpe... Eu... Também tinha uma irmã. – Me virei para ele. – Ela morreu numa missão para o Acampamento Meio-Sangue, ainda me sinto mal falando sobre isso... Mas se isso te ajudar a falar...
- Não precisa. Eu falo. Afinal, isso foi a mais de um milênio atrás. – Eu disse suspirando e me preparando para contar. – Isso foi logo depois do fim da Guerra dos Titãs... Eu tinha 12 anos, minha mãe e minha irmã, Karina, estavam tentando fugir e nos esconder, mas não havia lugar na terra no qual se esconder. A última coisa da qual me lembro, é de ser perfurado por um tridente e uma espada de ferro estígio e ver minha única família ser desintegrada por um raio. – Terminei de contar enquanto estava de costas para ele.
Ficamos quase 30 minutos sem falar nada:
- Minha irmã, Bianca, foi esmagada por um autômato gigante e minha mãe foi morta pela explosão de nosso apartamento causado por um raio. – Ele disse.
- ... Sinto muito pela sua perda.
Depois disso fomos dormir, graças aos deuses não houveram sonhos de novo. Depois de acordar nos reunimos em um restaurante próximo a Paris e esperamos por algo ou alguém nos explicar o que estamos fazendo em Paris. Ficamos meio dia esperando por alguma coisa, já que ninguém especificou nada para nós. Ninguém disse o que Reyna, Lilian, Nico e Rodrick vieram fazer aqui e ninguém disse quem eu teria que caçar.
- Caçar alguém que deveria estar morto... O que esses deuses idiotas querem? Ah é, lembrei, eles querem me matar me mandando caçar alguém que nem sei quem foi. Provavelmente vai ser um guerreiro romano épico com o triplo do meu tamanho. – Eu disse sorrindo sarcástico. Lilian e Rodrick começaram a rir, Reyna deu um sorrisinho e Nico não estava prestando atenção. Uma garçonete se aproximou e perguntou algo em francês para nós, Lilian a respondeu:
- Você fala francês? – perguntou Rodrick.
- Eu aprendi uns anos atrás com minha mãe. Ela viaja muito então tem que saber muitas línguas. – Respondeu a loira olhando para o teto. – Eu devia ligar pra ela, faz um tempo que não nos falamos...
- Ei! – Eu chamei a atenção dela. – A sua mãe sabe que você está bem.
- Como você pode saber sobre isso? – Ela perguntou desconfiada. Senti os olhos ciumentos de uma certa romana me encarando.
- Você sabe como sua mãe é, quando eu falei que os monstros começaram a te caçar, ela me fez prometer que uma vez por semana eu a atualizaria sobre tudo o que aconteceu. – Eu disse com um sorriso nervoso.
- Mãe... Por que você faz isso comigo? – Ela diz melancolicamente fazendo com que começássemos a rir.
Após um tempo a garçonete voltou, mas... Não era a mesma garçonete, ela nem mesmo era uma garçonete.
- Olha só quem apareceu! – Eu disse sarcástico. Todos olharam em seguida e eu tenho quase certeza de que ouvi Nico e Reyna murmurando alguns “droga” e “merda”.
- Não fiquem tão surpresos! Essa é minha cidade, onde acham que eu fico a maior parte do tempo? – Disse Afrodite convencida.
- Não sei, talvez perturbando a vida amorosa de... Ahñ... Todo mundo? – Eu disse com ironia e deboche na voz. Nico se manifestou.
- Achei que sua raiva fosse contra os três grandes. – Os outros se viraram para mim.
- E é, mas a nossa queridíssima deusa do amor tem tratamento especial. – Respondi dando um sorrisinho ameaçador.
- Obrigado, mas não mereço esse tipo de tratamento. Mas mudando de assunto, vim lhes informar o seu objetivo na cidade do amor. – Disse Afrodite mudando sua forma para Vênus, em um piscar de olhos. – Reyna Ávila Ramirez Arellano, Lilian Morris, Nico di Ângelo e Rodrick Grims, sua missão é auxiliar o caçador de monstros, Zack Hunt, a achar seis fugitivos do Mundo Inferior, mas fiquem avisados, três deles vieram contra a própria vontade. – Vênus olhou para mim querendo dizer algo, mas sua voz sumiu no momento em que ela voltou à forma de Afrodite. – Aceitará a missão, Zacky?
- Eu já falei pra você parar de me chamar assim... Tá, tanto faz.
- Muito obrigado, fiz bem em te escolher como meu “herói”.
- Vá se danar. – Eu disse desviando o olhar quando ela se aproximou e me deu um beijo na bochecha, se tornando purpurina rosa logo em seguida, o que me fez tossir. – Como eu odeio essa aí...
Olhei para os outros que me encaravam estáticos, Rodrick e Reyna perguntaram ao mesmo tempo:
- Zacky?! – A diferença era que um estava se segurando para não rir, e a outra estava se segurando para não me bater.
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